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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

24 de dezembro de 2007

Nº 150 O VERDADEIRO, ENCOBERTO PELA DESCULPA… A PROMESSA É TROPÊÇO OU PRINCÍPIO DO FRACASSO

Não há novas, onde se diz que a vaidade é má conselheira.
Constrói trampolins para dar saltos em altura e comprimento nas diversões privadas ou públicas, chamando a atenção aos presentes. Quando, porém, quer altear a fasquia no salto e aumentar na passada, para poder competir com a concorrência, sujeita-se a perder o fôlego na corrida, vai ao chão de pedreira e lodo e fica desfeado no semblante.
A vergonha, encabulada, cobre-se com o manto multiuso da promessa e torna-se biombo da boa fé.
O retalho em nações, no Mundo administrativo, criou modalidade de paz, nos Continentes e na nossa Europa, que nos diz respeito, separou forças, de temperamentos belicosos, de maneira a colocar cada qual no seu canto e não acirrar desgostos pelo bem alheio. As parcelas assim individualizadas, parecia irem acalmar a humanidade, por igual e reporem em guarda, os espíritos mais azougados, não pensassem buscar «bezerros gordos» nas outras independências e trazerem maiores privações e pesados esqueletos, para enterrar, de volta.
Os Homens, enquadrados nas circunstâncias, e nas ambições, todavia, ctuam
de forma privada, em redor da coisa pública. A Europa, continente «fura vidas», abre caminho à ciência e à técnica; desenvolve trabalho e atrasa a preguiça; dá largas à aventura e à ilusão; predispõe-se a tudo quanto vale esperança, se bem que venha a custar desespero. Tem passado por todas as resistência no trânsfuga custo de vida, da dureza ao fácil, da expectativa à lágrima desiludida. . Mas, nem assim, perde a ingenuidade de sentir-se com maior musculatura de quem quer que seja, para jogar ao sopapo ou, se perder no número de socos, lamuriar auxílio da esmurraça sofrida.
Nos últimos anos, perdeu o equilíbrio e o rumo. Atrapalha-se a decidir, e pretende regressar ao princípio, desejando voltar a ser paisagem de países senhores do seu futuro, quezilento ou pacífico com os vizinhos, ou, ultimamente, como amortecedor das carências dos referenciados mais fracos.

Os mandatários europeus, conservam a pecha, propositada ou distraída, de não guardarem a boa memória para as muitas ocasiões de necessidades de apertos dos cordões à bolsa de libras, francos, marcos, rublos, pesetas, escudos, etc. todos, tendo já sofrido as fases da Lua, no crescendo, no minguante e no nublado que a verbosidade mal deixa lobrigar. O que mais desgosta, contudo, é a obstrução de portugueses aos feitos heróicos e sumiços humanos, nas profundezas dos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. A verbo, mania de reclamar «direitos», depois de publicados os de 1789, tinha a obrigação de atribuir aos nossos antepassados, em primeiro lugar, o merecimento de serem contemplados, com respeito e dignidade.
« Finórios actuais», mal aprendidos na instrução e na moral, completados (ou não) – por mérito próprio ou cumplicidade partidária em cursos universitários - agarram-se à liberdade de poderem denegrir os esforçados que eternizaram o Portugal dos séculos XIII ao XX. O terem atirado, porta fora, as Províncias Ultramarinas, acrescentando o anedótico pagamento de 6 milhões de contos, espoliados do erário público, sem licença oficial da Justiça e do Povo, colando o aviso de que para o ano seguinte, não havia mais dinheiro, ( e acabou por haver ) é uma triste realidade a pagar no «amanhã», que já pertence a este ano de 2007. A hora de pagamento chega depressa.
Portugal sabe, desde que se esforçou por consolidar a independência, pelos valores moral, financeiro e intelectual, consequentemente por experiência adquirida, no «direito de subsistir», que para repor autoridade e sanear os seus sectores de solos menos férteis, confiou e pôs em risco a sua sobrevivência, na bravura e portuguesismo dos seus navegadores na descoberta, por Gil Eanes, em 1434, do Cabo Bojador, para chegar à África e, depois à América, descoberta pelos portugueses, o habitante da nossa Ilha Terceira, João Vaz Corte Real, em 1472 e o alentejano nascido da Vila de Cuba, Salvador Fernandes Zarco, em 1492, propositadamente auto abafado pelo nome de Cristóvão Colombo.
A Índia, logo a seguir, em 1498, assistiu à primeira recepção oficial do Samorim, em Calcutá, com a Europa , personalizada por Vasco da Gama. Os países europeus, logo se apressaram a expandir o encontro de povos desconhecidos, até então e a desenvolver o comércio, veículo do conhecimento e progresso universais.
Portugal foi o iniciador e o finalizador desta junção aos outros quatro
continentes. Fê-lo solitário. Teve sempre, à ré das suas caravelas, a perseguição ao lucro do empreendimento, navegado à sua custa, ou mais claro, aos magros recursos dos seus habitantes. Sofreu toda a série de perfídias de nacionais de fraca visão dos entendimentos entre nações e do exacto esforço para uma sobrevivência firme na dignidade de ser independente. Os anos e os exemplos que a idade clareia nos efeitos positivos e negativos, não têm aberto a luz da verdade, aos espíritos voltados para idealismos de direcção fixa nos desejos recalcados, inamovíveis no subconsciente ansioso na decifração de promessas, impedimentos e privações. O Ser Humano, quer liberdade. Luta, arduamente por ela. Mas não a exerce. Tantas energias gastas na obsessão da justa causa, que se esquece das componentes que a devem acompanhar: - educação, instrução e perseverança. Por tão grande falência, deixa escapar o sucesso das suas louváveis intenções.
Excessivamente teimoso, pretende fazer-se crer, aceitante da razão e a
concórdia, da Lei e da Paz, da mistura de opiniões e consequentes exames prévios ou posteriores. O Homem expõe-se ser um velador de asas brancas, entre anjos pecadores. O Homem, perante si próprio, em chega a ser… inconveniente. Se mal existe…se mal existe… está nos semelhantes divergentes. Porque o concordante…concorda com o semelhante… que com ele concorde…
Tão verdade é isto, que para prova irrefutável, se formam «partidos», que se afirmam vazados em moldes únicos e libertos de contraditas, aos grupos pedintes de votos para assegurarem empregos do Estado, catapultas para projectar os amigos, circunscritos nos proveitos. Por isso, se diz que os extremos se tocam, provocando faísca.
Os imensuráveis benefícios que a mente ambiciona ao ser humano, terminam como começam. Nunca foi notada a presença de matéria realizável, porque só deambulou nas optimistas instalações neurónicas. O idealismo não cria, nem molda matéria…
Impossibilitado o encontro amigável da cobiça, com o produzido e consumível, interpõe-se a promessa. O sim e o não, repelem-se. A promessa, remetida ao «talvez», poupa tempo ao não fazer moças. Os extremos tocam-se, não há dúvida… O bem ideado…( um extremo ) fica-se pela conversa conspiradora inicial e termina (o outro extremo ), no discurso a projecto de solução, por aprendizes ou amadores administrativos. A incerteza prossegue adiante…
Há um misto de dúvida, crença, imbróglio ou desconfiança, no tratado da consciência europeia. Todos amigos?... O PIB, normalmente variável nos valores, passa a ser considerado imperturbável ano após ano, de cofre sempre aberto, franqueado a poupanças e esbanjamentos, a honestidades e defraudações, a subjugos imparáveis no idealismo partidário.
O pretendido «tratado da União Europeia», fará parte da promessa ao desejado «amor próprio» europeu? Não se vê selo de garantia na Paz…
Os povos de África, do Oriente, da América do Sul, rumam à Europa, em ânsia de segurança e emprego. A Europa, que sempre pediu trabalho aos restantes continentes, vai poder retribuir com a mesma galhardia e vantagens, os benefícios já recebidos?

Até próximo.