América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

26 de novembro de 2007

Nº 147 O PIB, É O PRODUTO DO TRABALHO…CONFORTA O ÂNIMO. O DISCERNIMENTO, MAIS VELOZ, CORRE O MUNDO, …ENSINA E APRENDE…MAS A MATÉRIA …CONTINUA A MESM

Ânimo!... energia adstrita à mente Humana. A primeira força de trabalho, estimulante da resistência à morte.

Pretendendo imitar a matéria, quer, também encaixar-se nas características da gravidade, do pesado ou leve e nas medidas de curto, médio e longo alcance. No peso imaginado ( melhor que em gramas), seduz-se à coerência. Na medida de oportunidades, enquadra-se na habilidade gradual dos actos e nas corrigendas intercalares.

No título desta crónica, admite-se, com boa vontade, a correlação do «ânimo» de conservação das sociedades, com a abundância do PIB na ambiência acalmada, da lógica se prevenir contra o desalento.

O PIB, é matéria, em obediência à constituição dos átomos e moléculas da Natureza. O ânimo pede mais e melhor, quando junto ao burburinho da evolução da comodidade humana.

Ofendem-se um ao outro, na malsinada diferença entre ambos. O « ânimo, leve», divagante de imagens, decide marcar ao PIB, o acordo com o andamento do ilimitado poder de expansão, enquanto este, por muito esforço transpirado, não consegue acompanhar. Chegamos, novamente, à impossibilidade da matéria – o PIB - se relacionar com a faísca espiritual da «massa craniana».

O PIB, de moléculas estremadas, é de valor impassível às consequências. O ânimo, ao contrário, divagante ou determinado, navega no mar das abstracções, ao sabor da volubilidade, da fantasia e da vaporização do desejo.

Esta, quase perversa insistência, na presença do PIB, em nossas crónicas, estará a enfartar os nossos leitores, preferidos a entreter o tempo em informes mais variados, a proporcionar utilidade em questões actualizadas, acrescidas de sensatez e boa mente.

Compreendemos as reacções espontâneas, a descargas repetitivas, a saturar os ouvidos, a paciência e a negatividade do «fazer que anda», com os pés fixos, em ângulo recto, agudo ou… obtuso.

Acreditem, serem iguais, as vossas e as nossas deduções, à «primeira vista». Permitimo-nos, contudo, acrescentar uma «adenda», à laia de desculpa de informador insatisfeito .

O PIB, desde a sombra dos tempos, foi a base de conservação da vida molecular, na esfera Terra. Anterior ao desabrolhar do ante aviso de guardar alimento e fazer contas.

Ao «apólogo» das «vacas magras e vacas gordas», a aliança da filosofia distintiva dos conceitos, poupador ou pródigo, começou a tomar forma, até ao tira teimas mais visível, em 1789, sujo de lama e sangue…na travagem aos inacabados conhecimentos das realidades… produtiva e consumidora.

Os ecos da Revolução Francesa, repercutiram na civilização vigente na altura, com tal intensidade que ainda hoje, milhares de livros a descrevem como conselho a todas as eras e regulamentos. Não é para menos. Tem muito de lição eterna, para aprendizes, professores e, sobretudo…educadores que tenham aprendido «educação» e a saibam comunicar…nas regras humanizadas.

Porque PIB, foi o primeiro sinal educativo, no sentido restrito da poupança e da prodigalidade e na justeza entre os dois. E está presente em todos os graus das obrigações sociais, aprovadas para cumprir. Nos lares individuais, solares nobres, empresas privadas e colectivas, em localidades densa ou rarefeitamente povoadas, províncias pegadas ou afastadas e da maior responsabilidade, nos meandros administrativos dos Estados.

PIB, indagado o valor contabilístico, com a ponderação do direito à vida e à Paz, é marco ou farol a atirar raios de luz à ordem e à disciplina.

Os enciclopedistas, aspirando harmonizar pessoas e bens, aceleraram a efervescência de 1789, na França. Outros mentores, alguns já mencionados nestas crónicas, têm dado o seu contributo, com as mesmas intenções. A «concórdia pública», todavia, mostra não conseguir entender os maus génios surgidos, nas conferências e nos abraços de amizade…

É verdade que os tambores que guiavam os exércitos, se calaram e não rufam como antigamente, pelo simples motivo de se tornarem desnecessários. Os sons que se ouvem, actualmente, após… ou antes das conversações… são os rebentamentos de bombas deixadas cair dos céus, por essa mesma excelente invenção nos transportes, que muitos serviços presta à humanidade. A ciência e a técnica, aplicadas na aeronáutica, permitem absolver ou castigar, sem balança aferida no tribunal da justiça.

Chegados à prova determinante, do destaque do PIB, na associação Humana, não deixemos que a memória se perca em conclusões avulsas.

A intelectualidade de Carnot, Rousseau e companheiros, sem usar armas de arremesso, sem querer provocar morticínios, e, até, com a melhor intenção de harmonizar a lei, o trabalho, os haveres e os efeitos positivos e justos durante a existência do Homem, foi a estimuladora do rastilho que atingiu as emoções acumuladas na rotina e expelidas a pingar sangue, em 1789.

A escrita e o verbo, orgulham o discernimento, mas, ao reformular «sabedorias» desobrigadas dos «saberes adquiridos na prática», possuem a outra faceta menos altruísta, de acirrarem a explosão de sentimentos.

O voto da severidade da álgebra, alterna-se na defesa do interesse humano.

O vaivém da produzido pela mão do Homem, pela mecanização qualitativa e quantitativa, pela cooperação da Natureza, umas vezes bem disposta aumenta a colheita, se irritada, destrói a tenrura agrícola, incute a incerteza no rendimento do produto e no valor a entrar no celeiro.

As quantidades e movimentos populacionais, da sedentariedade às emigrações errantes, ressurgem o ânimo maior no louvor à vida.

Se a escrita, o verbo, a matemática, a produção, os movimentos populacionais, se a comercialização, os transportes, a propriedade, se estas montanhas de complicações se esquivam a assegurar disciplina fiel das funções provindos da persistência ao ânimo, outras precauções cabem a ser tomadas, por outras inteligências, auto ascendentes à perspicácia e à sabedoria. Depois de 1789, desmantelado o «núcleo duro» do absoluto, antagonismos tomaram lugar para encher a vagatura.

Promovem-se agrupamentos – ou partidos - para, em naipes ou em coro, afirmarem sistemas de salvação, cantando salmos de imitação a David.

Conquanto esses grupos, não sejam crentes do pastor que matou Golias com uma só pedra, apropriam-se das hipotéticas soluções dos rebanhos em pastoreio, na veemência de discursos acalorados, na eficácia do «ideal+ismo» e na presença dos companheiros à ilharga, que podem servir de escudo, recebendo a pedrada que vier dirigida. Porque o «próximo», do «mandamento religioso», passou a ser quem se substitui para sofrer a pancada, em vez do «culpado». O egoísmo ascendeu a pedestal… de pessoa primeira…

Terminamos a crónica, sem definir o propósito. Mea culpa.

Até próximo.