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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

22 de outubro de 2007

Nº 142 ANTES DE AMBICIONAR CONFORTO, O HUMANO DESEJA, SOBRETUDO…VIVER…E SABE QUE TEM DE CONFIAR NO PIB…

À astúcia de governar Estados, chamou-se «política». Às boas maneiras no trato social, «política», foi o baptismo transmitido. Dirigir negócios públicos ou privados, de características ambíguas, também recebeu o subtítulo de «política». De juízo em juízo, de boca em boca, políticismo ou veia para gerências do bem comum ou desenrasque de alta velocidade, vai sempre tendo acesso a significados de circunstância, desatento a preços altos ou baixos e quanto a saúde, nem bem nem mal.

O que interessa é ser de «política». Boa ou…de referência dúbia…

Mas tem o íman das sereias que cantaram a Ulisses os hinos atraentes à pouca fundura do mar. O herói grego, resistiu, amarrado ao madeirame do navio. Os soltos de amarra, rebolam-se nas vagas das inadvertências e dão à costa amachucados no embate com os penhascos à flor da água.

Não é suficiente, por possível naufrágio, tomar a postura de comandante, para salvar a embarcação. É indispensável saber … saber marcar o porto de partida para chegar ao destinado a atracar com o carregamento completo e nas melhores condições de servir quem navega e paga o transporte.

Exercer vida em determinada profissão, pede critério de análise, fundamentado na fusão da moral e do estudo, para corresponder ao compromisso da palavra e da escrita. A sociedade a quem o indivíduo cumpre respeitar nos usos e costumes para sair a boa lei de encaixe na arte de aperfeiçoar a retoma da tranquilidade, impõe regras definidas e critérios colocados no diapasão do discurso e na prática da experiência.

A dedicação à teimosia de aderir a ideias formadas, à velocidade do voo do dardo, até embater nas imediações ou no alvo, equivale a montar em raça de cavalo que se desconhece a obediência ao passeio em praça pública. Pode resultar nos dentes anularem o freio regulador do andamento, a trote, passo ordinário, ou à solta, a afugentar os passeantes pacatos, conhecedores das regras de trânsito.

O Homem, em primeira instância, ama a vida. A esse embrião emocional, logo se ajuntou a sede para os líquidos e a fome para mastigar os sólidos, ofertas da Natureza. Longo espaço de tempo acrescentou a amizade e a paz. Esta sequência de condições para o «ser pensante», mandar no globo terrestre, foi resultado do desenvolvimento da massa cerebral que obrigou ao esforço próprio, para subjugar a ordem, ao ambiente vitalizador da existência. Ao Homem, o mérito de acrescentar vida.

Com este propósito, foi inventado o primeiro bom senso embalado no Paraíso…contar, para mais em quantidade, o necessário para satisfazer o aparelho digestivo. Parece que nunca teve nome próprio, até aos séculos recentes. Mas que sempre existiu, é ponto certo. Depois de ser inventada a representação dos algarismos pelos árabes, os negócios prosperaram. Por isso, somos levados a concluir, ter nascido o PIB, sem Pai, nem Mãe, porém, merecendo ser acrescento aos sentidos, nos princípios de confiança no mastigável e da dúvida na meteorologia e bandos de comensais abstrusos em canseiras.

Nas nossas últimas crónicas, fizemos referência às movimentações aceleradas e pouco instruídas na Rússia e na Itália, de princípios intencionados à grei, porém, insustentáveis ao PIB.

Retrocedamos ao término da Primeira Grande Guerra -1914-1918.

Já passamos por lá várias vezes e sempre se nos doeu a alma, os lodaçais das trincheiras, as mortes por armas de pontaria afinada ou nervosa, estilhaços de granadas e pelo terceiro estado da matéria, gases tóxicos, preparados em oficinas de farmácia, para encarregar o vento ao transporte da morte ou sofrimento para o resto da vida encurtada. Isto é a Europa no uso da irreflexão, pois não lhe faltam problemas por resolver, -bastante importantes - mais ligados à modéstia das suas posses.

Os povos europeus, tanto se querem engrandecer, que acabam por ficar mais pobres, com maior insolvência na circulação dos valores, custosamente retirados das Famílias orgulhosas de fazerem parte das Nações.

Na Rússia e na Itália, modos de expressão política, referenciados como se patenteassem rigor na pseudo ciência dos governos, subdividiram-se em duas facetas distintas, não harmoniosas nas sensibilidades humanas, mas de sequência a completar finalidade.

Uma perspectiva, impunha o prático favorável, na cobrança do maior rendimento a atingir, por ordem e disciplina, ambas rígidas e impiedosas a falhas e caprichos individuais ; e outra, de continuidade imperfeita, a pretender mostrar liberdade, onde ela não existia. Cada qual guardava uma balança, onde as aferições, se cingiam à simplicidade da obediência a normas superiormente decretadas, em gabinetes, onde só a ideologia marcava o ponto e nem o pó da terra sábia e produtiva podia entrar.

Na Alemanha, a falta de recursos, desde os produtos de manter a vida, até às cláusulas humilhantes na derrota, fizeram arquitectar ideais transcendentes, para que nunca mais o País pudesse vir a ser subjugado a situações de tamanha inferioridade. Pôs muitas inteligências a trabalhar para o fim em vista, até à superiorização de Hitler, como poderia ser outro nome a empunhar a batuta.

O Povo Alemão, não podia estar satisfeito a estender a marmita, para levantar o rancho nas horas das refeições. Os aliados, para sua segurança, também queriam dormir descansados das impetuosidades germânicas. O dilema era flagrante e teria o seu momento de rebentar. Todos os Povos que a História recomenda, tiveram a sua hora de reestrutura sanguinolenta.

De 1939 a 1945, as matanças em duas frentes opostas, abriram os olhos à responsabilidade universal.

A América, na melhor das intenções, desembolsou a moeda suficiente, para repor o movimento fiduciário. Os europeus agradeceram e reabriram o comércio, a indústria, a agricultura. Nervosos, como sempre e com ponta aguçada de bazófia, deduziram tal maravilha provir de mérito próprio, o reatamento de uma vida normal e segura. E para mostrarem possuir faculdades intelectuais e morais de excepção, até melhores de quem deu auxílio, logo se agarraram ao PIB, como se fora auto maravilha sem fundo.

Fabricaram bandeiras com os ISMOS preferidos, atribuindo-lhes magia económica e financeira. Aconteceu, todavia, o esquecimento de tais sufixos sempre se terem comportado como impotentes e agressivos para o agrado geral e terem sabido avançar em rixas internas e externas, com a agravante de não se preocuparem a pensar aritmeticamente, prometendo, por imprudência ou apagados conhecimentos da História, ofertas graciosas a toda a gente, quer respeite o trabalho físico, quer prefira o rendimento alheio.

Não virá ao caso, a propaganda lançada nesta roda da sorte. O que está a rodar e adquirir velocidade, é o mercadejar menos desejável em todos os meios sociais :- o ódio a destruir vidas inocentes e a encolher a compreensão dos factos alteados para transpor. Quando o carecido de ajuda, se convencer que as promessas dos ISMOS, saltaram fora da esperança, tornando pior o que já nos está a atingir e, cremos, não mostra poder voltar atrás, a revolta irá sair cara à inocência dos puros e à culpa dos coniventes.

Recorde-se que no jogo da administração pública, - que tem estratégias para cada superfície ocupada pelo Homem - de Marx, Lenine, Estaline, Mussolini, Hitler- alcançaram êxitos iniciais que barraram sofrimentos dolorosos nos povos, que estavam a ser vítimas dos erros assinalados no ditado latino: - errarum humanum est». A continuidade de qualquer «regime», é insubmissa a constância de técnicas e regulamentos e em especial, no acordo entre o «comando» (ou governos) e os súbditos ( Zés pagantes), levando, por critérios inseguros nas duas partes, a desvios na coerência dos programas, excessos nas baquetas que chamam à ordem e fracassos nos agravados que não podem chegar a tempo, com carga desmedida.

Até próximo.