Nº 141 FÁSCIO ITALIANO = FEIXE EM PORTUGUÊS
As Nações, são Famílias. A luta pela unidade e vida, escreve a sua «História». O desenvolvimento da compreensão, amassa e compõe a cultura. A necessidade do entendimento. aperfeiçoa a linguística. O aproveitamento das matérias primas para o alimento, desenvolve a sagacidade económica.
O instinto para a coligação, ligado ao solo e clima, tornou proveitosas as grutas assopradas na rocha virgem e instigou a construção de abrigos, ou cabanas ,avistadas para também servirem à defesa dos grupos que cresceram, formando raças. Os usos e costumes – entremeados de pancadas e afagos - cimentaram a afeição, fortaleceram a defesa e desenharam o cadinho de fusão do carácter.
A Europa, o Continente mais pequeno, é uma manta de retalhos, a demarcar fronteiras de qualidades humanas. Não sendo as condições ambientais de volume e constância, confortáveis para o preenchimento assegurado das exigências físicas, a sensibilidade geral converge ao egoísmo nos ganhos e discorda nas perdas quezilentas, nos esforços malbaratados em zaragatas periódicas, para a hegemonia do ceptro, coroa ou presidência.
Neste interior mal contente, se desarrolharam troncos castiços, abertos a raças sedentárias, de temperamentos desavindos com o exterior. Mas foi a seguir a estes princípios, que se formaram as Nações, com o vínculo de assumpção de responsabilidades, entre a vulgaridade da cidadania e o altar da supremacia do poder pontificado.
Para não nos afastarmos ao que se refere à Itália, permaneçamos no fio histórico que nos tem acompanhado.
Napoleão deu, pela primeira vez, uma unidade nacional, reunindo todas as forças que se dispersavam em cidades, ducados e condados. Nem sequer admitiu, ter de trocar conversações, com as largas dezenas de autoridades que não abdicavam das prerrogativas legitimadas por acasos de guerra e paz, nas delimitadas fazendas, conseguidas a custo de sangue e teimosia.
Na esteira dos franceses retornados a suas casas, o Povo terá ambicionado a Itália numa soberania coesa e forte, passando a encorajar as aspirações, naturalmente latentes, de nomear um Imperador, Presidente, ou um Rei, que se prestasse a representar uma Pátria comum italiana.
Se a Revolução Francesa, amedrontou a Europa, desde a Assembleia Constituinte de 5 de Maio de 1789, até ao Congresso de Viena, após a derrota definitiva de Napoleão em 1815, onde todos os Estados Europeus se fizeram representar, para assinarem a Paz, as assinaturas dos representantes das nações, não corresponderam à justeza das responsabilidades aprendidas nas consequências dos ódios e sustos, esvoaçantes em todo o Continente. Dos assinados em 1815, saíram mais espinhos que rosas.
A Itália, terá beneficiado em serem extintas centenas de independências, para só constarem: ao Norte, dois Reinos, o Lombardo Veneto e da Sardenha; ao Sul, o Reino das Duas Sicílias e ao Centro, os Estados Pontifícios, o Grão Ducado da Toscana e os Ducados, de Parma, Placência e Modena.
A Europa é pequena em território, e de PIB proporcionado ao tamanho.
Esta relação equilibrada, de espaço e produção, tornam-na, excessivamente cobiçada, para comportar os apetites dos povos que a habitam, mais os que para ela acorrem. Há, por isso mesmo, uma flagrante disparidade, entre o PIB, real, que a ciência e a técnica têm feito crescer de forma a interessar o Mundo e as ambições que ao Homem, lhe é dado campo livre de encaminhar a vontade. O intento, expandindo-se por «idealismos «aeriformes», bravateando orgulho e pretensões matemáticas, supera-se, de modo abusivo, do PIB, real, porquanto este, exigente de trabalho árduo, se arrasta vagaroso, para apresentar o «Produto» ao seu alcance, escravo da Lei da Natureza e da cadência muscular humana.
As contingências lentas de resolver problemas de foro diplomático, deram ensejo a que, somente em 1861, Victor Emanuel, recebesse o título de Rei da Itália. Era, por isso, uma «Monarquia recente, com apenas 53 anos de existência em 1914, ambiciosa de colónias, como já possuía a Alemanha, com 52 anos de unificada, pois conseguira ser Império, depois de derrotar a França em 1871.
Em 1914, pretendendo ter posse de colónias fora da Europa, que lhe dessem rendimento para sustentar a condição de usar autonomia, aliou-se à França. A despesa para entrar na guerra, contudo, devorou o já baixo rendimento que havia nos cofres públicos.
As carências internas decepcionaram o Povo, treparam a instabilidade económica e com ela ferveram a agitação social e o caos político, empurrando a crueldade de semear a fome.
A ordem pública, no crescendo dos estômagos esvaziados, deixou de ser resposta das entidades oficiais.. A Itália rebentou vulcão activo, espalhando as cinzas sobre corpos de esperanças queimadas. As ideias, visto que da matéria alimentícia, pouco havia a contar, tomaram o lugar na mesa com falta de pão. Surgiu o medo, ao exemplo ensanguentado e demagógico russo.
Homens sensíveis ao panorama desaforado, de todo um Povo sofredor, adiantaram os seus préstimos, para deter a incapacidade governativa.
Temperamentos desencontrados, apresentaram soluções e objectivos.
Mussolini, foi um dos inumeráveis pretendentes a reanimar a Itália. Filho de ferreiro humilde, jornalista e professor de profissão, idealiza o «Povo Unido», (em português, «feixe»), para salvar a situação humilhante do País viver com carências em todos os patamares sociais. Incluindo a «ordem pública», o «tumor maligno que empoeira a população, favorece o medo e arruína as sociedades. Reúne os «arditi», militares de todas as patentes, desmobilizados da guerra, chegados a casa, sem trabalho, desenganados da inutilidade de se terem sacrificado nas trincheiras e sem adivinhar futuro honesto, em famílias devidamente organizadas. Unem-se em «feixe« ou «fáscio», vestem «camisas negras», que repõem a ordem pública e «marcham, como milícia, sobre Roma» em 1922, para receber do Rei Victor Emanuel III, contra vontade, embora, o direito de formar Governo.
Mussolini, conservou-se no poder, durante 21 anos – de 1922 a 1943.
Foi deposto pelo Rei Victor Emanuel, a pedido do Grande Conselho Fascista, encavacado pelas batalhas perdidas, na Segunda Grande Guerra. Não foi acusado de mau administrador da «coisa pública». Fundamentou-se em «disciplina rigorosa, reforçou o centralismo e combateu o «Sol» enevoado e o «solo» coberto de manchas de sangue, das estepes russas. Conquistou a Etiópia em 1935, anexou a Albânia, juntou-se ao Japão em 1937, reivindicou Nice, Córsega e Djibouti e concluiu o «Pacto de Aço» com Hitler em 1937. Escreveu:
Fomos os primeiros a afirmar que quanto mais complicadas forem as formas de civilização, mais reduzida se torna a liberdade dos indivíduos.
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Esta afirmação, servirá ao bom entendedor, que pretenda decifrar as complicações, actualmente a serem implementadas no território português.
Até próximo.



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