Nº 138 A FILOSOFIA DEDICA-SE A FAZER AS PAZES.
Na sensibilidade psicológica humana, nada foge ao cansaço da permanência no mesmo sítio ou das delimitações de usos e costumes, ou ainda nos variadíssimos idealismos irrequietos e periclitantes. As passadas contam, relativamente a distâncias, mas não no visual, conforme o ângulo do ponto de partida. Mudar, será um sentido a adicionar aos cinco, inclusos na oferta da Natureza.
O principal remédio para modificar hábitos e vícios, chega logo a seguir à sensação de excessos repetitivos, de um ou mais factos a banalizar palavras, gestos, usos ou sofrimentos. A ideologia não tem limites na tabuada e o ponto de saturação não se fixa em espaços precisos. Circunstâncias, de aspecto importante ou banal, abrem o mandamento, para mudança das reservas dos volúveis sonhos da perfeição. Talvez seja o instante em que cérebros empenhados na realidade sociável, aplicam os saberes adquiridos, na ânsia de idear a Lei da dádiva e do respeito à fórmula de compensação.
Não conhecemos os nomes de todas as inteligências dedicadas a desanuviar as diferenças da balança que regula o bem comum, nem poderíamos mencioná-las em crónica de apertados espaços de publicação e de paciência dos leitores.
Principiemos, entretanto, por alguns nomes que aproximaram as ideias à ciência, expondo fins úteis à apreciação do senso, tornando mais comunicável à sociedade, a governação respeitadora dos comparticipantes e contributivos das necessidades, em compartilha na abundância ou na queda à penúria :
Escola clássica:
Adam Smith - 1723 – 1790.
Ricardo - 1772 – 1823.
Malthus - 1766 – 1834.
Stuart Mill - 1806 – 1873.
Escola Nacionalista:
List - 1789 - 1846
Carey - 1793 - 1879
Escola Intervencionalista:
Sismondi - 1773 - 1842.
Escola Socialista:
Saint Simon - 1675 - 1755.
Preudhon - 1809 - 1865.
Socialismo Científico:
Karl Marx - 1818 - 1883.
Friendrich Engels - 1820 - 1895.
As datas revelam terem sido os Séculos XVIII e XIX, os mais pródigos na divulgação dos pareceres convenientes à disputa, trabalho - direitos.
A estes Homens, deve o Mundo, mensagens verbais e escritas de incalculável valor, para tornar mansa a verbosidade humana e dirigi-la para a serena administração das sociedades ordenadas e submissas a regulamentos ponderados, tanto na estabilização, como na harmonia da convivência.
Se bem que na prática, a paz almejada, continue a calcorrear campos de pesquisas, onde possa encontrar engenharias que construam pontões seguros às desvantagens ao abastecimentos dos povos. Os resultados das beligerâncias antigas, contêm todas as condições de servirem de advertência, para hoje, aos males do caldeio de palavras, subir além dos níveis materiais.
Os preceitos que o Homem inventa, instituí e põe em actividade, têm quase sempre, pontos desenhados em bases algébricas ou geométricas, de caris fortaleza, interpondo-se, porém, sinuosidades que lhe diminuem as boas intenções. São os imprevistos da mão humana, sempre distendida para agarrar um visual diferente e variado, que se antevê, mas não se alcança. E está, logo ali, à nossa frente…
Pela nossa espreitadela a inteligências sem fronteiras, poderemos inferir que os séculos ainda não conseguiram retocar as atitudes e matemáticas de medidas condizentes com as jogatinas nos lucros e poupanças no esforço. O desejo de impedir o mal ultrapassar a prudência e se engalfinhar em luta galinácea, todavia, mantém acesas as luzes nos escolhos arrogantes à vista desarmada, pois são os primeiros a serem avistados.
Mas outros rochedos à flor da água ou da terra se interpõem a encobrir perigos e surpresas. São as interpretações explodidas de cada cabeça para uma mesma questão. Parecendo provir de «almas eleitas», emaranham-se em proposições que precisam ser demonstradas em sentenças de miríades de tribunais, cada qual à sua maneira. Dá confusão.
E cada casa da justiça, tira conclusões variadas e incompletas. Donde resulta desconfianças e inquéritos.
Os estudos minuciosos das inteligências acima referidas, porém, estonteiam os cerzidos das menos preparadas. As dúvidas dos cérebros em crescendo, dão origem, não a «Távola do Rei Artur», para bons entendedores, mas ao alistamento dos professos, para combates nas trincheiras do parecer da força contra a ingenuidade.
Desaparece o dilema ou o diálogo e surge a unicroísmo – uma só cor: - «Mando eu e obedeces tu».
É mais um estenderete do ideário, a violentar a filantropia, jurada como a defensora da ordem. O amor à humanidade, não faz alarde da benevolência, nem reconhece adoração à idolatria.
O sentido na instrução, porém, atende culto à intelectualidade que sobe acima da mediania.
Aqueles Espíritos de invulgar abnegação ao semelhante, dos últimos três séculos, apetrechados dos valores práticos da ciência e da técnica, apresentaram hipóteses que poderiam reduzir as disparidades da coexistência, tão mal vista na actualidade. Os interessados na passagem da teoria para a prática, desfavorecidos em tal condensação, delegam em aprendizes, tanto no produto trabalho, como no que paga a conveniente remuneração que equilibra a decência nos dois lados. A falta de conhecimentos correctos, superiores à aprendizagem, dá lugar a barafunda nervosa, que não a convenções de efeitos de quem sabe.
As inteligências de excepção, abrangem um âmbito limitado de previsões, porquanto a ingenuidade normal humana, deixa sempre rastos que descobrem a brecha para o inopinado. Os acontecimentos reais, ultrapassam raciocínios, consciências e a credibilidade em factos que a constituição humana não acredita venha a sofrer por outro semelhante no fraquejo. Circunstâncias imprevistas em códigos e tratados, levam a decisões de futuro repulsivo, transtornando consequências ditas eficazes, por outras que nem a fantasia se atreveria a predizer.
Atrevemo-nos a pedir testemunho, ao leitor Amigo e a nós próprios, qual cérebro seria capaz de imputar ao Século XX as vicissitudes por que passou e teve de doar ao XXI, com o imprevisível comando da luta desenfreada do civismo contra a malquerença. Há quem prefira o regresso da mentalidade nascida na floresta…



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