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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

3 de setembro de 2007

Nº135 NASCIMENTO…INSTANTANEIDADE DO PENSAMENTO.. MORFOLOGIA REQUER ESFORÇO E TEMPO… O EQUILÍBRIO SANIFICA A SOBREVIVÊNCIA…

O racionável, tem milhares de anos a provar o movimento de rotação da Terra, a abrir e fechar os dias e as noites e o giro comprido da elíptica, a transladar as quatro «estações» de cada ano, fazendo a entrega gratuita da humidade, aquecimento, refrigeração e secagem para a semente germinar, crescer e permitir a colheita do grão, alimento do aparelho digestivo. Por sua parte, o humano, contribui para este sucesso, aplicando ao seu jeito, a maneira vagarosa de deslocar os membros inferiores e superiores para o complemento do produto tosco e incompleto.

Até aqui, os amparos da vida – Natureza e físico - desconhecem os efeitos imediatos. Depreendemos, por modesta posição de defender a nossa existência, ter surgido remorso, na organização da vida e no modo de proceder para facilitar a continuidade.

Ao aperfeiçoar-se a instalação dos neurónios nas caixas cranianas, partes anteriores – irracionais - e superiores do racional, foi aplicada a faculdade desviada da regra geral, da instantaneidade, para os repentes das ocasiões aflitivas. Um particularismo essencial, para impedir a irracionalidade de eliminar o raciocínio objectivo das coisas e dos acontecimentos. O que nasce natural, porém, não desce à minúcia de desenhar, brunir e embelecer o comodismo do utente.

Ao Homem foi incorporada a faculdade de aprender, pondo de sobreaviso o direito e as armas que combatem o desgaste dos órgãos coexistentes com a longevidade. Apesar de todas as cautelas para garantir a vida animal na Terra, ainda faltaria o acrescento de algo desconhecido em cada facto observado.

Os organismos aprontam-se no estudo, para se tornarem, se não completos, ao menos melhor apetrechados.

Na «estação de comando», todavia, os neurónios, à medida que iam progredindo em conhecimentos e afastando pressões bruscas da pouco sabida moral, recebiam qualidades extras e anotavam diminuídas as anomalias impressionáveis à atracção ao bem comum.

Foi assim, aos poucos, que o equilíbrio, no peso real da matéria e nos actos normais do Humano, acentuou que a vida tinha sentido. A ginástica do corpo, junta à do espírito, desfazem as aberrações frequentes no organismo, tendente a temporão na maneira da convivência e serôdio no tempero da sensibilidade à cidadania disciplinada.

A vida humana, contudo, é um templo de construção permanente, onde os arquitectos – Natureza e Mão do Homem - são obrigados a aperfeiçoar esboços dos compartimentos e detalhes, para executar a melhor finalidade no conjunto com os outros servidores.

O nascimento cria a Pessoa que, de imediato adquire dois direitos: - O da VIDA, universalidade sem privilégios;

O da POSSE, no Produto Interno Bruto – trabalho dos concidadãos da região ou do país.

O nascido, ao ver a luz, é já dono da vida e de um pedaço de alimento, igual aos que o rodeiam. As duas dádivas, são-lhe atribuídas pelo crescimento do intelecto, ou estádio civilizacional dos antecedentes, legislando em acordo com os dois valores produtivos locais, da Natureza e do braço do Humano.

Enquanto a fome mal se fazia sentir e estava à mão do fruto, da caça e da pesca, a condescendência às regras habituais normalizava as «pessoas» e os costumes. Com o «crescimento» de consumidores, bem como as mudanças de paladares, diminuíram quantidades e espécies nos locais de abastecimento. Valeu as trocas em primeira fase e nas seguintes as vendas ambulantes, as feiras, o comércio localizado, a indústria, a orgânica das acções perante as sensibilidades, a harmonização dos povoados, menos ou mais numerosos, até formatar a cortesia individual e colectiva.

Territórios distinguiram-se de outros, pelas qualidades dominantes das raças que os habitavam e da produtividade dos solos, escolhendo a independência os que sustentavam os povoadores, e podiam defender-se das invasões dos menos afortunados de géneros alimentícios, denominando-se Nações.

O Produto Interno Bruto, foi, portanto o fundamento dos arados lavrarem para nacionalidades diferentes. O predomínio da agricultura, combinava-se com o absolutamente necessário ao aparelho digestivo das populações.

O descerramento da ciência, da física, da química, da técnica, vieram valorizar o PIB e permitir a reunião de pessoas, a poupança de bens e a edificação de monumentos para usos comuns e motivos de defesa ao tamanho de cidades.

Ao crescimento do número de habitantes, a manutenção da ordem passou a ser um benefício à sociedade, sem previsão de custos, mas a precisar de espíritos aprendidos para saber ensinar. Experiências calmas e em tumulto, se têm seguido, não havendo convergência de agente que se considere perfeito. À administração das Nações, se têm recomendado número incontável de competências, falhadas por supérfluas arteirices e raras curas na assumida especialidade de cidadania.

A passagem do tempo, tem mais influência na alteração dos usos e costumes, fáceis de mudar, conforme a qualidade dos géneros entrados nos mercados, que na ambição humana, sempre à espreita de retirar grossas vantagens com o mínimo de esgravato no trabalho. A mesma condição ou modo de ser, enfastia a irrequietude temperamental na constituição do sistema nervoso do animal necessitado de diapasão como apêndice. O Humano, só se satisfaz com modificações, mas quando elas surgem, ataranta-se como carrilar o que fica desatinado.

Na gerência dos Estados, o PIB, sempre se comportou como a base das contas distributivas às parcelas dos interesses comunitários. Representava, como ainda hoje, a base do que passou a chamar-se «política». Surpreende, por tal evidência, que os profissionais actuais, para ganhar votos, prometam vantagens acima dos proveitos obtidos no «Produto Normal», sem tomar conhecimento dos valores reais regidos pelo «Erário Público». Sobrevivem na afirmativa que o PIB é bastante para satisfazer o voo das ideias e condensá-las em movimento fiduciário entrado em todos os bolsos

A politicagem de partido, promete o que não existe, mas dá lugar a vagaturas de emprego. O esperançado na promessa, quando se cansar da ilusão e sem emprego, reagirá … conforme o siso que lhe restar…

Até próximo.