Nº 136 A EUROPA… CADINHO DE CIVILIZAÇÕES… NÃO TEM POSSES PARA FUNDIR IDEOLOGIAS…
A localização da Europa, com fronteiras chegadas à Ásia e África, atraiu os aventureiros vizinhos para a imigração, na procura de assegurar sustento ao instintivo crescimento demográfico. A amálgama de inteligências, em diversos graus de desenvolvimento intelectual, sensibilidade e culto a divindade, entrou no misturador espontâneo, para se transformar num outro poder evolutivo, mais conforme com a frágil condição física, perante as rústicas contrariedades de resistência.
A convergência de gentes nascidas em pontos distantes na nossa Europa e fora dela, não em gozo de viagens de recreio, mas em busca de energia alimentícia para prolongar a vida, apertou o entrelaçamento de costumes e religiosidades, amassadas por milénios e séculos a desbravar os efeitos locais da Natureza e a juntá-los para compreensão dos mistérios que envolvem o Homem, desde a origem ao presente e à encoberta imagem envolta na escuridão do futuro.
Desmazelado o estudo das quantidades dos alimentos contarem suficiência para a gente local e mais os recém-chegados, a imaginação adiou a contabilidade para técnicas seguras de baterem certo, nas «provas dos nove», se estas viessem algum dia a ser inventadas. Parece, que não …
Assim, se tem deixado passar o tempo a presenciar as triviais investidas e guerras das nações umas com as outras, como entretenimentos favoritos ou arrelias passageiras.
Entretanto, as misturas de raças, crenças e temperamentos, continuaram a mastigar os elementos necessários à nutrição, fazendo retirar do solo bruto, os frutos necessários a mitigar o que não é possível diminuir, no aumento incontido da população. A agricultura teve de cumprir a missão sacrossanta de dar o alimento em cada dia e de se desenvolver para, além do leite materno, distribuir vegetais e cereais à população de que hoje, somos parte integrante e continuadora. Honra ao presente, a de respeitar o esforçado pelos nossos antepassados, em declarações de conflito e tratados de paz.
Enquanto o produto alimentar, nos seus primórdios, pôde acompanhar o pensamento, abstraído da matéria, a vida decorreu normal. Mas quando chegou a realidade de tudo por em «pratos limpos», e ter de concordar das ondas neuróticas poderem espalhar o desejo no espaço infinito e a matéria – o PIB -se ficar impotente para as acompanhar, os factos tomaram diferentes rumos a descobertas de consolo às fraquezas humanas.
Foi, então que a Europa, se interrogou para lhe dar nome. Se era ou não, suficiente para as emergências de aumento de consumo em paralelo com o número de mais bocas nascidas que as enterradas pela idade ou nos campos de batalha.
O ponteiro da balança tremeu… tremeu, como a gota de água de Junqueiro.
Por fim, igualou quantidades. Os mandões de grandes expansões de terrenos habitados, porém, temeram perder colheitas por temporais e com elas a autoridade. Armaram-se das melhores ferramentas para matar e invadiram os celeiros da vizinhança. O ensacamento dos géneros tirados sem licença, menos os guerreiros sacrificados nas contendas, contrabalançava o consumo e garantia a paz no retalho das invasões romana, dos bárbaros, dos germanos, dos árabes. A isto se poderá chamar «paz na comida» e subtracções que não são a paz na boa amizade.
Homens de coragem indomável, todavia, insatisfeitos no poder de mandar, enfardando intenções, como folhagem para gado, querendo ostentar a «coroa» que decide os actos de refazer as forças, não havendo matéria valor, prometeram bondade… ou esperança volátil. A fartura, mesmo que no reino da fantasia, é atraente aos subalternos. A promessa, já é optimismo… que vai contentando os desprevenidos na verdade.
As roubalheiras de pão, desalmadas e imorais, para encobrir a «real» ambição humana, passaram a chamar-se conquistas e «razões de Estado». Assim, os defuntos vulgares que empaparam de fezes e sangue o chão batido pelas cavalgaduras, foram promovidos a heróis com louros e medalhas. Os mais esforçados e de maior coeficiente intelectual, escapos da carnificina, recebiam fazendas e títulos, a folgar-lhes a vida e aos descendentes.
A ascensão da Europa no Mundo, seguiu este modelo e ganhou o título de «Velho Continente».
Mahomet, nasceu em 570, depois de Cristo, de quem terá recebido temas religiosos e sociais, de grande valia na fé do homem meio civilizado, para o influenciar à causa da educação e o instruir nas relações do afecto e à partilha dos alimentos.
Os séculos, mau fado nosso, nunca deram resposta precisa, nem a um, nem ao outro dos elementos de boa comunhão. Apesar de antes de Cristo, na Grécia, em África - no Egipto - na Índia e na China, as dores físicas já avivassem a preferência da paz evolutiva, à guerra destruidora do que a vida se esforça por gratificar a compleição franzina do ser humano, a chamada ao senso, tem sido acatada com excesso de demora e ainda não tomou posição que socorresse necessidades e suavizasse sentimentos.
Os que construíram a Europa, a começar pelos romanos, raro mantiveram calmaria na boa vizinhança e nos critérios administrativos. Os árabes, na crença de ser a luta contra os infiéis, ou não pertencentes à sua religião, uma boa desculpa de matar e morrer, desleixaram a psicologia humana, desdobrando-se em «califados», antipáticos uns para com os outros, só permanecendo a unidade religiosa. De tal forma enfraqueceram o que havia sido o seu poder unificado, que se desmembraram, ao ponto de serem absorvidos pelos reinos com fronteiras comuns.
Este nosso alongamento histórico, pretende recordar acontecimentos do passado, passíveis de servir aos raciocínios actuais, porquanto o nosso parecer nos revela não serem diferenciáveis, apesar dos séculos que os separam. O que chegou aos nossos dias, escrito em letra de forma, das civilizações que se fundiram na actual, ilumina o nível intelectual de inteligências servidas por evoluções, baseadas na prática já vivida e sofrida.
É o sofrimento e o reflexo que dele sobressai, o impulsionador do trabalho neurótico que faz luzir a visão e a faculdade de fazer diálogo.
Este final da crónica, dá-nos oportunidade de justificarmos os ISMOS, das anteriores. Foi do livro « 4 ISMOS», de William Ebenstein que o copiamos. O Título e o conteúdo, tentam o leitor atento, às variadas ( ou semelhantes ? ) proposições de solução, a políticas de produção e segurança social e continuar tudo no aguardo do que não pode chegar no sector material, conquanto se apresente ultrapassável, no abstracto da idealidade.



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