América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

29 de outubro de 2007

Nº 143 O PIB… MAIS UMA VEZ… O FULCRO DA INDEPENDÊNCIA…

O medo de morrer, sob o sofrimento angustiante da fome, espicaça as duas classes do animal, na procura de garantia das refeições. A que só vive para comer caça, conseguida e trinchada na hora… e a outra – somos nós – que tem de inventar remuneração para ingerir as vitaminas, indispensáveis à nutrição, ganhas pelo próprio esforço.

Neste planeta de condições atmosféricas milagrosas para os reinos animal e vegetal, a continuidade da vida não marcava prazos ou preocupava tendências para medir quantidades e qualidades do que a Natureza, livremente oferecia ao consumo das espécies. O reino mineral, porém, fazia e faz excepções desagradáveis e apronta-se a praticar outras mais violentas num futuro que só falhará por calendário de fenómenos vindos do centro da massa giratória em volta do Sol, que tem, por sua vez, anos contados em zeros à direita. Doloroso fim para os nossos descendentes que ainda mantiverem o ADN, que hoje nos é caro, pela herança recebida, o esforço do presente e a incógnita do futuro. É nestes termos, que os cientistas nos predizem o apagar a luz na nossa minúscula Galáxia.

Para aparentar coragem, aceitamos natural o último e definitivo holocausto previsto pela ciência e pelas alterações climatéricas dos nossos dias.

Persistimos, contudo, a congeminar num bambúrrio da sorte, a impedir a pulverização dos nossos ossos, de forma oposta às conhecidas, Universal e humana que, de boa ou má vontade, sabemos terem sido sempre solícitas a recompor o que tragédias se comprazeram em destruir. Tem havido sempre, para nossa acalmia, um sorriso ao progresso para melhorar o Mundo, quando retrogradado por hecatombes causadas no laboratório das reacções físicas e químicas do Globo Terrestre, ou, ainda, da desopilação dos maus fígados de condutores humanos.

A Natureza, irrequieta no controlo dos seus fenómenos e causas, resolve submissa aos compostos que lhe constituem a massa, sujeita à corrosão dos elementos que a envolvem. O Homem, conquistador de segredos, « nunca dantes imaginados», não encontra solução para problemas construídos na sua central de ilusões. As instalações da células nervosas ligadas ao pensamento, abrem-se em circuitos caprichosos e variam em cada caixa craniana. Por esta tentativa de explicação, a lógica fica à vontade, na mesa redonda da oratória. Não se lhe leva a mal, ser ou não coerente consigo própria.

Não é fácil encontrar concordância - estamos ao lado das palavras desafinadas que nos possam dirigir - mas simplifica a desculpa a processos que passam ao largo da razão. Ao menos, fingimos não perceber as críticas justas de quem nos queira atirar alguma pedrada, por nos metermos em terrenos de quem manda. O que seria, por muito que nos venham a doer as pedras que nos atingirem, um acto desopilante a quem nos lê para se distrair.

O PIB, sempre existiu e ainda hoje é o ponto forte da nossa existência.

Antes e depois da representação gráfica fazer parte das cautelas em reservar comida ou arma para a adquirir. O baptismo só veio a acontecer no pleno desenvolvimento do intelecto, cá nos séculos da muleta filosófica abrir as portas à economia para prevenir reservas e poupar na distribuição.

, No propósito de ajustamento da razão, compreendemos haver alguns pareceres confusos, com a intervenção altruísta da União Europeia. Os dinheiros que de lá vêm, misturam-se com os locais e os governantes consideram-nos SEUS. E fica-se sem saber o que consta do PIB real e até que altura pode valer ao ISMO que está a governar.

Na nossa última crónica, referenciámos «políticas e políticos», que têm marcado presença excepcional, neste conturbado Mundo, cada vez mais dorido da cabeça, que tentaram medicar, aplicando o princípio de defesa do Povo.

Marx, Lenine, Estaline, Mussolini, Hitler, todos eles, começaram por «assistir» à precaridade de vida dos seus povos. Fome,,, mesmo fome, a envergonhar na via pública, a tuberculizar crianças e adultos. Perante tais factos, actuaram conforme a visão do momento. A princípio alegraram as gentes. A turbulência de apressar resultados positivos, com o velho sistema da explodir guerra, porém, alterou prognósticos.

Acrescendo, depender o percurso das nações da constituição do seu PIB.

Se abastado, a predisposição de mandar emerge, naturalmente nas personagens ambiciosas dos altos cargos. Se «magro», a carência da produtividade, é preenchida na escala alta da expressão verbal.

Os sucessos iniciais, mais os deduzidos pela imaginação de vanguarda, deslumbraram os interventores, contudo, irritando os contrários às perdas resultantes. Os processos, os tropeços, as contrariedades, desorientaram as trajectórias e as dúvidas desanimaram os Povos que as tinham de percorrer. Os insucessos estão à vista e nada de concreto ainda se vislumbra no futuro. E os Povos, desfalcados da bússola que lhe indique rumo, aguardam uma intervenção… um gesto… um farol que ilumine os rochedos, para fugir deles, ou o cais de salvação para descanso dos pés e adormecer a tristeza.

As ideias, volúveis e abstractas, obrigam a despesas que não podem pagar, pois que o etéreo não se transforma em matéria. Entretanto, os Povos, continuam com o encargo de ter direitos e, para isso, desembolsam moedas em metal ou papel, visíveis e contadas, se quiserem gozar liberdade.

Por seu lado, os idealismos, entram nos ocos das cabeças que encimam troncos e membros, apresentam cheques sem assinatura, por não usarem canetas, nem conta no banco e sacrificam em esforço físico o que a fantasia da ideia, lançou na responsabilidade ilimitada.

Face ao presenciado por todos os olhos que viram e fazem relembrar os acontecidos e pelos espíritos intencionados ao bem humano, uma paragem de meditação, contribuirá para reconciliar os PIBs mais fortes, com os mais fracos, conquanto de antemão se não preveja a igualdade, nem a solução experimentada em polémicas e duelos.

Os delineamentos de partidos, dos seus progenitores ou dirigistas, que tiveram aparências prometedoras, nenhum, solucionou a contenda dos haveres dos PIBs. e as benfeitorias que se desejam aos Povos. Nenhum atingiu meta. Os PIBs usam a álgebra para dividir o produto «matéria». As benfeitorias imaginam o idealizado no estado aeriforme. São dois valores, mas só o primeiro, comerciável.

O que conduz a interrogações, ou tira dúvidas, são as crenças de que ambos podem intervir com igualdade de meios. O PIB, movimenta «euros», o idealismo faz correr verbosidade. Euro, é palpável e compra coisas. Palavras, leva-as o vento e só merecem crédito, as substituídas por valores reais, chancelados no estabelecimento oficialmente autorizado.

Incompleta esta crónica, sem espaço para alongamento.

Até próximo.

22 de outubro de 2007

Nº 142 ANTES DE AMBICIONAR CONFORTO, O HUMANO DESEJA, SOBRETUDO…VIVER…E SABE QUE TEM DE CONFIAR NO PIB…

À astúcia de governar Estados, chamou-se «política». Às boas maneiras no trato social, «política», foi o baptismo transmitido. Dirigir negócios públicos ou privados, de características ambíguas, também recebeu o subtítulo de «política». De juízo em juízo, de boca em boca, políticismo ou veia para gerências do bem comum ou desenrasque de alta velocidade, vai sempre tendo acesso a significados de circunstância, desatento a preços altos ou baixos e quanto a saúde, nem bem nem mal.

O que interessa é ser de «política». Boa ou…de referência dúbia…

Mas tem o íman das sereias que cantaram a Ulisses os hinos atraentes à pouca fundura do mar. O herói grego, resistiu, amarrado ao madeirame do navio. Os soltos de amarra, rebolam-se nas vagas das inadvertências e dão à costa amachucados no embate com os penhascos à flor da água.

Não é suficiente, por possível naufrágio, tomar a postura de comandante, para salvar a embarcação. É indispensável saber … saber marcar o porto de partida para chegar ao destinado a atracar com o carregamento completo e nas melhores condições de servir quem navega e paga o transporte.

Exercer vida em determinada profissão, pede critério de análise, fundamentado na fusão da moral e do estudo, para corresponder ao compromisso da palavra e da escrita. A sociedade a quem o indivíduo cumpre respeitar nos usos e costumes para sair a boa lei de encaixe na arte de aperfeiçoar a retoma da tranquilidade, impõe regras definidas e critérios colocados no diapasão do discurso e na prática da experiência.

A dedicação à teimosia de aderir a ideias formadas, à velocidade do voo do dardo, até embater nas imediações ou no alvo, equivale a montar em raça de cavalo que se desconhece a obediência ao passeio em praça pública. Pode resultar nos dentes anularem o freio regulador do andamento, a trote, passo ordinário, ou à solta, a afugentar os passeantes pacatos, conhecedores das regras de trânsito.

O Homem, em primeira instância, ama a vida. A esse embrião emocional, logo se ajuntou a sede para os líquidos e a fome para mastigar os sólidos, ofertas da Natureza. Longo espaço de tempo acrescentou a amizade e a paz. Esta sequência de condições para o «ser pensante», mandar no globo terrestre, foi resultado do desenvolvimento da massa cerebral que obrigou ao esforço próprio, para subjugar a ordem, ao ambiente vitalizador da existência. Ao Homem, o mérito de acrescentar vida.

Com este propósito, foi inventado o primeiro bom senso embalado no Paraíso…contar, para mais em quantidade, o necessário para satisfazer o aparelho digestivo. Parece que nunca teve nome próprio, até aos séculos recentes. Mas que sempre existiu, é ponto certo. Depois de ser inventada a representação dos algarismos pelos árabes, os negócios prosperaram. Por isso, somos levados a concluir, ter nascido o PIB, sem Pai, nem Mãe, porém, merecendo ser acrescento aos sentidos, nos princípios de confiança no mastigável e da dúvida na meteorologia e bandos de comensais abstrusos em canseiras.

Nas nossas últimas crónicas, fizemos referência às movimentações aceleradas e pouco instruídas na Rússia e na Itália, de princípios intencionados à grei, porém, insustentáveis ao PIB.

Retrocedamos ao término da Primeira Grande Guerra -1914-1918.

Já passamos por lá várias vezes e sempre se nos doeu a alma, os lodaçais das trincheiras, as mortes por armas de pontaria afinada ou nervosa, estilhaços de granadas e pelo terceiro estado da matéria, gases tóxicos, preparados em oficinas de farmácia, para encarregar o vento ao transporte da morte ou sofrimento para o resto da vida encurtada. Isto é a Europa no uso da irreflexão, pois não lhe faltam problemas por resolver, -bastante importantes - mais ligados à modéstia das suas posses.

Os povos europeus, tanto se querem engrandecer, que acabam por ficar mais pobres, com maior insolvência na circulação dos valores, custosamente retirados das Famílias orgulhosas de fazerem parte das Nações.

Na Rússia e na Itália, modos de expressão política, referenciados como se patenteassem rigor na pseudo ciência dos governos, subdividiram-se em duas facetas distintas, não harmoniosas nas sensibilidades humanas, mas de sequência a completar finalidade.

Uma perspectiva, impunha o prático favorável, na cobrança do maior rendimento a atingir, por ordem e disciplina, ambas rígidas e impiedosas a falhas e caprichos individuais ; e outra, de continuidade imperfeita, a pretender mostrar liberdade, onde ela não existia. Cada qual guardava uma balança, onde as aferições, se cingiam à simplicidade da obediência a normas superiormente decretadas, em gabinetes, onde só a ideologia marcava o ponto e nem o pó da terra sábia e produtiva podia entrar.

Na Alemanha, a falta de recursos, desde os produtos de manter a vida, até às cláusulas humilhantes na derrota, fizeram arquitectar ideais transcendentes, para que nunca mais o País pudesse vir a ser subjugado a situações de tamanha inferioridade. Pôs muitas inteligências a trabalhar para o fim em vista, até à superiorização de Hitler, como poderia ser outro nome a empunhar a batuta.

O Povo Alemão, não podia estar satisfeito a estender a marmita, para levantar o rancho nas horas das refeições. Os aliados, para sua segurança, também queriam dormir descansados das impetuosidades germânicas. O dilema era flagrante e teria o seu momento de rebentar. Todos os Povos que a História recomenda, tiveram a sua hora de reestrutura sanguinolenta.

De 1939 a 1945, as matanças em duas frentes opostas, abriram os olhos à responsabilidade universal.

A América, na melhor das intenções, desembolsou a moeda suficiente, para repor o movimento fiduciário. Os europeus agradeceram e reabriram o comércio, a indústria, a agricultura. Nervosos, como sempre e com ponta aguçada de bazófia, deduziram tal maravilha provir de mérito próprio, o reatamento de uma vida normal e segura. E para mostrarem possuir faculdades intelectuais e morais de excepção, até melhores de quem deu auxílio, logo se agarraram ao PIB, como se fora auto maravilha sem fundo.

Fabricaram bandeiras com os ISMOS preferidos, atribuindo-lhes magia económica e financeira. Aconteceu, todavia, o esquecimento de tais sufixos sempre se terem comportado como impotentes e agressivos para o agrado geral e terem sabido avançar em rixas internas e externas, com a agravante de não se preocuparem a pensar aritmeticamente, prometendo, por imprudência ou apagados conhecimentos da História, ofertas graciosas a toda a gente, quer respeite o trabalho físico, quer prefira o rendimento alheio.

Não virá ao caso, a propaganda lançada nesta roda da sorte. O que está a rodar e adquirir velocidade, é o mercadejar menos desejável em todos os meios sociais :- o ódio a destruir vidas inocentes e a encolher a compreensão dos factos alteados para transpor. Quando o carecido de ajuda, se convencer que as promessas dos ISMOS, saltaram fora da esperança, tornando pior o que já nos está a atingir e, cremos, não mostra poder voltar atrás, a revolta irá sair cara à inocência dos puros e à culpa dos coniventes.

Recorde-se que no jogo da administração pública, - que tem estratégias para cada superfície ocupada pelo Homem - de Marx, Lenine, Estaline, Mussolini, Hitler- alcançaram êxitos iniciais que barraram sofrimentos dolorosos nos povos, que estavam a ser vítimas dos erros assinalados no ditado latino: - errarum humanum est». A continuidade de qualquer «regime», é insubmissa a constância de técnicas e regulamentos e em especial, no acordo entre o «comando» (ou governos) e os súbditos ( Zés pagantes), levando, por critérios inseguros nas duas partes, a desvios na coerência dos programas, excessos nas baquetas que chamam à ordem e fracassos nos agravados que não podem chegar a tempo, com carga desmedida.

Até próximo.

15 de outubro de 2007

Nº 141 FÁSCIO ITALIANO = FEIXE EM PORTUGUÊS

As Nações, são Famílias. A luta pela unidade e vida, escreve a sua «História». O desenvolvimento da compreensão, amassa e compõe a cultura. A necessidade do entendimento. aperfeiçoa a linguística. O aproveitamento das matérias primas para o alimento, desenvolve a sagacidade económica.

O instinto para a coligação, ligado ao solo e clima, tornou proveitosas as grutas assopradas na rocha virgem e instigou a construção de abrigos, ou cabanas ,avistadas para também servirem à defesa dos grupos que cresceram, formando raças. Os usos e costumes – entremeados de pancadas e afagos - cimentaram a afeição, fortaleceram a defesa e desenharam o cadinho de fusão do carácter.

A Europa, o Continente mais pequeno, é uma manta de retalhos, a demarcar fronteiras de qualidades humanas. Não sendo as condições ambientais de volume e constância, confortáveis para o preenchimento assegurado das exigências físicas, a sensibilidade geral converge ao egoísmo nos ganhos e discorda nas perdas quezilentas, nos esforços malbaratados em zaragatas periódicas, para a hegemonia do ceptro, coroa ou presidência.

Neste interior mal contente, se desarrolharam troncos castiços, abertos a raças sedentárias, de temperamentos desavindos com o exterior. Mas foi a seguir a estes princípios, que se formaram as Nações, com o vínculo de assumpção de responsabilidades, entre a vulgaridade da cidadania e o altar da supremacia do poder pontificado.

Para não nos afastarmos ao que se refere à Itália, permaneçamos no fio histórico que nos tem acompanhado.

Napoleão deu, pela primeira vez, uma unidade nacional, reunindo todas as forças que se dispersavam em cidades, ducados e condados. Nem sequer admitiu, ter de trocar conversações, com as largas dezenas de autoridades que não abdicavam das prerrogativas legitimadas por acasos de guerra e paz, nas delimitadas fazendas, conseguidas a custo de sangue e teimosia.

Na esteira dos franceses retornados a suas casas, o Povo terá ambicionado a Itália numa soberania coesa e forte, passando a encorajar as aspirações, naturalmente latentes, de nomear um Imperador, Presidente, ou um Rei, que se prestasse a representar uma Pátria comum italiana.

Se a Revolução Francesa, amedrontou a Europa, desde a Assembleia Constituinte de 5 de Maio de 1789, até ao Congresso de Viena, após a derrota definitiva de Napoleão em 1815, onde todos os Estados Europeus se fizeram representar, para assinarem a Paz, as assinaturas dos representantes das nações, não corresponderam à justeza das responsabilidades aprendidas nas consequências dos ódios e sustos, esvoaçantes em todo o Continente. Dos assinados em 1815, saíram mais espinhos que rosas.

A Itália, terá beneficiado em serem extintas centenas de independências, para só constarem: ao Norte, dois Reinos, o Lombardo Veneto e da Sardenha; ao Sul, o Reino das Duas Sicílias e ao Centro, os Estados Pontifícios, o Grão Ducado da Toscana e os Ducados, de Parma, Placência e Modena.

A Europa é pequena em território, e de PIB proporcionado ao tamanho.

Esta relação equilibrada, de espaço e produção, tornam-na, excessivamente cobiçada, para comportar os apetites dos povos que a habitam, mais os que para ela acorrem. Há, por isso mesmo, uma flagrante disparidade, entre o PIB, real, que a ciência e a técnica têm feito crescer de forma a interessar o Mundo e as ambições que ao Homem, lhe é dado campo livre de encaminhar a vontade. O intento, expandindo-se por «idealismos «aeriformes», bravateando orgulho e pretensões matemáticas, supera-se, de modo abusivo, do PIB, real, porquanto este, exigente de trabalho árduo, se arrasta vagaroso, para apresentar o «Produto» ao seu alcance, escravo da Lei da Natureza e da cadência muscular humana.

As contingências lentas de resolver problemas de foro diplomático, deram ensejo a que, somente em 1861, Victor Emanuel, recebesse o título de Rei da Itália. Era, por isso, uma «Monarquia recente, com apenas 53 anos de existência em 1914, ambiciosa de colónias, como já possuía a Alemanha, com 52 anos de unificada, pois conseguira ser Império, depois de derrotar a França em 1871.

Em 1914, pretendendo ter posse de colónias fora da Europa, que lhe dessem rendimento para sustentar a condição de usar autonomia, aliou-se à França. A despesa para entrar na guerra, contudo, devorou o já baixo rendimento que havia nos cofres públicos.

As carências internas decepcionaram o Povo, treparam a instabilidade económica e com ela ferveram a agitação social e o caos político, empurrando a crueldade de semear a fome.

A ordem pública, no crescendo dos estômagos esvaziados, deixou de ser resposta das entidades oficiais.. A Itália rebentou vulcão activo, espalhando as cinzas sobre corpos de esperanças queimadas. As ideias, visto que da matéria alimentícia, pouco havia a contar, tomaram o lugar na mesa com falta de pão. Surgiu o medo, ao exemplo ensanguentado e demagógico russo.

Homens sensíveis ao panorama desaforado, de todo um Povo sofredor, adiantaram os seus préstimos, para deter a incapacidade governativa.

Temperamentos desencontrados, apresentaram soluções e objectivos.

Mussolini, foi um dos inumeráveis pretendentes a reanimar a Itália. Filho de ferreiro humilde, jornalista e professor de profissão, idealiza o «Povo Unido», (em português, «feixe»), para salvar a situação humilhante do País viver com carências em todos os patamares sociais. Incluindo a «ordem pública», o «tumor maligno que empoeira a população, favorece o medo e arruína as sociedades. Reúne os «arditi», militares de todas as patentes, desmobilizados da guerra, chegados a casa, sem trabalho, desenganados da inutilidade de se terem sacrificado nas trincheiras e sem adivinhar futuro honesto, em famílias devidamente organizadas. Unem-se em «feixe« ou «fáscio», vestem «camisas negras», que repõem a ordem pública e «marcham, como milícia, sobre Roma» em 1922, para receber do Rei Victor Emanuel III, contra vontade, embora, o direito de formar Governo.

Mussolini, conservou-se no poder, durante 21 anos – de 1922 a 1943.

Foi deposto pelo Rei Victor Emanuel, a pedido do Grande Conselho Fascista, encavacado pelas batalhas perdidas, na Segunda Grande Guerra. Não foi acusado de mau administrador da «coisa pública». Fundamentou-se em «disciplina rigorosa, reforçou o centralismo e combateu o «Sol» enevoado e o «solo» coberto de manchas de sangue, das estepes russas. Conquistou a Etiópia em 1935, anexou a Albânia, juntou-se ao Japão em 1937, reivindicou Nice, Córsega e Djibouti e concluiu o «Pacto de Aço» com Hitler em 1937. Escreveu:

Fomos os primeiros a afirmar que quanto mais complicadas forem as formas de civilização, mais reduzida se torna a liberdade dos indivíduos.

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Esta afirmação, servirá ao bom entendedor, que pretenda decifrar as complicações, actualmente a serem implementadas no território português.

Até próximo.

8 de outubro de 2007

Nº 140 A VERBOSIDADE ENTRONIZA O PARADOXO.

No concerto das nações, preferimos não considerar harmoniosas, as diferenças de tom com que se entendem umas com as outras. Ao vulgo, isso é questão de somenos, desde que não falte trabalho para conforto na Família.

A escrita, a televisão e a verbosidade, formam, actualmente, o triunvirato de maior importância na vida, não só das nações, uma a uma, como do Globo Terrestre. A fecundação entre elas, é proverbial, mas não altera a dubieza.

O que fica escrito, assume responsabilidade directa, com validade de duração garantida, embora submissa a interpretações de causas e efeitos, fora da sua época. A Televisão, na enxurrada diária de notícias, afirma e desfaz informações, permitindo-se deixar no éter transmissor, a suspensão da afirmativa, para a vinda de novos elementos. A verbosidade, a mais trabalhosa das três amigas, admite arcar com mais dispêndio de energias para conseguir audiências resignadas ao fazer-se ouvir num momento, o que é desmentido no seguinte. O que conta de importante, contudo, é o «verbo» ser gratuito…não se rebaixa a contrair dívidas… A palavra sai para se misturar na irresponsabilidade do esquecimento.

Com, ou sem paciência, esta é a escolha que todos os dias nos é apresentada e a que temos de optar, para ficarmos a tomar conhecimento do que dias depois teremos de ler, ver e ouvir, na procura do verdadeiro objectivo em causa. É o grande « pregão» da ciência, desde o sacrificado Século XX, que nos está a merecer, referência especial…para reavivar memórias, realçando acontecimentos.

Esqueçamos divagações de fraca valia no passado irrepetível, não obstante exemplo a meditar em todas as épocas, e continuemos com a nossa última crónica, a pretender avivar alguma luz, no negrume do futuro.

Exposto o «fado» da Rússia, façamos uma visita à Itália.

Após a Primeira Grande Guerra, ( 1914-1918), a Europa era campo raso de vencidos. Os vencedores, se os houve, só constavam nesta posição, nos papéis assinados em 1919, em Versalhes e os restantes em 1920 . Cláusulas «duras» de cumprir, na tentadora ideia, de evitar repetição… que os alemães chamaram a «Paz da Violência» e «Paz Ditada». Fazer a Guerra, finge prestígio, aceitar a derrota, cora a face de quem a assina.

Vale a pena, repesar os intervenientes na balança do desforço de hegemonias anteriores, para, mais tarde poder vir a ajuizar das emendas ou novas quedas para faltas semelhantes.

No prato agressor, alistaram-se: Alemanha, a iniciadora, Áustria - Hungria, Turquia e Bulgária.

Na bandeja agredida, prontificaram-se : França, a atacada, Rússia ( regressada a casa, para remediar, com a guerra interna, ainda hoje em estudo, a Revolução de 1917). Inglaterra, Bélgica, Sérvia, Japão a mais tarde a Itália, Portugal, Romania e Grécia. Apesar do prato da França, conter maior número de aliados, foi necessária a intervenção das gramas ( ou toneladas ) americanas, para o fiel pender para o seu lado.

O que se viu e se sabe, de concreto, foram pungentes gritos de fome e lágrimas de sofrimento, nos países que forneceram homens para se enlamearem nas trincheiras e morrerem medalhados, mas sem louvores rendosos para os descendentes, nos campos da Flandres. Autênticos actos desenhados por Cervantes, no seu livro D. Quixote, mostra eterna do bailado do siso, na jocosa opereta humana.

Guerra, pretende obter ganhos, em poder de outrem; a Paz, acorda estancar perdas presentes e ganhar forças para futuras brigas. Ambas se entendem, pelos valores reais proveitosos, mesmo no ambiente da animosidade. A desgraça é um acrescento negativo, em rosto branco de bobo, pintado de ingénuo para divergência da cobiça.

Da Grande Guerra de 1914 a 1918, as ilações de maior importância que deveriam ser aproveitadas, são as fraquezas enfermiças da Europa, tanto na estrutura, como na confiança da sua economia. Até 1918 e nos anos que se seguiram, as carências ultrapassavam as fronteiras e acusavam mágoas e desesperos na incerteza de alcançar alimento para o dia seguinte, se não em todos, mas na maioria dos lares.

A Itália, era imagem fantasmagórica da fama que já tivera.

Desde a invasão dos povos não conquistados na Península Ibérica e os demais vindos do leste, que os « invadidos» romanos apelidaram de Bárbaros, por se portarem, diferentemente dos gregos, estes mais civilizados, que a Itália permaneceu dividida em blocos dos aglomerados que, pela valentia ou subtileza, se governavam independentes. Enquanto o Império Romano se enfraquecia, no gozo da opulência, os «bárbaros», habituados à sobriedade, mantendo o espírito guerreiro, iam-no conquistando bocado a bocado, formando pequenos Estados, ou Cidades Soberanas, tais como Milão, Veneza, Florença, Génova, os Estados Pontifícios, Nápoles, e outros, de força equilibrada, que só batalhas resolveriam.

Quando Napoleão tomou o comando da Revolução Francesa, até então, actuando em acções balouçando no tosco e precipitado, fáceis de serem vencidos, o exército Francês passou a ser uma unidade de combate com planos estratégicos e finalidade política, passando à supremacia de vencedor.

A campanha da Itália de 1796 e 1797, comandada por Bonaparte, deu o aviso aos exércitos inimigos, que a França necessitava dos alimentos que lhe estavam a faltar no reboliço da escolha quem deveria experimentar a guilhotina e vitórias a firmar estatutos obrigatórios e processados pela cultura de não deixar escapar as fortunas mais rendosas, como herança para o Estado.

Passados 10 anos, o mesmo estratega e legislador distinto, já imperador, mandou o exército, em seu nome, invadir a Espanha e Portugal. Deu ordem de impedir trocas comerciais com a Inglaterra.

Mas o idealismo transportado nas cabeças de soldados, subindo até aos generais, foram pântanos de maldades, em roubos e assassinatos, contrários aos princípios jurados e escritos nos «Direitos dos Cidadãos». Ocorrências rotineiras no paganismo da «coisa pública»… e nas permutas de opiniões, na habilidade de agir da eloquência, que nada pode pagar por se inserir na «não matéria» e na prática, que paga a pronto ou a prestações. Luta eterna e desigual, o espírito a sobreexceder-se às refeições.

Afinal… cá estamos , outra vez, despistados. Íamos entrar na intervenção da Itália, após a Guerra de 1914-1918. Não dá tempo.

Até próximo.

1 de outubro de 2007

Nº 139 O ENVELHECIMENTO DA INSTALAÇÂO NEURÓTICA

Nas duas crónicas anteriores, referimo-nos às curvas da sobrevivência, se utilizando o real valor do PIB, na contabilidade obrigatória à justiça social e a filosofia política, reunindo a hipótese da verbosidade transformar a ideia em moléculas consumíveis nos aparelhos digestivos.

Vem-nos isto à memória, ao atendermos o presenciado nos últimos três séculos. Por um lado, recebemos mensagens de Homens, muitas vezes indiferentes a comodidades pessoais, mas estudiosos da harmonia nas famílias, estas células criadoras dos povos e das graças transmissoras da felicidade no júbilo de continuar a vida.

Por outro lado, apesar dos conselhos apresentados pela plêiade ilustre e intelectual que referimos acima, não foi possível evitar os tristes factos explodidos no Século XX e na derrapagem incontrolada a que estamos a assistir, sem se descortinar forças ou argumentos, capazes e suficientes de travarem o que parece ser monstro destruidor daquilo que nos chegou em instruções de estima, à aprendizagem dos meios que defendem a vida.

A Europa, pequena e arrebitada, é um Continente estranho. A confluência de civilizações, rompendo todas as suas fronteiras, deu-lhe uma contextura anómala no tino e de desvio na pontaria.

Será, por essa pecha que, possuindo pensadores brilhantes e aproveitáveis no benefício da irmandade entre as nações, quando enfrenta o ensejo de decisão rápida, amolece e afrouxa a urgência na concordância ao pacifismo e se precisa da verdade nas boas contas sociais, dilui a lógica em chuvadas de ideias em abstracto. Paradoxo?... Daltonismo?... Crença na cartomancia?...

Vislumbramos, sem afirmação categórica, felizmente, que parece haver, no nosso Velho Continente, um toque de chamada para a imprudência. Antes da guerra, ninguém tem medo dela.

Enquanto demora o desatino da chacina, fazem-se preces para que ela acabe. Feita a paz, reza-se para que não falte pão às refeições. Assegurado o alimento rogado, começa-se na conjura e resistência, ao subterfúgio da excessiva superioridade individual.

Observemos a Europa no começo do Século XX, que a electricidade fez chamar, DAS LUZES. Olhai bem. Era uma Europa nova, se assim se pode chamar ao retalho recente, de fronteiras com escassos 100 anos.

A Revolução Francesa, estrondeou em 1789, espalhando por toda a Europa, cinzas a abafar inconveniências centenárias e fagulhas de lumes a incendiar ódios e ambições. Mecanizou, em praça pública, a «arte de matar», por meio daqueles dois paus, suportes de lâmina de ferro, de trepar e deixada cair no pescoço de pecadores e inocentes. O renovado espectáculo do circo de Roma, 1.700 anos antes, entusiasmava espectadores de temperamentos afeiçoados à incivilidade e ensinava a malquerença aos que lhes sobejavam tendências de abraço ao vizinho, ambos sujeitos à mesma sentença.

E, batalhas aqui, ali e além, humedeceram o solo, para reverdecer a planta da Paz. O Húmus de sangue, porém, fez rebentar ramos vigorosos da anterior espécie que ainda restava na raiz… Napoleão tomou o trono.

« Cavalos de Batalha», cavalgaram a coerência, até Napoleão pedir à França um esforço supremo em 1815, nos campos de Waterloo. O General inglês Wellington, não o permitiu.

Voltou a « linhaça à cabaça», ou seja, sofridas mudanças de usos e costumes, normais depois de guerras e pazes, o que restou, foi continuar a luta interminável entre o PIB, sempre mais baixo que as bocas que se apresentam para o consumo e a aceleração do produto para regularizar a distância da fome ao por da mesa. Os filósofos dos séculos XVII, XVIII e XIX, não conseguiram ensinar método perfeito para a retoma da Paz. Os escombros da Primeira Grande Guerra, também não.

A Rússia, em 1917, experimentou o método do alemão Marx+ismo. Fuzilou a Família Romanoff, na floresta de Iekaterinburg, em 1918 e deu plenos poderes ao advogado Vladimir Illich Ulianov, (18970-1924), mais conhecido pelo alcunha de Lenine, para encomendar balança, com um prato para o justo e no outro a Lei, para julgar a justiça que aquela família tinha recebido e continuava fora do parecer da herança de Pedro, o Grande.. Não dispondo de tempo para concluir todas as mudanças que lhe pululavam na cachimónia, nem para matar todos os adversários que se lhe opunham, delegou no Camarada, Iossif Vissariaovich Djucadchevili (1879-1953), conhecido como Estaline, o encargo de tal missão. O menos preparo instrutivo de Estaline, em princípio, seguiu os conselhos do advogado. Vendo, porém que as mortes não resolviam as questões imensas, no País das estepes, por irem rareando as inteligências esclarecidas e a mão-de-obra experimentada, necessária ao progresso, resolveu sofrear os enterramentos e distribuir verbas aos mais pobres e aos «amigos do coração». Deu mais certo.

A Paz, que permite a liberdade de distribuir afeição social e movimento no trabalho, sustento das famílias, abrandou o mal estar que atrasava a Nação e impulsionou o crescimento, tendo em conta que o Mundo não estava para paciências e queria entrar em nova metamorfose. E alguém tinha de sofrer, escapando os mais fortes. A Rússia, refez o exército para o que « desse e viesse». Venceu, com o socorro de inverno rigoroso, a valente armada de Hitler.

O equilíbrio social na Nação Russa, - o baluarte que embasbacava a «ideologia» das outras nações - feitas as contas do «Erário» e medidas as consequências, nos mercados internos de compra e venda, afinal, não era o que aparentava. Ganhara na guerra contra os intrusos alemães, pudera mostrar carranca na GUERRA FRIA, durante anos, mas não tinha fundos para satisfazer os compromissos, nem podia sustentar os seus filhos, como havia pensado e executado antes. Apareceu NUA, a Lei das proporções. O que parecia «bondade do regime», resultara erro contra o Estado, sem barragem que lhe segurasse a corrente volumosa e constante da despesa.

A subida ao cume do mando de Mikhail Gorbachev, um conhecedor de tabuada e aritmética, portanto, também de contas, retirou horas de descanso, para chegar às simples, mas apreensíveis conclusões, de que os «cofres do Estado» estavam doentes, prestes a parar a circulação fiduciária. O desengano, esfriou, não só Gorbachev, como a parte do Mundo que se entusiasmara com o «milagre» apregoado, acima do «sermão da Montanha», a aproximar os Homens. A verbosidade convencera a vitória do «idealismo», mas o «idealismo», não correspondera, por não possuir meios de pagar «fosse o que fosse». Arriara a bandeira da prosápia.

O exemplo russo, todavia, derramou na «Rosa dos Ventos», esperanças na estabilidade social, bastando distribuir verbas de «amanho nos lares», mesmo sem fazer contas. Enganou os que mal sabem copiar, dizendo-se gerentes do Erário Público. Agora, estão a querer verem-se livres das responsabilidades, não obstante, continuando a ignorar as bases elementares.

Em Portugal, é o que está a acontecer.

Até próximo.