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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

2 de novembro de 2010

Nº 239 SE NÃO FOSSEM RAPAZES .... O PAÌS ESTARIA EM 2010, COMO EM 1926? ... AFOGADO EM DÍVIDAS?

Nº 239
SE NÃO FOSSEM RAPAZES .... O PAÌS ESTARIA
EM 2010, COMO EM 1926? ... AFOGADO EM DÍVIDAS?
A situação administrativa, expulsa em 1974, poupada e cuidadosa
em manter o Tesouro Público com credibilidade interna e externa,
com a salvaguarda de 800 toneladas de ouro, não acreditaria em
prognóstico negativo, no espaço de 30, ou mais anos. Além de que o
critério anunciado, com vista ao futuro, tinha o fito de proporcionar o
avanço produtivo e técnico do País em todas as frentes do progresso, na
proporção das suas possibilidades. Tinha estabilidade e base económica.
O mau hábito de gesticular direitos no concreto e no abstracto
- epidemia mais tardia e mundial - não o estava a atacar o «virus» da
ajuda da União Europeia. De 1910, a 1974, cada Nação, contava consigo
própria, com o resultado da sua produção e do «tino» de a administrar.
Bem evidente, o pedido de empréstimo de 12 milhões de libras, à
Sociedade das Nações em 1927 e as garantias exigidas em 1928, a bulir
com a dignidade nacional.
Descrito na crónica nº 236.
Cremos - sem artes ou ciências - ser propósito da conspiração para
derrubar o Estado Novo, de corresponder à ânsia da rapaziada premiada
com o acaso da vitória, de desoprimir tudo o que constasse da velha e
cansada Monarquia, - prevendo, por eterno, não se verem livres dela -
passando ao menosprezo dos proclamadores da tão desejada República, em
excessivo entusiasmo ao acontecimento que parecia inatingível.
A sedução ao Tesouro Público, sobretudo, depois de 1823, era uma
obcecação dominante, mesmo adoentada dos ideais, em crescendo, na
ambição e partidarismos filosóficos.
A chegada, quase repentina, em 5 de Outubro de 1910 do
resplendor republicano, foi clarão a ofuscar as lutas teimosas do passado
e a entusiasmar a livre alteração ao que, até então tinha sido legalizado,
contra vontade dos agora DONOS e SENHORES, dos oitocentos anos
de História e do futuro, a assimilar doutrinas e moldar rentabilidades.
Longos discursos e festejos, desfraldaram velas do triunfo.
A troca de opiniões, cada vez mais acesa e imprudente, porém,
motivava a ousadia de gastar, sem previsões cautelares, o conteúdo do
Esqueceu-se o adágio da «panela mexida por muitos, a SOPA sai
insonsa ou salgada».
Depreciaram-se as situações políticas, que eram determinadas pelo
Homem Pecador. Tanto «perde a graça» num lado, como disparata no outro
No momento, - Monarquia tombada, prémio à República -
a primeira estava na «boca da cratera» e ver o magma incandescente,
enquanto a segunda, armava baile de supremacia para assistir, vangloriosa,
à queda da «Velha Senhora».
Nenhuma, porém, soçobrou ao calor descomedido do «vulcão»
As duas, aí estão, em conversa de «antigas conhecidas, tripulantes
do mesmo barco, a enfrentar o perigo dos maus consertos que lhe fizeram.
A culpa de ambas, tende a «morrer sem marca de compromisso». Mas
a ameaça de se afundarem, ondula na maré baixa das convulsões dos
temporais económicos. Os cais de desembarque, pouco a pouco se vão
despegando da solidez. O patriotismo, amolece, aos olhos da consciência.
O Estado deixa-se abastardar pelos seus servidores. Que futuro?
Voltando ao 28 de Maio de 1926 ~ do Estado Novo - e ao 28
de Maio de 1928 - da tomada de posse do Ministério das Finanças,
pelo Dr. Oliveira Salasar - logo se verificou, nesta última data,
alinhavo dos dinheiros do Povo e passados quatro anos - 1932 - a
confirmação do traçado correcto dos orçamentos de casa arrumada.
Mas como estamos a tratar processos de cura, via política, com
parentesco com o jogo de «bilhar», onde a triangulação serve de circuito à
moeda e o génio da tacada acerta na muge das compras, vendas e «abate»
de negócios e comerciantes, caminheiros das fortunas, permitimo-nos
somar Abril de 1974, fraquete ponto divisório da parte decimal, da
centésima, abstraindo o devaneio de milhares e milhões, acompanhados
do «propagandista», vermelho berrante dos cravos.
Do facto consumado, de 5 de Outubro de 1910, prometida
outra cortesia social, aos semelhantes - AGORA inteligentes quando
republicanos - à livre decretação de extinguir retratos, que fizessem
relembrar o antigo regime, o «Diário do Governo», imprimia artigos e mais
artigos, na esperança de apagar rosários de abusos.
De tanta azáfama e esmero, das NOVAS VIRTUDES, a estrada
desembocou em 1926, coalhada de engodo a ilusões, mas lucros destruídos
em fogo-fátuo. O País, resfolegava pobreza e admitia algo diferente,
capaz de evitar o descalabro. A BOA INTENÇÃO, não fora adequada ao
fim de nivelar as finanças públicas. O acontecido nesses 16 anos, apesar
da derrocada, não foi admitido pela ideologia, representando, contudo,
uma advertência evidente, à aventura de experimentação de psicologia
dogmática na governação de países, sobretudo, dos menos abastados.
Entrados no meio dos extremos 1926 a 1974, foi trabalho de
retempero das energias físicas e morais. O Povo suou as estopinhas para
normalizar o Tesouro Público, desarrumado de 1910 a 1926 e sob as
ameaças da Guerra Civil espanhola de 1936-1937 e da Segunda Grande
Guerra 1939-1945, a obrigar acréscimo de vigilância no então vasto
império português, onde se derramava a espionagem internacional,
constrangendo ao melhoramento da polícia de defesa do território, para
suster confusos arroubos de estrangeiros e... nacionais, enlevados no sol
moscovita. A nossa polícia cumpriu e poucas vezes se terá enganado a
deter apátridas e traidores.
Valeu o prestígio em que era tido o Dr. Oliveira Salazar, em todas as
nações do Mundo. Foi ele que evitou a entrada de Portugal na guerra.
Se nos não falha a memória, o Senhor Campbell, embaixador
inglês, dizia sentir respeito ao Homem da envergadura do Dr.
Salazar, se contentar com um ordenado muito inferior ao merecido.
A interpretação leviana de canavial ao sabor do vento, não o teria
Os beligerantes, não se comoviam, perante governos de contas
Do «marco» 1974, até princípios de 2010, a repetição aproximada
de 1910 a 1926. A lição de nada serviu... O País, injustamente, pagou
dívidas de rapazes e vai tornar a pagar outras semelhantes, da mesma
irmandade. Nada se alterou. Os rapazes, são assim...fazem as tropelias...
castigam-se as mãos... mas voltam segunda e mais vezes a teimar na
malícia. A Nação, inocente, está nas «lonas»...
A atitude prudente, deve ser o lema dos verdadeiros «Homens
de Estado». O arraial político, porém, na ambiência de modernidades e
trombones, não os distingue. A puerilidade, disfarça melhores vestimentas
Rapazes, tomam directrizes...que belzebu consideraria como
Por este apanhado de razões, o título desta crónica.
SE NÃO FOSSEM RAPAZES... em 1974, não seria possível
1) - A amputação das províncias ultramarinas, sem por em balança
negociações positivas, favoráveis a ambas as partes.
NOTAS: Diminuir o número de portugueses para menos
de metade - somente 10 milhões - foi causa principal da decadência da
indústria, nunca mais parada até este começo de 2010. Afora o acto amoral,
de serem portugueses a repelir portugueses e o corte abrupto na liberdade
de emprego em área nacional. Também a desqualificação da portugalidade,
colocada em «panela de barro», a ter de suportar os choques das «panelas
de ferro», das nações habitadas por quatro e mais vezes. Numa época em
que já se percebia a «globalidade» favorável ao número de habitantes.
Ou seja, o enfraquecimento cadenciado dos menos numerosos.
2) - A DÁDIVA, sem autorização legal, num «referendo justo» da
independência e mais 6 milhões de contos, das Províncias Portuguesas.
NOTAS: - DAR, é bonito no bem que pratica. Na política
administrativa, todavia, há muito para meditar. A independência de países,
entabulada entre fugitivos políticos, é maneira de fazer amigos pessoais...
não aponta os reais interesses, promissores do bem dos povos. Em 2009,
a Senhora Climton, Secretária de Estado dos Estados Unidos, deslocou-
se a Angola, a relembrar os direitos do Homem - de nascimento francês
em 1789 - amarfanhados naquele País, Angolanos, contra Angolanos.
Impreparação para usufruir independência a valer. Demonstra o contrário
do que, aos quatro «ventos» se quer fazer acreditar. E ainda, apresenta
a «marosca» e ausência de sentimentos e honestidade, dos negociadores.
DERAM o que hoje faz falta a portugueses. Até os 6 milhões contos, no
vazio cofre do Estado. Do nosso Estado.
Uma ninharia de uma ou duas centenas de pessoas, politizadas
para açambarcar farfalhudos e gordos empregos, DERAM o que não
lhes pertencia. Abuso de confiança. Segundo a Lei... no Código Penal...
Quantos milhares de desempregados, hoje, estariam a ganhar a
sua vida, se não fossem «rapazes», de idades várias, com a farfância de
homens, a decidir o «melhor» para Portugal?
Não faz, nem fará sentido, o argumento de ter de lutar para
reter as Províncias Ultramarinas. A Mocidade Portuguesa já combate em
territórios estrangeiros. No futuro, a obrigação virá a ser mais exigente e
alargada. E sem nada nosso. Até próximo.