Nº 130 ADMINISTRAR, DOMINA BEM COMUM… POLITICAR, SEGUE ROL DE FRACÇÃO…
Juízo, é faculdade intelectual deambulante e divertida.
Voa, deixa-se levar por calmarias e temporais, goza o panorama de regras e acções e só assenta, tímida ou bruscamente, depois do rebate físico transmitir rombos no encalhe do pensamento juvenil. É então, que o juízo…toma o espelho…ou repara na sua sombra.
Olha a figura e humilha-se a perguntar onde cabe a luz do dever. Arrepia-se do que influenciou, interroga-se no ambiente da justiça, acautela-se no bem do futuro. Toma as responsabilidades narradas nas enciclopédias, nos livros de ciência e nos tratados das leis naturais e sociais. Diz-se, por graça, independente.
O Juízo, apercebe-se das obrigações a ter de cumprir em linha recta, porém repara nos «buracos» que se lhe intercalam a desconjuntar a carripana dos deveres universais. Procura companheiros para se confundir na abrangência do que é geral, para não exteriorizar fraqueza nos improvisos menos convincentes.
Abarcar a avaliação dos pontos precisos do lugar de cada um e de todos, é o atraso maior que lhe marcará o tino de acompanhamento na vida. Conhecer os homens, os seus deslizes e qualidades, dura anos. Mas é onde o juízo encontrará meios de retirar ilações que lhe clarifiquem o espírito e medir as distâncias que separam a leviandade da moderação, a patranha da honradez, a peta da rectidão.
Este nosso intróito à presente crónica, retroage à interrogação que pairaria em 1926, para defender Portugal das incongruências que o estavam a arruinar desde 1910. Dúvidas, apoquentavam os cidadãos, ante a convencida veemência dos oradores oficiais.
Mais «políticas», para chamamento de maior número de invasores aos «favos» do Erário Público?...
O General Gomes da Costa, já tinha dito e escrito: - Contra as políticas e contra os políticos… O Povo sofredor até ao âmago, ainda toleraria essa hipótese, se a quantidade sufocasse a qualidade principiante no laboratório das experimentações. As provas negativas eram, porém, evidentes. O dilema estava às claras. Estudar bem o rumo e o guia, no roteiro do resgate.
Na primeira parte (1910 a 1926), haviam entrado de rompante, os laços afins da ideologia com a QUÍMICA, onde se poderia garimpar a «pedra filosofal», melhor que mina de ouro. Era só tocar em ferro, cobre ou zinco e logo se obteria o « metal» da riqueza, a brilhar na ostentação e no peito do herói. A ideia estava presente, pois bastaria pô-la a divagar e, sem demoras de trabalho e suores cansativos, moedas tilintariam nas bolsas dos necessitados ou requerentes.
A mistura da ideia em laboratório, com os «invisíveis» oxigénio e hidrogénio e já se concluía que o ar estava ali, a dar vida, mesmo que parecesse feitiço. Deste simplista raciocínio, o óptimo situava-se nas profecias de que bastaria a queda da Monarquia, para todas as dificuldades, em especial as financeiras, desaparecerem nos séculos dos séculos, sem o «ámen» a finalizar.
E… havia que basear o pensamento: -Já que de 1910 a 1926, tinham prevalecido certezas, esvaziadas em desordens, ofensas à moral, às leis e à Paz, em disputas fratricidas e esbanjamentos do rendimento do trabalho, as únicas forças a produzir efeitos complacentes às necessidades da vida, acampavam no senso administrativo, tornado uno, sem «partes» divisórias ou barafunda de pareceres. Não sendo possível obter colheitas e rendimentos , como prometia a ideologia de a todos saciar por igual, conhecer a «ciência do cálculo», teria de fazer parte de quem se permitisse aceitar, com coragem e insistência, a empreitada para arcar com a responsabilidade de reconstruir o esbandalhado por armas e maldades. Não poderia contar-se, com analogias poltrónicas, nem serviçais de expedientes. A História tinha dado exemplos, à mesa das opções. Ao dispor do juízo do Povo lesado.
A preferência chegou… nos moldes da escola grega. Vinda dessa Grécia, onde há três mil anos ou mais séculos, ao amplexo da civilização, a purificar o humano, se uniu a filosofia para, no «amor ao conhecimento», se conduzisse a coerência, a amizade e a mente diferençasse, as coisas definidas das imaginadas.
O sangue derramado, fez estudar causas e efeitos. Se havia resultado de inabilidades facciosas, se portador da dúbia palavra mansa e falsa prometedora, se dos empunhadores da durindana ensanguinhada e malabaresca.
Um conhecedor do carácter humano - formado na universidade de conhecimentos que o espírito grego reuniu - melhor corrigiria o mal-enganado rendimento do Portugal vivente pela habilidade na espada, pela segurança no leme da governação e pelo arranque do joio, antes de danificar o trigo.
As «emendas, ou remendos», tapam falhas ou desgastes… mas deixam marcas de que a velharia por ali passou.
A livre escolha, juntou POLÍTICA e GESTÃO, as duas mais conhecidas modalidades de dirigir um País.
A primeira, comprazeu-se em abrir os portões chapeados do Erário de Toda a Gente aos « distribuidores bem pagos da ideologia», depois, aos companheiros do sucesso iniciado e, por fim a «toda a gente». Como os últimos são os pior servidos, os pagantes, de mão estendida, ficaram a aguardar os acertos contabilísticos. Por isso, «toda a gente» reclamou, perpetrando-se na fila da frente, os de mais notas no bolso.
Chamada a ADMINISTRAÇÂO, ou gerência imparcial a economizar o «produto bruto». Os «bens existentes e os contributos da autoridade soberana a entrar em depósito», um a um foram descritos em relatórios dos débitos e créditos e os espaços dos compromissos, escriturados para lembrar a data do vencimento.
Visionadas as carências presentes e os atamancados às mazelas mais às claras e, depois, só depois, contabilizado o remanescente para repartir.
O povo, crédulo na falácia da oferta mais abundante, sente ludíbrio em parte incerta, mas não sabe localizar. Inspira-se na conversa fiada e contínua, imponente na cavalgada de promessas.
Povo pensa que ADMINISTRAÇÃO, parece mais segura e lógica… mas é demorada no andamento... e não pinta arraiais floridos… O arraial convida ao «pé de dança»…
O bailado, vota na charanga comercializada nos descantes e caçoa da arte, na coreografia de ocasião.
Povo, arrepende-se… volta a pagar a conta e entra na «cantiga ao desafio»…
Até próximo.



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