Nº 80 HISTÓRIA…RADIOGRAFIA DO PASSADO…
Os acontecimentos registados nos nossos compêndios escolares, a ensinar-nos o encoberto pelo tempo, não conteriam mistérios, se seguissem as veredas, de silvados e pedregulhos que, na verdade conduziram aos desfechos por nós, actualmente estudados.
A abrangência à pureza, porém, é mais difícil que redigir para curto artigo, ou desenvolver para dar livro. Num e noutro caso, o retiro psicológico dos acontecimentos, depende bastante, da têmpera emocional de quem se prontifica a clarear o que os tempos já evaporaram na cozedura de muitos outros factos posteriores, que perturbam as interpretações. Por nossa parte, também sentimos desencontros ou anomalias, nos relatos entusiásticos dos historiadores, sem dúvida de grande mérito, mas que nem sempre provêm de fontes assistidas com a coragem retratada no escrito. Revolução faz tremer mais que o normal. E a verdade… verdade… muitas vezes já vem de trás.
Revoluções nascem da ideologia, usando contornos sobranceiros ao material alimentício que todos os anos, gasta meses para crescer e presentear o consumo, o círcuito vicioso da moeda, alentando as casas onde se trabalha, de quem cede mão-de-obra e abastecendo o comprador menos precavido e necessitado..
A ideia, extravasa a cismada fronteira do Mundo. O comestível, que sustenta os habitantes do Mundo, é, infinitamente mais pequeno. Tem o tamanho da soma do dia a dia, repetitivo e ansioso das perturbações dos movimentos de rotação e translação do globo terrestre, da hora a hora do tratamento das reses, do amanho das terras, dos consertos do arado e dos carregos, da limpeza da casinha da besta e a ração na manjedoura.
Ideia e matéria, juntam-se a todos nós a entusiasmar a vida. Pomo de discórdia passaram a ser, quando se desmembraram a arreliar a existência.
Naquela pré Idade Média, das «Cantigas de Amor, de Amigo, de Escarnho (escárnio) e Maldizer, do Amadis de Gaula, dos Autos do nosso Gil Vicente, da Gestas de Cavalaria, Ideia e Matéria, felizes, gozavam as dádivas da Natureza, na simplicidade das grandes afeições. Andavam a par, uma com a outra. Tinham o cheiro comum do suor.
Gutemberg ( 1398?, 1400- 1468), ao inventar a imprensa, praticou o primeiro desvio, daqueles dois amores. A Ideia, subiu degraus. Ocupou patamar mais alto, donde leu e arengou saberes antigos, como exemplos ao presente e melhoramentos do futuro. A Matéria, agarrada à rabiça do arado, continuou a lavrar a terra e a repisar as sementeiras.
Na Grécia, na China, na Índia, em Roma, raciocínios de excelência, deram grandes passadas para elevar a ideia a posto de comando.
A plêiade, apadrinhada por Luís XIV, porém, rebuscando a filosofia do «ego » por todos os recantos e ligando-a aos apoios essenciais para alívio do físico, soltou-lhe as amarras da tradição oral e pô-la a desenvolver as delícias da satisfação plena.
A Europa, enraizada como oficina de mestria, distribuiu por todo o lado, as bases para as atenções se deixarem atrair pelas tertúlias de oratórias e omissões e, se possível, dentro do campo da teoria que cede alívios e exige benesses, sem dar garantias da parte material, das colheitas suficientes e necessárias ao bem do aparelho digestivo.
Com estes elementos predominantes, focos evolutivos iluminaram sítios vários, localizando-se mais na França. Voltaire defendeu a liberdade de consciência; Montesquieu, fez-se apóstolo do liberalismo; Rousseau, sonhou a justiça e a pureza, condenou a realidade, embora confessasse fazer parte dela; Diderot e Alembert, descreveram os conhecimentos humanos; Lavoisier, Laplace, Lagrange, dignificaram trabalhos e descobertas. Os escritores abriram o livro de reclamações, para pedirem reformas, em abono ao ser humano.
A pena, manejada por homens inteligentes, portadores de conhecimentos que dão explicações completas, mas de bamboleante suporte prático, fazem exigências sem calos nas mãos. São os enciclopedistas, na vanguarda de opiniões e juízos, mas na retaguarda das medidas de tempo e esforço que acompanham a mão-de-obra e a coisa produzida. Por isso, ideia ou pensamento, vozes de altas vibrações, desnorteiam a REALIDADE, que Rousseau detestava, «embora fizesse parte dela». A realidade… o facto sem impurezas…desgosta o actor… mortificava Rousseau e, cremos os outros enciclopedistas mais virados para eternizar a ideia volante… que passa sem fazer mossa.
Enquanto a ideia, na Terra e no Céu, esvoaça a seu bel-prazer, a agricultura, a indústria e o comércio –trio composto de matéria – continuam a dar as voltas repetidas, quando ambos – ideia e matéria – coexistiam em paz perfeita. Como a ideia e a matéria, não crescem em simultâneo, uma delas, tinha de contribuir para a outra. A ideia, criou forças de segurança e elaborou leis. Venceu a matéria.
Por estes reais motivos, o trio composto de matéria, ficou mais entrevado, no Século XVIII, ao obrigar-se a obedecer a leis e Alfândegas, pois teria de optar, ou contribuir para a Paz Social, pagando o que lhe era imposto, ou rebelando-se com prejuízos comuns e imprevisíveis.
A ideia, sente a alegria das promessas que operou no espírito humano e não se detém a cogitar se bom, mau ou sofrível. Progrediu a valorizar cada indivíduo, o que exigiu muito mais dispêndio à matéria. A diferença, portanto, foi preenchida com mais fatias cortadas na agricultura, na indústria e no comércio. Na mão-de-obra…das três nascentes de mais valias sociais.
Porque, cada pagamento advém de uma fonte de produção. E de cada fonte de produção, jorra o caldo dos valores empregues, de: a) – Apetrechamento; b ) – matéria prima; c) – mão de obra; d) – reservas.
No Século XVIII, o altruísmo dos enciclopedistas, pouco fortes em álgebra, fixava-se na alínea d) – reservas. Que eram suficientes, bastantes e demasiadas, para regularizar a ciência dos problemas financeiros na sociedade.
Davam individual apreço às «reservas», como se englobasse benefício para um só cofre. Não as desdobravam em « desgaste no apetrechamento», «desníveis na matéria prima», «reposições na mão-de-obra», «alterações nas preferências do mercado», «suportes para acontecimentos fortuitos», «garantia para o risco nas perturbações da camada gasosa e inconstante que envolve o globo terrestre», «nos desarranjos repentinos das relações humanas», « nas presenças estrangeiras a desmoralizar mercados»…. e, etc. e tal… Porque, no Século XVIII, os raciocínios nas lavouras, obrigadas a produzir mercadorias às populações, ou no comércio interessado em diversificar apetites aos compradores e, também na incipiente indústria para alargar mercados, já se pensava em normalizar ganhos, entre proprietários, rendeiros e trabalho, pois que este entrou na mira das atenções especiais.
Criou-se a tendência de atenuar a rudeza, ainda vivaz da Idade Média, do Senhor para com o subalterno e que a Idade Moderna ( 1453-1789), para dar solução ao imbróglio, publicou livros, descobriu processos, completou tratados, multiplicou decretos para por « tudo a limpo». E a Idade Contemporânea, que iniciou a sua aventura, logo a seguir à Revolução Francesa ( 1789), pretendendo impedir o que nunca poderá ser evitado - desavenças a sério – nada acertou até agora, tudo continuando a andar, na esperança de se resolver no próximo… no próximo decreto … em qualquer país, europeu ou do Oriente ao Ocidente, por enquanto não designado…
O espaço terminou.
Até para a semana.
A abrangência à pureza, porém, é mais difícil que redigir para curto artigo, ou desenvolver para dar livro. Num e noutro caso, o retiro psicológico dos acontecimentos, depende bastante, da têmpera emocional de quem se prontifica a clarear o que os tempos já evaporaram na cozedura de muitos outros factos posteriores, que perturbam as interpretações. Por nossa parte, também sentimos desencontros ou anomalias, nos relatos entusiásticos dos historiadores, sem dúvida de grande mérito, mas que nem sempre provêm de fontes assistidas com a coragem retratada no escrito. Revolução faz tremer mais que o normal. E a verdade… verdade… muitas vezes já vem de trás.
Revoluções nascem da ideologia, usando contornos sobranceiros ao material alimentício que todos os anos, gasta meses para crescer e presentear o consumo, o círcuito vicioso da moeda, alentando as casas onde se trabalha, de quem cede mão-de-obra e abastecendo o comprador menos precavido e necessitado..
A ideia, extravasa a cismada fronteira do Mundo. O comestível, que sustenta os habitantes do Mundo, é, infinitamente mais pequeno. Tem o tamanho da soma do dia a dia, repetitivo e ansioso das perturbações dos movimentos de rotação e translação do globo terrestre, da hora a hora do tratamento das reses, do amanho das terras, dos consertos do arado e dos carregos, da limpeza da casinha da besta e a ração na manjedoura.
Ideia e matéria, juntam-se a todos nós a entusiasmar a vida. Pomo de discórdia passaram a ser, quando se desmembraram a arreliar a existência.
Naquela pré Idade Média, das «Cantigas de Amor, de Amigo, de Escarnho (escárnio) e Maldizer, do Amadis de Gaula, dos Autos do nosso Gil Vicente, da Gestas de Cavalaria, Ideia e Matéria, felizes, gozavam as dádivas da Natureza, na simplicidade das grandes afeições. Andavam a par, uma com a outra. Tinham o cheiro comum do suor.
Gutemberg ( 1398?, 1400- 1468), ao inventar a imprensa, praticou o primeiro desvio, daqueles dois amores. A Ideia, subiu degraus. Ocupou patamar mais alto, donde leu e arengou saberes antigos, como exemplos ao presente e melhoramentos do futuro. A Matéria, agarrada à rabiça do arado, continuou a lavrar a terra e a repisar as sementeiras.
Na Grécia, na China, na Índia, em Roma, raciocínios de excelência, deram grandes passadas para elevar a ideia a posto de comando.
A plêiade, apadrinhada por Luís XIV, porém, rebuscando a filosofia do «ego » por todos os recantos e ligando-a aos apoios essenciais para alívio do físico, soltou-lhe as amarras da tradição oral e pô-la a desenvolver as delícias da satisfação plena.
A Europa, enraizada como oficina de mestria, distribuiu por todo o lado, as bases para as atenções se deixarem atrair pelas tertúlias de oratórias e omissões e, se possível, dentro do campo da teoria que cede alívios e exige benesses, sem dar garantias da parte material, das colheitas suficientes e necessárias ao bem do aparelho digestivo.
Com estes elementos predominantes, focos evolutivos iluminaram sítios vários, localizando-se mais na França. Voltaire defendeu a liberdade de consciência; Montesquieu, fez-se apóstolo do liberalismo; Rousseau, sonhou a justiça e a pureza, condenou a realidade, embora confessasse fazer parte dela; Diderot e Alembert, descreveram os conhecimentos humanos; Lavoisier, Laplace, Lagrange, dignificaram trabalhos e descobertas. Os escritores abriram o livro de reclamações, para pedirem reformas, em abono ao ser humano.
A pena, manejada por homens inteligentes, portadores de conhecimentos que dão explicações completas, mas de bamboleante suporte prático, fazem exigências sem calos nas mãos. São os enciclopedistas, na vanguarda de opiniões e juízos, mas na retaguarda das medidas de tempo e esforço que acompanham a mão-de-obra e a coisa produzida. Por isso, ideia ou pensamento, vozes de altas vibrações, desnorteiam a REALIDADE, que Rousseau detestava, «embora fizesse parte dela». A realidade… o facto sem impurezas…desgosta o actor… mortificava Rousseau e, cremos os outros enciclopedistas mais virados para eternizar a ideia volante… que passa sem fazer mossa.
Enquanto a ideia, na Terra e no Céu, esvoaça a seu bel-prazer, a agricultura, a indústria e o comércio –trio composto de matéria – continuam a dar as voltas repetidas, quando ambos – ideia e matéria – coexistiam em paz perfeita. Como a ideia e a matéria, não crescem em simultâneo, uma delas, tinha de contribuir para a outra. A ideia, criou forças de segurança e elaborou leis. Venceu a matéria.
Por estes reais motivos, o trio composto de matéria, ficou mais entrevado, no Século XVIII, ao obrigar-se a obedecer a leis e Alfândegas, pois teria de optar, ou contribuir para a Paz Social, pagando o que lhe era imposto, ou rebelando-se com prejuízos comuns e imprevisíveis.
A ideia, sente a alegria das promessas que operou no espírito humano e não se detém a cogitar se bom, mau ou sofrível. Progrediu a valorizar cada indivíduo, o que exigiu muito mais dispêndio à matéria. A diferença, portanto, foi preenchida com mais fatias cortadas na agricultura, na indústria e no comércio. Na mão-de-obra…das três nascentes de mais valias sociais.
Porque, cada pagamento advém de uma fonte de produção. E de cada fonte de produção, jorra o caldo dos valores empregues, de: a) – Apetrechamento; b ) – matéria prima; c) – mão de obra; d) – reservas.
No Século XVIII, o altruísmo dos enciclopedistas, pouco fortes em álgebra, fixava-se na alínea d) – reservas. Que eram suficientes, bastantes e demasiadas, para regularizar a ciência dos problemas financeiros na sociedade.
Davam individual apreço às «reservas», como se englobasse benefício para um só cofre. Não as desdobravam em « desgaste no apetrechamento», «desníveis na matéria prima», «reposições na mão-de-obra», «alterações nas preferências do mercado», «suportes para acontecimentos fortuitos», «garantia para o risco nas perturbações da camada gasosa e inconstante que envolve o globo terrestre», «nos desarranjos repentinos das relações humanas», « nas presenças estrangeiras a desmoralizar mercados»…. e, etc. e tal… Porque, no Século XVIII, os raciocínios nas lavouras, obrigadas a produzir mercadorias às populações, ou no comércio interessado em diversificar apetites aos compradores e, também na incipiente indústria para alargar mercados, já se pensava em normalizar ganhos, entre proprietários, rendeiros e trabalho, pois que este entrou na mira das atenções especiais.
Criou-se a tendência de atenuar a rudeza, ainda vivaz da Idade Média, do Senhor para com o subalterno e que a Idade Moderna ( 1453-1789), para dar solução ao imbróglio, publicou livros, descobriu processos, completou tratados, multiplicou decretos para por « tudo a limpo». E a Idade Contemporânea, que iniciou a sua aventura, logo a seguir à Revolução Francesa ( 1789), pretendendo impedir o que nunca poderá ser evitado - desavenças a sério – nada acertou até agora, tudo continuando a andar, na esperança de se resolver no próximo… no próximo decreto … em qualquer país, europeu ou do Oriente ao Ocidente, por enquanto não designado…
O espaço terminou.
Até para a semana.



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