Nº 75POVO … PÓVOS… PROVÉRBIOS… UNIÕES… PACTOS…
A sabedoria da mente, envolve pequenas quantidades de sagacidade na observação do dia a dia e cozinha-as na frigideira da experiência, guardando-as como tempero, nos festins do ensino e nas refeições aos alunos aplicados. A esses aperitivos ou comprimidos saborosos, se atribui o nome de «Provérbios». Se possível fosse, recolhê-los e aplicá-los nos momentos exactos e atempados, promoveriam mais sábios às cátedras da prudência.
Na anterior crónica, estacionámos na Europa, no retalho variado na demarcação de países. Tranquilizámos o recurso a provas localizadas, na rendibilidade e no sabor das dádivas da agricultura, em companhia com legislação adequada aos usos e costumes mais arreigados nas sensibilidades reunidas a aparentar carácter e auto estima. As irregularidades dos terrenos, distribuição hidrográfica e donativos do subsolo, não uniformizavam abundância igualitária, garantida e bastante, para dispensar o gotejo do suor, no revolvo fertilizante à germinação da semente, retributiva do pão de cada dia. Trabalho, rudeza, finca-pé na jurisdição entre fronteiras, eis o orgulho da Europa para o que «desse e viesse».
Receptáculo de diversos invasores, os romanos, sobressaíram pelo alastramento da cultura, da arte, da língua, na faculdade de conceber e cumprir leis.
Depois dos exércitos de Roma, ( cerca de 476 DC) as «hordas» que não haviam alinhado com modos mais civilizados e com a União Europeia, sob a varinha mágica apresentada, por isso denominadas «bárbaras», desceram dos espaços menos produtivos onde se confinavam, para alargarem o seu bem estar, usufruindo benesses deixadas vagas pelos anteriores ocupantes. A tendência para a civilização, nos primeiros encontros, depara com a recusa feroz no aceite.
O afago do desenvolvimento progressivo, porém, devassa a rusticidade, como a tenra raiz rebenta a rocha para dar vida à planta que quer florir.
Os « bárbaros », sem dar nota de menos hábeis a retrucar ordens , encheram-se de importância e destruíram a unidade do império – a referida com emoção no Século XX, primeira UNIÃO EUROPEIA - substituindo-a por reinos independentes - Gália, Grã Bretanha, Espanha, Reino dos Ostrogodos, na Itália Cá está, todavia, a evolução irreprimível, imitando a forma de governar dos romanos.
Iniciado este desenvolvimento do progresso – gerir e praticar no fazer melhor – as restantes evidências da civilização, sucederam-se com naturalidade, sem pressões, na singeleza do quotidiano.
A outra parte, o Império Grego, ou do Oriente, ou Bizantino, ainda se aguentou cerca de dez séculos, com um imperador em Constantinopla, salientando-se a paixão dos gregos pelos espectáculos, satisfazendo-se com o «pão e circo», forma prática de amolecer coragem, diminuir a virtude… bajular a dignidade… desfalecer o vigor… findar o direito de subsistir.
Os árabes, raça judaica, que se afirmava descendente de Abraão, aproveitando a « deixa» Bizantina, aborrecidos de esmiuçar côdea ou miolo para a dentada, abandonaram os desertos da Arábia, investiram, acamparam e obtiveram bons sucessos na Europa, até Carlos Martel, os deter em Poitiers ( 732 DC. ) e o neto deste, Carlos Magno, retomar, em 800, o projecto da União Europeia, entrando em composição com um grande… grande País.
Após o falhanço de uma só grandeza, veio o feudalismo, triturar os mandos para tudo quanto usasse papel de nobre. Duques, condes, barões, emanciparam-se para serem «senhores absolutos» das suas propriedades. De Um Trono cheio e austeridade quanto baste, passou para miríades de «comandos». O velho provérbio « de oito ou oitenta», foi ultrapassado, a contento durante a Idade Média, que se prezou de «fomentar as guerras para desapossar os árabes das terras conquistadas».
Mas outra máxima popular, assenta que: - « volta a linhaça à cabaça».
O Imperador alemão Henrique I, «enxofrado» pelo desconforto de não ter mão na baralhada de quem mais manda, « puxou a brasa à sua sardinha». Fundou o governo militar. Convidou – sem aceitação de negativa – todos os envaidecidos com títulos de nobreza, para servirem no exército, sistema de amansar temperamentos, desenvolver a consciência de nação com autoridade moral e unir o respeito « mosqueteiro», de « um por todos e todos por um».
Cá estamos nós, envolto no provérbio « para grandes males grandes remédios». Henrique I e seus descendentes, devidamente fortalecidos, reavivaram o que parecia perdido e dado ao desbarato – « mandaram às malvas» conselheiros de « meia tigela». Henrique III, escolhia os Papas, «passava-lhes a mão pelo pêlo», investia no Estado e na Igreja. As nomeações de servidores e prelados, iam todas no mesmo rol, chanceladas pelo seu carimbo de ordens para cumprir.
Como nem tudo o que luz é ouro, o Papa Gregório VII, acabou com a brincadeira, enfrentando a rivalidade que daí proveio. Retomou o báculo entregue a S. Pedro, para harmonizar a Igreja na fidelidade para que foi criada.
As famílias reinantes, por maior experiência a mandar, não queriam « perder o tacho » e vai daí, quererem segurar o ceptro herdado e, se oportuno, tirar o do vizinho. Brigas e invasões resultaram mortos e feridos, em particular, porque os rendimentos da agricultura, pois que não havia outros «a botar mão», não facilitavam luxaria nas cortes e fortaleza nas desinteligências. Os valores recebidos dos vassalos e da plebe, em toda a Europa, eram espremidos, deixando o desconforto em todas as camadas sociais. As sujeitas a entregar parte do valor do trabalho, em paga do privilégio de poder matar a fome à família e as camadas superiores, com menos esforço para subsistir, mas encaixadas em limitados pousos de actividade, com obrigações de « dar o couro (corpo) ao manifesto» na defesa de quem os tratava com pouca delicadeza.
Os acordos, começaram a amenizar as convivências, pois « matar e, ou morrer », sem vislumbrar « riqueza que se visse » eram situações que começaram a repugnar na madrugada dos raciocínios. As tiranias saturavam a tomada de consciência, dos residentes nos patamares mais baixos , sempre com o « credo na boca », à espera das resoluções caprichosas e opressivas, do poder centrado no trono de um só parecer.
A pressão fez desabrochar «direitos e deveres, na Magna Carta, em 1215, ao expandir-se a «massa cinzenta» por nobres e plebeus, no matracar sempre na mesma tecla… do esforço do corpo da gente modesta para alcançar alimento e a obrigação de despender uma parte, nos impostos para o Rei, fundido ao Estado.
A cava, sempre exigente do reteso de braços e pernas, para tirar da fertilidade da terra, quase à justa, o necessário para a manutenção da vida, ultrapassou o cansaço da parte física e alojou-se no sector do espírito, onde as regalias se aformoseavam para entrar na cena alegre de «o Sol quando nasce é para todos».
Resumindo o que estamos a relatar, o primeiro ensaio de abrir as asas ao sonhado casamento da «União Europeia», levantou voo cerca de 200 anos antes de Cristo e chocou os ovos da esperança, até à queda de Constantinopla, pelos turcos, em 1453.
Largo período de Sóis, Sombras, Agitações de violência ao gosto das reprimendas, Horizontes de certezas, Paz confiante nos rufos de tambores …
Já basta, por hoje.
Até próximo.
Na anterior crónica, estacionámos na Europa, no retalho variado na demarcação de países. Tranquilizámos o recurso a provas localizadas, na rendibilidade e no sabor das dádivas da agricultura, em companhia com legislação adequada aos usos e costumes mais arreigados nas sensibilidades reunidas a aparentar carácter e auto estima. As irregularidades dos terrenos, distribuição hidrográfica e donativos do subsolo, não uniformizavam abundância igualitária, garantida e bastante, para dispensar o gotejo do suor, no revolvo fertilizante à germinação da semente, retributiva do pão de cada dia. Trabalho, rudeza, finca-pé na jurisdição entre fronteiras, eis o orgulho da Europa para o que «desse e viesse».
Receptáculo de diversos invasores, os romanos, sobressaíram pelo alastramento da cultura, da arte, da língua, na faculdade de conceber e cumprir leis.
Depois dos exércitos de Roma, ( cerca de 476 DC) as «hordas» que não haviam alinhado com modos mais civilizados e com a União Europeia, sob a varinha mágica apresentada, por isso denominadas «bárbaras», desceram dos espaços menos produtivos onde se confinavam, para alargarem o seu bem estar, usufruindo benesses deixadas vagas pelos anteriores ocupantes. A tendência para a civilização, nos primeiros encontros, depara com a recusa feroz no aceite.
O afago do desenvolvimento progressivo, porém, devassa a rusticidade, como a tenra raiz rebenta a rocha para dar vida à planta que quer florir.
Os « bárbaros », sem dar nota de menos hábeis a retrucar ordens , encheram-se de importância e destruíram a unidade do império – a referida com emoção no Século XX, primeira UNIÃO EUROPEIA - substituindo-a por reinos independentes - Gália, Grã Bretanha, Espanha, Reino dos Ostrogodos, na Itália Cá está, todavia, a evolução irreprimível, imitando a forma de governar dos romanos.
Iniciado este desenvolvimento do progresso – gerir e praticar no fazer melhor – as restantes evidências da civilização, sucederam-se com naturalidade, sem pressões, na singeleza do quotidiano.
A outra parte, o Império Grego, ou do Oriente, ou Bizantino, ainda se aguentou cerca de dez séculos, com um imperador em Constantinopla, salientando-se a paixão dos gregos pelos espectáculos, satisfazendo-se com o «pão e circo», forma prática de amolecer coragem, diminuir a virtude… bajular a dignidade… desfalecer o vigor… findar o direito de subsistir.
Os árabes, raça judaica, que se afirmava descendente de Abraão, aproveitando a « deixa» Bizantina, aborrecidos de esmiuçar côdea ou miolo para a dentada, abandonaram os desertos da Arábia, investiram, acamparam e obtiveram bons sucessos na Europa, até Carlos Martel, os deter em Poitiers ( 732 DC. ) e o neto deste, Carlos Magno, retomar, em 800, o projecto da União Europeia, entrando em composição com um grande… grande País.
Após o falhanço de uma só grandeza, veio o feudalismo, triturar os mandos para tudo quanto usasse papel de nobre. Duques, condes, barões, emanciparam-se para serem «senhores absolutos» das suas propriedades. De Um Trono cheio e austeridade quanto baste, passou para miríades de «comandos». O velho provérbio « de oito ou oitenta», foi ultrapassado, a contento durante a Idade Média, que se prezou de «fomentar as guerras para desapossar os árabes das terras conquistadas».
Mas outra máxima popular, assenta que: - « volta a linhaça à cabaça».
O Imperador alemão Henrique I, «enxofrado» pelo desconforto de não ter mão na baralhada de quem mais manda, « puxou a brasa à sua sardinha». Fundou o governo militar. Convidou – sem aceitação de negativa – todos os envaidecidos com títulos de nobreza, para servirem no exército, sistema de amansar temperamentos, desenvolver a consciência de nação com autoridade moral e unir o respeito « mosqueteiro», de « um por todos e todos por um».
Cá estamos nós, envolto no provérbio « para grandes males grandes remédios». Henrique I e seus descendentes, devidamente fortalecidos, reavivaram o que parecia perdido e dado ao desbarato – « mandaram às malvas» conselheiros de « meia tigela». Henrique III, escolhia os Papas, «passava-lhes a mão pelo pêlo», investia no Estado e na Igreja. As nomeações de servidores e prelados, iam todas no mesmo rol, chanceladas pelo seu carimbo de ordens para cumprir.
Como nem tudo o que luz é ouro, o Papa Gregório VII, acabou com a brincadeira, enfrentando a rivalidade que daí proveio. Retomou o báculo entregue a S. Pedro, para harmonizar a Igreja na fidelidade para que foi criada.
As famílias reinantes, por maior experiência a mandar, não queriam « perder o tacho » e vai daí, quererem segurar o ceptro herdado e, se oportuno, tirar o do vizinho. Brigas e invasões resultaram mortos e feridos, em particular, porque os rendimentos da agricultura, pois que não havia outros «a botar mão», não facilitavam luxaria nas cortes e fortaleza nas desinteligências. Os valores recebidos dos vassalos e da plebe, em toda a Europa, eram espremidos, deixando o desconforto em todas as camadas sociais. As sujeitas a entregar parte do valor do trabalho, em paga do privilégio de poder matar a fome à família e as camadas superiores, com menos esforço para subsistir, mas encaixadas em limitados pousos de actividade, com obrigações de « dar o couro (corpo) ao manifesto» na defesa de quem os tratava com pouca delicadeza.
Os acordos, começaram a amenizar as convivências, pois « matar e, ou morrer », sem vislumbrar « riqueza que se visse » eram situações que começaram a repugnar na madrugada dos raciocínios. As tiranias saturavam a tomada de consciência, dos residentes nos patamares mais baixos , sempre com o « credo na boca », à espera das resoluções caprichosas e opressivas, do poder centrado no trono de um só parecer.
A pressão fez desabrochar «direitos e deveres, na Magna Carta, em 1215, ao expandir-se a «massa cinzenta» por nobres e plebeus, no matracar sempre na mesma tecla… do esforço do corpo da gente modesta para alcançar alimento e a obrigação de despender uma parte, nos impostos para o Rei, fundido ao Estado.
A cava, sempre exigente do reteso de braços e pernas, para tirar da fertilidade da terra, quase à justa, o necessário para a manutenção da vida, ultrapassou o cansaço da parte física e alojou-se no sector do espírito, onde as regalias se aformoseavam para entrar na cena alegre de «o Sol quando nasce é para todos».
Resumindo o que estamos a relatar, o primeiro ensaio de abrir as asas ao sonhado casamento da «União Europeia», levantou voo cerca de 200 anos antes de Cristo e chocou os ovos da esperança, até à queda de Constantinopla, pelos turcos, em 1453.
Largo período de Sóis, Sombras, Agitações de violência ao gosto das reprimendas, Horizontes de certezas, Paz confiante nos rufos de tambores …
Já basta, por hoje.
Até próximo.



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