Nº 76 HISTÓRIA… A IRREQUIETA
Os acontecimentos que assinalam pontos importantes no roteiro da História, estão intimamente ligados ao cata-vento da pretensiosa mente humana. Quando menos se espera, o pacífico passa a guerreiro, a rotina salta à balbúrdia.
A submissão imposta pelo exército romano no espaço até onde lhe foi possível ocupar, permitiu pacificação moralizadora, aperfeiçoamento da linguagem falada e escrita, afirmação dos preceitos civis, como rasoira para retirar cúmulos nos temperamentos de pessoas, bens e categorias sociais.
O ordenamento territorial e da legislação comum , com ror de virtudes para os invadidos, caducou por banda dos mais fortes. Os romanos adormeceram à sombra do que julgaram ter completado a sua acção civilizadora. Deixaram que as forças turcas se fortalecessem, superintendendo a formação de uma nação independente – a Turquia.
A conquista de Constantinopla, em 1453, representou a última queda, de um ideal, iniciado nas necessidades de sobrevivência da pequena comunidade, que a custo vivia na região do Lácio. O arrebanho de um reduzido número de lutadores, armados de paus e pedras, para deter o roubo dos parcos alimentos que o solo cedia para a grei, do retoque a emendas mais completas, formou o exército que conquistou o mundo de então. Que era a Europa…
A meio da impressionante gesta, os romanos ter-se –hão dado conta da sua real posição europeia, mas aceitaram o dilema em que haviam caído, de ter de progredir sem renúncia ou fraquejo, ou confiar no descanso relaxado e ser engolido pela cobiça das populações que estavam a civilizar. O exército romano quis gozar as delícias do bem estar. Como o elástico retesado, volveu ao Lácio. A boa semente, lançada na Europa, todavia, criou raiz e ainda hoje, faz parte do alimento intelectual do nosso tempo. Desta sequência de épocas que alterou a ciência e a técnica, mas não consegue polir a temperança humana.
Afastada a temida presença do exército romano, em 1453, um padrão foi levantado, inscrevendo-se na face mais antiga: « Descansa, IDADE MÉDIA e no lado voltado para nós: Avança IDADE MODERNA.
Remetido o exército romano às origens, as esboçadas nações europeias, encorajaram-se a firmar unidade própria, resguardando o pensamento que se, de lá longe, daquele região com pobres condições de grandeza, havia acondicionado força superior às que defrontara pelo caminho, as delimitadas já existentes, se fortalecidas, também poderiam obter os mesmos resultados. A Inglaterra, a França, a Espanha, Alemanha, Suissa, Estados Escandinavos, Prússia, Polónia, Portugal, estimularam-se a por à prova, aproveitando o ensinamento de Roma, o «trilema»:
1 –Converter o Estado, ou Reino, no mais forte possível. - 2 -Ceder a vassalos e plebeus, mais regalias sociais, com o fim
de obter o pessoal que empunhe o arado para encher os
os celeiros e maneje a espada nos campos de batalha.
3 – Aproveitar a legislação romana, para diminuir a tentadora
deserção dos compromissos e deveres instituídos.
Os Países já com nome feito, assim aparelhados com mais matreirice diplomática, mas não correspondente aprendizagem administrativa, enfrentaram maior peso nos gastos dos dois primeiros lemas, sem visível aumento nas contribuições provindas da agricultura.
O que se deu num País, repetiu-se nos nove apontados.
O Produto Interno Bruto, no espaço que sustentou o exército romano, perdulário em arquitectura, acomodações e armamento, passou a alimentar exércitos, igualmente pródigos nos prazeres da vida, mas com maior número de ambições de independência. Repelir subordinação a outrem, não reprime gastos, pelo contrário, aumentam-nos, para superar forças e alindar Côrtes de Reis e Imperadores, afim de impressionar vizinhos e possíveis adversários, a ostentar riqueza não existente,
Portugal, desde o Primeiro Rei que lhe proclamou a independência – D. Afonso Henriques - consciente das suas limitações em extensão pedregosa acidentada, posição geográfica de prudência com o vizinho e alongada costa com o oceano, só poderia afastar perigos, se soubesse vencer as ondas para alcançar o ignoto, no mistério das distâncias, da «rosa dos ventos» e da voluntariedade dos seus filhos para sacrifícios e heroísmos. Contando 316 anos ( 1453 – 1137,Tratado de Tui) de desinteligências, sangue vertido nos campos de batalha, custos arrancados das raízes do Zé-Povinho, às cimeiras camadas sociais, tomou a atitude de ser protagonista de primeiro plano. Investiu nas «Descobertas». Foi ELE… foi Portugal que deu luzes à IDADE MODERNA e a «adubação» para a ciência e a técnica desabrocharem, no que viria a ser a IDADE CONTEMPORÂNIA.
Mas frise-se a ilação básica, de que os valores obtidos do solo e subsolo que constituíam os proventos de estabilidade dos povos europeus, ainda não perderam primazia na actualização social, não constando permissão a margens de folgas à prodigalidade. As galas nos Paços
Reais, eram «engodos», iluminação a derramar aparências aos confrades das outras nações, para suster cobiças e surripiagens. Bazófias de cofres cheios, a encobrir dificuldades na manobra de pagar o justo e o devido.
As desordens que envolveram a distinção dos povos europeus, durante a Idade Média, provieram dos que gastavam mais do que as suas posses e, para recuperar o desnível, pretendiam deitar mão ao sforço alheio. Solução pré-histórica, ainda mantida em fresca actividade, por ter adquirido o elixir da longa vida…
Na França, foi criado o exército e o imposto permanente, para desmiolar o feudalismo. A autoridade que os reis ingleses tinham em território francês, foi recambiada para o que realmente lhes pertencia.
A Inglaterra, não satisfeita com este retorno à «base», envolveu-se com a França, na Guerra dos Cem Anos ( 1337-1453), pois não se conformou com o pontapé sofrido, mas, é bem de ver, por ter perdido a fatia francesa, que não sendo muito suculenta, dava grande jeito, adicionada ao que, normalmente recebia do que trabalhava e produzia. A seguir, porque os nobres também fazem contas, especialmente de lucros, as Casas Lencastre e York, esbofeteiam-se na Guerra das Duas Rosas ( 1450- 1485 ), ganhando a que acabou com certo atavismo por entre os nobres e tomou «poder arbitrário» ou… despotismo férreo e ensanguentado, para acalmar os ânimos indomáveis.
Perdemo-nos neste embalo histórico e terminámos com o espaço concedido. Desculpe, leitor Amigo, continuaremos para a semana.
A submissão imposta pelo exército romano no espaço até onde lhe foi possível ocupar, permitiu pacificação moralizadora, aperfeiçoamento da linguagem falada e escrita, afirmação dos preceitos civis, como rasoira para retirar cúmulos nos temperamentos de pessoas, bens e categorias sociais.
O ordenamento territorial e da legislação comum , com ror de virtudes para os invadidos, caducou por banda dos mais fortes. Os romanos adormeceram à sombra do que julgaram ter completado a sua acção civilizadora. Deixaram que as forças turcas se fortalecessem, superintendendo a formação de uma nação independente – a Turquia.
A conquista de Constantinopla, em 1453, representou a última queda, de um ideal, iniciado nas necessidades de sobrevivência da pequena comunidade, que a custo vivia na região do Lácio. O arrebanho de um reduzido número de lutadores, armados de paus e pedras, para deter o roubo dos parcos alimentos que o solo cedia para a grei, do retoque a emendas mais completas, formou o exército que conquistou o mundo de então. Que era a Europa…
A meio da impressionante gesta, os romanos ter-se –hão dado conta da sua real posição europeia, mas aceitaram o dilema em que haviam caído, de ter de progredir sem renúncia ou fraquejo, ou confiar no descanso relaxado e ser engolido pela cobiça das populações que estavam a civilizar. O exército romano quis gozar as delícias do bem estar. Como o elástico retesado, volveu ao Lácio. A boa semente, lançada na Europa, todavia, criou raiz e ainda hoje, faz parte do alimento intelectual do nosso tempo. Desta sequência de épocas que alterou a ciência e a técnica, mas não consegue polir a temperança humana.
Afastada a temida presença do exército romano, em 1453, um padrão foi levantado, inscrevendo-se na face mais antiga: « Descansa, IDADE MÉDIA e no lado voltado para nós: Avança IDADE MODERNA.
Remetido o exército romano às origens, as esboçadas nações europeias, encorajaram-se a firmar unidade própria, resguardando o pensamento que se, de lá longe, daquele região com pobres condições de grandeza, havia acondicionado força superior às que defrontara pelo caminho, as delimitadas já existentes, se fortalecidas, também poderiam obter os mesmos resultados. A Inglaterra, a França, a Espanha, Alemanha, Suissa, Estados Escandinavos, Prússia, Polónia, Portugal, estimularam-se a por à prova, aproveitando o ensinamento de Roma, o «trilema»:
1 –Converter o Estado, ou Reino, no mais forte possível. - 2 -Ceder a vassalos e plebeus, mais regalias sociais, com o fim
de obter o pessoal que empunhe o arado para encher os
os celeiros e maneje a espada nos campos de batalha.
3 – Aproveitar a legislação romana, para diminuir a tentadora
deserção dos compromissos e deveres instituídos.
Os Países já com nome feito, assim aparelhados com mais matreirice diplomática, mas não correspondente aprendizagem administrativa, enfrentaram maior peso nos gastos dos dois primeiros lemas, sem visível aumento nas contribuições provindas da agricultura.
O que se deu num País, repetiu-se nos nove apontados.
O Produto Interno Bruto, no espaço que sustentou o exército romano, perdulário em arquitectura, acomodações e armamento, passou a alimentar exércitos, igualmente pródigos nos prazeres da vida, mas com maior número de ambições de independência. Repelir subordinação a outrem, não reprime gastos, pelo contrário, aumentam-nos, para superar forças e alindar Côrtes de Reis e Imperadores, afim de impressionar vizinhos e possíveis adversários, a ostentar riqueza não existente,
Portugal, desde o Primeiro Rei que lhe proclamou a independência – D. Afonso Henriques - consciente das suas limitações em extensão pedregosa acidentada, posição geográfica de prudência com o vizinho e alongada costa com o oceano, só poderia afastar perigos, se soubesse vencer as ondas para alcançar o ignoto, no mistério das distâncias, da «rosa dos ventos» e da voluntariedade dos seus filhos para sacrifícios e heroísmos. Contando 316 anos ( 1453 – 1137,Tratado de Tui) de desinteligências, sangue vertido nos campos de batalha, custos arrancados das raízes do Zé-Povinho, às cimeiras camadas sociais, tomou a atitude de ser protagonista de primeiro plano. Investiu nas «Descobertas». Foi ELE… foi Portugal que deu luzes à IDADE MODERNA e a «adubação» para a ciência e a técnica desabrocharem, no que viria a ser a IDADE CONTEMPORÂNIA.
Mas frise-se a ilação básica, de que os valores obtidos do solo e subsolo que constituíam os proventos de estabilidade dos povos europeus, ainda não perderam primazia na actualização social, não constando permissão a margens de folgas à prodigalidade. As galas nos Paços
Reais, eram «engodos», iluminação a derramar aparências aos confrades das outras nações, para suster cobiças e surripiagens. Bazófias de cofres cheios, a encobrir dificuldades na manobra de pagar o justo e o devido.
As desordens que envolveram a distinção dos povos europeus, durante a Idade Média, provieram dos que gastavam mais do que as suas posses e, para recuperar o desnível, pretendiam deitar mão ao sforço alheio. Solução pré-histórica, ainda mantida em fresca actividade, por ter adquirido o elixir da longa vida…
Na França, foi criado o exército e o imposto permanente, para desmiolar o feudalismo. A autoridade que os reis ingleses tinham em território francês, foi recambiada para o que realmente lhes pertencia.
A Inglaterra, não satisfeita com este retorno à «base», envolveu-se com a França, na Guerra dos Cem Anos ( 1337-1453), pois não se conformou com o pontapé sofrido, mas, é bem de ver, por ter perdido a fatia francesa, que não sendo muito suculenta, dava grande jeito, adicionada ao que, normalmente recebia do que trabalhava e produzia. A seguir, porque os nobres também fazem contas, especialmente de lucros, as Casas Lencastre e York, esbofeteiam-se na Guerra das Duas Rosas ( 1450- 1485 ), ganhando a que acabou com certo atavismo por entre os nobres e tomou «poder arbitrário» ou… despotismo férreo e ensanguentado, para acalmar os ânimos indomáveis.
Perdemo-nos neste embalo histórico e terminámos com o espaço concedido. Desculpe, leitor Amigo, continuaremos para a semana.



<< Home