América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

9 de setembro de 2006

Nº 68 … DESCULPAS…

Justificar, terá acento no desejo ou obrigação, de fornecer pontos que caibam em cima dos iis, pois nem todos se ajustam à carapuça das empertigadas letras, caprichosas em mudanças de posição. Para isso, a geometria, em rectas e círculos, dispõe de vasto material, pronto a arrumar conversa fiada ou de curta dimensão.
Legalidade, ou uma recta, basta para indicar princípio e fim do que é claro e incisivo. Anseios de farfância, usa segmentos de recta, unidos por semi-círculos de bazófia, no exercício alternativo, de cobrir de grinaldas de flores para enaltecer o artista. Decisões mal tratadas, no ciclo de preparo no molde do saber consciente, servem-se de círculos excêntricos, de diâmetro desigual, terminados por semi-recta amachucada na ponta, traduzindo o afocinhamento da congruência, por pressão do falhanço, parentesco com o gaguejo.
Eis como maus alunos em matemática, podem conseguir bom currículo profissional, na geometria aplicada ao método de actuar.
Munidos, assim, do acto divertido «Falar a verdade a Mentir» de Almeida Garrett, ficamos mais libertos para crer ou negar, pelejas e resultados de rapazes esforçados a apresentar abundância em ano de seca e carestia.
O Dr. Ramos Horta, repatriado na sua própria terra de nascimento, alivia o seu agravo patriótico, imputando as infelicidades de Timor, à ONU, à rivalidade das grandes potências, à guerra do Vietname, à passividade do Secretário Kurt Waldheim. A afeição à primeira Pátria que o identificou como cidadão de pleno direito, afaga os seus sentimentos e, cremos, não lhe irá ser fácil desapegar-se de tal afectividade, extravasada do âmago da dignidade e do respeito.
Abstém-se de referir a verdadeira origem da irrevogabilidade de acontecimentos, responsáveis pelas desditas do SEU mais íntimo País.
O actual Presidente, Xanana Gusmão, contou a posição de rectas e semi-círculos floridos, retirada de um dos esquemas geométricos, a que demos os principais tópicos, susceptíveis de se ramificarem em inumeráveis escoadouros. Talho de fouce, ou mestria de um perito na difícil ciência das relações internacionais, não fosse o senhor H. Kissinger, o dirigente da diplomacia dos Estados Unidos da América. Arcou com a responsabilidade de ter afastado a sua influência mais incisiva, no caso de Timor, pedindo uma desculpa florida, como se alguma falha tivesse tocado a missão difícil de defender os Estados Unidos, de entrar em aventuras militares, dispendiosas e imolação de vítimas.
O Senhor H. Kissinger, sabia que os estrategas americanos, possuíam o mapa corográfico da acidentada Ilha de Timor e concluíam que qualquer exército do mundo, teria muita dificuldade em obter sucesso em hipotética pretensão invasora, sem a dádiva de sacrifícios da alma da população. Portugal nunca havia praticado o «apharteid», fazia parte da convivência, era também o mesmo Povo, único aceitável como correligionário;
O Senhor H. Kissinger, lembrava-se que cerca de trinta anos antes, o Dr. Oliveira Salasar, estimava Timor como o Minho e Algarve, por Ele lutara e arriscara a Paz, para o conservar como uma jóia nacional, a valorizar a independência, obtida e firmada pelos nossos antepassados;
O Senhor H. Kissinger, admirara, tal como o Presidente Roosevelt, da argúcia, correcção e lealdade, do Dr. Oliveira Salasar, para, com firmeza, defender a neutralidade de Portugal, na guerra de 1939/1945, conseguindo evitar a ceifa de vidas e haveres do nosso modesto País;
O Senhor H. Kissinger, ouvira do Presidente Roosevel, a intenção de felicitar, pessoalmente o Dr. Oliveira Salazar, pela sua invulgar coerência na estratégia administrativa, que a morte repentina impediu;
O Senhor H. Kissinger, via com nitidez, que as decisões feitas à pressa, por homens/rapazes, de repente profetas e visionários, de paraísos aconchegados a uma nação prometedora do ouro só servir para dentaduras dos seus privilegiados concidadãos, estavam a enfraquecer a orgânica das nações ocidentais;
O Senhor H. Kissinger, avaliava a oferta, por um pequeno lote de angariadores do sorriso internacional, da extra- extra- ordinária distribuição, do património que pertencia a um Povo, completo, até então responsável e honesto;
O Senhor H. Kisinger, guiava com todas as suas responsabilidades actualizadas e ponderava a evolução dos acontecimentos imprevisíveis, meses antes e condicionantes da temperatura a dar à «guerra» que a América estava empenhada a não perder, para bem das nações que dependiam dessa segurança;
O Senhor H. Kissinger, não esquecido dos menos bafejados pela sorte, observava, triste e receoso, da pregação europeia a concordar, quanto a direitos, com o seu critério, mas afastado dos deveres correspondentes, em rodeios no fogo de artifício de palavras leves soltas ao vento;
O Senhor H. Kissinger, era profissional com todas as capacidades equilibradas. Não se quedava como mestre de «oráculo», a adivinhar trocadilhos de pitonisas. Olhava os problemas de frente, na linha recta de interesse do seu País;
O Senhor H. Kissinger, em missão diplomática, deu toque de satisfação ao Presidente Xanana e até de amizade. Não pretendeu choramingar, em nosso entender, que se culpasse por não ter receitado acupunctura, para curar o que não tinha remédio.
Separemo-nos do Senhor H. Kissinger e aproximemo-nos de nós, sinceros, a avaliar problemas, inteirinhos a dar o seu a seu dono.
Animosidades, dentro e fora das nações, logo chamam a América para arrumar esses desentendimentos. É o que amiudadamente ouvimos e lemos na comunicação social. Logo que é satisfeita essa intromissão, com gastos de verbas e mortes de soldados, chovem, sem cessar, cataratas a adoentar os olhos do mundo, em pregões acusatórios, de apetência no mando e intenções de domínio universal. Contra projectos idealizados, opostos a projectos inteligentes…
Meia, ou uma centena de amadores de idealismos em moda, de nacionalidade portuguesa, para receberem a mensalidade da ordem, resolveram isolar o País a que pertenciam, na ponta do sudoeste europeu, no lugarzinho, onde nascera, por coragem de D. Afonso Henriques, tendo , por receio de maior vergonha no escândalo, concedido as duas primeiras lâmpadas que clarearam as Descobertas – Madeira e Açores. Jactância de rapazes que se deixaram arrastar por mestres espertalhões, sem lastro para esconder impudência…
Então, nos ocorre a pergunta:
Será que competiria à América, ou a outro País do Mundo, a obrigação de remediar tamanho desconcerto?
Cajados juntos, formavam feixe resistente às atribulações malmandadas do Homem, da Natureza, das conjunturas repentistas. Soltos os apoios mútuos, encolheu-se a força para vencer o direito de escolha de fronteiras, para separar usos, costumes e as leis de cada povo.
Velas rotas, marinheiros em tirocínio, porões aliviados de carga, naus servem-se de remos, no mar borrascoso da globalização…
O cravo vermelho rosa, não embelece na lapela do Portugal -Velho...
Até próximo.