Nº 59 ....DE RAPAZES
Esta crónica, faz parte da anterior. Juntando-se os títulos, de imediato se compreenderá ser uma só. COISAS... DE RAPAZES. Prossigamos nestes nossos arrazoados.
As ilações, retiradas a «olho nu», do que estivemos a transcrever de jornais desta cidade, quererá dizer, com a crueza de factos consumados, que as ocorrências do ano de riscos e marés, de 1974, foram encaminhadas por «rapazes», ainda na escola de treino para abarcar as consequências exactas na estabilidade e desenvolvimento de uma Nação.
O texto do ofício emanado do Governo de Angola, não pode ser considerado, como redigido por alguém responsável por actos humanos que afirma defender. Ao lê-lo, pela primeira vez, pareceu-nos tratar-se de brincadeira entre amigos, a fingir importância, desafiando os colegas, mas acabando na risota habitual, feitas as pazes, sem magoar ninguém.
A segunda leitura, salientou-nos a palavra «glorioso», fez-nos lembrar «fanático da bola», mas esse deixa as fúrias do partidarismo impulsivo, depois do golo favorável, embora a tristeza o acompanhe depois do sofrido. A redacção, era, sem dúvida de pessoa desconhecedora do tecido social, ao vincar «se arruine toda a estrutura capitalista». Visionário do descer e levantar do pano, da peça infantil: «Rosa... no Universo das técnicas...Construir e edificar, à medida do nascituro...». Saberá os efeitos do mau tempo marítimo, mas desconhecerá as tempestades a que está sujeito o «movimento fiduciário», que soçobra muitas mais vezes do que o da sua especialidade…
Não se enquadrando nas hipóteses anteriores, cismámos tratar-se de espírito intolerante, o que nos levou para o lado de doença.
Sendo quase nulos, os nossos conhecimentos em medicina e com o fim de obter alguma aproximação, compulsámos, a Enciclopédia VISUM, a rebuscar estados mentais, em que estariam enredados os nomes das pessoas mencionadas no «ofício», o que assina e os Kamaradas. «Esquizofrenia», baptizada pelo psiquiatra E. Bleuter, antigamente chamada de «demência precoce», foi a enfermidade que nos pareceu aplicável neste caso. Mas não temos a certeza, pois tamanhos desconchavos, talvez tenham outras «alcunhas» científicas ou de gíria com sola do pé batida no chão.
De atentar as notas escritas à mão Rosa Coutinho e ler com atenção, a avisar importância para não ser discutida. Em primeiro lugar, destacando quem assina o «comunicado» - posição do EU no comando -, a seguir o obrigatório das ordens sem questiúncula e terminando no subserviente que as tem de cumprir. A forja da autoridade poderosa e o punhal afiado da obediência passiva.
Exteriorização de sentimentos extravagantes, análoga à brincadeira de gaiatos, quando se entretêm no jogo de « polícias e mariolas». Os «maus» que se escondem e devem ser destruídos e os «bons», que têm de ser os únicos a escapar, exemplos do direito a usufruir as mercês de respirar e consumir alimento.
Justiça Rosa... vice-almirante.
É nosso intento, apreciar as transcrições de jornais, apresentadas nestas nossas duas últimas crónicas para se fazer uma ideia da cultura de alguns intervenientes, no quarto mês de 1974. A primeira, está feita. Vamos à segunda.
Jornal AÇORES de 14-12-1974:- DESCOLONIZAÇÂO.
Sobressai um plenipotenciário, a entregar a mais valia de Portugal, o seguro maior da independência – o ultramar – e mais 6 milhões de contos do « erário público ( dinheiro de todos os outros portugueses e uma migalha do seu), lavando as mãos para 1975, que a «bondade» não podia ser repetida. O empossado no cargo de juiz e agente do Ministério Público, era daimoso.
Portugal, na altura, tinha nomeado um Governo Provisório, portanto com poderes limitados, não constando que o órgão da JUSTIÇA, tenha sido consultado. Onde estaria a legalidade, do dito intermediário se arvorar em árbitro e leiloeiro? Revolução, espalha-se na fragilidade de uma força passageira, ainda em preparo para a estabilidade, até tempo de pensar... e medir o alcance de decisões.
Fala-se que compete ao Povo, decidir, sobre questões importantes, em acto eleitoral. A divulgação filosófica, diz chamar-se referendos ou plebiscitos, recebendo o cidadão um papel, para escrever uma cruz no sítio do seu parecer.
As Províncias Ultramarinas, posse do POVO, foram distribuídas, por um partido, um reduzido número de pessoas. E pelo que se leu no ofício emitido pela «repartição de gabinete do governo geral de Angola», da agremiação que já vinha, desde muitos anos atrás, a semear o seu intrínseco mau humor, no seio nacional, utilizando pólvora em armas e bombas, se uniu em 1921, para agradar a tendência imitante de alguns portugueses e conceder à União de Lenine, o patronado da sua imaginária grandeza.
O processo de acção demolidora, sem respeito do semelhante, desse núcleo de pessoas, impôs a presença de segurança reforçada, para impor submissão às leis e tornar confiante, o direito de andar na rua. Foram as explosões de pólvora comprimida, em atentados para amedrontar, espalhando sofrimento, inquietações e prejuízos, que deram o conselho à formação da Polícia Internacional de Defesa do Estado. A Ordem Pública, antes, era assegurada por uma corporação, quase rudimentar, para deter as reacções broncas, das explosões temperamentais da época. Não necessitava de especializações detalhadas para encontrar os pontos fracos dos insurrectos.
O reforço de «rublos» e directrizes de «trabalho», exigiram aperfeiçoamentos no modo de defender o Estado soberano e o cidadão obscuro e pacato, desejoso de considerar afastados sustos e perigos.
A que foi chamada PIDE, nasceu para proteger. Não para capturar anjos descidos do céu... com registo de penitências e contrições... como os que, hoje se postam para a fotografia dos ingénuos... Os actos constantes no Código Penal de então, não foram alterados, pelo que as penas permanecem as mesmas, embora, actualmente, bastas vezes desprezados pelos faltosos que ascendem ao patamar das governações e, por esse salto, se isentam do julgamento em Tribunal, legalizado e imparcial.
O ressentimento de sofrer agravo, de elementos policiais, no período da ditadura, deveria merecer a devida atenção das entidades competentes. Insuficiente a desculpa singela de ser contra o regime, pois se a democracia quer ajuste de contas, teria de enumerar os que o aprovavam.
Como isso não seria concludente, passados os anos, um LIVRO BRANCO, a descrever os motivos de perseguições e eventual permanência em cárcere ou desterro, descrito por escritor autónomo, coadjuvado por representantes conhecedores da realidade, traria mais claridade à presente situação do agora acuso eu, logo defendes tu. Os currículos de cada um dos então perseguidos, ditos sem malícia, completariam as informações. Acreditamos que viria a ser livro de ensino para esconjuro dos propalados males do passado e exemplo para opções em modalidades futuras.
Esta nossa sugestão, resulta de já ter sido discutido e ensaiado, nas competentes esferas governamentais, o perfilhamento de uma polícia especializada na defesa do Estado. A necessidade, aguça a cautela de amansar falta de temperança.
A anterior vigilância da tranquilidade, foi estigmatizada. A substituta, embora tenha incluído, estamos em crer, castidades não mencionadas nos métodos conhecidos… foi desaprovada, quiçá…. por algum sector ressentido de vir a ser apanhado nas malhas do que iria assinar. Consciência limpa, não teme a luz das precauções…
Até próximo!
As ilações, retiradas a «olho nu», do que estivemos a transcrever de jornais desta cidade, quererá dizer, com a crueza de factos consumados, que as ocorrências do ano de riscos e marés, de 1974, foram encaminhadas por «rapazes», ainda na escola de treino para abarcar as consequências exactas na estabilidade e desenvolvimento de uma Nação.
O texto do ofício emanado do Governo de Angola, não pode ser considerado, como redigido por alguém responsável por actos humanos que afirma defender. Ao lê-lo, pela primeira vez, pareceu-nos tratar-se de brincadeira entre amigos, a fingir importância, desafiando os colegas, mas acabando na risota habitual, feitas as pazes, sem magoar ninguém.
A segunda leitura, salientou-nos a palavra «glorioso», fez-nos lembrar «fanático da bola», mas esse deixa as fúrias do partidarismo impulsivo, depois do golo favorável, embora a tristeza o acompanhe depois do sofrido. A redacção, era, sem dúvida de pessoa desconhecedora do tecido social, ao vincar «se arruine toda a estrutura capitalista». Visionário do descer e levantar do pano, da peça infantil: «Rosa... no Universo das técnicas...Construir e edificar, à medida do nascituro...». Saberá os efeitos do mau tempo marítimo, mas desconhecerá as tempestades a que está sujeito o «movimento fiduciário», que soçobra muitas mais vezes do que o da sua especialidade…
Não se enquadrando nas hipóteses anteriores, cismámos tratar-se de espírito intolerante, o que nos levou para o lado de doença.
Sendo quase nulos, os nossos conhecimentos em medicina e com o fim de obter alguma aproximação, compulsámos, a Enciclopédia VISUM, a rebuscar estados mentais, em que estariam enredados os nomes das pessoas mencionadas no «ofício», o que assina e os Kamaradas. «Esquizofrenia», baptizada pelo psiquiatra E. Bleuter, antigamente chamada de «demência precoce», foi a enfermidade que nos pareceu aplicável neste caso. Mas não temos a certeza, pois tamanhos desconchavos, talvez tenham outras «alcunhas» científicas ou de gíria com sola do pé batida no chão.
De atentar as notas escritas à mão Rosa Coutinho e ler com atenção, a avisar importância para não ser discutida. Em primeiro lugar, destacando quem assina o «comunicado» - posição do EU no comando -, a seguir o obrigatório das ordens sem questiúncula e terminando no subserviente que as tem de cumprir. A forja da autoridade poderosa e o punhal afiado da obediência passiva.
Exteriorização de sentimentos extravagantes, análoga à brincadeira de gaiatos, quando se entretêm no jogo de « polícias e mariolas». Os «maus» que se escondem e devem ser destruídos e os «bons», que têm de ser os únicos a escapar, exemplos do direito a usufruir as mercês de respirar e consumir alimento.
Justiça Rosa... vice-almirante.
É nosso intento, apreciar as transcrições de jornais, apresentadas nestas nossas duas últimas crónicas para se fazer uma ideia da cultura de alguns intervenientes, no quarto mês de 1974. A primeira, está feita. Vamos à segunda.
Jornal AÇORES de 14-12-1974:- DESCOLONIZAÇÂO.
Sobressai um plenipotenciário, a entregar a mais valia de Portugal, o seguro maior da independência – o ultramar – e mais 6 milhões de contos do « erário público ( dinheiro de todos os outros portugueses e uma migalha do seu), lavando as mãos para 1975, que a «bondade» não podia ser repetida. O empossado no cargo de juiz e agente do Ministério Público, era daimoso.
Portugal, na altura, tinha nomeado um Governo Provisório, portanto com poderes limitados, não constando que o órgão da JUSTIÇA, tenha sido consultado. Onde estaria a legalidade, do dito intermediário se arvorar em árbitro e leiloeiro? Revolução, espalha-se na fragilidade de uma força passageira, ainda em preparo para a estabilidade, até tempo de pensar... e medir o alcance de decisões.
Fala-se que compete ao Povo, decidir, sobre questões importantes, em acto eleitoral. A divulgação filosófica, diz chamar-se referendos ou plebiscitos, recebendo o cidadão um papel, para escrever uma cruz no sítio do seu parecer.
As Províncias Ultramarinas, posse do POVO, foram distribuídas, por um partido, um reduzido número de pessoas. E pelo que se leu no ofício emitido pela «repartição de gabinete do governo geral de Angola», da agremiação que já vinha, desde muitos anos atrás, a semear o seu intrínseco mau humor, no seio nacional, utilizando pólvora em armas e bombas, se uniu em 1921, para agradar a tendência imitante de alguns portugueses e conceder à União de Lenine, o patronado da sua imaginária grandeza.
O processo de acção demolidora, sem respeito do semelhante, desse núcleo de pessoas, impôs a presença de segurança reforçada, para impor submissão às leis e tornar confiante, o direito de andar na rua. Foram as explosões de pólvora comprimida, em atentados para amedrontar, espalhando sofrimento, inquietações e prejuízos, que deram o conselho à formação da Polícia Internacional de Defesa do Estado. A Ordem Pública, antes, era assegurada por uma corporação, quase rudimentar, para deter as reacções broncas, das explosões temperamentais da época. Não necessitava de especializações detalhadas para encontrar os pontos fracos dos insurrectos.
O reforço de «rublos» e directrizes de «trabalho», exigiram aperfeiçoamentos no modo de defender o Estado soberano e o cidadão obscuro e pacato, desejoso de considerar afastados sustos e perigos.
A que foi chamada PIDE, nasceu para proteger. Não para capturar anjos descidos do céu... com registo de penitências e contrições... como os que, hoje se postam para a fotografia dos ingénuos... Os actos constantes no Código Penal de então, não foram alterados, pelo que as penas permanecem as mesmas, embora, actualmente, bastas vezes desprezados pelos faltosos que ascendem ao patamar das governações e, por esse salto, se isentam do julgamento em Tribunal, legalizado e imparcial.
O ressentimento de sofrer agravo, de elementos policiais, no período da ditadura, deveria merecer a devida atenção das entidades competentes. Insuficiente a desculpa singela de ser contra o regime, pois se a democracia quer ajuste de contas, teria de enumerar os que o aprovavam.
Como isso não seria concludente, passados os anos, um LIVRO BRANCO, a descrever os motivos de perseguições e eventual permanência em cárcere ou desterro, descrito por escritor autónomo, coadjuvado por representantes conhecedores da realidade, traria mais claridade à presente situação do agora acuso eu, logo defendes tu. Os currículos de cada um dos então perseguidos, ditos sem malícia, completariam as informações. Acreditamos que viria a ser livro de ensino para esconjuro dos propalados males do passado e exemplo para opções em modalidades futuras.
Esta nossa sugestão, resulta de já ter sido discutido e ensaiado, nas competentes esferas governamentais, o perfilhamento de uma polícia especializada na defesa do Estado. A necessidade, aguça a cautela de amansar falta de temperança.
A anterior vigilância da tranquilidade, foi estigmatizada. A substituta, embora tenha incluído, estamos em crer, castidades não mencionadas nos métodos conhecidos… foi desaprovada, quiçá…. por algum sector ressentido de vir a ser apanhado nas malhas do que iria assinar. Consciência limpa, não teme a luz das precauções…
Até próximo!



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