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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

26 de dezembro de 2005

Nº 38 ... DA UNIDADE...

UNIÃO, palavra que tem acento no sagrado, no profano e no genérico simples, ou acompanhado de arrebites, ferro de soldar ou promessas de bom comportamento. Cada conjuntura vale pela resistência da força que liga e mantém firmeza.
Com igual amenidade das anteriores, continuemos esta nossa cavaqueira, no que nos tem atraído a atenção, nos meandros da bem parecida deferência para com o semelhante.
A crónica anterior, descreveu, a traços ligeiros, os retalhos das fronteiras que dividem as nações no Velho Continente, e os modelos empertigados, de uso corrente, quando se relacionam e enfrentam as questões que tratam interesses comuns. Enquanto não dependentes, a normalidade, dura tempo razoável de cumprimentos amigáveis de distância a distância, de palácio a palácio. Quando se trata de junções, diz-se que sim, mas também... escaramuças ameaçam mal-entendidos ou verdades desafrontadas e expulsam estragos materiais e morais que demoram a renovar, mal desvanecendo a cicatriz.
A UNIÃO EUROPEIA, é um desígnio a aliciar simpatia na candura da ideia. A forma, todavia, retém problemas muito a propósito para meditar. Desde há 2.000 anos vem sendo pensada com a «varinha» das cores do Arco Íris, regida por um só maestro de pulso forte, que retire a espoleta ao fogo de artifício que entusiasme as multidões a visar o céu e disfarce os cómodos sustentados na Terra.
A ideia, com a potência de ilimitado alcance, aprova, resolve, confirma, distribui, igualiza ... enche o contentamento. Alegria nos vales, nos montes, derrube das fronteiras, produção a fartar, o sobejo para os momentos de lazer. Segurança nos Anjos e Arcanjos, descidos do alto para exercerem o mando... impoluto e prudente. Ideia nas condições do mais claro primado...
Ideia. Nascida ingénua e rústica, não é mais que a primeira parte do parecer inteligente. A complementaridade, o que lhe adiciona perícia, equidade - o imparcial entendimento -, associa paciência, estudo, perseverança e ... educação. A Terra, no seu giro, não dispensa a gravidade dos satélites. A IDEIA, na sua função evolutiva, deprecia-se, sem o apoio ilimitado dos fecundos adjutores.
A História e a psicologia do Homem, porém, são desavergonhados desmancha prazeres. Não alinham no que não escrevem, nem o Homem cai em acreditar no transplante do Paraíso para os Séculos XIX, XX e XXI.
Reaprendamos a História, o que escreveu durante a supremacia da agricultura, da cavalaria, dos ferreiros nas oficinas, a forjar elmos, sapatos para as bestas, trama das cotas para armaduras e temperando espadas.
Reavive-se a compacta lição para por a cismar quem se interessa comparar o dificultoso passado, no derrame, nestes contemporâneos dias, da ciência e da técnica dentro e fora das nossas casas, com transportes e condutores às ordens.
Atribuamos preferência à Itália, donde partiu a primeira investida para passar o certificado de comunhão de bens dos países europeus.
Os magotes de errantes – etruscos, gregos, latinos, sabinos, etc.- que se estabeleceram no Lácio, onde Roma se situa, desde o princípio, trabalharam, arduamente para não lhes faltar o essencial para a nutrição. O sal, explorado em salinas na foz do Rio Tibre, era o principal produto a atrair rendimento.
A Itália, estende-se em regiões áridas, mais favoráveis à criação de gado, excepto as planícies do Pó a da Campânia, mais dadivosas a quem se esforça para retirar da terra o necessário para acalmar o aparelho digestivo.
Preparar os homens robustos para defesa do modesto espaço das suas famílias, foi uma necessidade de sobrevivência, que o aumento da população forçou a melhoramentos para acompanhar o emprego e sair na disputa aonde houvesse mais abundância.
A soberania, desde os tempos bíblicos, aos históricos, até aos actuais, não conseguiu suprimir o uso da força, para estabilizar a obediência. A luta, foi sempre a privilegiada nos benefícios honoríficos que ensoberbeciam e ainda engrandecem, as peitaças dos distinguidos. Os mais cuidadosamente escolhidos preceitos de orientação em sociedade, que se reuniram em código e se chamou LEI, sempre padeceu a contradança de malta rebelde. Contradizer, estorvar, denegrir, ofender, contrariar, restauram o elixir dos deuses, em espíritos mal aprendidos, que não servem de exemplo ao convívio desejado e aprazível.
O disfarce actual de remir energia, por polémica que enrubesce a face dos envergonhados, embora em diminuição de fazer pensar e encobre a coisa certa, dos versados em desculpas na roda do oportunismo, a avolumar o saldo, será esburacar o que resta do respeito, da honra, da autoridade... e incitar ao alastramento da antipatia, actual tema fanerogâmico que produz flor, mas expõe cardos como fruto .
Desculpe leitor amigo, não temos emenda. Despistámo-nos, mais esta vez. Regressemos à escola dos tempos.

Foram ao Romanos, os primeiros que decidiram constituir a União Europeia. Para saber o porquê, temos estado a esquadrinhar a vida do povo italiano, que lhe deu origem.
Não descortinamos, riqueza e abundância. Trabalho e luta, de Norte a Sul da Península, que nem dispunha de muitos portos para agiotagem, meio eficiente de persuadir gentes ao negócio e morada fixa.
O Homem, contra previsões, escusou dificuldades e escolheu a superfície, que proporciona futuro. Fez a sua casa. Cavou o solo encharcado, drenou as águas excedentes e colheu o preciso para a vida normal. Outros vieram bifar-lhe do esforço e que fazia falta à Família. Não gostou. Sentiu-se lesado no trabalho e desgostoso com o sumiço dos produtos que também eram dos filhos. Agrupou os Homens válidos. No mato escolheram os mais jeitosos varapaus para atingirem as cabeças dos visitantes furtivos e mal intencionados. Nasceu o exército. E...
Até próximo, caro leitor.