América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

26 de dezembro de 2005

Nº 29 A AMÉRICA E OS SALVADOS DE HOMERO

De 900 a 400 anos AC., uma, duas ou mais inteligências, sobressaíram, a escrever duas epopeias, A ILÍADA e a ODISSEIA, merecedoras de estudo pelos Séculos fora, num misto de surpresa à cultura da época e espanto à construção da linha melódica aliada à poética. Essa intelectualidade - ou mais que uma- pretendeu e conseguiu homenagear os seus concidadãos.
Naqueles dois poemas, foi exaltada a mentalidade do seu tempo, conferindo-a já com «fôlego» para apreciar o grau de nobreza do sentimento emocional, ante as reacções da coragem e da generosidade.
Essa mente superior – repetimos, ou mais outras – imprimiu tal genialidade àquelas duas obras, que depois de quase três mil anos, poucas mais se lhes podem igualar. Uma é, para orgulho nacional, os nossos Lusíadas. Luis de Camões, também impôs ao seu talento, a obrigação de colocar o nome de Portugal em moldura saliente, merecida por sacrifícios e valentia, para que os portugueses se orgulhassem o mais largo tempo possível e se articulassem protectores da independência. De 1580 a 1974, foi o período áureo da sua validade. Pois que ... após ... o viço se vem a definhar..
Os LUSÍADAS, porém, perduram pela sua própria superioridade, pela narrativa impressionante e bela, a par da ILÍADA e ODISSEIA... O passado...a saudade ...até depois do esvair do orgulho de ser português, LUIS DE CAMÕES, será sempre o recordador da têmpera da Nação, mesmo evaporada na ideologia transitória de uso corrente.
Apesar das incertezas existentes de quem seja o, ou os autores, uma só assinatura na ILÍADA e na ODISSEIA - HOMERO.
Este mesmo nome, pela primeira vez, dá notícia de ter flutuado para além das COLUNAS DE HÉRCULES, como era conhecido o ESTREITO DE GIBRALTAR, um Continente, ou uma grande Ilha, com população civilizada e trabalhadora, chamada ATLÂNTIDA.
Homens de estudo, duvidaram da veracidade desse escritor envolto no mistério de ser só um, ou representar seguidores que completaram as obras.
Aspirando desvendar a verdade dos entrechos, magistralmente poetados dessas duas epopeias imortais, cientistas têm escavado, no território grego e posto às claras ruínas e esqueletos, que mostram ter existido a cidade de TRÓIA nos locais onde decorreram as tragédias e construções reduzidas a cinzas, comprovam os incêndios dramatizados.
HOMERO, tem tido a boa fortuna, de estar a alguns passos de ser acreditado, no todo ou, pelo menos, em alguns dos acontecimentos epopeicos.
Muitos livros e filmes, actualmente, distribuem estas descrições, a quem sente prazer no estudo de História. Os HERÓIS, Helena, Páris, Ulisses, Aquiles e outros passaram a ser conhecidos.
Para a Atlântida, de nada servem pás ou picaretas, escafandros, batiscafos ou submarinos, para esbater, clarear ou por termo às suspeitas da sua real existência. Consta que os «salvados», serão as Ilhas dos Açores, que a altura dos picos, terá defendido da completa submersão.
Por ter sido o primeiro escritor a referir-se – com verdade ou repisa oral - à localização destas nossas Ilhas, dedicamos o título desta crónica ao nome imortal de HOMERO, quer tenha sido um só poeta, ou acolha muitos mais intérpretes da alma e da dignidade. O ente que pensa e ama, é obrigado a multiplicar ideias.
A nossa tendência para a excepção, leva-nos a compulsar a «Enciclopédia Visum»- 1974- Tomo 4- pág. 23 e 191. Pretensão nossa, de valia muito relativa. Mas, enfim, uma teimosia, se calhar, a mais... diluída na imensidade dos eruditos na matéria.
Encaramos com a condicional «SE». Atontada, nada afirma, mas entra no questionário... acredita... contradiz...
Se a Terra conta a bonita idade de três biliões de anos....
Se só existia um Continente... o PANGEAEA ...
Se aos 225 milhões de anos, na IDADE TRIÁSICA, começa a DERIVA CONTINENTAL, separando a América do Sul, da África....
Se aos 180 milhões de anos, no JURÁSSICO, cabe a vez da América se afastar da Europa, cedendo o Estreito de Bering à Ásia ...
Se o Oceano Atlântico se interpôs, entre o Continente Americano, a Ásia, a Europa e a África...
A resposta, será: no hemisfério Sul, poderá aceitar-se que a «barriga» do Brasil, entraria no Golfo Guiné, «mais légua, menos metro».
No Hemisfério Norte, parece, à vista desarmada e ausência de «pesos e medidas» adequadas, o espaço, Golfo do México- Europa, contém mar a mais e terra firme a menos.
E, lá vem aquela pergunta – à escolha - que se põe, para conciliar a dúvida quezilenta com a verdade encoberta:
Terá pertencido, essa alargada superfície de mar, à ATLÂNTIDA de HOMERO? Ou então: As Ilhas dos Açores serão os «salvados» da ATLÂNTIDA? Ou ainda: Ocupará o Arquipélago dos Açores, um lugar de arrependimento no coração da América, por ter deixado desprender-se do seu território, um ponto de apoio para, de um pulo, se aproximar dos outros continentes que, com ela, completam o Mundo?
Às três hipóteses, escolhemos ser indelicado, a não cair em dislates fantasiosos. Calar, é prudência e respeito a quem estuda. Mas podemos transmitir factos dos nossos dias, que, não respondendo ao nebuloso por milhares de anos, expressam a realidade do que estamos a presenciar, com os sentidos alertados.