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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

26 de dezembro de 2005

Nº 14 A PEDRA E O NEOLÍTICO

A « PEDRA DE PLIMOUTH», nem de chofre, nem de observação vagarosa e cuidada, se atrai curiosidade digna de lhe serem dedicadas linhas ou frases a realçar atributos próprios ou de empréstimo. Nada, mesmo nada de especial.
A causa de ser resguardada para servir o ensino, todavia, assume os princípios da cortesia e da ordem. Estava no sítio certo, no nível amigável das ondas, para receber na sua face fora de água, os cérebros, em plena pujança de educação e cultura, da tripulação do Mayflower, em 1620. Só isso. A Afigurar-se-á, que teria sido honra demasiada para tão breve classificação, pois que outros ranchos foram enviados para a América, com carga intelectual inglesa tão pesada como a de 1620.
O Rei Jaime I ( 1566- 1625) da Inglaterra e Escócia, filho da protestante Maria Stuart, inteligente e erudito, todavia, segundo consta, de coerência insegura, mas consciente no governar, admitiu e iniciou a colonização permanente na América, com «cabeças equipadas de civismo».
Quanto, pelas valiosas consequências, resultantes do somatório das levas de emigrantes com as faculdades do espírito desenvolvidas, que só a ciência e a técnica, desde então distribuídas nas sociedades, colocarão alguns pontos de vantagem às actuais..... .
Chegaram à América, mais outros da França, Espanha, Itália, Portugal, etc. mas não tão coadas de «educação» como as inglesas.
É aí, que a data de 1620, se ressalta e se distancia das vindouras.
O filósofo alemão Leibnitz ( 1646-1716) – notar as datas de nascimento e morte, a seguir das do Rei Jaime I da Inglaterra - afirmava : Dai-me educação, que eu mudarei a face da Europa, em menos de um Século.

Desviemo-nos, por algum tempo, desta análise de causas e efeitos, olhada de esguelha pelos hábitos correntes com a chancela «sem importância» e estudemos algumas características do povo, ou das gentes, ou das etnias, ou das famílias que habitavam a América, quando da chegada dos novos povoadores no tal ano de 1620. Para saber o «depois», desta data, convém fazer algumas escavações para topar os remanescentes que resistiram aos desbarates do pó e dos anos. Será aproveitar o tempo.
Em começo, não fica feio pedir desculpa dos nossos enganos no decorrer destas crónicas. A antropologia, tem os seus preceitos, nós as falhas do costume. A antropologia, contudo, é mais volúvel do que nós. A cada nova ossada ou lascas de pedra que descobre, acrescenta ou altera o que está afirmado em edições de prestígio científico. E nós temos de acompanhar os últimos escritos, se quisermos deixar de acertar na enferrujada ferradura e bater no cravo, que é dizer nos indícios mais actualizados . É o que vamos narrar sem custo, mas, mantendo a reserva de dar ao futuro, a prioridade da divulgação das minúcias do remoto, que os milénios soterraram, transformando-as em enigmas.
Para o nosso estudo, o volume 9, da Revista Científica NATURÁLIA.
Os elementos de existência do Homem na América, datam de 70.000 anos, num esqueleto achado em San Diego, na Califórnia e instrumentos líticos na Serra Nevada, com a bonita idade de 100.000 anos. Daí para cá, os já referidos 10, 20, 30 ou mais milhares de anos dos episódios do Estreito de Bering, a experimentarem a evolução normal dos crânios e das instalações do discernimento, nos conteúdos neuróticos.
Os achados líticos, caracterizam-se por pontas de flecha triangulares e pontas de base côncava
Os utensílios de moagem, generalizaram-se há cerca de 10.000 anos A. C. e partindo das planícies, os vestígios seguem preferências para os recursos marinhos, a facilitarem a dieta, além de carne, ovos vegetais e frutas, com peixe e mariscos.
O raciocínio humano, de aperfeiçoamento lento mas contínuo, tem, como seu impulsionador diário, a munição do aparelho digestivo, que muito depende do que lhe oferece o meio ambiente, avaro ou pródigo do essencial componente da digestão. O estômago badala a carência de combustível e com tal intensidade que acorda a procura e acomete o andarilho até o encontrar. O Homem, de corpo empinado, desfavorecido de dentes e garras, como os colegas ferozes, aflige-se para enfraquecer as badaladas incómodas e anda... anda... esvazia o adiposo, adelgaça e faz crescer as pernas, elegantiza o físico e acama a massa encefálica. É a corrida para atropelar o «sapiens» «sapiens» e repelir as metas de horizontes.
A ideia, se alega valer-se de um princípio, desobriga-se de preconceitos e deixa-se levar até aos extremos. Fora aos tapumes do pensamento.
Sem dar por nada, distraído, dá de caras com a inteligência a resolver-lhe os problemas que o assustam. Nem só da caça e pesca, é possível manter a vida.
A novidade alegra o Homem. O trabalho para o conseguir é que não satisfaz em pleno, Voltar a pedir ao físico, continuidade de movimentos e agora também ter de por em acção a «massa cinzenta», demasiado portentosa, por alargada preponderância em todo o ambiente humano, representava mais um pesado dever para o temporário cidadão do mundo. As reacções não se fizeram esperar. Físico e inteligência, esforçaram-se por um acordo pacífico. Ambos, sem medir consequências, querem o mesmo: o descanso.
O aparelho digestivo, todavia, volta, de novo a badalar. O definhamento faz temer o fim, pois nenhum se quer entender. Impossível o acordo.
Umas vezes ganha o físico, outras a inteligência. A unificação dos dois, seria o ideal, o que às vezes acontece....

Esta exemplificação que nos foi ocorrendo para dar ideia do gradual desenvolvimento do intelecto humano, tem as suas deficiências. Nem a nós satisfaz. Motivo bastante para sermos mais claros, recorrendo às mais recentes afirmações da História.