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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

24 de maio de 2009

Nº 206 A CULPA GERA DESCENDÊNCIA, CAPAZ DE ARRASAR TRABALHO ORGANIZADO

Nesta crónica, cumpre-nos terminar a anterior, limpando o que estiver com visos de interpretação obscura a quem devemos a atenção de ler os nossos desabafos, saídos da franqueza de transmitir sinceridade responsável.

No momento actual, respira-se atmosfera pesada de preocupações.

Crise…é a palavra-chave, para iniciar diálogo pacífico ou arrebatado, conversa de tertúlia intelectual, ou vitaminada por princípios iletrados, discussão de sapiência administrativa ou confrontos na baixa e alta política.

Crise…dá para todos os gostos e satisfaz as intenções dos mais exigentes em apresentar argumentos que lhes dê estadão de pontificar os «egos» ininteligíveis do quotidiano, monótono em novidades benquistas na permuta de valores ou recepção de surpresas afortunadas.

Pode-nos, inclusive, facilitar a continuação deste registo escrito.

Estávamos a relembrar, alguns factos destas últimas dezenas de anos, donde constam revezes de fortuna, do Portugal altivo dos Homens que o tiveram mantido esperançoso, desde 1143 e dos infiltrados nas manhas ideológicas, que o estão a conduzir para o enigma de insondável aventura.

Três primeiros-ministros – Dr. Soares, Eng.º Guterres, Eng.º Sócrates – no «pódio» da atenção dos «ponteiros» do tempo».

A incumbência presidencial do Dr. Soares, partindo da mesma doutrinação de louvar o Povo, para lhe amortecer hipnoses de mudanças, problemáticas entre o positivo e o negativo, resultou nos sonhos de promessas de grandes feitos, na esperança de remediar o «Homem Pobre». Mas o «Homem Pobre», continuou a ser «Parco de haveres».

O resíduo depositado no fundo do infortúnio, contudo, reanimou «hipóteses» … Mas, também, a revolta e o ódio se vier o desengano… a distanciar-se da confiança nos cargos e nos caracteres vangloriosos de quem os ocupa para defender os haveres comuns.

O ministerialismo político, dos seus confrades, segundo sentença do Dr. Soares, protegeu os cofres portugueses, da incapacidade dos não alinhados nas ideias mestras de que são portadores. Incapacidades políticas, oponentes ao partido dos louvores, onde reside o estado de confiança para atender o lado positivo, no esforço de «tocar» no perfeito.

Causa, todavia, estranheza a mudança de sentido, entre os trinta e dois da «rosa-dos-ventos», que lhe dá o direito de escolha. O «Humanismo», - o Homem, valor supremo a prestar atenção - será uma preferência. Enquanto outras não chegam no acerto do relógio das horas, dia por dia somadas ao conhecimento exacto à realidade terrestre… ou ao esquecido formato, da redondeza da Terra, sem elasticidade do abstracto no minuto da reflexão.

Na faculdade inteligente, o Homem é singular. Troca pensamentos, por via da fala e da escrita. Ocupa o «centro» dos seres vivos, na estratégia da sobrevivência. É único.

Na Natureza, porém, o Humano, entra nos princípios elementares e Leis Universais. Não tem o «dom» de se valer a si mesmo sem o encosto de outro semelhante. Integra-se na subsistência do reino animal, dependendo da contribuição do vegetal no abastecimento do aparelho digestivo e do reino mineral para abrigo, vestuário, defesa e dar larga à ambição.

O Humano não vive solitário. Precisa de trabalho, próprio e alheio.

É neste concentrado de avaliações, onde se enreda a ideologia a colocar, num centralismo imaginário, os interesses, no ser vivo que raciocina.

Isso é o que entra na mistela, cómoda do egoísmo vulgarizado, em discursos no vaivém de pareceres, de construção para amigo ver.

A audácia de «mestre» em muitas áreas, (e artes), de valia importante na generalização do estudo, recua o pensamento para prevenir a perfeição aproximada no espírito humano, com o equilíbrio da matéria que, do tosco, tem de aproveitar a técnica e a ciência para merecer a igualha instalada na evolução do Homem e suas normais ambições.

O fantástico do Dr. Soares, comparou os recursos financeiros do País, a um Bolo volumoso, repartível, a contento, com os cidadãos. Só faltava faca para fatiar e colher para colocar no prato dos contribuintes, o quinhão correspondente.

Poucos anos depois, o BOLO mingou. Há muito, sonâmbulos, na arte de ser governantes, lhe distribuíram os restos. O envelhecimento precoce de contas «pensadas» feitas à mão, trocadas por maquinais aparelhos de calcular, no âmbito de regras nas previsões ou de saber antes do tempo, deu cabo do discernimento claro da realidade terrena.

O Dr. Soares, caiu do alto da fantasia, na laje dura e fria do empedrado, que não perdoa o desrespeito ao PIB imperturbável nas suas forças objectivas e facetas menos sólidas. Que são muitas e…impensadas.

Na referência ao Eng.º Guterres, consta a pressa do poder, em dar largas a idealismos não conformes com a realidade da Natureza e do País. Nem deu tempo de contabilizar prós e contras. Legislou à sombra do facto «consumado» do erário público deferir gastos de qualquer monta.

SE tivesse recebido lições de verdadeiro administrador – ou soubesse caldear os conhecimentos adquiridos na verdadeira gestão de valores - teria melhorado, na ocasião, os necessitados de benefícios e separado o indispensável para os ajustes do Estado, donde provém a proporção harmoniosa de todos os nacionais.

O vírus do sorriso e verbosidade, a propagar mercê de voto, veio a transformar-se em ácido corrosivo a desmembrar a Nação, pertença do vínculo da língua e orgulho respeitoso aos sacrifícios da fundação e continuidade.

Respeito ao heroísmo de Afonso Henriques e veneração aos mortos nas Descobertas, causa essencial ao arranque impaciente da ciência e técnica, ainda hoje, em constante evolução. Conquanto alastre no Mundo uma porção ingrata, sem faltar a de uns tantos portugueses, para com o Portugal de HOMENS extraordinários de elevada craveira intelectual, patriótica e, sobretudo, fora do comum, no predestino da Nação pequena e modesta, tornando-a «grande e prestigiosa» para sobreviver em futuros de crença em si própria.

Descurou cautelas e prudências, obrigatórias ao encaixe das acções de um competente 1º Ministro. É ele, sem dúvida, o principal responsável pelo desvio da posição vertical, na descida à «crise» nacional, sorvedouro económico e financeiro a arrastar a infelicidade do Povo, modesto em querer melhoras nas obrigações diárias.

É sabida a influência da «crise» estalada na América, vir oferecer alívio às responsabilidades de grandes pecadores europeus, transgressores das leis naturais para qualquer produto pronto ao consumo. O que, agora, se tenta explicar, provindo de argumentos, armazenados na despensa política, não só se afasta da realidade, como deixa «em branco» o prazo de validade da paz, nas malhas de acontecimentos que virão acrescer lutas no convívio. Ainda não está contabilizada, a consequência funesta das decisões do Eng.º Guterres.

Sabendo o conhecido «pântano» que abandonou, à pressa, vir pedir esmola, para suavizar as dores físicas e morais da África, disfarça muito bem, a inculpabilidade que deseja divulgar a locais e estrangeiros. O Povo, de toda a África necessita e merece ajuda. Os dirigentes que impuseram independências, com o auxílio, politica e moralmente incorrecto de portugueses, não têm direito algum para serem correspondidos. Quiseram, lutaram, venceram. Solucionem.

Mas há, todavia, como agravo, o «pântano», ainda «encharcado» do «Tesouro Público» e sem verbas disponíveis.

Finalmente o Eng.º Sócrates, que está a cumprir o mandato de andar na «roda-viva» do governo. Todos os dias aparece na televisão a distribuir promessas, raramente não indo mais além do que aguardar futuro Donde irá ele, então, retirar o donativo para entrar na sacola do «responsável», isento (não absolvido) de pecados, António Guterres?

Depois de muitas voltas ao juízo, aventamos ainda haver a sorte de ter escapado algum, das 800 toneladas de ouro, herdadas do Dr. Marcelo Caetano.

Até próximo.