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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

9 de março de 2009

Nº 200 A ENERGIA, PERSEVERA…O ERRO, OSCILA...

Quem nos afirmaria, em Novembro de 2004, quando iniciámos estas crónicas, ser possível manter «pedalada», na distância do tempo e nos molhos de anos, portadores da perversa caducidade, contrária à noção do intuitivo e da faculdade de diferenciar valores e estímulos credíveis. Duas centenas… os músculos e os neurónios, já completaram. O fim, não estará longe. Entretanto, a Fé e a resistência não apagaram o trabalho feito. A serenidade, continua a ser nossa acompanhante… perdoado o pecadilho da tarefa prolongada.
Quantos momentos temos desejado terminar os desabafos contidos nas andanças do ofício e deveres profissionais… Nestes quatro anos, sentimos alívio em dar largas à experiência vivida e ao aprendido no amalgamado em repetitivos erros, ilusões, fracassos, triunfos, reconhecimentos e…sobretudo, no choque da verdade. E prosseguiremos no senso prático e convicto das intenções, desarreigado da teoria de princípio fixo, para alargar a hipótese provável à marca da certeza.
Leitores já nos têm distinguido opiniões destes escritos, variáveis, sinceras com o temperamento, conforme decorre o estímulo da recepção dos assuntos. Franqueza, sem subordinação.
Boa leitura, …razoável…meia e interrupção por se tornar cansativa ou inoportuna. A todos dedico a minha amizade. Os que menos apreciam, têm a lealdade por seu lado o que, para nós assinala respeito, obrigando-nos a corresponder na mesma moeda A qual deles teremos de agradar?
A nossa idade – nascemos em 1919 – não nos permite perda de um dia ou segundo, à espera de parecer alheio. Nem o nosso objectivo, contradito ou concorde com a Lei dos princípios e dos fins. O suspiro último, já tem as tábuas prontas para a queima passar à cinza incombustível, mas de lucro aumentado no vasto reino vegetal. O adubo, fortifica a sementeira…
Todo o valor humano está sujeito a mudanças ou flutuações. Abaixa-se ou apaga-se num período…sobe ou acende-se num outro… inovado e reactivo… de soberania em soberania na eternidade do «Reinado da Natureza». Aceitemos o nosso ADN de nascimento…
Marcado o «ponto insonso da 200ª crónica», terminemo-la com pitadas de tempero, para lhe dar algum sabor à leitura do recheio.
No precedente desabafo, número 199, referimos um encontro dos Chefes ou Presidentes das principais nações baptizadas livres de exercerem governo próprio. Na etiqueta final, o obrigatório «aperto de mão», à semelhança de duas equipas de futebol que se aprontam a competir ao pontapé na bola ou no que estiver à frente da bota. Está prevista, sem «dor do cotovelo», luta corpo a corpo, vencendo o mais rijo, ombro a ombro, a arma de arremesso isenta do «apito do árbitro».
O pasmo, tomou conta de nós. Poucos cumprimentaram o ainda Presidente George Bush.
Logo sugerimos a permuta de Ministérios de EDUCAÇÂO, por Ministérios de INSTRUÇÃO. No actual embaraço de atitudes sociais, o acto ainda representa deselegância e EDUCAÇÃO, sem EDUCAÇÂO. Tornando-se necessário «simplificar» o mais «simples», retira-se o que está a mais e não faz falta nos tratados do civismo. Fica, solitária, a instrução. Onde será mais fácil aplicar «lixadeira» para lhe ir desfazendo as arestas do estudo, até que este se reduza à expressão assimilável aos cérebros ocos de quem ficará a mandar.
O Mundo está cheio de desavenças. Aumentar a que opõe a instrução à educação, seria insensatez para o desejo de paz. Cumpre aceitar os direitos da instrução. Ela acha que sofre de encargos a mais. Nega a necessidade de saber muito para governar povos . O atrevimento, resolve tudo o que poderia ser complicado. Gerir verbas chorudas, óptima sedução ao arrastado nos estudos. Primeiro o «recreio». Depois o carregamento dos livros e aprontar os ouvidos para a soletração das palavras…
Os prepotentes mandões, que baixaram os braços para a mão não encontrar a do Presidente Bush, auto proclamados corredores infalháveis ou infalíveis em pista na alta competição, ocupam o cargo onde, mais acontece os tiros saírem pela culatra. Nenhum está isento de desmanchar o valor absoluto, entre o exacto e o calculado. A fatuidade alardeada em cerimónia pública, evidencia o encolhido talento administrativo, na moderna forma de encarar cargos em defesa do Povo, receptivo a exemplos de boa educação e melhor condução das normas que regem a vida. O barco é único. Se afundar como prometem os rombos a «meter água», vamos todos receber a frieza do indesejável.
Na liberalidade de soluções à escolha, apresentemos uma que não chegou a cair no «caixote do lixo», mas requerente à meditação:
O Engº Guterres, em momento de política febril, que não de suficiência administrativa, com a ideia apontada a melhor «coração» que o antecedente administrador, repartiu o rendimento pertença das populações, abrindo o caudal do vazão distributivo, sem medir a relação da entrada e da saída, do cofre comum. Aconteceu o aparente bom resultado propagado em verbo fluente, que se tem invertido, ano a ano, mês a mês, vindo a apressar a deterioração do sector financeiro em todo o País. Certo, o passarmos a viver melhor e acima das nossas possibilidades, mas como «não há mal que sempre dure, nem bem que não acabe», a falta de «matéria prima», o que quer dizer rendimento real, emanqueceu, tropeçou e caíu ao chão.
As consequências, baseadas em curandices de grupos, cobrem-se de negro, enlutando as previsões. Este é o Portugal, deveras «encravelhado» com a ferrugem dos cravos a emperrar as vias normais dos focos do trabalho, da produção e do consumo, transformando benévolas perspectivas em opressões e carências.
A «balbúrdia» da DEPRESSÃO ECONÓMICA Americana, estourada no último quarto de 2008, mancha de azeite a alastrar onde a «finança» circula nos tecidos produtivo, comercial, industrial e construtivo, está a arrasar a credibilidade dos embustes no critério das artes de governar. As coisas que enganam nos diferentes sectores, desmistificam o mentalizado na política de promessas.
A necessidade de corrigir a deficiência real e saltar palanque elevado, na contagem de votos, fez entoar a canção das prendas em crescendo ou eternas.
Em todos os Países. Está na moda. A «Flauta Mágica» acompanha e atrai promoções rendosas.
Não é, porém, arauto de bom presságio. Traz consigo, doença infecciosa.
A epidemia alastra a todas as nações, alarmando futuros sombrios. São os germes semelhantes aos que estão a desgastar a finança portuguesa, sem tirar reforços, nem por aditivos. Portugal está a viver em nível acima do que produz. As restantes nações, incluindo a América, igualmente, gozam de nível superior, ao que realmente corresponde o trabalho produtivo.
Enquanto a América, no seu território, abria e fechava fábricas, o rendimento da mão-de-obra, movia-se dentro do produto interno. Quando passou a fechar dentro e abrir fora, os seus cofres perderam o valor do trabalho, afinal o que sustenta o cidadão e constrói a força da hegemonia no contexto das nações. A indústria é a riqueza moderna, que talha a vivência em sociedades.
Diversificada em trabalho de especialização variável e matérias primas de origens distanciadas, acumula-os numa mesma produtividade, multiplicando-lhes o valor. Mas é no local onde o trabalho final produz e completa, que deixa o melhor quinhão da riqueza acumulada. Os mercados de consumo, animam-se a si próprios. Enquanto no governo das nações não constar «Administradores», devidamente preparados para a função, na competência e na honradez, as «Depressões Económicas», continuarão a estorvar a Paz.
Até próximo.