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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

30 de março de 2009

Nº 201PÉ-DE.MEIA ECONÓMICO… TONTURAS NAS FORÇAS DO TRABALHO … DA PRODUÇÃO … DO CONSUMO

O «gene» das depressões económicas, assacado ao trabalho, produção e deterioramento da rectidão na orgânica social, nasce, não por acaso, no «sector onde todos se juntam… no MERCADO. Aí se concentram os elementos atractivos à condição humana, no aspecto do uso, na abastança da mesa, da novidade, do preço, da qualidade, do feitio ou talhe, da recepção dos sentidos, projectados na preferência maioritária das épocas. Pontos fundamentais para atrair a «moeda» que o comércio - veio de transmissão ao trabalho, à produção, e a todos os aderentes - fará circular em estímulo à vida da massa associativa. De uma forma geral, é aqui, no CONSUMO, que se reflecte a virilidade do «composto» das necessidades do animal governante no Globo financeiro e legislativo na misturada sequência terrestre.
A Natureza, solidária com os elementos, deixa às condições meteorológicas, a magia das suas transformações. O Ser Humano, possuidor da inteligência, se quer manter e saborear a vida, tem de criar normas de entendimento nos actos individuais e colectivos, matérias primas, processos de produção, trocas e baldrocas nas regalias de compra e venda, projectos e construções na segurança da continuidade.
A Natureza faz e pára onde termina o processo físico. O Humano tomou carga e bordão, como responsabilidade enquanto raciocínio e forças domáveis formigarem a consciência da actividade compor o progresso. A Natureza, explode e amansa por segundos ou milénios. O Humano, é o errante, obrigado a movimentar-se para viver. Cumpre-lhe respeitar, contudo, os regulamentos inflexíveis da verdade, por ele próprio ensinada, onde a Natureza, no benéfico ou nos malefícios, se presta a servir de exemplo.
Uma vez acreditada falível, a concepção humana, toda a dianteira alcançada nos pacatos milénios e últimos remexidos séculos com o facho da ciência, são passíveis de correrem os mesmos riscos de mínguas e enganos.
No último quarto de 2008, o «improvável», aconteceu.
Os Órgãos de Comunicação Social, espalharam a notícia desalentadora dos ânimos afeitos aos normais deveres humanos de produzir para viver, surpreendendo a conversão de fúteis, os ideais bondosos, nos trambolhões das riquezas espampanantes do Mundo.
Um cataclismo económico havia evaporado em segundos, para a estratosfera das previsões, sem possibilidades de retorno em chuva de probabilidades escapatórias, parte muito importante da presunção na infalibilidade humana. Confianças desfeitas nas definições de orçamentos assegurados ao bem estar, concebidos e sonhados na afinidade do « suor do rosto » e ideais curvados à inércia, em garantia de perdurarem por eterno. A escassez descera à Terra, nos meios onde alardeava prosperidade em «éden» de prendas e verdejantes searas de pão. A convicção desmoronara sob o peso do acordo do pensamento sobre as delgadas escoras do rigor, nas consequências visionadas à distância.
Pandemónio nas esferas altiloquentes da especialidade e no eco da verborreia de pragas, no palavrão de quem lhe sofre as consequências. A culpa, porém, não é como a «cantiga da rua»,«nem minha nem tua,,,não é de ninguém». Tem figura, se bem que mal distinta e diluída na poeira destruidora do planeamento construído pela inteligência. Só outra inteligência a poderia atirar para a inutilidade.
Assim, outras inteligências – medíocres e excelentes – em jeito de figuras geométricas aguerridas de centro, esquerda, direita, defesa e ataque, formam equipa para vencer a preponderância das explosões dos fins de 2008.
Aperfeiçoam estratégia para abater o alvo da CORRUPÇÃO, o que mais ferveu nas discussões partidárias. MÁS ADMINISTRAÇÕES, também serviram de «tiro ao alvo» dos defensores do altruísmo à perfeição da harmonia em sociedade. Vestem-se de «Magriços», em defesa de suas damas – a bondade e a humanização, precisamente duas qualidades desgastadas por excesso de louvores no presente e prevista abstinência no futuro.
«Corrupção», ou desvio «administrativo», controlado para fins opostos às normas de conduta, são causas repreensivas na têmpera do Homem para outro Homem. A moral respeita princípios cívicos não alienáveis.
A igualdade, vem da concepção ao nascimento.
Os «direitos», todavia, existirão mesmo? E em conformidade do celebérrimo «relatório» posto a valer em 1789?
O IDEAL, por si se explica na concórdia do SIM. Isento de reacções com a moeda e de todos os compromissos materiais, está sempre na mó de cima na hora de fazer contas. Se nada recebe, por outro lado, nada tem a pagar. A IDEIA, contém a vontade e a esperança, nas fumarolas do imaginário.
O seu poder empreendedor, porém, esconde-se na volubilidade.
A História, com provas dadas, tem palavra a dizer. Ou exemplo a transmitir, em letras de sangue, aventura, paciência, heroísmo e…
A nossa Europa, foi sempre um chamariz de carecentes dos milagres da existência. E ainda não ganhou a escala das suas forças.
Tem-lhe valido a resoira do alimento para carburar o aparelho digestivo e luzeiro para o clareio do espírito. Dos dois fortificantes, não obstante, hiatos nos neurónios do pensamento, o elemento espiritual foi sempre mais abundante e variado que o oferecido pela fertilidade do solo.
Os bárbaros deram o exemplo de comer, arrasar e prosseguir para outras fontes ainda em pleno crescimento. As guerras das IDADES Média, Moderna e Contemporânea que se seguiram – de 395 a 2009 – na tragédia das consequências, espelha-se o motivo das causas reais. Lutas para apaziguar as agressões do badalo da fome nas paredes do estômago, esvaziadas do quimo que descera ao seu destino de regressar à terra...
Apesar da ciência e técnica adiantarem a produção agrícola, os nascimentos de animais pensantes, mantiveram a pequena diferença da hora da refeição e do reforço para garantir a próxima. À maneira que o intelecto humano instalava o pensamento, as interrogações neuróticas, acumulavam-se em dúvidas e receios, dando lugar à emergência, em todas as civilizações, indiferentes a distâncias, da instintiva indagação racional sobre o Mundo e o Homem. Denominaram-na Filosofia.
Na China, na Índia, em África, na Grécia, tomou forma como Ciência, subdividida nos fenómenos da evaporação e da congelação. Do «estado líquido para o de «vapor», as silhuetas desfazem-se na dificuldade da compreensão. Custa a perceber onde tudo começa e tudo acaba.
Como o começo foi na água, o regresso do «vapor», toma formato, embora gelado, já se tornando visível e palpável. É quando a «filosofia», começa a ser entendida. Os sentidos participam, de intenção concreta, na realidade predisposta a entrar na aprendizagem para o saber. Então o Humano, aprendeu em mais larga companhia. Deu em se envaidecer, mas não para tudo abarcar.
O enigma da subsistência e igualdade de «direitos », permaneceu. Acusou no entanto, a falta das medidas comparativas, do ideal sem limites nem prazos e da correspondência da matéria subordinada ao crescimento prolongado no tempo, na mão de obra e nos arrastados projectos de tamanho e duração, largamente inferiores à expansão ideológica.
Na retrospectiva, da realidade Histórica, se conclui não ser possível colocar a ambição de direitos iguais do PIB, confrontado com o ideal. O PRODUTO INTERNO BRUTO ( PIB ), não consta ter chegado a produzir à mercê do discurso político.
Até próximo.