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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

23 de fevereiro de 2009

Nº 197 GUERRAS PASSADAS…ENSINAM A EVITAR FUTURAS…

A crónica anterior, terminou com os três factos mais importantes na alvorada da Idade Moderna: 1 -A realeza a retomar a supremacia, o garante da autoridade; 2 – As viagens das naus portuguesas, a descobrir e MODERNIZAR a ainda incógnita do Mundo; 3 - Os inventos de auxílio aos humanos a transpor o horizonte da ciência.
Não fora Portugal uma Nação Pequena, as águas do baptismo derramariam para IDADE PORTUGUESA, termo técnico bastante mais verdadeiro, pois foram os portugueses a «modernizar» a geografia, os povos desconhecidos até então, a misturar costumes e sentimentos, a abrir novos rumos e portos, a aperfeiçoar transportes para chegar longe… mais longe do que nunca e menos cansaço na obtenção das mercadorias, diferentes sabores e vestimentas. E abrir aos sentidos, as nuances da arte ou os acrescentos à beleza e aperfeiçoamento do sistema nervoso em complemento da civilização.
Perguntamo-nos, se as nossas divagações, são tropeços distraídos ou recordações necessárias à gratidão e respeito aos nossos antepassados. Por escrito ou verbalmente, transmitimos o que resta da experiência na fase da barbárie e no releio da História, sem preconceito no uso do martelo de juiz.
O que temos estado a recordar, abrange, tão somente, a compreensão da realidade europeia. Excessiva farfância da influência intelectual, em desigualdade com as produções totais, para, de forma geral, distribuir o rendimento «idealizado» para cada europeu.
A História até agora revista, incluindo a Idade Média, mostra abundância ininterrupta de aguerridas pendências. A que terminou, não sem chacina, mas menos sangrenta, foi a assinatura da « Magna Carta », em 1215, até porque representou a predisposição para o abrandamento do «humano», para com a Lei e o semelhante.
O «Mandamento» de Cristo, para ser obedecido, requer paz no aparelho digestivo. As Legiões Romanas, organizaram-se contra a surripiagem do seu trabalho nos terrenos alagados e pouco produtivos no Lácio.
A princípio, varapaus e utensílios de metais, serviram de armas eficazes, na defesa dos celeiros . O advento do ferro, trouxe melhorias na arte de matar e, depois o exército nunca mais deixou de ser indipensável, no combate ao instintivo acto de acrescentar ao seu, o que é de outrem.
Sabido que a seguir às guerras se transformam usos, costumes, conhecimentos e realizações a alterar métodos e comportamentos sociais e políticos na mecânica da têmpera humana. Dedutível, por isso, que ao enxame das europeias, se tivessem embutido, ao lado de factos negativos, outros mais de efeitos positivos. A igualdade é um projecto do Homem e, como tal, tem preparação longa, mas fim limitado no temp
Portugal, solitário e escondido na Península Ibérica, trabalhou para ser moderno e espalhou o que de bem daí adveio no avanço do progresso.
Idade Moderna, não sugere os factos. Idade Portuguesa, simboliza os actos extra-humanos, praticados pela coragem, esforço e financiamento de nascidos no Portugal lutador para merecer a independência, perante o resto do Mundo assombrado, mas aproveitador das oportunidades, para saborear lucros onde fossem rebentando fontes lucrativas.
Às grandes andanças de guerreiros e amorosos, os povos dedicam especial atenção ao rasto das cicatrizes de cura do que ficou no corpo e na dor guardada na sensibilidade.
A Idade Moderna, segundo a enciclopédia, adoptou coisas nunca presenciadas, no adiantado ponto de vista técnico e científico. Com deformidades e temperanças, foi a movimentação dos exércitos e as sequelas deixadas nos corpos e na parte inteligente dos que sofreram os embates e as consequências dolorosas, o que serviu de impulso às melhorias do entendimento europeu. Algo, porém, continuou a matutar na mobilidade do sentimento humano e a duvidar de soluções definitivas, tenham elas origem na boa fé dos Homens, rebentem de armistícios eternos, ou juras de amizades dos amores mais profundos. Fatias de desconfiança, servem-se em todas as lautas refeições e assinaturas de paz.
A Idade Moderna, não abafou a «queda» para a guerra dos povos europeus. Desforras de reveses antigos ou recentes, colheitas destruídas e fome à vista, filosofias religiosas de alma autoritária, serviram de rastilho para explosões despropositadas e desatinos históricos. De todas elas, todavia, pousaram sedimentos no fundo dos instintos emocionais. Alguns bons, mas muitos a aguardar ensejo, para retaliar o perdido nas primeiras arremetidas.
Desta mescla de sentimentos, germinou a União Europeia. Eis aí, a prestar grandes benevolências às nações suas filhas, carenciadas de posses para contentar as «sublevações» dos idealismos . E apresta-se para enviar «cabazes» à África, que a repudiou. Espera receber nota alta do altruísmo de bem -fazer.
A revisão da História europeia, que temos vindo a relembrar, contudo, sugere-nos a desilusão do intento.
As causas intrínsecas que motivaram as guerras passadas, no fundo, continuam pendentes das «provisões de boca» e armas de ataque a fraudulências vindas do exterior, ou ás que, veladamente se pretendem aplicar no interior.
As guerras sempre deixam cicatrizes de feridas mal curadas, em particular, quando a infelicidade fica mais crescida do que dantes. Os corpos emagrecem e nas almas estampam-se chagas de dor e ódio. São realidades nunca esquecidas e prontas a ressuscitar nas hipotéticas línguas de fogo da vingança.
A Europa sempre seguiu o lema de assinar paz, depois de grande estardalhaço em vítimas e destruições. O resumo das guerras até à Idade Média, recordadas nestas crónicas, autorizam-nos a fazer tal afirmativa. Mas as explodidas nas Idades Moderna e Contemporânea, seguiram a mesma regra. E o mais curioso, é estudar os sinais ainda hoje constatados, pouco se terem alterado dos de há mil anos.
A confiança entre países e povos, nada se modificou. Ninguém confia no vizinho. Olham-se uns para os outros a suspeitar da lealdade nos prognósticos, nos contratos de «amizade» e no armamento ostensivo no mar, em terra e nos ares.
A influência das declarações de guerra nos períodos subdesenvolvidos de escudo, cavalo e lança, ainda continua de pé, mantendo-se feridas identificadas pelo sofrimento que os séculos não saram, nem terão a cura apregoada pelos partidos políticos. As guerras, são evidências do convívio humano, em todo o Mundo. A obsessão às riquezas, a cleptomania, doença do furto e a necessidade de agir para obter alimento.
As características, entremeiam-se analogamente, sobressaindo a disputa dos géneros alimentícios e armas de projécteis contra atrevidos. de Princípios e causas, não solúveis por interveniente de fraco pendor administrativos
A Europa é, assim. Tanto acomete à guerra na conquista de bens para garantia de despensa cheia, como aceita a conciliação quando fica na penúria
Até próximo.