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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

9 de fevereiro de 2009

Nº 195 A OPORTUNIDADE É O MEIO MAIS SIMPLES PARA LOUROS E COROA … OU O CRÉDITO À DESVIRTUDE…

Quer-se Um Mundo justo e generoso para quem pousa os pés na terra e acorda a alma para a igualdade, fraternidade, liberdade. À frente do possuidor de alma, porém, a parcela animal visível, necessitada de alimento.

O racional e irracional, nascem apetrechados do necessário instinto para a sobrevivência. Leite quentinho para a tubagem digestiva e carinho amoroso para a ramificada sensibilidade.

O ser humano, logo no princípio, é bem claro no que precisa no decorrer da vida que vier a alcançar. Comer ... para tornar possível o movimento físico, a ambição nos desígnios da juntura sócio cultural e, no seu devido tempo, raciocínio para obter a plenitude das benesses da Natureza.

A Europa, sempre sofreu maldades das desregras inesperadas nas estações do ano e dos Humanos, na demora de aprender. Em todas as irregulares, sequências atmosféricas e mudanças no talhe de modas e reflexões, intercalam-se os direitos, os serviços e os deveres.

Nas ventanias, cheias, derrocadas, o que há a fazer, será meter a mão na bolsa e pagar o despedaçado. Na gestão dos negócios e obrigações, todavia, contendas públicas e privadas, desastres vindos dos céus, consertos ou construções novas, inventos úteis ou malfadados, deverá constar reserva de provisões e economias tementes a reveses sem aviso prévio, tanto vindas do lado exterior, como as laboradas no seio das famílias. Ao posto avançado que é o cérebro, é-lhe dada a faculdade de espreita permanente à realidade, no raio de acção dos cinco sentidos e na resistência do preparo essencial da física.

A variedade de alternativas e inconstâncias, à mostra ou de soslaio,

assomadas no quotidiano, disfarçam as realidades e evitam a atenção da máquina do pensamento, em pormenores de interesse do sector social.

A verbo mania de exprimir magnanimidade em origens além naturais e possíveis, quebra o ramo produtivo e adensa a distinção da impotência.

Entretanto, a crença persiste. Essa credibilidade, sobreleva a paralisia do fatalismo em desfavor da razão.

Andando aos apanhados de algumas das nossas crónicas, encontramos vazio o espaço do BOLO de 1974, que tinha sido cozinhado nos anos antecedentes. A base de cálculo do Dr. Soares, vinha da tradição ideológica, do PIBExpansível. Desfeito o logro, o BOLO, desapareceu.

O Eng.º Guterres, quando primeiro ministro, aumentou a torrente das despesas permanentes a cargo do Erário Público, sem fazer contas à correspondência do caudal entrado, substituindo, na camaradagem pré-partilhada, o Cofre GORDO, por dívidas PANTANOSAS, desde então a complicar a vida no País e o seu «Amigo do Coração e do Partido», Sócrates, que se multiplica em promessas tardias para evitar a banca rota. E, porque também se deixou levar no irreflectido PIBExpansível, leviano no catecismo político e fatal nos projecteis em ricochete, tocantes à abalada e ferida Nação.

O Eng.º Sócrates, ao lançar-se, como cabeça de lista, para vestir o hábito franciscano da caridade, levado pela barateza da esmola, estava convicto de receber a bênção de objectivo comum. Em virtude da «coisa pública», apresentar sintomas de fraqueza geral, o Eng.º Sócrates, optou por I em vez do E no PIB Ilimitado, a garantir êxito e o mais importante, votos nos dias de eleições.

Nos actos governativos destes Três Primeiros Ministros, o nosso acordo na intenção de consolo nas aflições dos menos aptos em especializações e menos felizes no rendimento do trabalho que lhe coube em sorte.

As consequências gravosas que o País atravessa e o diagnóstico prevê a subida de sofrimento, nos juros imparáveis da dívida pública, enquanto não caem amortizações, o nosso destino, parece estar a afastar-se da força própria, correndo para a incógnita de um tribunal colectivo… ou cru de História...

Os três primeiros ministros, ostentam, excessivamente presumida, a sua «bondade» «política» das interferências aos carecidos de moeda para subirem os degraus da autonomia financeira. O cidadão agradece, algo atarantado, pois sabe que os dinheiros vieram da União Europeia, uma parte para esse fim e outra para o desenvolvimento do País e, assim ampliar o fortalecimento comunitário. Escorrendo a parte maior, para consumo directo, transtornou a politicologia, em ruína dramática e irremediável.

O Dr. M. Soares, prevendo ser capaz de apresentar BOLOS iguais e melhores do de 1974, não só tropeçou como 1º. Ministro, como deu cabo, com os outros dois, do recebido e apresentado exemplo a continuar. O Eng.º Guterres, orgulhoso de se tornar responsável do GORDO orçamento para distribuir «rosas de Santa Isabel», viu-se, de repente rodeado de PÂNTANO e previsível epidemia de penúria. E, finalmente o Eng.º Sócrates que está a ver-se rodeado de dificuldades para inventar promessas verídicas ou enredadas a cumprir e que, no âmbito dos seus conhecimentos, pouco ou nada pode fazer para adelgaçar a dívida pública, nem tapar ou diminuir o caudal aberto pelo Eng.º Guterres.

O Dr. Soares, sempre pronto a assumir-se vidente dos factos vencedores, deu a nova de se estar em «crise de civilização». Não refere ser a política ideológica por ele abraçada, a ocupar soluções obcecadas, pretendentes a reger o Mundo, sem base material de sustentação.

Porque a vida usa os sentidos e o elemento físico, para distinguir o espaço mensurável durante a existência do Homem e da Mulher, façamos uma pequena ronda em alguns pontos, do que se vem reflectir na História recente: -



A História da Europa na Idade Média, (395- 1453 ) traduz, a vida dura do Homem, pressionado pelo instinto ansioso de se afeiçoar à civilização.

Correrias para obter alimento e emigrações, após tornadas improdutivas as regiões devassadas.

Por muito que se queira resumir História, aconteceram períodos marcantes, de projecção de século em século, deixando rasto inapagável na têmpera dos povos e na escultura das sociedades.

Os Historiadores, elevaram marco diferenciado, a data de 395, começo da Idade Média, a invasão dos «germanos», sobre os conquistadores romanos.

Campeavam na Europa, nesses inícios, estes e outros povos, denominados os «Bárbaros», ferrenhos defensores da independência e dos costumes frugais, de fácil deslocação para regiões mais prósperas. Os Romanos, para poderem guardar o produto do trabalho agrícola, viram-se obrigados a organizar o exército, de manutenção dispendiosa, transformando a finalidade de defesa, em ataque a celeiros estrangeiros. Mas não com poder de resistência ao ímpeto dos Bárbaros.

Os árabes, emergindo do «deserto» oriental», norte de África, romperam a Península Ibérica, sendo detidos em 732, por Carlos Martel, na célebre Batalha de Poitiers, na França. Este, deixou ao neto, Carlos Magno, um grande Império, sem continuidade, por temores dos filhos. Ainda assim, o tratado de Verdun, em 843, formou a França, a Alemanha e a Itália, mas sem autoridade para impor respeito e obediência.

Os duques, marqueses, condes, barões apossaram-se das terras, dando lugar ao feudalismo, uma espécie de ideologia, parente de anarquismo.

Os senhores feudais, de repente ricos e desligados de obediência, entretinham-se a fomentar guerras onde mexiam interesses valiosos para juntar aos já adquiridos.

A Europa era campo largo de «justas». Conflitos, torneios, confrontos, contendas, desavenças, antipatias, honras raivosas, justiça sem juízes. Lanças e escudos, atravessaram época áurea, em prol de «orgulho e soberba», da frivolidade e da moral, da revindicta, de indultos amachucados. Guerrear era o desejo maior, o fazer justiça, a desculpa». No meio, o Povo, contra vontade, pagava a leviandade…

A Europa aprendeu não ser o anarquismo feudal, de credibilidade para a coexistência no incentivo à civilização. O regresso a Nações fortes de autoridade, dos Séculos X ao XII, tornou nova rota de mentalidade. Lutar, sim, quando necessário, mas com finalidades mais construtivas e ponderadas na união social. Mil anos nos afastam das Cruzadas e da exacta maneira de pensar das gentes e dos sentimentos mais à solta, mas acompanhamos quem atribuir às lutas religiosas dos Árabes e dos Cristãos, a mudança de mentalidade do que representam seres inteligentes, com a lança de matar.

Até próximo.