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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

12 de janeiro de 2009

Nº 191 TRABALHO… GERA FAMÍLIA… ARRECADA ECONOMIAS…

Na sequência de crónicas com o mesmo título, a anterior terminou com a visita relâmpago do Engº. Guterres à parte do Portugal no Continente, depois de 4 anos fora, como funcionário da EU – União EUROPEIA.
Abandonara o cargo de Primeiro Ministro, encharcado no «Pântano» das Finanças públicas. Embora as explicações não mostrassem muita limpidez, teria sido consequência de deformadas relações directas com a investigação da realidade dos números a administrar e dos retidos na memória das promessas a satisfazer ao Povo, perturbado com o desmiolo de discursos e garantias infindáveis, mas que a vista, curto alcançava. Regressou, agora, em serviço, como alto trabalhador da EU. Bom proveito.
Veio lembrar, ou repisar a oferta aos pobres, - neste caso os africanos – santificação do doador, enquanto mata a fome à infelicidade.
A África, desde que os portugueses a trouxeram para a civilização, sempre recebeu a visita e assistência dos europeus, nos desastres caídos das nuvens e dos ventos rodopiantes em volta das baixas pressões . O solo e subsolo, eram filões de riqueza, na recompensa à Europa. Esta respondia de acordo com as suas posses no momento, muitas vezes numa solidariedade, tangente às próprias forças activas.
Porque, em verdade, a África alardeava fortunas à vista no solo fecundo, e no enterrado por milhões de anos, a cristalizar minério de valor incalculável.
Enquanto a Europa, aparentava prosperidades, escondidas na poupança e no «olho vivo» de comparticipar com os demais, a África fazia interrogar a quem caberiam os custos em explorar a abundância em todo o seu território.
A riqueza, luzia nos dois Continentes. Mais do lado do que ainda dava ordens aos restantes, as barbas brancas do velho europeu, como «posto de comando» a canalizar os lucros às conveniências de ocasião.
O Engº. Guterres, imbuído nos cardápios das ementas políticas, confiava na boa vontade dos cozinheiros europeus. Não mais que boa vontade do português. Tudo tão simples… Boa vontade…
Não sabemos se as explicações lançadas às ondas da Comunicação Social, eram, são ou não acreditadas por quem as proferiu. Limitamo-nos a transmitir o que está no tino, se bem que desgastado pelos anos de ausência…
Cada vez mais nos convencemos que o PIB do Planeta Terra, foi eliminado, por completo, dos compêndios do artesão político. Aceitar como intocável à verdade elementar, que prevalecera até aos Séculos XVIII ao XX, passara a fazer parte de um passado para esquecer, de fraquezas mirradas pelo tempo e que nem conviria recordar.
Ora, o actual esmoleiro das Nações, tornadas ricas com cofres GORDOS para distribuir aos pobres, pede BOA VONTADE, em Lisboa para a África.
Quando Primeiro Ministro, por não fazer contas, considerando o PIB, Expansível, abriu a torrente de gastos superiores ao Erário Público, valendo-se da «demissão», para poder sacudir responsabilidades. Agora regressa, altiloquente da filantropia europeia.
Embora haja ambiência discordante de mudanças sólidas, no seio das nações, nós detectamos algumas importantes e irredutíveis. Nos novos países africanos, governam, sem dúvida, inteligências preparadas, capazes de levarem a bom porto, as responsabilidades recebidas. Os Povos que as habitam… porém, não possuem a maioria de alfabetizações necessárias à recepção de leis diferenciadas, impostas por desconhecidos nas redondezas. Gerada a desconfiança, mesmo com gente das suas raízes, a autoridade torna-se difícil reunir a bem de toda a comunidade. A repulsa a decretos e armas de fogo, acirra antipatias raciais, atrasa o dinamismo do elemento pacífico e conduz à desorganização da sociedade produtiva e chamamento à unidade Pátria.
A África, hoje, é um monte de Povos, Nações e Orgulhos mais salientes que a obediência a autoridades formadas a foice e martelo.
Por isso, as chacinas, os massacres de populações inteiras, as revoltas maldosas para satisfazer traiçoeiros interesses da usura empapada em ácaros da sarna para coçar até à artéria correr sangue e à malícia de deformar caracteres.
No cortiço da autoridade, a mistela de competências, arrepela os mais rendosos cadeirados e báculos de chefia, atirando-os à artimanha para lhes roubar os rendimentos.
Felizmente, a gente séria obrigada a coabitar nas esferas do poder, filtra impurezas, mas não as suficientes para tornar cristalina, a calda de candidaturas, férteis de verbosidade feiticeira do rigor.
Neste périplo, o Engrº Guterres, faz-se acompanhar de um bornal de mendicante, bastante maior que o antigo, restrito a suavizar as destruições abatidas por intempéries. As provocadas pelos homens, desprovidos dos recursos para governar, são muito mais elevadas, cancro maligno de cura imprevista e demorada.
A África, desde que foi Portuguesa e arrepelada por europeus, recebeu ajudas nos momentos de tragédias, Se não atingiam a suficiência e poderiam ser mais volumosos, a Europa, que nunca foi rica, também sofria dos mesmos males e os fracos « rendimentos », não permitiam amontoar reservas para os seus próprios compromissos. Luís XIV, da França, o Rei Sol, alargou os «cordões dos cofres públicos», alumiou o Mundo de então, mas ao morrer deixou a herança sanguinolenta de 1789.
Qualquer Governo europeu, que deixe esvaziar os cofres públicos, como é o caso do Portugal de hoje, deve preparar «as barbas » para as explosões incendiárias do amanhã incerto.
A UNIÂO EUROPEIA, existe para «por a mão », aos aflitos do Velho Continente. Possuirá bens para os primeiros, depois … à «falta de fazer contas», o castelo de cartas ruirá
A conselho de esquizofrenia violenta e universitários, recebendo de Portugal as verbas para alimento e propinas, nos verdes anos de senhores do Mundo, sem prestarem contas a ninguém, quis a independência, ainda antes de amadurecer. A Europa deu-lha, mesmo perdendo valores pagos em ouro, suor, sangue e as lágrimas de Fernando Pessoa. E o sentimento português… a saudade, ..
A associação dos afrontadores do abandono dos últimos direitos de Portugal no Ultramar, e 1 milhão de trabalhadores que lá ganhava a sua vida, honestamente, teve a boa «política» de lhes acrescentar 6 milhões de contos ( 1974), retirados dos cofres, onde jaziam as poupanças anteriores, para dar tempo de se tornar responsável, aprendendo a dura tarefa de administrar o que lhe caíra de repente, sem tempo de lhe medir as consequências.
A Europa e a África, que mantinham relações de mútuo entendimento e troca de negócios, separaram interesses e cada qual ficou no seu «poleiro».
A Europa, em tentativa de fortalecer a composição de independências, organizou a EU, União… até ver… se aguentará…
A África, embandeirou em arco as novas independências. Festejou a libertação das cobiças europeias…
Até próximo.