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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

27 de outubro de 2008

Nº 183 PINTURA DE MOTINS COM SANGUE… ARREMEDOU GUERRA FARSA, COMÉDIA OU MORALIDADE… PARA GIL VICENTE

A nossa última crónica, terminou como muitas outras anteriores, meio cheia, meio vazia. O fim, estava logo ali, recheado dos argumentos essenciais ao tema desenvolvido, mas eis que haveria partes importantes a acrescentar. E, nesta, cumpre-nos dar alguns passos atrás, para encher o «meio vazio».
Depois do aparecimento dos cravos vermelhos, como aviso a outra qualidade de cravos enferrujados e menos graciosos, - cultura em discussão nas chancelarias do «oriente» e outras afectas – tomou resistência a América. como garante e segurança. Passou a circular a informação de ter sido dominada a guerra com início em 1961. pelos povos das Províncias Ultramarinas.
Anteriormente explicámos não ter havido guerra alguma. As desavenças internas, em qualquer País, têm o baptismo de «revoluções, motins, desacatos, insurreições», não ultrapassando a barreira de malquerenças com vizinhos, ou exércitos invasores, que aí, sim, tomam o nome de guerra.
A GUERRA no Ultramar, foi, portanto o título encontrado, para enfeitar a oposição ao regime no poder e distribuir os valores que o suportavam, por amigos dos ideais em circulação. Era moda como oportunidades a endireitar trabalho e sentimentalismos, filosofados em vozes comprometidas.
Do nosso nascido em 1870 e respeitado Diário dos Açores, de 19 de Junho 2008, vamos transcrever a razão que temos estado a expor:
Portugal «saiu de África, sendo amado» nas suas ex-colónias e deixou um legado de «tolerância racial» que não se encontra noutros países africanos, defendeu o embaixador do Brasil em Harare. Raul de Taunay falava à Agência Lusa, em Lisboa a propósito do lançamento em Portugal da sua obra « Meu Brasil Angolano».
Esta expressão - que sempre nos acompanhou pelos anos fora -, vinda da sinceridade de um Homem culto e responsável, reflecte a verdade que ainda circula na maior parte do mundo instruído.
Não foram os povos portugueses do Ultramar, que iniciaram guerra. Eles «Amavam e ainda amam quem os trouxe para a civilização, lhes mantinha a Paz e os acudia nos períodos de aflições na saúde, tratamentos e alimento».
Pintaram-lhes a fronte de vermelho, com o sangue inocente do trabalho, como está bem expresso no ofício do Estado de Angola, de 22 de Dezembro de 1974», redigido e assinado pelo digno representante da fantasia encapotada de virtudes, transcrito nas nossas crónicas números. 57 e 172, senhor Rosa Coutinho, almirante ou vice.
Os Portugueses sabem os nomes dos «embrulhados» na conflituosidade ainda em activo nesses territórios.
O Dr. Almeida Santos, o nomeado «pregoeiro» público», em entrevista não muito distante, assessorado pelo Dr. Jorge Coelho, como defensor, amigo, de partido comum e, evidentemente, como juiz televisivo, - o novo tribunal de discórdias - justificava a sua intervenção na traficância, por sempre ter defendido a solução Ultramarina, cedendo-se a independência total e imediata. E acrescentava: - Eu não podia dizer não ao convite que me foi feito. Não podia… Não podia.
Donde se duvida concluir que a «ideia» nasce e logo fica sob o poder inquisitivo no recuo. Nós, porém, não interpretamos assim. Transigimos.
Será como um baque de contas a prestar. Talvez até, a pronúncia de não fazer parte do «assalto» ao BOLO amassado com os fundos públicos, ano, após ano mais diminuído de volume, voltando do avesso o predito pelo Dr. Mário Soares. E quando todos nós assistimos ao tamanho de rebuçado, para contento da criançada, visto só restarem miolos e a côdea seca e «dura de roer», sem as generosidades calculadas aos directos proprietários, mais se aprofunda o desgosto de não ser tão nutritivo como o afirmado. Não é… Houve ali, um engano propagandístico. Ou acrescento de palavras na culinária de partido,
Ou, ainda, não ser excesso, mas o princípio do que deve prevalecer no actual desgaste do idealismo e na entrada em desavença com adversários ou parceiros. Dar sempre hipóteses de suplantação de remédios, mesmo onde deixaram de existir, por consumo desacautelado e arbitrário. Ter sempre razão… até contra a razão… e a profanada justiça.
Tanto mais, que a directoria idealística nunca tem fim, enquanto apresenta argumentos privilegiados na retórica da oferta de probabilidades, esperanças e artes mirabolantes.
A implantação dos PIBs no sector, tem agradado a uma boa parte de interessados na coisa pública. Enquanto se deslindam as consequências más ou péssimas, no que representa o elemento administrativo, a barca da vida vai singrando com tempo de feição. O «faz que anda, mas não anda», contrariando a má fama pública e notória, também serve para ocultar por algum tempo o que se desejaria nunca vir ao conhecimento da ralé, a nossa grande massa de gente, que todos nós passaremos a ser, de curtos bens e pingue – pongue no trabalho.
Não falta quem acredite nas intervenções sobrenaturais dos PIBs, resguardando lugares de destino e bancadas de eloquência, donde se fazem ouvir, para convencer a ingenuidade dos acanhados no estudo e desgarrados nos vendavais dos fados mesquinhos da fé.
O invencível, está ao lado da derrota e da vitória. A oportunidade dá o mote. Os transfiguradores do PIB, já aprenderam isso. Desdobram-no ou revestem-no com o acaso da sorte, atirando-a para o meio deles. Talvez, «pegue»… A sabedoria, é mistela luxuosa no bailado da razão…
Por conseguinte, ao PIB E2, é-lhe facultado usar a elasticidade, para estender os seus apêndices na esparrela de votos.
Evidente, portanto, o «superavit» do Expansível, - PIB E2 - nos «projectos» aprovados pelas chefias políticas actuais.
Em segundo lugar, posta-se o «Expectável», o PIB E1, o que proveio da luminosidade concentrada num só partido. De chofre, regula com exactidão. Os sorrisos, são beleza.
Esquecimentos de amigos ausentes e do «pé da porta», previsões e provisões para novos sócios, pagamentos de facturas atrasadas e de outras em paga do que está às claras e das subterrâneas, as campanhas de votos, etc. , desclassificam o que parecia arrumado. O PIB E1, não é mau. Serve em emergências e como reserva.
O PIB Planeta Terra, fica a aguardar. Mas mesma sem ele, não estaria nesta crónica, uma chamada a Gil Vicente? Para que compusesse uma ou muitas Farsas, Comédias, Moralidades, do seu génio criador?
Até próximo.