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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

15 de setembro de 2008

Nº 178 MATEMÁTICA DOUTRINÁRIA: PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO + EU UNIÃO EUROPEIA? IEE – IDEOLOGIA EXPECTÁVEL E EXPANSÍVEL + U. EUROPEIA ?

Sem balança aferida, estas duas propostas ou orientações, parecerão iguais, formando uma equação na valência das incógnitas.

          Oferece, à primeira vista, melhores perspectivas, ao crédito vistoso, a trindade das letras IEE. Mais palavrosa em tentações de interesse público e privado, folgada em garantias de futuros inimagináveis de venturas, envoltas em tratados de verbo pródigo no agrado às promessas da felicidade terráquea, encena um magnete de sentimentos, facilmente captáveis ao entusiasmo das relações cívicas e da abastança.        

          Qualquer intelecto formado na Escola Superior da existência folgada, acolhe a IEE, como uma bem-aventurança à espécie humana, o recheio que faltava na Natureza, demasiadas vezes opressora dos «direitos» do gozo de tempos livres e heranças de mirantes altos, onde fruir a paisagem de flores, verduras e comestíveis, a crescer mais abaixo em ampla liberdade.  Trabalho voluntário, apresado na garantia de peso e alongamento. Linda a paisagem.     

          Convenhamos ser deveras tentadora, esta mensagem da IEE.

          A Ideologia, facilitada a mudar «panos de fundo», posta  a pré  determinar o Expectável, nas actividades agrícola, industrial e das restantes que fazem parte integrante do vagaroso e exigente nas presenças manuais e intelectuais do PIB. Era a realização contida na filosofia mais recheada, fazendo acreditar na Expansibilidade a preencher o incompleto nos apalavrados privilégios propostos para cargo de confiança. 

          Daí, já se poder firmar o mercantilismo da oferta para formar Governo com todas as substâncias prometidas e a procura de autorizações solenes, vulgarmente denominadas votos. Antes, contudo, armemo-nos de «presunção e água benta», para tentar  fazer o que convém prestar – explicação do positivo ou negativo em clareza de contas .

          A nossa crónica anterior, intitula duas expressões, obrigadas a igualdade, para formarem uma equação verdadeira.  Assim:

        « Planeta Terra = PIB =Valor Natureza Real  -                1ª expressão.

        « Ideal + Ismo = Valor expectável <= Valor expansível» - 2ª      

o que reduzida a incógnitas, representará:

           PT  (PIB) (VNR)  = Ia+ Ib (PIB E1 ou PIB E2 )  

          Completa-se, portanto uma «equação», com valores, embora representados por  incógnitas, deverão corresponder a números matemáticos.

         Descanse, leitor Amigo, pois não vamos demonstrar álgebra ou geometria,  não só por desnecessárias, mas porque a lógica considera verdadeira a primeira expressão e o Ia+Ib da segunda.  Indispensável, porém, simples aferição do (PIB)E1) e o (PIB)E2).

       O (PIB)E1 e o (PIB)E2, representam os «valores» EXPECTÁVEL e EXPANSÍVEL, ou promessas ideadas por pretensos candidatos à governação.

        Balanceiam relações com o  credível, pois provindo de uma conclusão verdadeira, ~- o Ideal mais Ismo,- não têm funções atómicas nem número exacto que satisfaça uma equação.

        A especialidade extra terrena, de aumentar volume, adianta que se as profecias do (PIB)E1, não forem suficientes para transmitir agrado às classes a abranger, os  predicados adquiridos nas filosofias, além normais e no «padrão» 1789, na França, torná-lo-ão pronto para tapar  os «buracos» em aberto e se for preciso transbordá-los para a estranja. A bazófia leva a esquecer que a constituição «diáfana» do E1 é a mesma da E2.

       Nesta altura, os leitores condescendentes dir-me-ão que este recreio de realentar  matemáticas aprendidas no nosso Liceu Nacional Antero do Quental, não servem a explicação pretendida. E terão as suas razões.

      Mas do aprendido dos excelentes professores, Dr. Mário Rego Costa e Dr. Lúcio de Miranda, ainda navegam as responsabilidades do que nos foi bem explicado. E nos tem prestado arrimo na profissão que nos coube, mas também na ambiência variável do respeito à sinceridade na teoria dos números.   

      Dir-nos-ão que a fórmula imagina defeitos, da maneira como a apresentámos.  Deficiência nossa, quanto ao modo de transmitir.  

     Mas é a clara e perigosa insistência da actual doutrina espalhada, em quantidades arriscadas, em todos os continentes. A vigorar, teimosamente, por entre as presenciadas vicissitudes,  crescidas a ritmo cada vez mais legionário a arrecadar seguidores incondicionais, de mais «querença» do que percepção consciente.

      Acreditar nos E 1 e E 2, ( valores ideológicos) – ou os da rã ambiciosa de ser boi - será esperançar o hipotético, a entrar nos mercados  de trabalho e  consumo, à frente das ferramentas e produções do Planeta Terra.   

       Não temos dúvidas, contudo, de que estes factos, não só acontecem, como tendem  a multiplicar-se de maneira a assustar os precavidos.  Os crentes e arautos do idealismo, todavia, por sua obcecação poética e feitio macambúzio, demasiado inconformados ou apoiantes da preguiça na razão, perante a falta real de mercadorias, verbalizam açambarcamentos em cada canto, monopólios em cada rua e acendem as consequências, no rebentamento da luta dos menos favorecidos a espada afiada, a ferro aguçado, do fogo a queimar o sossego.

       Com razão ou sem ela, recordemos  a grande falha na equação dos valores  desmancha prazeres, no ápice de uma ideia.

       Guardar o optimismo trancado a «sete chaves», não vá apresentar-se desnudado, no meio de familiares inquietos por resolver os espaços vazios na despensa, não disfarça o badalar doloroso no pedido alimento do aparelho digestivo. Escondido ou em liberdade, o badalo «bate o pé» e bate forte, até acontecer a mastigação ou o enfraquecimento extremo. A fome trabalha sempre, oculta ou às claras. 

      A ânsia de a eliminar nos agregados, onde a  civilização tomou lugar de destaque, deixa os espíritos pouco firmes em coerência.

      Entendido o regresso inesperado da mazela das privações, logo se acende a lâmpada de Aladino a iluminar o «pátio das cantigas», a saudar o melhor dos mundos, repleto dos ingredientes preciosos à vida.  Verificada a falácia de bailes e canções, de volta chegam indícios de mal estar nas gentes aflitas de pão e sabor, para o engolir. E de novo Aladino levanta a lâmpada, para de pronto baixar o foco de luz.  E assim por diante se seguem as visões do « ter e não ter ».    

       A estes clarões de abundâncias, se podem chamar, a intermitência de riqueza fugitiva e desmascaro do infortúnio. A política, é a ciência das previsões e quando não acerta, toma o hábito da virgindade, na arte de empobrecer alegremente.

       A calamitosa época que nos saiu  na rifa das sortes, exclui culpa formada  à utopia da organização social perfeita, à medida do «ideal+ismo».  A candura, envolta no capote do guerrilheiro pronto a disparar, elegeu a inocência intocável e repudiou o castigo à ignorância e má visão. 

       Mas isso será para outra oportunidade.

      Até próximo.