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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

14 de outubro de 2008

Nº 181 A DETERIORAÇÂO DO PROPAGADO… A ILUSÃO DA IDEIA…A DESVENTURA DO FRACASSO

Terminou a crónica anterior, às três pancadas ou mais ainda, desmobilizadas de importância e do interesse imediato. Várias questões em critério aleatório, deixam para trás a pressa de acabar e ao abandono o superficial valor prático . O ânimo some-se, nos momentos de avarias mecânicas no sistema transmissor das regras da saúde e do comportamento.
Mas como tudo se resolve, procuremos completar as nossas obrigações, com o respeito que devemos a quem se prontifica a ler esta nossa última vontade de ser útil, enquanto o balanço do cérebro se mantiver cadenciado e capaz de transmitir o que nos resta das dádivas da Natureza.
A consciência da aproximação à presença da Entidade Maior e Guia dos deveres, bastante à frente dos direitos, fala mais alto e impõe continuarmos a recordar, o que não deve passar à margem da verdade.
Há 34 anos, um «sarrabulho» militar e ideológico, tomou conta da harmonia portuguesa, mexendo nos temperos até então adaptados ao sabor nacional. Sabíamos ter havido, dois ou três anos antes, arrepios de frio, na classe dos capitães do exército, reclamando aumento nos ordenados para fazerem face às despesas da classe de oficiais, consoante cresciam os preços nos mercados de consumo. E, por aqui ficavam os nossos conhecimentos a respeito da «reviralhista» posição armada.
Os acontecimentos resultantes da vitória consumada, foram, aparecendo naturalmente, destapando o que a princípio nos tinha deixado um pouco atónitos e a desnorte dos factos. As interrogações, porém, como eram de apreciação pessoal, guardámo-las cá por dentro, apesar das declarações, escritos e discursos na «lavagem» dos motivos e respectivas consequências.
Só mais tarde, começámos a entender o novelo complicado, das decisões que se foram desenrolando e ainda hoje se observam a «olho nu».
Não a medo e dúvida, hoje, mas às claras e com porta –vozes, devidamente credenciados por cada fonte, a jorrar virgindade de actos menos bons e inocência nos que fazem mossa nos rendimentos do Povo, em mistela de juras, «lealdades» e monumentos a façanhas da «massa cinzenta, vermelha ou incolor. Produção livre, do bom e do mau. Sobretudo do sofrível, do mau e do péssimo.
Pois sempre duvidámos, que uma hierarquia jovem, plena de esperança no Portugal de D. Afonso Henriques e a HONESTIDADE de Egas Moniz, do heróico , do presente e do futuro, enveredasse por finalidades diferentes das divulgadas como razoáveis à opinião pública.
Eis, « se não quando», segundo a maneira de Nicolau Tolentino, caiu a factura descriminada do acontecido, continua a acontecer e rebentou os travões de poder parar, antes do desastre que se avizinha, sem volante a funcionar, nem guiador e cunhagem de moeda.
A cópia da carta reimpressa nas nossas crónicas Nºs. 57 e 172, assinada com orgulho contestatário, do Senhor Rosa Coutinho, almirante ou vice, é a prova positiva, com as luzes próprias, sem sombras de dúvidas da intervenção alheia, às directrizes dos capitães que pediam a intervenção do General Costa Gomes, Junto do Ministro da Defesa General Viana Rebelo, por mais algumas notas a desafogar o aperto nos lares.
A divergência do rumo inicial, terá sido programada e tecnicamente dirigida, por especialistas do «oriente», diplomados em excelente escola de decoração em locais estratégicos, onde a espionagem, por meio de atentados à estabilização, pudesse alargar a influência do idealismo. O Dr. Álvaro Cunhal, era, em Portugal, o fiel obediente das ordens emanadas do SOL, moscovita, como ele próprio proclamava e a mesma carta clareia.
Não nos consta que o Dr. A. Cunhal exercesse outra profissão, se bem que tivesse obtido o diploma de advogado, quando estava detido e fosse autorizado a fazer o exame na respectiva Universidade.
Contou-nos um confrade entusiasta de, no exame, presidir ao júri o Dr. Marcelo Caetano e este, no final, depois da aprovação, se dirigir ao examinando (réu, em justiça), elogiando: - O Senhor, da nossa parte, seria um excelente colaborador. Ao que respondeu o Dr. Cunhal: - E o Senhor, do nosso lado dar-nos-ia muito jeito.
As inteligências trabalham, à revelia umas das outras, mas numa engrenagem motorizada, de rumo fixo, em Mundo imaginário. Essa permanência, quando além do normal, fora do contacto com a realidade, retrai ou estaca o pensamento, ou a evolução normal à legalidade civilizada.
Não têm estações de serviço de consertos das ideias. Assemelha-se à esquizofrenia, mas pode vir a criar o Mundo próprio, característico desta doença
A ocupação do Dr. Cunhal, que nos conste, deambulava entre gizar atentados contra a paz pública, executá-los e planear fuga das entidades encarregues de as evitar e deter o seu crescimento. Pena que assim tivesse acontecido.
As consequências, porém, é que não poderiam conter o ideal desejado.
Numa entrevista na televisão, a Deputada Zita Seara, dá o seu parecer, do Dr. Cunhal, depois do baldado esforço, a tentar reagir ao que sempre tinha defendido, acabou por se convencer da inutilidade de insistir na hipótese falível de encontrar soluções sociais, nas estepes russas ou PIBs europeus. O Leninismo continha demasiadas lacunas administrativas e, sobretudo, acreditava na suficiência da «Ideia» ( que não produz alimentos ), para salvar a luta pela igualdade.
Demasiada confiança. Ilusões perdidas…Povo amargurado, sofre…
As cicatrizes das emendas, salientam-se na obra…
Até próximo.