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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

18 de agosto de 2008

Nº 176 O PLANETA TERRA NATUREZA…LEIS….IDEAIS…PARTIDOS… POLÍTICAS…DISCURSOS… PROMESSAS… DEVERES… DIREITOS

O título desta crónica, é comprido. Mas vale a pena revê-lo, do  fim para o princípio e daqui outra vez ao final. Não é resumo de concordância ou discordância.  São tópicos que têm feito parte destas nossas crónicas não destoando  se os reunirmos  em breves comentários.   

            Comecemos pelo último, os pródigos de bem fazer,  os ofertantes da tecedura larga  de regalias, os:  

          «Direitos». Estão na moda muitos nomes a elevar-lhes o merecimento : - Direitos adquiridos,  de nascer, de morrer, de cantar, de trabalho, de possuir  casa…de casar e descasar, de gerar e expungir filhos, etc….etc., todos subjugados ao «ego» dominante do indivíduo.  

            «Os Deveres», têm menos baptismos, mas o de cumprir obrigações já pesa mais do que muitos arcaboiços podem sentir nas costas aliviadas por promessas ardentes, convencidas de moldáveis na mente e transmutáveis  no Planeta Terra …

              As «Promessas», tolerantes na oferta de «direitos», de tudo quanto agrade ao menos feliz, semeiam-se tanto nos períodos normais, como nos de gelo na circulação, ou nas enxurradas de mercados abarrotados.  

              Os «Discursos», atiram baldes de serpentinas multicores, para alongar o Carnaval das:

              «Políticas», ou plantio de renovação do que foram árvores de fruta, podadas para melhores produções em alguns sectores, mas  alforradas e secas, noutros, pela idade, falta de adubo fertilizante, ou destruídas por tempestades naturais ou nascimentos de:    

              «Partidos», cada qual a aplicar remédios de composição química reaccionária., nos:

              «Ideais»  sem pouso atinado, nem ninho construído, não garantindo o cumprimento exacto das:  

               «Leis», concebidas por usos e costumes modificados, pelo envelhecimento destrutivo, pelos «Ideais» deformados, pelos «Partidos» sobranceiros, pelas  «Políticas» obcecadas, pelos «Discursos» sectários, pelas «Promessas» imaginadas, pelas amnistias dos «Deveres», pelo desperdício  dos «Direitos», pela luta, não do saber, mas de oportunidades por distinções e rendimentos… teorias e ciladas…

                 Caro leitor, eis como uma revisão da « matéria dada», no fazer contas ao apreendido depois do sarrabulho da fundamental atenção aos assuntos sérios do Povo, se chega à surpresa inacabada de factos, a castigar a inocência, usando  sacolas de esmoleres.

               Os tópicos, acabados de mencionar,  vistos e revistos em duplicado, independentes uns dos outros, têm o seu lugar de destaque no percurso das sociedades. Muitos outros se alinham na construção do acordo Planeta Terra Natureza,  com os argumentos irradiados do «posto de transformação» da Filosofia, em Leis que se propõem alastrar em Universais.  Representa o ilógico entrar no pensamento humano, a querer transpor, em absurdo salto aéreo, a barreira dos três reinos: - mineral, vegetal e, por último, o animal, o que faz queixumes da rudeza a aplanar, se quer continuar viva a espécie.  

       É a perda total da coerência, ao considerar perfeita a soma do «ideal + ismo», produzida na turbina  situada no cocuruto do que se afirma «pensante», remediador de todos os males e fraquezas.  

              As irregularidades originais do Planeta que nos serve de habitação, resistem à mistura dos tempos que corroem a matéria, com a irrealidade das  fantasias. A parte física, faz por entender a existência etérea, fugaz, de simples conselheira à sensibilidade dos cinco sentidos, mas abjura à duração  do espiritual em «espécie,  número, qualidade». O «Idealismo» tem toda a liberdade  de se exteriorizar, mas não possui a magia da transmutação em mercadoria comerciável. 

              Política, é arte aperfeiçoada e ciência evoluída...  Assim deveria ser… 

              Pois consta da organização da «ordem», do apoio popular centralizador do controlo do civilizável, da fortificação da estrutura do Estado nos aspectos interno e externo, da acção diplomática «dentro e fora de portas» do símbolo Pátria e, sobretudo, da administração, tanto quanto possível desapertada de compromissos «pesados e imediatos», irreversíveis de cumprir e influentes no « maquinismo futuro», são marcos essenciais na manutenção dos Povos que se querem afirmar independentes.

           Neste somatório de «ingredientes» do que se compõe uma Nação e da evidência que temos posto da matéria se demarcar da ideia, cremos ser altura de mencionar o Barão de Montesquieu (1689 – 1755)  : - « O mundo inteligente está muito LONGE de ser tão bem governado como o mundo físico, porque embora o primeiro também tenha leis que, pela sua natureza, são invariáveis, não as segue tão constantemente como o mundo físico segue as suas.  A razão é que os seres particulares inteligentes são limitados pela sua natureza e, por conseguinte sujeitos a errar. E por outro lado é da sua natureza que ajam por si mesmos.».

             É, porém, quanto a nós, um dos pontos, senão o principal, onde assentam as dificuldades actuais, impeditivas das « ciências políticas » alcançarem  as soluções amoldáveis ao Planeta Terra Natureza, possuidor de desenvolvimento próprio, medido por estações anuais do «movimento de translação.  LONGE, portanto, da desorganizada concepção inteligente, a  vaguear entre a «matéria» e o imaginável sem concluir onde pousar, por insuficiência da Razão partidária não distinguir a realidade da primeira, o fantástico da segunda e chegar à impossibilidade de fusão entre as duas.

             O mal está instalado para durar.  O partidarismo não admite recuo nos seus princípios e se o consente, é às «pinguinhas de controvérsias e trambolhões». A trama  política, por outro lado, não decide sem disputas pagas à hora, no salão modernizado em sede desportiva – centro, esquerda, direita – e presenças em  camisa ou «fato de passeio», para trabalho oficial, privado ou poético.  E aqui nasce a embrulhada da localização dos pontos cardeais.  

              Os nove itens, separados por reticências, - do Planeta Terra Natureza (o único constituído por átomos) aos «Direitos», (  amealhadores da Fé, Esperança e Caridade) - animam o currículo das virtudes humanas e teologais.

           Os restantes não interferem no concreto da Natureza – o produtivo que avoluma o PIB, ou a colheita  de vegetais e nascimentos animais, base da existência dos Povos crentes na capacidade de defesa contra jugo estranho, de muito caro e imprevisto pagamento em valores e sacrifícios.       

           Uma conclusão, porém, se pode tirar.

            O «matrimónio» Pensamento e Matéria, está fora das regras da Natureza, escondidas ou à mostra. Montesquieu, escreveu-o para lembrança constante, como aviso no pedestal do senso.  Toda a  gente o sabe…  Porque será, então, que na política, se iniciam discursos e promessas, com afirmações categóricas do PIB  ser base segura na manutenção dos cidadãos.?

                Até próximo.