América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

A minha foto
Nome:
Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

25 de agosto de 2008

Nº 177 NOVIDADES NA MATEMÁTICA:PLANETA TERRA = VALOR NATUREZA REAL = VALOR PIB.. IDEAL + ISMO = PIBVALOR EXPECTÁVEL < VALOR EXPANSÍVEL…

A espreita a todas as horas do dia e da noite, por aviões, mísseis, naves tripuladas, parece ter desnudado o Planeta Terra Natureza, de todas as atracções resguardadas em milhões de séculos, até o Americano Neil Armstrong dar os primeiros passos na Lua em 1969.

          Os mistérios do céu, o azul da atmosfera, ou camada  gasosa que envolve as estrelas e planetas da nossa galáxia, aos poucos têm sido desvendados por força intelectual de Homens excepcionais no cultivo da ciência filosófica, acompanhando as miríades de ramificações que compõem a coroa de glória do progresso, hoje envaidecido  pelo próprio cérebro que o criou e não desiste  de aperfeiçoar.

          Enquanto a rudeza do raciocínio se acanhava nas alfaias agrícolas, nas sementeiras do grão, colheitas dos legumes, tubérculos, do centeio, trigo, frutos, do gado complemento alimentar e auxílio das fadigas mais pesadas, o Homem sentia-se presente, como única voz autoritária no Planeta Terra.

         Era a uniformização de questões salientes e válidas na continuação da vida, se a terem de ser discutidas, respeitariam, em particular aos pensantes  e às suas habilidades manuais.  A inteligência,  prestava respeito à Natureza, posto que subordinando-a à sua ilimitada curiosidade de revelar os encobertos.  

         O advento da pesquisa espiã dos segredos brincalhões do «ferro quente» com a sagacidade humana, entusiasmou a sinalizar os elementos naturais, escondidos e dispersos em afastados locais do Planeta, para deles retirar benefícios ao bem estar e progresso da civilização.   O que foi concretizado  muito à custa da gente que partiu de Belém, tripulando as caravelas  e,  parte avultada o mar tragou, afundando, consigo, o que seria o lucro da patriótica Empresa comandada por Henrique, o Infante sábio e profeta…herói de espada na mão  em Ceuta  e Santo em abnegação nacional e ao Mundo.

           As «Descobertas», resultaram da interpretação efectiva do que contém o Planeta Terra, sem a verbosidade que lhe pretende alterar condições, méritos e prodígios, em «sabença» de fantasiado astro.     

          Ambas coexistem e se apoiam mutuamente. Não possuem, porém os mesmos antepassados e opõem-se na consistência e na durabilidade.

        PIB, é o extracto sólido e trabalhoso da continuação da vida no nosso Planeta. O acessório IDEAL, será  a ambição e a esperança de o tornar inesgotável e perfeito, sem afadigamentos corporais.  Na Natureza, o Átomo suporta a ordem e o método, ensinados pela Ideia,  aceitando o convénio do estudo para a beleza retocar o tosco e a construção se adaptar à habilidade para chegar ao consolo e tirar proveito do bem estar.

          Para melhor entendimento do pretexto desta crónica, cumpre-nos reavaliar as letras em tipo maior, pomposas a titular o ponto principal a ser vazado na engrenagem da realidade.

          O Planeta Terra, igual a si mesmo, é, onde se sabe, haver vida inteligente, apta a canalizar o PIB nas diversas utilidades resistentes às cinzas.

       Desde então,  sentiu ambiguidade em afirmar-se único e real.    

       A ideia,  amimada na França em 1789, elevada a «idealismo», no encadeamento das deduções, espargidas com louros cheirando a bondade universal, para omitir o vermelho da mistura dos sangues derramados, essa espécie de argamassa pegajosa do intelecto, assumiu ligação pegada à matéria, sem ensejo de mutualidade de independências. Os metediços direitos filosóficos, bifurcaram-se em realidade e demagogia e os factos arrepiaram definições submetidas ao Planeta Terra, deixando livres  as aspirações imaginadas, mas com um pé na Natureza incontornável e outro  nas fumarolas de hipotéticos vulcões  de «classes».    

       Perene, na evolução humana, a dúvida do «ser ou não ser».  E do ter ou não ter, pródigo em amuos, ameaças, enjaulamentos impiedosos e matanças irracionais.   

       Fazer adivinha do facultado à sociedade, mais baixo do ambicionado, compreenderá a decifração  do «expectável», ou desejadas regalias igualitárias, que o Planeta Terra não pode dar, em simultâneo com o expansível pensamento, em contínuos estenderetes de lições mal aprendidas.     

       Em duas equações, ou fórmulas da fria e insensível ciência dos números, se demonstra a resposta «mirrada de valores» e rígida na autoridade, deste nosso  Planeta. A vida em sociedade civilizada, terá de mudar o conceito administrativo.  Obrigar-se-á  saber usar a realidade económica, respeitando os tempos e as quantidades das fontes de riqueza de uma nação, de um Continente.  O Globo Terrestre, não tem afinidades com fole de encher e vazar ao compasso de músicas celestiais. A atomicidade, ou sobreposição de átomos para o crescimento, impede-o por completo.     

       Por este motivo, o PLANETA TERRA TEM UM VALOR REAL FIXADO NO PIB.  Ou Produto Interno Bruto. Portanto, o atingível na coisa produzida.

       Por outro lado, parecendo uma tramóia, o IDEAL+ISMO= Produto EXPECTÁVEL, que consta no calculado e, politicamente crescido, do tamanho das necessidades  = EXPANSÍVELou condicionado a dilatações, pelo menos iguais às geradas nos pensamentos teóricos da sociologia.

      A nossa Natureza, condiz com o Ideal, se o pensamento harmonizar o disponível e a ambição.  Quando o Ideal se associa ao ISMO, a dissemelhança toma conta do governo das nações.  

       A diferença encontrada na contabilidade  do valor real e na do constatado no Ideal +ismo, nada afectaria, se fizesse parte dos programas da álgebra e, sobretudo, nos códigos partidários, para que, no ajuste dos quinhões a dividir pela «massa pobre e anónima», mais os compromissos de Estado, fossem cumpridos, com a lisura das regras socais e ao abrigo da Lei.

      No planeta Terra, as boas contas, dependem do PIB.

      No Idealismo, extrai-se todo o consumível, incluindo o último pingo do PIB e condena-se – ao acaso, para não resultarem ferimentos embaraçosos - a adulteração invisível, por encobrir o EXPECTÁVEL que, por sua vez, acusa o EXPANSÍVEL, faltoso de não satisfazer a colectânea das ideias.     

      Destas deficiências, desculpavelmente arrebentadas, nascem discussões…

      É no meio das dissidências entre o PIB ( Produto Interno Bruto - repete-se) e o IEE  ( Idealismo Expectável e Expansível ) onde, em realidade, o Idealismo se sente na liberdade de expandir as «qualidades que o tornaram famoso : discutir… atacar e defender…criticar…debater questões, sabidas ou por saber…enfim, toda uma colectânea de troca de palavras e de «ecos» do que se passa em redor, com valor mais ou menos comercial ou agrícola, mas justificativo na avaliação do emprego e respectivo salário.

      Evidentemente, não é coisa que dê lucro social visível e imediato, mas é uma amostra fecunda de uma nova indústria a oferecer «língua-de-obra» a classes de têmperas agressivas, mas de bondades inexcedíveis, diante de imagens do partido.   Valiam « contos de reis», quando havia monarcas a mandar e, hoje, recebem milhões de euros, não se vislumbrando quem é que manda.   

              Acabar a crónica, era nosso intento. Costurá-la, primeiro é nossa obrigação.

             Até próximo.

18 de agosto de 2008

Nº 176 O PLANETA TERRA NATUREZA…LEIS….IDEAIS…PARTIDOS… POLÍTICAS…DISCURSOS… PROMESSAS… DEVERES… DIREITOS

O título desta crónica, é comprido. Mas vale a pena revê-lo, do  fim para o princípio e daqui outra vez ao final. Não é resumo de concordância ou discordância.  São tópicos que têm feito parte destas nossas crónicas não destoando  se os reunirmos  em breves comentários.   

            Comecemos pelo último, os pródigos de bem fazer,  os ofertantes da tecedura larga  de regalias, os:  

          «Direitos». Estão na moda muitos nomes a elevar-lhes o merecimento : - Direitos adquiridos,  de nascer, de morrer, de cantar, de trabalho, de possuir  casa…de casar e descasar, de gerar e expungir filhos, etc….etc., todos subjugados ao «ego» dominante do indivíduo.  

            «Os Deveres», têm menos baptismos, mas o de cumprir obrigações já pesa mais do que muitos arcaboiços podem sentir nas costas aliviadas por promessas ardentes, convencidas de moldáveis na mente e transmutáveis  no Planeta Terra …

              As «Promessas», tolerantes na oferta de «direitos», de tudo quanto agrade ao menos feliz, semeiam-se tanto nos períodos normais, como nos de gelo na circulação, ou nas enxurradas de mercados abarrotados.  

              Os «Discursos», atiram baldes de serpentinas multicores, para alongar o Carnaval das:

              «Políticas», ou plantio de renovação do que foram árvores de fruta, podadas para melhores produções em alguns sectores, mas  alforradas e secas, noutros, pela idade, falta de adubo fertilizante, ou destruídas por tempestades naturais ou nascimentos de:    

              «Partidos», cada qual a aplicar remédios de composição química reaccionária., nos:

              «Ideais»  sem pouso atinado, nem ninho construído, não garantindo o cumprimento exacto das:  

               «Leis», concebidas por usos e costumes modificados, pelo envelhecimento destrutivo, pelos «Ideais» deformados, pelos «Partidos» sobranceiros, pelas  «Políticas» obcecadas, pelos «Discursos» sectários, pelas «Promessas» imaginadas, pelas amnistias dos «Deveres», pelo desperdício  dos «Direitos», pela luta, não do saber, mas de oportunidades por distinções e rendimentos… teorias e ciladas…

                 Caro leitor, eis como uma revisão da « matéria dada», no fazer contas ao apreendido depois do sarrabulho da fundamental atenção aos assuntos sérios do Povo, se chega à surpresa inacabada de factos, a castigar a inocência, usando  sacolas de esmoleres.

               Os tópicos, acabados de mencionar,  vistos e revistos em duplicado, independentes uns dos outros, têm o seu lugar de destaque no percurso das sociedades. Muitos outros se alinham na construção do acordo Planeta Terra Natureza,  com os argumentos irradiados do «posto de transformação» da Filosofia, em Leis que se propõem alastrar em Universais.  Representa o ilógico entrar no pensamento humano, a querer transpor, em absurdo salto aéreo, a barreira dos três reinos: - mineral, vegetal e, por último, o animal, o que faz queixumes da rudeza a aplanar, se quer continuar viva a espécie.  

       É a perda total da coerência, ao considerar perfeita a soma do «ideal + ismo», produzida na turbina  situada no cocuruto do que se afirma «pensante», remediador de todos os males e fraquezas.  

              As irregularidades originais do Planeta que nos serve de habitação, resistem à mistura dos tempos que corroem a matéria, com a irrealidade das  fantasias. A parte física, faz por entender a existência etérea, fugaz, de simples conselheira à sensibilidade dos cinco sentidos, mas abjura à duração  do espiritual em «espécie,  número, qualidade». O «Idealismo» tem toda a liberdade  de se exteriorizar, mas não possui a magia da transmutação em mercadoria comerciável. 

              Política, é arte aperfeiçoada e ciência evoluída...  Assim deveria ser… 

              Pois consta da organização da «ordem», do apoio popular centralizador do controlo do civilizável, da fortificação da estrutura do Estado nos aspectos interno e externo, da acção diplomática «dentro e fora de portas» do símbolo Pátria e, sobretudo, da administração, tanto quanto possível desapertada de compromissos «pesados e imediatos», irreversíveis de cumprir e influentes no « maquinismo futuro», são marcos essenciais na manutenção dos Povos que se querem afirmar independentes.

           Neste somatório de «ingredientes» do que se compõe uma Nação e da evidência que temos posto da matéria se demarcar da ideia, cremos ser altura de mencionar o Barão de Montesquieu (1689 – 1755)  : - « O mundo inteligente está muito LONGE de ser tão bem governado como o mundo físico, porque embora o primeiro também tenha leis que, pela sua natureza, são invariáveis, não as segue tão constantemente como o mundo físico segue as suas.  A razão é que os seres particulares inteligentes são limitados pela sua natureza e, por conseguinte sujeitos a errar. E por outro lado é da sua natureza que ajam por si mesmos.».

             É, porém, quanto a nós, um dos pontos, senão o principal, onde assentam as dificuldades actuais, impeditivas das « ciências políticas » alcançarem  as soluções amoldáveis ao Planeta Terra Natureza, possuidor de desenvolvimento próprio, medido por estações anuais do «movimento de translação.  LONGE, portanto, da desorganizada concepção inteligente, a  vaguear entre a «matéria» e o imaginável sem concluir onde pousar, por insuficiência da Razão partidária não distinguir a realidade da primeira, o fantástico da segunda e chegar à impossibilidade de fusão entre as duas.

             O mal está instalado para durar.  O partidarismo não admite recuo nos seus princípios e se o consente, é às «pinguinhas de controvérsias e trambolhões». A trama  política, por outro lado, não decide sem disputas pagas à hora, no salão modernizado em sede desportiva – centro, esquerda, direita – e presenças em  camisa ou «fato de passeio», para trabalho oficial, privado ou poético.  E aqui nasce a embrulhada da localização dos pontos cardeais.  

              Os nove itens, separados por reticências, - do Planeta Terra Natureza (o único constituído por átomos) aos «Direitos», (  amealhadores da Fé, Esperança e Caridade) - animam o currículo das virtudes humanas e teologais.

           Os restantes não interferem no concreto da Natureza – o produtivo que avoluma o PIB, ou a colheita  de vegetais e nascimentos animais, base da existência dos Povos crentes na capacidade de defesa contra jugo estranho, de muito caro e imprevisto pagamento em valores e sacrifícios.       

           Uma conclusão, porém, se pode tirar.

            O «matrimónio» Pensamento e Matéria, está fora das regras da Natureza, escondidas ou à mostra. Montesquieu, escreveu-o para lembrança constante, como aviso no pedestal do senso.  Toda a  gente o sabe…  Porque será, então, que na política, se iniciam discursos e promessas, com afirmações categóricas do PIB  ser base segura na manutenção dos cidadãos.?

                Até próximo.

 

11 de agosto de 2008

Nº 175 A RAZÃO DE TER RAZÃO… TRABALHO É CULTURA E

A ambição, foi sempre a companheira habilidosa no toque à sensibilidade, na preferência dos bens provindos da Natureza.  Os séculos, modificando modas, hábitos e paladares, ao exporem novidades reflectidas nos trabalhos  de lavoura, cultivo e colheita, repetidos pelos equinócios e solstícios, trazia  aos sentidos, modos de apreciação e cumprimento, obrigando as responsabilidades a aceitarem, de bom grado, o que a técnica, ainda menina, chamava de grandes invenções. 

            O empenho da Razão, em conservar título e báculo, firmou-se na ferramenta de cada era evolutiva, por mais rudimentar que o mercado marcasse o andamento  na produção e incorresse em elevados preços no consumo rareado por habilitações ainda por inventar.

         Nesses  começos em que o raciocínio engatinhava, as exigências de propaganda no alargamento de vendas, ficaria por modesta insistência, porquanto os consumidores, em primeiro impulso, arrecadavam o colhido no espaço extremado a quem musculasse luta na sua posse e o acréscimo, seria consumido pelo viandante em proveito  próprio ou carregaria a semente como «novidade» no ano seguinte.                 

         Mas a existência não se apressava a publicar programas antecipados  dos acontecimentos ocorridos em veredas diferentes e imprevistas. A «Rua Direita», porque é baptizada a artéria principal das localidades onde começa o convívio  elementar dos povoados, geralmente muito devendo à linha recta, poderá ou não, servir de centro de arte, de comércio, de desporto ou de governo.  O mais importante, gira onde o «rodeio», ou ajuntamento dos valores de trocas e vendas mais  avivam os ganhos de maior relevância individual, que na realidade é o caniço  da pesca do prestígio e do engaste de diamantes nos anéis.   Em todos os momentos de ser chamada a actividade emocional, a intuição humana desejou colocar na mesma mão,… a centelha do precioso e a bosta animal a servir de combustível para alumiar o júbilo da convivência e cozinhar o cru desgastante e corrosivo do aparelho digestivo.      

         No remoto dia do princípio da sensibilidade, o Homem e a Mulher, sentiram a atracção do aparato pessoal.  A igualdade física, não  se lhe poderia tocar. Era pertença da Natureza. Mas essa mesma Natureza, tinha, além do amor ainda no início do íman e do articulado, ao menos, dois enfeites para suprir a diferença de individuo para indivíduo: -   O brilho do mineral e o espaço onde encontrar alimento.

       Binómio persuasivo do trabalho  e faixa de partida à descoberta dos segredos pouco a pouco postos à mostra, na muda do inculto para olhar outras belezas e consolos na angústia, arrancados à rusticidade pelo novo orientador da esfera celeste.  Que queria e impõe mais, sempre mais dos proveitos trazidos pela ciência, pela técnica e, acima de tudo, da ambição de superiorizar os seus préstimos aos que encontrou no nascimento.

      O Humano, afirma que sim, mas, em verdade, detesta a igualdade.  Deseja-a, ardentemente, ao enfrentar o semelhante, para rápido, a por na calha de experiências e correcções, vazando-as no desperdício de excessos ou indecisas controvérsias.        

          A RAZÃO, baseia a sua força , no patamar do vigente equilíbrio social.

          As  decisões  sucedidas ao acaso de particularidades circunstanciais, seguem  no mesmo andamento, mas  descendo de plano.  A monotonia apossa-se da propensão ao menor esforço, abaixando consigo o nível da RAZÃO.  Assim, o que fora trono do juízo, deixa de o ser, sem mudar de ambiente.           

          A bonomia, no passeio distraído da convivência, utilizando o báculo da remissão de culpas, a bandeira da paciência e o culto à brandura, desce degraus do nível demarcado pela educação  e sociabilidade, experimentadas, anteriormente, com sentimentos elevados, sem a defesa de « válvulas de segurança» do civismo.  É, em parte por estes motivos e por outros infindáveis de enumerar, que a Razão, nem sempre é igual e credível. E cumpre-lhe sê-lo.  

            A  sementeira quer a terra revolvida, arejada, fofa, para doar à semente, o oxigénio e hidrogénio, que a vitalize e dela cresça e planta multiplicadora.  E não se fica por uma só vez.  Todos os anos, se repetem as regras apropriadas à colheita que se segue.   Se bem que semelhantes, o trabalho terá de ser cumprido com o já sabido do solo, clima e da experiência das anteriores sementeiras. Não os  havendo, o mofo abafará a vida pronta a doar-se à multiplicação natural ao big-bang, do átomo que explodiu há 15.000 milhões de anos, mais centena, menos segundo, conforme cálculos de quem diz ter feito  provas às contas… mas não viu o clarão… não ouviu o estrondo… nem assistiu à queda de pedregulhos e poeira a arredondar os planetas e estrelas… durante molhos de calendários   a vaguear no caos dos céus…

             Ao analisar esta crónica, desde o princípio, com atenção redobrada, como se fora exame para passar de classe, com a rasoira de sofrível, ainda estou a decifrar os títulos e o texto.  

            Dos primeiros, se depreende a  Razão ligada ao trabalho sem prazos de folga, no acto de adquirir conhecimentos, lendo e matutando, processo de subir a fasquia  da Cultura do Espírito, e polí-la do «zinabre» do obscurantismo.  Até agora, o modo conhecido de distinguir a verdade e atirar para a sucata a dúvida  enferrujada e perra, causadora  do retrocesso às «idades» históricas da pedra e dos metais.   Eis como a «Razão»,  pode ter  acesso ao martelo da «Razão»…

Se adicionar o ingrediente q.b. (quanto baste) de «consciência lavada»…

              O texto da crónica, assenta no planeta Terra.  Analisa limitações  da Natureza.  Pretende assimilá-las à Razão. Alvitra auxílio à ideologia na configuração  a temas associados  a convenções sociais.

             Emaranha-se, porém,  ao querer agradar à Paz.  A Razão , sente-se atraída por discursos e hipóteses, comove-se no provisório plano de probabilidades e fica na dependura  em leis sobrenaturais. Ao retornar  à Terra Natureza, reaprende que os sentidos, apesar de serem cinco, não resolvem nada do pensado, sem a indispensável reanimação da matéria que poderá ser posta em leilão, por troca com notas e moedas.     

           Por outras palavras, estamos a repetir o já afirmado em anteriores crónicas.  Os tratados redigidos a demarcar a divisão de valores - individuais e colectivos – não se colocam na obediência directa das ideias.  Interpõem-se regulamentos administrativos,  uns tantos e criteriosos, outros mais.  As Leis, em regimes de fraca flexibilidade, cumprem-se mais uniformemente do que nos aparentes libertos de conceitos e de «vistas largas», para incauto ver.

        Estes últimos, de sensibilidades reduzidas, quantas vezes vigiam os ingénuos e desprevenidos, para lhes aplicar o quebranto do infortúnio.      

         A faca que corta as fatias, é colocada na mão dos nomeados para dividir o «bolo público», com inclinação a favor da camaradagem ideológica, apesar dos neurónios não produzirem um átomo da matéria de serviço à vida.   

        Não chegámos, nem nunca chegaremos ao fim de desnudar a Razão de ter Razão.  Ela, por si, lá vai caminhando, apoiada na bengala de cada período histórico, Gostaríamos de vê-la andar com outro desembaraço e leveza na passada. Maior esperança sentiríamos, no futuro dos nossos netos…    

        Até próximo.

4 de agosto de 2008

Nº 174 IDEALIZAR… EXPLODIR…REVOLUCIONAR RAZÔES… ENFARTAM A RAZÂO. O ESTUDO, A IDEIA LIMPA, A NATUREZA…LIGAM-NA AO SENSO

Na caminhada para o progresso, os séculos anteriores ao XVIII, aparentam-se a caracóis.  Constroem a residência adaptável ao corpo, comprimem-no para não exceder a comodidade e conforme  as carências físicas e alimentares se manifestam, «sai da casca», entumecendo-se  pela vontade de sobreviver,  lança fora a «sapata contráctil - o pé – que, em movimentos ondulantes ou passada lentescente, carrega toda a tralha e lá vai indo, sem temer a velocidade de «lebre» e ganha a proeza da corrida.

                A pachorra do caracol, nunca quis, nem quer exibir falta de pressa ou fartura de preguiça. Os animais e as coisas, ajustam-se ao meio, onde se localiza a coexistência que contém reforços para revitalizar a criação natural.  E, quando rareiam elementos ou compostos capazes de rectificarem a energia que levaria ao arranque da recuperação, a ideia sugere modificações e ajeita o auxílio para o alcance da meta proposta.        

              O humano, enquanto a caixa craniana era pequena para instalar a barragem e as células nervosas para fricção do raciocínio, media o mesmo tempo nos séculos e nos minutos, consoante ganhava ou perdia a presa  que iria tapar a fome do momento.  Fixavam a ideia, na luta para agradar ao aparelho digestivo. 

              Assim se passaram gerações, a desenvolver e ideia para presença em altas decisões de átomos e moléculas, conquanto a sua essência se volatilizasse perante o sólido e o visível. A ideia, porém, ganhou fama através da verbosidade e da escrita e, amparada  entre as duas, pareceu possuir a consistência da matéria na solução das complicações provocadas pela evolução do aperfeiçoamento social.  Engano agarrado no íntimo partidário que, de imediato, o lançou de proveito comum, para não frustrar a ilusão derramada pelo discurso entusiasta e pela literatura de fontes contaminadas.    

             Para não perder a voz pública, onde se predispôs ganhar o distintivo de «indispensável à matéria» ou confundida com ela, a ideia deixou avolumar a «bola de nave» que a transmudou  a elemento corpóreo do PIB. 

             E hoje, delicada cisma nos apoquenta, ser a ideia,  sem átomos e moléculas, indigitada a fazer aumentar produtos e rendimentos e o bem estar ao Povo que vive da transpiração do que cava ou fabrica.  Ouvem-se hossanas aos idealismos, depois do repasto…  Quem não goza de refeição certa, porém, prefere trabalhar e colher  numa horta de vegetais…

           Tanta força conseguiu reunir à sua volta, que ressoam nos horizontes de terras e mares, as estridências de «defesa das ideias com unhas e dentes». A qualquer preço…quando, ao lado uma da outra, a couve, come-se, a ideia, pode sugerir o modo de a cozinhar, mas não a substitui..

           Caro Leitor, o que acabais de ler, é  divagação do costume.  São machadadas ao acaso em ramos de flores batidas por ventania, mas com o suposto desejo  de atingir a frescura do colorido.

           Na luta pela existência, o valido pela fortuna no trabalho, remedeia-se no que aufere da mais valia no sector material em que está envolvido, condutando a ideia  na qualidade e quantidade do produto final.  Alcançado o objectivo, solta-se a satisfação de o ver concretizado.

         No lado da bancada onde o «ideal+ismo», se troca, enfatua ou comercializa, a quantidade é tal e a qualidade tão desentendida, que permite a explosão em ramificações fugidias ao senso e ao apoio do consumidor, que hipóteses de fracassos se baralham, caros ao humano.

         Os estados da Natureza, sólido, líquido e gasoso, não foram criados pela ideia, se bem que esta possa vir a alterá-los pela mão do artista, ou pela evolução da ciência física  e química.  Expor ideias, pode e deve ser um meio contemporizador na agregação das sociedades. Impô-las, onde elas se atravessam nas miríades de fontes dos tinos  e desvarios de cada cabeça, resultarão, ou, mais concreto, resultam os efeitos negativos que estão a subordinar o nexo à incongruência.                    

              As feridas sociais crescem no número e na gravidade. Soam cantigas de «amigos», nos grupos «inteligentes», de «escarnho ou «escárnio e mal dizer», nos outros que se opõem, onde a inteligência é, por milagre, suprema.

            Escusamo-nos de referir, por desconhecermos, por inteiro, a bitola dessas inteligências. Nem porque são tão perfeitas como pensam ou ainda MAIS perfeitas, como se arrogam. É enigma que fica connosco ou poremos na rifa da lotaria se, porventura contiver prémio.

             A evolução humana resguardou, todavia, em compartimentos especiais, a educação e a instrução, destinadas a amansar a bruteza animal e a facultar a harmonia na predisposição  dos ajuntamentos se domarem em sociedades organizadas.  A paciência desdobra-se nas duas condições sociais.

           Na primeira, acalma o sistema neurótico, como freio ao abuso de confiança que se quer imiscuir na personalidade alheia; e na segunda, mantém a insistência no ensino e na aprendizagem, estes dois inventos do espírito humano, que, por sinal, não têm fim.             

         Mas é aqui, que surge um, dos muitos busílis dos nossos tempos.

         A educação nunca acaba, mas o humano aproveita-a, quando chega ao que deveria ser  modelo de PESSOA, para se emproar a rasgá-la, como barco no corte das ondas, no intento presunçoso de evidenciar estatuto de importância,  Vitória fugaz, pois que rebenta, com pouca dura, o balão de riquezas, honras e glórias.     

         Avantajar saber, é luta nem sempre possível  ao alcance da média, recebendo a outra metade, por esse motivo, o encargo  de lhe dar a orientação mais  digna e útil ao agregado social.  Dessa parte, contudo, há uma pulverização de «pontos cardiais» fáceis de «ver», «ouvir» e «falar», mas só possíveis de entrar em análise condigna, com apetrechada  bagagem instrutiva.    

         Esses somatórios de conhecimentos, dados em tempo comprimido pela verdura da mocidade, todavia, não foram embalados, nas devidas condições, nem da quantidade e mesmo da qualidade, deixando vazios diversos sectores do ensino, por o tempo de os «meditar», ter sido dispendido, no entretenimento de sentido vago  e inobservante.  Porque a questão de vencer «curso» e receber prémio no diploma, se algumas vezes acertam na liga inteligência e ponderação, podem  não corresponder a maturidade suficiente, para a confecção de leis ao nível dos complexos pareceres  que povoam as sociedades, assoberbadas em encaixar a ciência, a técnica, o engenho, a ambição, e todas as condições que assegurem a comodidade   O tenro, difícil de disfarçar do mal à sensatez, depressa vem ao decima ao abrir-se a caixa de queixumes e repulsas.

             Se a filiação a partido político, dá direito ao título de «competência», ou ceptro de saber e julgar, o Povo, para quem é dedicada a distinção, na generalidade sente as mazelas do desvio das regras atiradas em grinaldas de promessas.   O Povo…entidade meio abstracta, mas não caloteira por demérito próprio, nem temerosa frente a contrariedades, se calhar está a resolver só cumprir pagamentos, a quem seja capaz de ser bom pagador da palavra dada.

         Arrisca nesse jogo de seriedade», na maré baixa de defensores… mas ficará com a PAZ e a saber em quem contar…                

              Até próximo.