Nº 170 SATURAÇÃO, RASTEJO, QUEDA… REGISTAM UMA ÉPOCA. AO SOFRIMENTO… CUMPRIRÁ A REPOSIÇÃO DO REAL…
O que se faz ouvir em vozes altissonantes, porém, é cavaqueira em fantasiosos tribunais de acusações mútuas, onde o desnorte dos convivas, contra-estimula a subida de mais degraus, dos que, pela vida fora, o Homem conseguiu a favor do que lhe permitiu maiores liberdades pessoais e, quando Povo, se aprontou para um futuro mais harmonioso e progressivo.
Em realidade, a têmpera não se uniformiza em atitudes individuais, nem nas rebeldias de paixões partidárias. E a ideia, tresmalhada em acordos, qual voo em ziguezague do animal insecto, libelinha, descuidada de pouso ou descanso, mudando de rumo, nos ângulos agudo, recto ou obtuso, se torna trapalhona para com o discernimento da coragem e da falta dela.
Tais características, desassociadas da unificação, não confiam determinações convictas e, muito menos, acertadas.
Há algo de duvidoso nestas deduções hipotéticas, ao comparar o «trabalho», descrito na História, com a insistência das acções do Homem, vivas e activas, singulares e enredadas, afastando a obrigatoriedade de cumprir deveres, antes de atingir, por conquista e mérito próprio os direitos que a ideologia pretende conceder por automática escritura de aquisição.
A guerra, enquanto mata e destrói, é «ferro em brasa» a marcar culpados e inocentes, maldosos e justos; quando acaba, névoa rasteira, já vinda de partidarismos antecedentes, escurece, desfoca e desfaz o passado real. Em labareda, queimam-se os acontecidos e em estirador político, redesenha o escolhido ou inventado para vir a constar na propaganda que determinará objectivos de temas ainda por demonstrar, mesmo depois das desilusões nas práticas experimentadas a «ferro e fogo».
O retirado de positivo, depois das chacinas guerreiras de todos os tempos, consta o desenvolvimento de matanças mais certeiras e, ao lado, de inventos amortecedores da rusticidade cansativa da Natureza.
De modo sucinto, as últimas duas Grandes Guerras, impulsionaram a ciência no aproveitamento de metais, carburantes, explosivos e progrediram a técnica, sua «descendente muito amimada», com a rapidez dos transportes, comodidades nos lares, aperfeiçoados meios de trabalho industrial e…temática revolucionária 1789, na regulação do «artesanato político».
Esta colecção de melhorias científicas e técnicas, intermitentes e quase intermináveis e de agrado à constituição frágil do corpo humano, fazem convencer o «artesão» que quer acrescentar ganhos na solução das questões sociais, serem as máquinas, martelos e serrotes, de produção simultânea com a que provém da agricultura, na lavra, sementeira e colheita, exemplificando, por sua vez, iguais facilidades nos contactos da «ideia» com o PIB.
Põe-se a problemática da Produção.
Para construir a Máquina, o martelo, o serrote e amanhar a terra para a semente e colheita do fruto maduro, a mão de obra utiliza o tempo. O que resiste no trabalho e o que depende da Natureza. A Obra concluída, é por conseguinte, até onde chega o esforço humano e as abertas dos períodos das mudanças atmosféricas.
Ainda na fase de artesão, o político, no natural período de tirocínio para entrar no processo de produzir para merecer, soma as semanas, horas minutos e segundos, como provisões até ao fim do mês. Classifica esta sua contagem, de maior valia que se aplicada na indústria e na agricultura. Se é honesto e com vontade de vir a «saber», trabalha mais que os outros, pois terá sempre extras a matutar em resolver imprevistos.
E, de facto, nunca falham novas propostas a apresentar, nas infinitas saturações de sentimentos no interior da alma humana e materiais, no exterior do indissociável da matéria, sustento da parte física dos seres vivos.
Se o idealismo uniformiza méritos e condicionalismos… se a política «moderna», de pronto, desfaz, propõe e legisla, porque não há-de a ideia possuir as mesmas prerrogativas nos sectores industrial, agrícola, abastecimento público, justiça, saúde, instrução, educação, erário com «deve e haver» em dia ? O pensamento conteria, o princípio, o meio e o fim de todos os problemas. A inquietação para encontrar trabalho e transformá-lo em matéria alimentar, teria os seus dias contados, por desnecessária…
A proposta, não é nova… já vem dos povos que deram forma útil à pedra, ao cobre, ao ferro, à catapulta, à pólvora. A guerra abrevia a morte e faz feridos. E ninguém gosta de vir a morrer e do sofrimento, que magoa o corpo e a alma e alastra o medo, travesso conselheiro …
Entre o sobranceiro e o dominado… melhor o meio termo… a ternura e a bondade. A obediência a muitos, mesmo que sejam Deuses… deixa o além contra-mandado… . Um só, Supremo e Perfeito, dá…dá a todos por igual.
Caim, «herdeiro em segundo grau» de Deus, não se conformou com «quinhão»…acabou dominado pela cobiça… e preferiu o excesso…
Abel, agradeceu e amou a existência, enquanto gozava a tranquilidade… Morreu Santo…indiferente à saturação da cobiça, do rastejo da lealdade e da queda da Paz . Foi Ele o precursor desses movimentos alternativos do PIB, da horizontalidade que igualiza e dos cúmulos, que desmancham a Paz, elevando «montanhas de poderes a uns e cavando fossos de carências a outros. Porque o PIB, não é «elástico», submisso a interpretações políticas … Os átomos que o compõem, dão-lhe fixidez na acção, não se acomodando à ideia volátil e insegura. No PIB, o que é… é e não muda de valor. A ideia, pelo contrário … não tem formato certo, nem sabe o que vale…
Desde então, o medo ensanguentou as sociedades. O medo…sim, o medo… A falta de confiança dos animais pensantes, que se olham, não lêem o pensamento e temem a resposta…
Tornou incuráveis as recaídas, por nunca mais ser possível voltar ao princípio da harmonia entre os homens.
Quando mais os homens, crentes ou ateus, se propõem enaltecer a fraternidade, com promessas solenes e assinaturas reconhecidas como merecedoras de crédito, menos presenças intelectuais dão o seu veredicto, «banzadas» se confrontam, com o desrespeito familiar e social, sufocantes a comentários a questões que parece estarem saturadas de bom senso e se preparam para o rastejo e queda do sector civilizado.
Até próximo.



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