América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

2 de junho de 2008

Nº 167 A VERDADE ASSINALA AS SUAS RESPONSABILIDADES NA HISTÓRIA… POR MAIS QUE O DESAPEGO A QUEIRA AVILTAR

Sustentar escrita jornalística, não será motivo suficiente para exceder questões «Históricas» perdidas no tempo e se resumem no abrir e fechar livros.
Mais de uma vez, temos afirmado a nós próprios, deixarmos de referir o Dr. Oliveira Salazar, pois como apartidário de políticas, não nos cumpre defender os que são recordados, para além da morte. Os conceitos dos acontecimentos que nos têm precedido ir-se-iam definindo, pela observação justa, de quem estuda para chegar à credibilidade que não deixa enganar, nem permite distorções na verbosidade e na prosa, pagas como profissões de elite.
Acontece, porém, amiúde e em ocasiões imprevistas, lermos ou ouvirmos, comentários só possíveis de saírem a público, por dois motivos: - imagem deformada da realidade ou troca de pensamentos comprometidos com partidos, de nervos – e sapiência - à flor da pele… e de leituras enviesadas que tratam ou destratam, as questões sérias da vida do Povo.
Passados 38 anos, depois da sua morte, parecia-nos ser tempo suficiente, face à posição «contemporânea» irreversível e dificultosa do Erário Público Português, de lhe ser devolvida, pelo menos uma parte da interpretação da verdade, limpando-lhe manchas causadas por espalhafatos de profissionais a pretenderem aumento no ordenado. Se denegrir dá prazer à irreverência, característica de deficiente funcionamento da vergonha, o tira provas das explicações dos actuais detentores dos cordões da bolsa do povoléu, dá razão ao critério administrativo, do discutido Homem Público Português. Tão forte é a sua personalidade, que é «moda actual», macular-lhe a memória, para conseguir bom emprego ou ocupar cargo de distinção.
Em algumas crónicas anteriores, já nos temos referido ao livro do 12º ano de escolaridade, sobre «deficiências» administrativas Salazaristas, aos quais já nos referimos. No ano da 1ª edição desta livro – 2001-, ainda se poderiam apontar falhanços no critério político/administrativo, do «acusado», visto que o equilíbrio financeiro nacional, se mantinha considerado normal e aceitável - apesar de tremendos topetes de aprendizes de governação - pelo embalo do movimento fiduciário que vinha do contributo das remessas da União Europeia e das reservas deixadas pelo Dr. Marcelo Caetano.
Tal fartura de verbas, deu lugar a inopinada sequência de Decretos, Leis, pareceres acima do altruísmo, promessas doiradas para votos, na saúde, na justiça, nos gastos públicos, na segurança, na abastança privada e pública.
Um braçado de benfeitorias, originárias de que bastava pensar para elas aparecerem à vista dos visionários a reflectirem a luz da eficiência. As mentes, na ingenuidade de quem precisa conforto para viver, deram o braço da simpatia à intencionalidade política, preferente ao acerto de contas dos rendimentos reais. Tamanha facilitação no manejo das finanças, fulcro da circulação salutar, pacífica nas relações dos rendimentos, do trabalho, dentro das normas inerentes à opção favorável ao ideal da paz, transpôs dúvidas e incertezas nas divisões dos valores totais e abraçou os criadores de expectativas.
Em 2001, poder-se-ia supor que as virtudes do prometedor jovem «regime», iria suplantar o jurado a «pés juntos», perante tanques e outras armas e aplicaria estratégias ideológicas, para uma classe de oficiais, conseguir aumento de ordenado. Teria sido, sem dúvida, a demonstração prática e evidente, que desejar algo de importante para cada categoria de ideias, logo fosse possível, satisfazer as exigências. A lâmpada dos génios, a presidir ao destino da criatura humana.
As Senhoras Escritoras e grande número de aproveitadores da mudança, acreditavam-no, piedosa e reverentemente. E nós, muito prazer sentiríamos que assim tivesse acontecido, para bem da doença crónica do Portugal inconformado com os excessivos tráficos do passado, adiando o diagnóstico da probidade, como remédio apropriado e eficaz.
A esquisitice de continuar a ser estudante, enquanto o último reduto da caixa craniana, continuar em bom estado, tem-nos conservado o respeito à leitura e os bens que dela podemos oferecer em troca de pareceres dos que enfermam da mesma fraqueza … ou ânsia de ser útil, até ao término da nossa presença e passarmos a ser lembrança, do que já foi vida… Rever História, por consequência, faz parte dos nossos passatempos. Atraíram a atenção, os livros da minha neta, Laura. Foi um regresso mecânico, de voltar à meninice e recordar os meus Professores, já referidos nestas crónicas, D. Zulmira Mota Vieira de Resende e Marido, José Tavares de Resende. Não sabemos porquê, mas desde que abandonámos a Escola do Campo de S. Francisco, em 1931, para irmos para o Liceu, é gratidão que sempre esteve ao nosso lado e não deixo de a respeitar. Além de que foram Eles, os primeiros mentores do Amor à Pátria e «boa educação de ser Português». Porque, afinal, não posso negar, serem as bases da «instrução» até hoje, absorvida, foi DELES, a origem e a continuidade. Eu OS tenho em lugar seguro e relembro nos momentos de fazer contas com a consciência.
Desculpe, leitor Amigo, mais esta divagação da meninice.
Os livros da nossa neta, serviriam, perfeitamente, para uma olhada pela História da minha «instrução primária».
Daí para cá, porém, lemos, relemos, voltamos aos primeiros períodos, aos segundos e terceiros e não encontramos raciocínio que nos satisfaça. A História passada, tem caris da verdade, por quem a escreveu. A actual… terá ou não, escrita por «camaradagem» idealística…
A História que aprendemos, conterá descrições a polir máculas do patriotismo nato a quem veio ao mundo para respeitar o semelhante e as acções que lhe disserem respeito. A História estampada nos livros da minha neta, pretende realçar atitudes negativas, no período da civilização depender da coragem inaudita, de Homens embarcarem em naus e caravelas, hoje proibidas de servirem de transporte aos bem pagos profissionais da «palavra que os agride», em púlpitos a cargo da grei impotente para reagir.
As Descobertas dos Portugueses, foram e são, por todos os tempos, o progresso e os luzeiros da ciência e da técnica universais. Portugueses de baixa estatura à nossa vista, a denegrir portugueses de alma grande, será paradoxo desaprovado pelas consciências bem formadas.
A Idade Média, desembocou para o encontro dos Continentes.
Conhecidos uns e aguardando naus e caravelas, os mais afastados das costas do europeu. Não se distinguiam os animais de coluna vertebral perpendicular ao terreno que pisavam, dos que preferiam as quatro patas para resguardarem as fraquezas do abdómen e melhor darem o salto ofensivo. Os animais, ou eram bichos sem sentido de humor, ou almas racionais, apreciadoras da cavaqueira da caça, pesca, agricultura, conquista dos terrenos mais ricos e construção de ferramentas para as artes respectivas.
Os regulamentos, no começo da Idade Média, executavam-se no fio da espada e os transportes navegavam aos tombos de frágeis barcos ou nos lombos de animais que não davam sossego à espinha dorsal. Os contactos dos navegadores com os aborígenes dos terrenos descobertos, iniciavam-se com risadas alvares de admiração, seguidas de oposição sistemática aos intrusos, mesmo que portadores de usos, costumes, vestuário e armas de maior poder de destruição.
Perdão, Leitor condescendente. O espaço no jornal, acabou.
Até próximo