América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

30 de junho de 2008

Nº 171 O HOMEM E A MULHER, SÂO ANIMAIS COM DIREITOS PRÉ-NATAL… O SOFRIMENTO, CONTUDO, RENEGA EXCEPÇÕES…

O Homem e a mulher, são os animais mais insatisfeitos dos que pisam a esfera terrestre. Nascem desagasalhados, mais nus do que a maioria dos irracionais e precisam de mamadeira, para resistirem nos primeiros ano. Os que já cá estão, festejam as suas chegadas, apregoando louvores a cada nascituro e atribuem-lhes «direitos», não sabendo se os poderão concretizar, durante a luta destravada entre trabalho e sobrevivência.

Assumem-se, todavia, felizardos a valer… No período da juventude, consideram-se «Senhores» do Mundo.

Alheios à álgebra, distraem-se quando começa a idade adulta. Não perdem o gosto de terem sido crianças, nem ao mais atraente de parecerem jovens. A despreocupação, fica-lhes a contento.

Não se apressam a ser o que são, para se juntarem aos sem fortuna.

Vasculham e encontram nos alfarrábios ou cartilhas de partidos, a lista dos direitos, mas em nenhum deles há referência dos cofres onde se resguardam as verbas para pagamento do que lhes cabe da fartura prometida, quando acabaram de nascer e os nomearam cidadãos «honoris causa». Compreendem, então, que os apregoados «direitos», são títulos da graça de ter nascido com potencial de se bastar a si próprio e da ideolatria inata no ser humano.

O rendimento para o sustento e agasalho, se quiser continuar vivo, terá, por consequência, de vir deles, do espírito e do corpo. O estudo fá-los-ão melhor preparados para o colóquio, «profissão – sociedade» a que terão de se sujeitar na luta pelo alimento.

Desses dois meios, derivará o reforço do «recheio» que obtenham para compor bom raciocínio na aplicação dos membros superiores, inferiores e da resistência para os manter em actividade, dentro das 24 horas diárias, descontando a folga aos olhos e do descanso total à parte física e instalação neurótica. O descanso, não será proibido, mas permitido em ajuste de cada função que a sorte, a escolha ou os locais cederem.

Isto que se vê e sente, aparecerá à primeira vista, de simplicidade contada ao sabor do acaso. E não faltam vaticinantes desta sequência permanente, estar ao alcance de todo o indivíduo, liberto da entrega dos seus préstimos ao isolamento, ou juntá-los aos agregados, crente de melhor servir a defesa e ganhar civilização.

O real, todavia, não sucede de forma tão singela e abstracta das exigências da Natureza e do conteúdo evolutivo.

As regalias usufruídas no seio dos agregados humanos, dependem dos contributos de cada cidadão, depositados no «grande tanque» denominado Erário». Também apelidado de «Tesouro Público», para espalhar à ingenuidade da gente sincera, de que é rico em metais parados, aguardando «iluminados» que os saibam aplicar a seu bel-prazer e «inesgotável» de proventos, disponíveis ao primeiro gastador.

É do caldo resultante de todas as verbas depositadas nesse tanque que se distribuem as importâncias para tratar da saúde, de viver no sossego geral , de se livrar dos ladrões, de esclarecer a Justiça, de transitar em arruamentos limpos, de frequentar escolas, liceus, universidades e obter ensinamentos apropriados ao intelecto, de progredir em ambientes condignos, de apreciar a vida, e as belezas que ela nos lega dia a dia, de se saber seguro de apetites estrangeiros, com exército aprumado, para proteger quem trabalha o produzido e as milhentas variedades de despesas que enxameiam os ajuntamentos de pessoas e correspondentes índoles de gastos e poupanças.

Mas mesmo co-pagando todas estes benefícios, terá de se contentar com a indispensável administração dos recursos do Erário Público. O saber gerir a distribuição da tubagem do caldo financeiro, para toda a espécie da orgânica social, trás dificuldades acrescidas, quando a política – aparecida só preparada para lugares políticos - se quer substituir à ciência, à técnica e à psicologia.

Se houver a pouca sorte de nomear «administradores, como os que temos, actualmente, não é possível augurar futuro prometedor e de confiança.

Quando o Engenheiro Guterres e toda a «companha» da barca administrativa, encontrou o «Erário GORDO», mandou abrir as torneiras para dar mais caudal à saída dos dinheiros públicos, num gesto de boa vontade e valorização do partido, mas sem sentido do que é o «Tesouro do Povo» que trabalha, desnivelando o PIB da torrente de compromissos permanentes e aumentados, conduziu o País para a crise económica presente na vivência portuguesa, meio resolvida com vendas do património nacional, mas não com rendimentos que impeçam a diferença.

Os paliativos empregues, não estacam a torrente e nela segue o diferencial que excede o volume do «tanque das contribuições».

A entrada de pareceres repartidos em grupos baptizados de «água benta, potável, salobra ou da fonte pública», agrava a carência de preparação dos que aparecem a sobrepor o rosário decorado das regras «salubres» .

Quando da aproximação da maturidade do raciocínio, o Homem e a Mulher, buscam a «Declaração dos Direitos do Homem», para começar a vida, dentro do legitimado no momento de nascer.

Ninguém lhes responde. Os Pais ou os amigos mais confiantes, aconselham esperança… Abraçam-se à hipótese de um dia…obterem o ganho bastante para o sustento da Família que desejam criar.

Demora a esperança… O rendimento a que - dizem os bem colocados no emprego - ter «direito» aguarda as milhentas boas vontades que não fecham portas. Sentem-se, porém, solitários. Tiram tempo para o pensamento… e perguntam, onde encontrar substituto das promessas ainda acesas e divulgadas…?

Continuam à deriva… Os olhos não derramam orvalhos da desilusão, porque ainda não têm idade de cultivar a lágrima… Mas os corações apertam e dilatam a ritmo além normal… As dores íntimas - física e moral – vêm preencher os vácuos alargados dos desenganos… A prometida transferência do «Céu para a Terra», levita, como anti milagre ao Humano, tendente à «saturação» do mal e do produtivo.

Entretanto, o «tanque do Povo», lá se vai esvaziando… para o Povo multiplicar o reenchimento… E volta a pagar…

Defender o Povo… é um grande… senão o maior e mais garantido negócio… Quer a ganhar…quer a perder…, é patrão que sempre paga.

Até próximo.

23 de junho de 2008

Nº 170 SATURAÇÃO, RASTEJO, QUEDA… REGISTAM UMA ÉPOCA. AO SOFRIMENTO… CUMPRIRÁ A REPOSIÇÃO DO REAL…

O regulador íntimo do temperamento, no redemoinho dos sentimentos humanos, recorre à ideia, para amassar mezinhas que se tornem ingredientes unificadores da «salada mista» da sociedade. Assim se entendem, as mudanças lentas ou bruscas, que se reflectem no que deveria ser homogéneo ou plantado no jardim dos costumes, maquinalmente florido para gáudio do indivíduo ou ajuntamentos da mais vendável atracção comum.

O que se faz ouvir em vozes altissonantes, porém, é cavaqueira em fantasiosos tribunais de acusações mútuas, onde o desnorte dos convivas, contra-estimula a subida de mais degraus, dos que, pela vida fora, o Homem conseguiu a favor do que lhe permitiu maiores liberdades pessoais e, quando Povo, se aprontou para um futuro mais harmonioso e progressivo.

Em realidade, a têmpera não se uniformiza em atitudes individuais, nem nas rebeldias de paixões partidárias. E a ideia, tresmalhada em acordos, qual voo em ziguezague do animal insecto, libelinha, descuidada de pouso ou descanso, mudando de rumo, nos ângulos agudo, recto ou obtuso, se torna trapalhona para com o discernimento da coragem e da falta dela.

Tais características, desassociadas da unificação, não confiam determinações convictas e, muito menos, acertadas.

Há algo de duvidoso nestas deduções hipotéticas, ao comparar o «trabalho», descrito na História, com a insistência das acções do Homem, vivas e activas, singulares e enredadas, afastando a obrigatoriedade de cumprir deveres, antes de atingir, por conquista e mérito próprio os direitos que a ideologia pretende conceder por automática escritura de aquisição.

A guerra, enquanto mata e destrói, é «ferro em brasa» a marcar culpados e inocentes, maldosos e justos; quando acaba, névoa rasteira, já vinda de partidarismos antecedentes, escurece, desfoca e desfaz o passado real. Em labareda, queimam-se os acontecidos e em estirador político, redesenha o escolhido ou inventado para vir a constar na propaganda que determinará objectivos de temas ainda por demonstrar, mesmo depois das desilusões nas práticas experimentadas a «ferro e fogo».

O retirado de positivo, depois das chacinas guerreiras de todos os tempos, consta o desenvolvimento de matanças mais certeiras e, ao lado, de inventos amortecedores da rusticidade cansativa da Natureza.

De modo sucinto, as últimas duas Grandes Guerras, impulsionaram a ciência no aproveitamento de metais, carburantes, explosivos e progrediram a técnica, sua «descendente muito amimada», com a rapidez dos transportes, comodidades nos lares, aperfeiçoados meios de trabalho industrial e…temática revolucionária 1789, na regulação do «artesanato político».

Esta colecção de melhorias científicas e técnicas, intermitentes e quase intermináveis e de agrado à constituição frágil do corpo humano, fazem convencer o «artesão» que quer acrescentar ganhos na solução das questões sociais, serem as máquinas, martelos e serrotes, de produção simultânea com a que provém da agricultura, na lavra, sementeira e colheita, exemplificando, por sua vez, iguais facilidades nos contactos da «ideia» com o PIB.

Põe-se a problemática da Produção.

Para construir a Máquina, o martelo, o serrote e amanhar a terra para a semente e colheita do fruto maduro, a mão de obra utiliza o tempo. O que resiste no trabalho e o que depende da Natureza. A Obra concluída, é por conseguinte, até onde chega o esforço humano e as abertas dos períodos das mudanças atmosféricas.

Ainda na fase de artesão, o político, no natural período de tirocínio para entrar no processo de produzir para merecer, soma as semanas, horas minutos e segundos, como provisões até ao fim do mês. Classifica esta sua contagem, de maior valia que se aplicada na indústria e na agricultura. Se é honesto e com vontade de vir a «saber», trabalha mais que os outros, pois terá sempre extras a matutar em resolver imprevistos.

E, de facto, nunca falham novas propostas a apresentar, nas infinitas saturações de sentimentos no interior da alma humana e materiais, no exterior do indissociável da matéria, sustento da parte física dos seres vivos.

Se o idealismo uniformiza méritos e condicionalismos… se a política «moderna», de pronto, desfaz, propõe e legisla, porque não há-de a ideia possuir as mesmas prerrogativas nos sectores industrial, agrícola, abastecimento público, justiça, saúde, instrução, educação, erário com «deve e haver» em dia ? O pensamento conteria, o princípio, o meio e o fim de todos os problemas. A inquietação para encontrar trabalho e transformá-lo em matéria alimentar, teria os seus dias contados, por desnecessária…

A proposta, não é nova… já vem dos povos que deram forma útil à pedra, ao cobre, ao ferro, à catapulta, à pólvora. A guerra abrevia a morte e faz feridos. E ninguém gosta de vir a morrer e do sofrimento, que magoa o corpo e a alma e alastra o medo, travesso conselheiro …

Entre o sobranceiro e o dominado… melhor o meio termo… a ternura e a bondade. A obediência a muitos, mesmo que sejam Deuses… deixa o além contra-mandado… . Um só, Supremo e Perfeito, dá…dá a todos por igual.

Caim, «herdeiro em segundo grau» de Deus, não se conformou com «quinhão»…acabou dominado pela cobiça… e preferiu o excesso…

Abel, agradeceu e amou a existência, enquanto gozava a tranquilidade… Morreu Santo…indiferente à saturação da cobiça, do rastejo da lealdade e da queda da Paz . Foi Ele o precursor desses movimentos alternativos do PIB, da horizontalidade que igualiza e dos cúmulos, que desmancham a Paz, elevando «montanhas de poderes a uns e cavando fossos de carências a outros. Porque o PIB, não é «elástico», submisso a interpretações políticas … Os átomos que o compõem, dão-lhe fixidez na acção, não se acomodando à ideia volátil e insegura. No PIB, o que é… é e não muda de valor. A ideia, pelo contrário … não tem formato certo, nem sabe o que vale…

Desde então, o medo ensanguentou as sociedades. O medo…sim, o medo… A falta de confiança dos animais pensantes, que se olham, não lêem o pensamento e temem a resposta…

Tornou incuráveis as recaídas, por nunca mais ser possível voltar ao princípio da harmonia entre os homens.

Quando mais os homens, crentes ou ateus, se propõem enaltecer a fraternidade, com promessas solenes e assinaturas reconhecidas como merecedoras de crédito, menos presenças intelectuais dão o seu veredicto, «banzadas» se confrontam, com o desrespeito familiar e social, sufocantes a comentários a questões que parece estarem saturadas de bom senso e se preparam para o rastejo e queda do sector civilizado.

Até próximo.

16 de junho de 2008

Nº 169 A SATURAÇÃO DO HERÓICO… O RASTEJO DO IMAGINÁRIO…A QUEDA DA IDEALIDADE…

A interrupção, momentânea que seja, do quotidiano e dos costumes maquinais, dá lugar a esquema alternativo repentista, de sentido oposto ao até então aprovado ao interesse da comunidade construtora das relações mais repetitivas e concordes. Estas, foram-se preponderando no decorrer da convivência, vindo a moldar os preceitos moderadores do relacionamento das populações com a autoridade a quem incumbe deslindar a ambiguidade e promover a justiça.

As operações do racional, porque aprendeu a utilizar a matéria e construir o magnificente, circundam-se no gerador da instalação neurótica.

Por se configurar a uma « máquina», se bem que de origem Natural, nem por isso está isento de avarias, semelhantes às fabricadas pela mão do Homem, com centro energético na turbina que fricciona o poder de transmissão das ondas auditivas e dos raios de claridade, que alumiam a sensatez.

Portugal nasceu, como todos os disseminados no Globo Terrestre.

Agrupamentos atraídos por simpatias parentais, de raça ou, por instinto, e tornar maior a força para escapar à morte.

Continuar vivo, está dentro do ânimo de todo o animal que se alimenta e reproduz, na teima de ver a espécie renascida. Para tanto, derivou uma série de energias suplementares interiores, resistentes às falhas ou desgastes de tudo quanto é luta e resistência. A coragem, a dignidade, a valentia, o optimismo, o próprio amor carnal que assegura a sociabilidade, em simultâneo com a progresso da civilização, têm salvo, até hoje, as espécies e ajudado o desenvolvimento da ciência e da técnica, sendo no presente, as escoras principais do «humano» que ambiciona alternar-se ao poder da Natureza.

A História do Portugal apertado entre fronteira definida e cimentada com sangue, suor e valentia, descreve a mudança da opção, de empregar os seus recursos, ao mar assustador de mistérios, mas possível oferente de praias distantes, trazendo para a igualdade humana, o escondido em selvas desconhecidas, abrigo de gentes envoltas no obscurantismo.

O êxito das Descobertas, estendidos os lucros a todos os continentes pelos tempos fora, dependeu do PIB nacional. Os PIBs das outras Nações, subiram nos negócios. O português, todavia, ficou mais magro … Hoje, pungente mágoa, parece que o encolhimento desnaturado das Províncias Ultramarinas, diminuindo o tamanho do território e da população, também cerceou o valor da alma do nosso POVO, arrebanhando-o para actos contrários aos fundados em 1139.

O surgimento emigratório para as regiões recém trazidas para a civilização, na obtenção fácil de produtos prontos ao comércio, enquanto libertava os escondidos ou enclausurados na selva bravia, inóspita e ignara, não preenchia os vazios nos serviços agrícolas, onde se baseava o enriquecimento colectivo na época. A agricultura, sendo a base da vida, também o é para a independência da Nação, ou daquelas que se querem libertas de conflitos.

O frente a frente desconcertante, entre o incipiente modelo do que deveria atingir a civilização e o atarantado pelos tiros da pólvora, inventada pelos chineses, pelos inícios da nossa era – a grande novidade da Idade Média, inaugurada, mil anos depois, ao serviço da guerra, em 1346, na batalha de Crecy, matando, ingleses contra franceses - sem a faísca do «bronze ou ferro, contra o ferro ou o bronze», deu ensejo ao Heróico, presente nas proas intemeratas das velas com a Cruz de Cristo.

Desde que os Homens se desavieram em brigas corpo a corpo, passando por Crecy, o «heróico» sempre fez parte da sustentabilidade dos povos, aproveitando-se de somar o rendimento para poder levantar a bandeira da independência. E, nisso, os Portugueses sempre sofreram períodos de guerra, da cruel fratricida, ao confronto aberto ao estrangeiro, pressuroso em os subjugar. De suma importância, a sobre eminência dos actos heróicos, para cada ocasião crucial. Não têm conta, podendo-se, todavia, fazer menção de alguns:

« Os cercos de Lisboa, em 1147, vitorioso para D. Afonso Henriques, com ajuda de Cruzados e o de 1385, o povo Português, contra o Rei de Castela;

os Cercos de Diu em 1538 e 1546, defendidos por António da Silveira, o primeiro, contra os investidores turcos e o segundo por D. João de Mascarenhas; o cerco de Goa, em 1570, sob o comando de D. Luiz de Athayde; a batalha de Matapan, em 1717, vencida contra ao Turcos, sob o Comando do Português Lopo Furtado de Mendonça; o cerco de Malaca- 1641, onde o governador, Manuel de Sousa Coutinho, deu exemplo à «idealidade de 1974/75» de identificar a «fuga ou abandono» como propostas a… condecorações; do cerco de Porto – 1828, vitória dos Liberais; do 9 de Abril de 1918 nos campos da Flandres, na Primeira Guerra Mundial.

O «heroísmo», é o preço, para o resgate da independência… Deixar esmorecer o Heróico, é perder o direito à liberdade…

Nesta amálgama de triunfos heróicos, um só, constou de negativo ao prestígio de Portugal – o de Malaca… Mas quantos actos individuais se expandiram no Mundo já conhecido e no que os Portugueses trouxeram à associabilidade do «Humano consciente dos perigos que corre para manter a faculdade de se governar um a um, ou no formato Pátria? Cremos que tantos foram, que resultou na «saturação do acto Heróico nos Séculos XX e XXI.

O valor, a coragem, a previsão dos futuros ramificados no fantasioso, abastardaram-se a pequenos feitos, para cristalizar o saturado…

Nos Séculos XVI a XIX, o imaginário da perfeição, induziu à inteligência consciente, a pesquisa do sentido real da Paz. A filosofia rondou os seus tempos áureos, nas obras dos Homens que repuxaram a ciência grega, adiantando-a para os dois milénios seguintes.

Acresceram-se aos gregos, tratados animosos, da lealdade vencer o receio. Apesar das muitas cautelas, porém, a falta do PIB poder abastar e acender calor às lareiras, fechou a alumiação do senso. Porque o primeiro tapume se situa antes da angústia do aparelho digestivo.

O ilusório ainda voou a meia altura, para ser visto de baixo e parecer maior que a sua grandeza. Mas, depois rastejou para não sucumbir, acabando por arfar exausto, incapaz de sustentar a sinceridade ou a dedicação, confiantes no compromisso.

A evidência, pôs à margem, o «Heróico e o Imaginário», tendo a Idealidade, brusca e eneanguentada de 1789, tomado o «comando da solução social emergente do retorno à Idade Média, na França de Carlos Magno e Luís XIV.

Os «enciclopedistas» na sua elevada cultura intelectual e expressão de evitar o funesto, publicaram ideias e pensamentos que, reunidos por outras inteligências viradas para soluções de menos arabescos e discussões, embandeiraram o triunfo da «Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão». Não custa nada concordar, que o Homem barafusta muito quando são beliscados os assuntos importantes sob a sua alçada, para, logo a seguir, feitas as contas algébricas, se contentar com pouco, na abertura do fogo fátuo do perfeito e real, no imutável da Natureza.

Aquela «Declaração», bem soante ao ouvido e bem vinda à ideia, pareceu evocar o tão desejado louvor à harmonia humana. Era merecedora dos maiores encómios na incerta ambição, esvoaçante em roda do produto que sendo sólido, não pode mudar os átomos que o compõem.

O alimento, a moeda, o recibo, são os meios que asseguram a sociabilidade e a vivência. São «sólidos». Com o destrono da monarquia em França, a ânsia de mudanças, acertadas ou errantes, tornaram-se indiferentes e aqueles princípios das sociedades humanas, devagar ou de empurrão, tomaram o mesmo destino.

A ideia, o pensamento, os partidarismos, as políticas milagrosas, as promessas, o palavreado ou discursatas inflamadas, as suspeições, as verdades, os seus similares e correspondentes antagónicos, compuseram uma parcela do «manto diáfano da fantasia». E, tal como o complemento da vestimenta de Eça de Queirós, não «usam» átomos…andam, caricatamente despidos… A vista não os topa … os outros sentidos não lhes tiram as medidas. Mas foram estes fluidos hipotéticos, que passaram a substituir os «sólidos» destronados.

A intransigência de cada qual defender as suas «ideias»… «custe o que custar», elevou outro «trono», «amoldou a arte de governar», a quem saiba, ou a quem a ignore. O significado de «gerência», passou a incluir-se em agrupamentos indistintos e maneiras de os conduzir, de qualidade simples e aligeirada. Cartas de condução, tiradas em poucos meses, admitindo aventura ou local de aprendizagem a quem ambicione «louros», altos poleiros, pingues posições… dariam liberdade plena a quem propusesse ser governo.

Ao PIB, foi cedido o predomínio do abastecimento público, «firme e garantido». Sempre farto e igual em qualidade e quantidade. As alterações climáticas…as oscilações económicas, proibidas de o molestar… ???

E é olhar e ler, o sorriso dos que menos sabem… no convívio e nos carris da comunicação, porque a clarividência sente a crise. Provado o declínio ou o fracasso do Heróico e do Imaginário, estaria a Idealidade condenada à queda irreversível. Pertence ao PIB, prestar e pedir contas…

Até próximo.

9 de junho de 2008

Nº 168 A VERDADE NEM SEMPRE É BONITA. OS ACTOS NOTÁVEIS EMBELEZAM-NA… OS DESMANDOS, MASCARRAM-NA… AS INVERDADES ENVERGONHAM-NA

A História, para alguns intérpretes, é boneca de braços esticados para a frente ou para trás, ao sabor da menina que com ela brinca. Ou pode ser automóvel e condutor em corrida para alcançar o primeiro prémio, se for menino sabedor de marcas e mecanismos.
O propósito de atribuir a verdade Histórica, à infância para a julgar nos seus defeitos e virtudes, encobre a invalidade dos adultos lhe tentarem colorir o rosto, quando está lavado com água pura e inodora. Os «batons» idealísticos artificiais, salientam os amarelos, azuis e dourados, dispensando, todavia, a cor do sangue vertido, amaciando o vermelho da face, mas deixando sulcos e rabiscos, prejudiciais ao aspecto que se queira alindar.
Se o hábito não faz o monge, o monge distingue-se pelo traje austero e modesto, se não do exacto, mas do verosímil, descrito por respeitadores das lutas para formarem as nações. Dê-se à História, por conseguinte, o seu próprio rosto, com os traços que o suor traçou e a sobrevivência exigiu, pois é esse que a honestidade e o bom senso a querem ver e estudar nas sua estantes.
Revoltear factos dignos de memória, no círculo principiante da ideologia, disfarçado de «escola básica» das questões anexas sociais, será aviltar a inteligência e adulterar o bonito ou feio da verdade.
A ideologia, além de posar com roupagens concebidas para espectadores descontraídos, tenta caiar-se do branco da pureza. Intromete-se, nos meandros da normalidade no quotidiano, «assoprando a flauta mágica» do pagador de sonhos ou promessas. E lá vai semeando pólvora para o rastilho da desilusão...
Nos propósitos destes nossos escritos, não se conjugam merecimentos ou depreciações de «dedo indicador» a pessoas ou grupos. Por isso, servimo-nos, dos elementos que nos chegam do que está impresso, contendo os informes de responsabilização dos seu autores.
É este o motivo, porque vamos regressar ao livro do 12º ano de escolaridade, mais de uma vez referido anteriormente e que se mantém - ou não - aprovado pelo ministério que a dirige. Consequentemente, representa o parecer ACTUAL, de quem levanta a batuta dos compassos em conserto, das «bandas de sopro ou verbosidade», contendo os clarins das esperanças celestiais… embora não conheçam as «notas» da música ao ar livre do trabalho, da consciência e da psicologia dos executantes.
Na nossa crónica nº 164, transcrevemos, uma parte da página 166, omitindo, contudo, o ponto «um» da «instauração da democracia em Portugal», na década de 1950 – cinco anos apenas, após terminar a guerra 1939/1945. Período de retoma da normalidade legislativa em todo o Mundo, mantendo-se, à cautela, a espionagem, onde Lisboa era «ponto de encontro» dos beligerantes e dos ventos agressivos de Moscovo, a fazer danos na «massa fresca e destemperada, por falta do comestível», dos muito necessitados de ganhos para sustento das famílias e respectiva prole, em confronto com a passagem da indústria de guerra, para o lado da produção que abriria mercados e cimentaria o desejado bom convívio entre os Povos.
O livro do 12º ano, amachuca a legislação que permite ainda funcionar a «Manutenção do Estado policial. Imposição de obediência ao regime, favorecido pelo clima de guerra fria»
Em anotação passageira, podemos recordar que o SIS, Serviço Internacional de Segurança foi, não há muitos anos, oficializado por necessário ao País, a retomar o impedimento dos estímulos das desobediências interna e externa. E, depois de mais legislação sobre o assunto, no dia 22 de Fevereiro, de 2008, outro Decreto entrou em actividade, rebaixando a «obrigação» do civismo – o aperfeiçoamento social - entrar, em igualdade com o despundonor da «denúncia» - o fomentador do ódio na igualdade humana. Diz-se que para impedir «impulsos familiares e quejandos, continuando o fortalecimento da Polícia – que chegou a ser considerada desnecessária no mito dos cozinheiros da nova receita, adulterada, do que consumiram os DEMOCRATAS GREGOS. Conclui-se, portanto, que a Polícia é indispensável, mas que na reviravolta do conceito de justiça, passa a agregar-se à «baixeza de escolher a verdade ou o oposto», conquanto sujeito a aumento das despesas no tribunal da pesagem e medida das reacções humanas. Um aumento de trabalho, no já sobrecarregado ministério que avalia os direitos e os deveres do «HOMEM COMUM», ausente de políticas de « água morna» que não coze os ingredientes da sopa sadia em cima da mesa.
Até 2008, a denúncia era doença latente, necessitada de «choque», para não conspurcar a saúde da sociabilidade civilizada. A nova mentalidade, dita evoluída, não a entende assim. Dá-lhe «carta branca» para tornar negro o interior de muitos lares, que chegariam a solucionar, portas a dentro, incompreensões de momento, se o pão estivesse garantido nas refeições da família, ou por outros motivos mais íntimos, caídos no acaso das circunstâncias.
Pelo andar da leveza da legislação e da carência de «barragens» reguladoras do lógico e do hipotético do Erário Público, leva a supor o acumulo de mais restrições, a avolumar as não cumpridas, pelos travões da perda de votos.
O movimento fiduciário está a abrandar de forma suspeitosa de faltar talento e meios para o solver. Quem gasta o que tem… a pedir vem. E confiar em esmolas, ofertas ou qualquer outro nome de referência com carácter de garantia…poderá vir a ser o dia do arrependimento ou a véspera de andar calçado, como os nossos antepassados descidos das árvores para experimentarem a aventura de procurarem mais caça, mais pesca, mais fruta e terem de confrontar-se…com MAIS combates corpo a corpo.
As conspirações avolumam os receios de males maiores, facilmente previstos no decorrer do dia a dia. O que a polícia ainda atrasa, enquanto a União Europeia, estiver presente, são as reservas de «ouro» poupados pelo salvador/condenado, no decurso de meia centena de anos, cheios de complicações e maleitas externas, agravadas pelo terror espalhado por mercenários, interesseiros na desavença interna, em busca da melhora de empregos e rendimentos. E para esfacelar, o que só aconteceu nas interrogações e interpretações repentinas de 1974.
Em política, o que parece é… era o mote da razão suprir a força dos grandes, de 1926 a 1974. E o «crédito», deveria centrar-se na «honestidade» de quem o proclamava e assumia o cumprimento dos contratos a entabular ao nível da responsabilidade e de quem o assinava. Estado e Governantes de verdade, são gémeos unidos, inseparáveis enquanto dura o contrato.
Os polvilhos da verdade, envergonham a História, as Nações, os Povos. Nós queremos fazer parte da gente ponderada do Mundo.
É preferível pertencer à política de que o que parece…é…
Não ao agradável à vista e ao sinuoso, confiando na luz tremeluzente da candeia que não ilumina as sombras. Clarear o que somos, contribuirá para reaver os perdidos louros do direito à existência . A verdade, impulsora do esforço de sobreviver. Para sobrevivermos…
Até próximo.

2 de junho de 2008

Nº 167 A VERDADE ASSINALA AS SUAS RESPONSABILIDADES NA HISTÓRIA… POR MAIS QUE O DESAPEGO A QUEIRA AVILTAR

Sustentar escrita jornalística, não será motivo suficiente para exceder questões «Históricas» perdidas no tempo e se resumem no abrir e fechar livros.
Mais de uma vez, temos afirmado a nós próprios, deixarmos de referir o Dr. Oliveira Salazar, pois como apartidário de políticas, não nos cumpre defender os que são recordados, para além da morte. Os conceitos dos acontecimentos que nos têm precedido ir-se-iam definindo, pela observação justa, de quem estuda para chegar à credibilidade que não deixa enganar, nem permite distorções na verbosidade e na prosa, pagas como profissões de elite.
Acontece, porém, amiúde e em ocasiões imprevistas, lermos ou ouvirmos, comentários só possíveis de saírem a público, por dois motivos: - imagem deformada da realidade ou troca de pensamentos comprometidos com partidos, de nervos – e sapiência - à flor da pele… e de leituras enviesadas que tratam ou destratam, as questões sérias da vida do Povo.
Passados 38 anos, depois da sua morte, parecia-nos ser tempo suficiente, face à posição «contemporânea» irreversível e dificultosa do Erário Público Português, de lhe ser devolvida, pelo menos uma parte da interpretação da verdade, limpando-lhe manchas causadas por espalhafatos de profissionais a pretenderem aumento no ordenado. Se denegrir dá prazer à irreverência, característica de deficiente funcionamento da vergonha, o tira provas das explicações dos actuais detentores dos cordões da bolsa do povoléu, dá razão ao critério administrativo, do discutido Homem Público Português. Tão forte é a sua personalidade, que é «moda actual», macular-lhe a memória, para conseguir bom emprego ou ocupar cargo de distinção.
Em algumas crónicas anteriores, já nos temos referido ao livro do 12º ano de escolaridade, sobre «deficiências» administrativas Salazaristas, aos quais já nos referimos. No ano da 1ª edição desta livro – 2001-, ainda se poderiam apontar falhanços no critério político/administrativo, do «acusado», visto que o equilíbrio financeiro nacional, se mantinha considerado normal e aceitável - apesar de tremendos topetes de aprendizes de governação - pelo embalo do movimento fiduciário que vinha do contributo das remessas da União Europeia e das reservas deixadas pelo Dr. Marcelo Caetano.
Tal fartura de verbas, deu lugar a inopinada sequência de Decretos, Leis, pareceres acima do altruísmo, promessas doiradas para votos, na saúde, na justiça, nos gastos públicos, na segurança, na abastança privada e pública.
Um braçado de benfeitorias, originárias de que bastava pensar para elas aparecerem à vista dos visionários a reflectirem a luz da eficiência. As mentes, na ingenuidade de quem precisa conforto para viver, deram o braço da simpatia à intencionalidade política, preferente ao acerto de contas dos rendimentos reais. Tamanha facilitação no manejo das finanças, fulcro da circulação salutar, pacífica nas relações dos rendimentos, do trabalho, dentro das normas inerentes à opção favorável ao ideal da paz, transpôs dúvidas e incertezas nas divisões dos valores totais e abraçou os criadores de expectativas.
Em 2001, poder-se-ia supor que as virtudes do prometedor jovem «regime», iria suplantar o jurado a «pés juntos», perante tanques e outras armas e aplicaria estratégias ideológicas, para uma classe de oficiais, conseguir aumento de ordenado. Teria sido, sem dúvida, a demonstração prática e evidente, que desejar algo de importante para cada categoria de ideias, logo fosse possível, satisfazer as exigências. A lâmpada dos génios, a presidir ao destino da criatura humana.
As Senhoras Escritoras e grande número de aproveitadores da mudança, acreditavam-no, piedosa e reverentemente. E nós, muito prazer sentiríamos que assim tivesse acontecido, para bem da doença crónica do Portugal inconformado com os excessivos tráficos do passado, adiando o diagnóstico da probidade, como remédio apropriado e eficaz.
A esquisitice de continuar a ser estudante, enquanto o último reduto da caixa craniana, continuar em bom estado, tem-nos conservado o respeito à leitura e os bens que dela podemos oferecer em troca de pareceres dos que enfermam da mesma fraqueza … ou ânsia de ser útil, até ao término da nossa presença e passarmos a ser lembrança, do que já foi vida… Rever História, por consequência, faz parte dos nossos passatempos. Atraíram a atenção, os livros da minha neta, Laura. Foi um regresso mecânico, de voltar à meninice e recordar os meus Professores, já referidos nestas crónicas, D. Zulmira Mota Vieira de Resende e Marido, José Tavares de Resende. Não sabemos porquê, mas desde que abandonámos a Escola do Campo de S. Francisco, em 1931, para irmos para o Liceu, é gratidão que sempre esteve ao nosso lado e não deixo de a respeitar. Além de que foram Eles, os primeiros mentores do Amor à Pátria e «boa educação de ser Português». Porque, afinal, não posso negar, serem as bases da «instrução» até hoje, absorvida, foi DELES, a origem e a continuidade. Eu OS tenho em lugar seguro e relembro nos momentos de fazer contas com a consciência.
Desculpe, leitor Amigo, mais esta divagação da meninice.
Os livros da nossa neta, serviriam, perfeitamente, para uma olhada pela História da minha «instrução primária».
Daí para cá, porém, lemos, relemos, voltamos aos primeiros períodos, aos segundos e terceiros e não encontramos raciocínio que nos satisfaça. A História passada, tem caris da verdade, por quem a escreveu. A actual… terá ou não, escrita por «camaradagem» idealística…
A História que aprendemos, conterá descrições a polir máculas do patriotismo nato a quem veio ao mundo para respeitar o semelhante e as acções que lhe disserem respeito. A História estampada nos livros da minha neta, pretende realçar atitudes negativas, no período da civilização depender da coragem inaudita, de Homens embarcarem em naus e caravelas, hoje proibidas de servirem de transporte aos bem pagos profissionais da «palavra que os agride», em púlpitos a cargo da grei impotente para reagir.
As Descobertas dos Portugueses, foram e são, por todos os tempos, o progresso e os luzeiros da ciência e da técnica universais. Portugueses de baixa estatura à nossa vista, a denegrir portugueses de alma grande, será paradoxo desaprovado pelas consciências bem formadas.
A Idade Média, desembocou para o encontro dos Continentes.
Conhecidos uns e aguardando naus e caravelas, os mais afastados das costas do europeu. Não se distinguiam os animais de coluna vertebral perpendicular ao terreno que pisavam, dos que preferiam as quatro patas para resguardarem as fraquezas do abdómen e melhor darem o salto ofensivo. Os animais, ou eram bichos sem sentido de humor, ou almas racionais, apreciadoras da cavaqueira da caça, pesca, agricultura, conquista dos terrenos mais ricos e construção de ferramentas para as artes respectivas.
Os regulamentos, no começo da Idade Média, executavam-se no fio da espada e os transportes navegavam aos tombos de frágeis barcos ou nos lombos de animais que não davam sossego à espinha dorsal. Os contactos dos navegadores com os aborígenes dos terrenos descobertos, iniciavam-se com risadas alvares de admiração, seguidas de oposição sistemática aos intrusos, mesmo que portadores de usos, costumes, vestuário e armas de maior poder de destruição.
Perdão, Leitor condescendente. O espaço no jornal, acabou.
Até próximo