América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

17 de setembro de 2007

Nº 138 A FILOSOFIA DEDICA-SE A FAZER AS PAZES.

Na sensibilidade psicológica humana, nada foge ao cansaço da permanência no mesmo sítio ou das delimitações de usos e costumes, ou ainda nos variadíssimos idealismos irrequietos e periclitantes. As passadas contam, relativamente a distâncias, mas não no visual, conforme o ângulo do ponto de partida. Mudar, será um sentido a adicionar aos cinco, inclusos na oferta da Natureza.

O principal remédio para modificar hábitos e vícios, chega logo a seguir à sensação de excessos repetitivos, de um ou mais factos a banalizar palavras, gestos, usos ou sofrimentos. A ideologia não tem limites na tabuada e o ponto de saturação não se fixa em espaços precisos. Circunstâncias, de aspecto importante ou banal, abrem o mandamento, para mudança das reservas dos volúveis sonhos da perfeição. Talvez seja o instante em que cérebros empenhados na realidade sociável, aplicam os saberes adquiridos, na ânsia de idear a Lei da dádiva e do respeito à fórmula de compensação.

Não conhecemos os nomes de todas as inteligências dedicadas a desanuviar as diferenças da balança que regula o bem comum, nem poderíamos mencioná-las em crónica de apertados espaços de publicação e de paciência dos leitores.

Principiemos, entretanto, por alguns nomes que aproximaram as ideias à ciência, expondo fins úteis à apreciação do senso, tornando mais comunicável à sociedade, a governação respeitadora dos comparticipantes e contributivos das necessidades, em compartilha na abundância ou na queda à penúria :

Escola clássica:

Adam Smith - 1723 – 1790.

Ricardo - 1772 – 1823.

Malthus - 1766 – 1834.

Stuart Mill - 1806 – 1873.

Escola Nacionalista:

List - 1789 - 1846

Carey - 1793 - 1879

Escola Intervencionalista:

Sismondi - 1773 - 1842.

Escola Socialista:

Saint Simon - 1675 - 1755.

Preudhon - 1809 - 1865.

Socialismo Científico:

Karl Marx - 1818 - 1883.

Friendrich Engels - 1820 - 1895.

As datas revelam terem sido os Séculos XVIII e XIX, os mais pródigos na divulgação dos pareceres convenientes à disputa, trabalho - direitos.

A estes Homens, deve o Mundo, mensagens verbais e escritas de incalculável valor, para tornar mansa a verbosidade humana e dirigi-la para a serena administração das sociedades ordenadas e submissas a regulamentos ponderados, tanto na estabilização, como na harmonia da convivência.

Se bem que na prática, a paz almejada, continue a calcorrear campos de pesquisas, onde possa encontrar engenharias que construam pontões seguros às desvantagens ao abastecimentos dos povos. Os resultados das beligerâncias antigas, contêm todas as condições de servirem de advertência, para hoje, aos males do caldeio de palavras, subir além dos níveis materiais.

Os preceitos que o Homem inventa, instituí e põe em actividade, têm quase sempre, pontos desenhados em bases algébricas ou geométricas, de caris fortaleza, interpondo-se, porém, sinuosidades que lhe diminuem as boas intenções. São os imprevistos da mão humana, sempre distendida para agarrar um visual diferente e variado, que se antevê, mas não se alcança. E está, logo ali, à nossa frente…

Pela nossa espreitadela a inteligências sem fronteiras, poderemos inferir que os séculos ainda não conseguiram retocar as atitudes e matemáticas de medidas condizentes com as jogatinas nos lucros e poupanças no esforço. O desejo de impedir o mal ultrapassar a prudência e se engalfinhar em luta galinácea, todavia, mantém acesas as luzes nos escolhos arrogantes à vista desarmada, pois são os primeiros a serem avistados.

Mas outros rochedos à flor da água ou da terra se interpõem a encobrir perigos e surpresas. São as interpretações explodidas de cada cabeça para uma mesma questão. Parecendo provir de «almas eleitas», emaranham-se em proposições que precisam ser demonstradas em sentenças de miríades de tribunais, cada qual à sua maneira. Dá confusão.

E cada casa da justiça, tira conclusões variadas e incompletas. Donde resulta desconfianças e inquéritos.

Os estudos minuciosos das inteligências acima referidas, porém, estonteiam os cerzidos das menos preparadas. As dúvidas dos cérebros em crescendo, dão origem, não a «Távola do Rei Artur», para bons entendedores, mas ao alistamento dos professos, para combates nas trincheiras do parecer da força contra a ingenuidade.

Desaparece o dilema ou o diálogo e surge a unicroísmo – uma só cor: - «Mando eu e obedeces tu».

É mais um estenderete do ideário, a violentar a filantropia, jurada como a defensora da ordem. O amor à humanidade, não faz alarde da benevolência, nem reconhece adoração à idolatria.

O sentido na instrução, porém, atende culto à intelectualidade que sobe acima da mediania.

Aqueles Espíritos de invulgar abnegação ao semelhante, dos últimos três séculos, apetrechados dos valores práticos da ciência e da técnica, apresentaram hipóteses que poderiam reduzir as disparidades da coexistência, tão mal vista na actualidade. Os interessados na passagem da teoria para a prática, desfavorecidos em tal condensação, delegam em aprendizes, tanto no produto trabalho, como no que paga a conveniente remuneração que equilibra a decência nos dois lados. A falta de conhecimentos correctos, superiores à aprendizagem, dá lugar a barafunda nervosa, que não a convenções de efeitos de quem sabe.

As inteligências de excepção, abrangem um âmbito limitado de previsões, porquanto a ingenuidade normal humana, deixa sempre rastos que descobrem a brecha para o inopinado. Os acontecimentos reais, ultrapassam raciocínios, consciências e a credibilidade em factos que a constituição humana não acredita venha a sofrer por outro semelhante no fraquejo. Circunstâncias imprevistas em códigos e tratados, levam a decisões de futuro repulsivo, transtornando consequências ditas eficazes, por outras que nem a fantasia se atreveria a predizer.


Atrevemo-nos a pedir testemunho, ao leitor Amigo e a nós próprios, qual cérebro seria capaz de imputar ao Século XX as vicissitudes por que passou e teve de doar ao XXI, com o imprevisível comando da luta desenfreada do civismo contra a malquerença. Há quem prefira o regresso da mentalidade nascida na floresta…

Até próximo.

Nº 137 EUROPA…DOIS MIL E TAL ANOS VOS

O nosso Continente, é o vasto mostruário do que é possível acontecer no Globo Terrestre. Nem sempre ocupando lugares pioneiros, tanto nas expedições à amizade e na investida à sabedoria, como no empenho às mais valias do trabalho alheio e da ânsia do poder. Mas singrando, firme, nas curvas das circunstâncias oportunas , doadas por ingenuidade congénita e, à primeira vista, de aspecto simplório.

A Europa, de há dois mil a tal anos, pouco conhecia de letras, nem o significado de PIB. Durante as digestões, porém, sabia ser o solo, o atractivo de todos os povos que a habitavam e da vinda de outros dos continentes limítrofes, feitos rebanhos, tanto os de cá, como os chegados, faces encovadas, a pedir raiz, legume, fruto, ou animal do mato, para matar a fome, gruta para agasalho, água para hidratar o corpo sedento e passar pela cara emplastrada de pó e suor. A esses peregrinos, buscantes de alívio contra as necessidades físicas, os enraizados, os de passagem, ou os que se encravaram em ambiente favorecido, chamaram-se invasores.

A cobiça de mais lavoura para colher alimento, partiu, todavia, da própria Europa, dos que trabalhavam as bases de sete colinas, mais tarde denominada «Liga dos Sete Montes», unida por uma autoridade que lhes perpetuou o nome – Roma.

O dilema de se deixar vencer pelos interesseiros do produzido em cada área, suficiente para os esforçados habitantes, mas não para sustentar malfeitores, ou investir em forças defensoras das colheitas para celeiro comum, deu lugar à formação do exército que chamou a si, 754 anos Antes de Cristo, a prepotência do mundo de então, formando um império poderoso, ao mesmo tempo que espalhava a instrução e o «Direito Romano», ainda hoje válido a repor a ordem e a justiça. Chegou à Península Ibérica no Século I A.C. e terminou no Século V, (Ano 476) depois de Cristo, com a queda do Império Romano do Ocidente

Passadas à disponibilidade as «Legiões Romanas», substituídas por diversões, luxos, incluso o período de «pão e circo», roubalheiras e «desvios», incompatíveis com o decadente produto interno desse tempo, (PIB de hoje), tornou fraco o que havia sido forte.

Demonstração de o PIB, ser um lucro, de valor não confiável, no tempo, na quantia, nem na administração do homem aureolado de promessas.

Menos ainda, em famílias adoptivas, de discurso combinado, unidas por expectativas siderais, entradas no balancé de resultados, visionários de esperanças no PIB, eternamente saudável para os povos e… para empregos de rendibilidade garantida.

Guerra e paz, tomaram lugares de destaque, sem nenhuma se querer superiorizar à outra. Guerra é guerra e não admitia bondades a intercalarem matanças bem evidentes nos programas da ansiada sobrevivência.

Por outro lado, paz é paz, só acordando nas juras agradáveis e intenções santificadas. Unificar pensamentos, exigiria menos esforço que separar o bem e o mal e depois ter de desmentir o que, na ocasião mais conviesse a ser transmitido.

A concórdia sempre foi mercantil e farta nos preços de compra e venda. Mormente, quando a escassez de coragem, se sobrepõe à dignidade de arrostar perigos e afrontas.

Na Europa, a perda do orgulho de ser independente, tem estado a desfazer-se na opção de gozar o conforto, pertença do cansaço alheio. O patriotismo, passo a passo se esvazia nas promessas discursivas de « viver à grande e à União Europeia», por mentes presumidas de terem descoberto o enigma da matéria se multiplicar em conciliação com a idealidade. O ódio, pouco a pouco, vai tomando conta das condições, por milénios aplanadas pela convivência, ao avanço das condições moldáveis à civilização de um Homem, ou de muitos reunidos. O que o dorimento de séculos abriu o coração para a amizade, hipóteses de igualdades por armas e violências, dirigidas por incapacidades governativas, tendem a destruir os valores acrescentados à Natureza, pelo físico melindroso do Homem, acostumado ao emprego chagado de sacrifícios, para alcançar o direito de viver.

De degrau em degrau, chegamos à angústia de o PIB nos ensinar, sem rodeios, que é um enguiço de estudo importante à civilização, não atingindo, porém, ponto fixo para assegurar a paz entre os humanos, na ramificação do aparelho digestivo à ambição desmesurada na partilha de interesses e…na esperteza da preguiça se confundir com a burla…e a honestidade.

A História, no amassar dos acontecimentos, é a mestra paleontóloga, que desenterra factos para decifrar o encoberto pelo pó dos séculos.

As legiões romanas, partindo da sua capital na Europa, não a conquistaram por inteiro, posto que se tivessem ramificando em todas as direcções, mas deram mostras de excepcional poder guerreiro e instrução acima da média no tempo, distribuída por onde passavam, reflectida na actividade dos nossos dias. Civilizações, reconhecidas como abrutalhadas, contudo, nunca cederam dos seus direitos de serem independentes. Eram, por isso, conhecidas como « bárbaras».

As principais «invasões» da Europa, foram, por consequência, consumadas por povos que já a habitavam, por séculos. E, todas elas, tiveram como causa principal, as variações do ( para nós jovem) anagrama PIB. O Produto Interno Bruto, foi, é e será sempre, o «tratado» primeiro da Paz, da luta pela vida, do Progresso… e de passos desastrados à retaguarda…

Os Germanos, no ano 376, deram o grito de avanço, contra o poder de Roma, seguindo-se os Visigodos, de Alarico, vencedores de 410, até 507 e os Vândalos, de Genserico, de 455, até 534. Como resultado destas invasões, iniciou-se a destruição da unidade do Império Romano, a formação de vários reinos independentes, a paralisação, por séculos da marcha da civilização e a mudança do modo de viver.

Os bárbaros, pouco sabiam do progresso sustentado dos romanos e, por consequência, foi grande a pilhagem e ruína, em monumentos, teatros, arenas, escolas e reduzido o que conseguiram reedificar. Quase se limitaram a imitar a ostentação e a forma de governar das tradições romanas, sem mais valias que viessem, mesmo que paulatinamente, a ajudar o desemperro da rudeza mosqueteira da Idade Média.

Poucos foram os intervalos de hostilidades, entre os povos ibéricos, pois os romanos, para acertarem a sua própria orgânica, só chegavam a convenções, após renúncias da paz e fartanças de espadeiradas a explicar razões, com ou sem razão. A lei do sangue derramado, era a tinta que assinava tratados e decidia os termos da paz. Os Séculos, acabados de passar –sobretudo o das Luzes – são exemplos frisantes dos haveres europeus, parcos no valor e desperdiçados nos temperamentos predominantes.

Este nosso Século e os que se estão a preparar em escritos de acordos incertos de cumprir e que a plebe ainda se agarra à esperança da paz, auguram a Europa com dois sentidos: - Um a desenvolver a ciência e a técnica com precisão matemática e do outro, a matar por desconhecimento de fazer contas do que, na realidade rende o PIB.

Até próximo.

10 de setembro de 2007

Nº 136 A EUROPA… CADINHO DE CIVILIZAÇÕES… NÃO TEM POSSES PARA FUNDIR IDEOLOGIAS…

A localização da Europa, com fronteiras chegadas à Ásia e África, atraiu os aventureiros vizinhos para a imigração, na procura de assegurar sustento ao instintivo crescimento demográfico. A amálgama de inteligências, em diversos graus de desenvolvimento intelectual, sensibilidade e culto a divindade, entrou no misturador espontâneo, para se transformar num outro poder evolutivo, mais conforme com a frágil condição física, perante as rústicas contrariedades de resistência.

A convergência de gentes nascidas em pontos distantes na nossa Europa e fora dela, não em gozo de viagens de recreio, mas em busca de energia alimentícia para prolongar a vida, apertou o entrelaçamento de costumes e religiosidades, amassadas por milénios e séculos a desbravar os efeitos locais da Natureza e a juntá-los para compreensão dos mistérios que envolvem o Homem, desde a origem ao presente e à encoberta imagem envolta na escuridão do futuro.

Desmazelado o estudo das quantidades dos alimentos contarem suficiência para a gente local e mais os recém-chegados, a imaginação adiou a contabilidade para técnicas seguras de baterem certo, nas «provas dos nove», se estas viessem algum dia a ser inventadas. Parece, que não …

Assim, se tem deixado passar o tempo a presenciar as triviais investidas e guerras das nações umas com as outras, como entretenimentos favoritos ou arrelias passageiras.

Entretanto, as misturas de raças, crenças e temperamentos, continuaram a mastigar os elementos necessários à nutrição, fazendo retirar do solo bruto, os frutos necessários a mitigar o que não é possível diminuir, no aumento incontido da população. A agricultura teve de cumprir a missão sacrossanta de dar o alimento em cada dia e de se desenvolver para, além do leite materno, distribuir vegetais e cereais à população de que hoje, somos parte integrante e continuadora. Honra ao presente, a de respeitar o esforçado pelos nossos antepassados, em declarações de conflito e tratados de paz.

Enquanto o produto alimentar, nos seus primórdios, pôde acompanhar o pensamento, abstraído da matéria, a vida decorreu normal. Mas quando chegou a realidade de tudo por em «pratos limpos», e ter de concordar das ondas neuróticas poderem espalhar o desejo no espaço infinito e a matéria – o PIB -se ficar impotente para as acompanhar, os factos tomaram diferentes rumos a descobertas de consolo às fraquezas humanas.

Foi, então que a Europa, se interrogou para lhe dar nome. Se era ou não, suficiente para as emergências de aumento de consumo em paralelo com o número de mais bocas nascidas que as enterradas pela idade ou nos campos de batalha.

O ponteiro da balança tremeu… tremeu, como a gota de água de Junqueiro.

Por fim, igualou quantidades. Os mandões de grandes expansões de terrenos habitados, porém, temeram perder colheitas por temporais e com elas a autoridade. Armaram-se das melhores ferramentas para matar e invadiram os celeiros da vizinhança. O ensacamento dos géneros tirados sem licença, menos os guerreiros sacrificados nas contendas, contrabalançava o consumo e garantia a paz no retalho das invasões romana, dos bárbaros, dos germanos, dos árabes. A isto se poderá chamar «paz na comida» e subtracções que não são a paz na boa amizade.

Homens de coragem indomável, todavia, insatisfeitos no poder de mandar, enfardando intenções, como folhagem para gado, querendo ostentar a «coroa» que decide os actos de refazer as forças, não havendo matéria valor, prometeram bondade… ou esperança volátil. A fartura, mesmo que no reino da fantasia, é atraente aos subalternos. A promessa, já é optimismo… que vai contentando os desprevenidos na verdade.

As roubalheiras de pão, desalmadas e imorais, para encobrir a «real» ambição humana, passaram a chamar-se conquistas e «razões de Estado». Assim, os defuntos vulgares que empaparam de fezes e sangue o chão batido pelas cavalgaduras, foram promovidos a heróis com louros e medalhas. Os mais esforçados e de maior coeficiente intelectual, escapos da carnificina, recebiam fazendas e títulos, a folgar-lhes a vida e aos descendentes.

A ascensão da Europa no Mundo, seguiu este modelo e ganhou o título de «Velho Continente».

Mahomet, nasceu em 570, depois de Cristo, de quem terá recebido temas religiosos e sociais, de grande valia na fé do homem meio civilizado, para o influenciar à causa da educação e o instruir nas relações do afecto e à partilha dos alimentos.

Os séculos, mau fado nosso, nunca deram resposta precisa, nem a um, nem ao outro dos elementos de boa comunhão. Apesar de antes de Cristo, na Grécia, em África - no Egipto - na Índia e na China, as dores físicas já avivassem a preferência da paz evolutiva, à guerra destruidora do que a vida se esforça por gratificar a compleição franzina do ser humano, a chamada ao senso, tem sido acatada com excesso de demora e ainda não tomou posição que socorresse necessidades e suavizasse sentimentos.

Os que construíram a Europa, a começar pelos romanos, raro mantiveram calmaria na boa vizinhança e nos critérios administrativos. Os árabes, na crença de ser a luta contra os infiéis, ou não pertencentes à sua religião, uma boa desculpa de matar e morrer, desleixaram a psicologia humana, desdobrando-se em «califados», antipáticos uns para com os outros, só permanecendo a unidade religiosa. De tal forma enfraqueceram o que havia sido o seu poder unificado, que se desmembraram, ao ponto de serem absorvidos pelos reinos com fronteiras comuns.

Este nosso alongamento histórico, pretende recordar acontecimentos do passado, passíveis de servir aos raciocínios actuais, porquanto o nosso parecer nos revela não serem diferenciáveis, apesar dos séculos que os separam. O que chegou aos nossos dias, escrito em letra de forma, das civilizações que se fundiram na actual, ilumina o nível intelectual de inteligências servidas por evoluções, baseadas na prática já vivida e sofrida.

É o sofrimento e o reflexo que dele sobressai, o impulsionador do trabalho neurótico que faz luzir a visão e a faculdade de fazer diálogo.

Este final da crónica, dá-nos oportunidade de justificarmos os ISMOS, das anteriores. Foi do livro « 4 ISMOS», de William Ebenstein que o copiamos. O Título e o conteúdo, tentam o leitor atento, às variadas ( ou semelhantes ? ) proposições de solução, a políticas de produção e segurança social e continuar tudo no aguardo do que não pode chegar no sector material, conquanto se apresente ultrapassável, no abstracto da idealidade.

Até próximo.

3 de setembro de 2007

Nº135 NASCIMENTO…INSTANTANEIDADE DO PENSAMENTO.. MORFOLOGIA REQUER ESFORÇO E TEMPO… O EQUILÍBRIO SANIFICA A SOBREVIVÊNCIA…

O racionável, tem milhares de anos a provar o movimento de rotação da Terra, a abrir e fechar os dias e as noites e o giro comprido da elíptica, a transladar as quatro «estações» de cada ano, fazendo a entrega gratuita da humidade, aquecimento, refrigeração e secagem para a semente germinar, crescer e permitir a colheita do grão, alimento do aparelho digestivo. Por sua parte, o humano, contribui para este sucesso, aplicando ao seu jeito, a maneira vagarosa de deslocar os membros inferiores e superiores para o complemento do produto tosco e incompleto.

Até aqui, os amparos da vida – Natureza e físico - desconhecem os efeitos imediatos. Depreendemos, por modesta posição de defender a nossa existência, ter surgido remorso, na organização da vida e no modo de proceder para facilitar a continuidade.

Ao aperfeiçoar-se a instalação dos neurónios nas caixas cranianas, partes anteriores – irracionais - e superiores do racional, foi aplicada a faculdade desviada da regra geral, da instantaneidade, para os repentes das ocasiões aflitivas. Um particularismo essencial, para impedir a irracionalidade de eliminar o raciocínio objectivo das coisas e dos acontecimentos. O que nasce natural, porém, não desce à minúcia de desenhar, brunir e embelecer o comodismo do utente.

Ao Homem foi incorporada a faculdade de aprender, pondo de sobreaviso o direito e as armas que combatem o desgaste dos órgãos coexistentes com a longevidade. Apesar de todas as cautelas para garantir a vida animal na Terra, ainda faltaria o acrescento de algo desconhecido em cada facto observado.

Os organismos aprontam-se no estudo, para se tornarem, se não completos, ao menos melhor apetrechados.

Na «estação de comando», todavia, os neurónios, à medida que iam progredindo em conhecimentos e afastando pressões bruscas da pouco sabida moral, recebiam qualidades extras e anotavam diminuídas as anomalias impressionáveis à atracção ao bem comum.

Foi assim, aos poucos, que o equilíbrio, no peso real da matéria e nos actos normais do Humano, acentuou que a vida tinha sentido. A ginástica do corpo, junta à do espírito, desfazem as aberrações frequentes no organismo, tendente a temporão na maneira da convivência e serôdio no tempero da sensibilidade à cidadania disciplinada.

A vida humana, contudo, é um templo de construção permanente, onde os arquitectos – Natureza e Mão do Homem - são obrigados a aperfeiçoar esboços dos compartimentos e detalhes, para executar a melhor finalidade no conjunto com os outros servidores.

O nascimento cria a Pessoa que, de imediato adquire dois direitos: - O da VIDA, universalidade sem privilégios;

O da POSSE, no Produto Interno Bruto – trabalho dos concidadãos da região ou do país.

O nascido, ao ver a luz, é já dono da vida e de um pedaço de alimento, igual aos que o rodeiam. As duas dádivas, são-lhe atribuídas pelo crescimento do intelecto, ou estádio civilizacional dos antecedentes, legislando em acordo com os dois valores produtivos locais, da Natureza e do braço do Humano.

Enquanto a fome mal se fazia sentir e estava à mão do fruto, da caça e da pesca, a condescendência às regras habituais normalizava as «pessoas» e os costumes. Com o «crescimento» de consumidores, bem como as mudanças de paladares, diminuíram quantidades e espécies nos locais de abastecimento. Valeu as trocas em primeira fase e nas seguintes as vendas ambulantes, as feiras, o comércio localizado, a indústria, a orgânica das acções perante as sensibilidades, a harmonização dos povoados, menos ou mais numerosos, até formatar a cortesia individual e colectiva.

Territórios distinguiram-se de outros, pelas qualidades dominantes das raças que os habitavam e da produtividade dos solos, escolhendo a independência os que sustentavam os povoadores, e podiam defender-se das invasões dos menos afortunados de géneros alimentícios, denominando-se Nações.

O Produto Interno Bruto, foi, portanto o fundamento dos arados lavrarem para nacionalidades diferentes. O predomínio da agricultura, combinava-se com o absolutamente necessário ao aparelho digestivo das populações.

O descerramento da ciência, da física, da química, da técnica, vieram valorizar o PIB e permitir a reunião de pessoas, a poupança de bens e a edificação de monumentos para usos comuns e motivos de defesa ao tamanho de cidades.

Ao crescimento do número de habitantes, a manutenção da ordem passou a ser um benefício à sociedade, sem previsão de custos, mas a precisar de espíritos aprendidos para saber ensinar. Experiências calmas e em tumulto, se têm seguido, não havendo convergência de agente que se considere perfeito. À administração das Nações, se têm recomendado número incontável de competências, falhadas por supérfluas arteirices e raras curas na assumida especialidade de cidadania.

A passagem do tempo, tem mais influência na alteração dos usos e costumes, fáceis de mudar, conforme a qualidade dos géneros entrados nos mercados, que na ambição humana, sempre à espreita de retirar grossas vantagens com o mínimo de esgravato no trabalho. A mesma condição ou modo de ser, enfastia a irrequietude temperamental na constituição do sistema nervoso do animal necessitado de diapasão como apêndice. O Humano, só se satisfaz com modificações, mas quando elas surgem, ataranta-se como carrilar o que fica desatinado.

Na gerência dos Estados, o PIB, sempre se comportou como a base das contas distributivas às parcelas dos interesses comunitários. Representava, como ainda hoje, a base do que passou a chamar-se «política». Surpreende, por tal evidência, que os profissionais actuais, para ganhar votos, prometam vantagens acima dos proveitos obtidos no «Produto Normal», sem tomar conhecimento dos valores reais regidos pelo «Erário Público». Sobrevivem na afirmativa que o PIB é bastante para satisfazer o voo das ideias e condensá-las em movimento fiduciário entrado em todos os bolsos

A politicagem de partido, promete o que não existe, mas dá lugar a vagaturas de emprego. O esperançado na promessa, quando se cansar da ilusão e sem emprego, reagirá … conforme o siso que lhe restar…

Até próximo.