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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

20 de maio de 2007

Nº 124 A MATÉRIA E A PALAVRA… SÃO O PRINCÌPIO…. A IDEIA E A PALAVRA… TORRE DE BABEL?…

O princípio das coisas, aconteceu… No clarão do átomo de há 15 mil milhões de anos? Na «oficina de quem, anteriormente fez o tal átomo e o atirou à toa, para vagabundear no espaço celeste e instituir a eternidade?

O constado para ser credível, o Universo é «matéria, visível nos corpos celestes que nos passam à ilharga, em corrida para furar as redes do finito. Daí para a frente – e para trás - nada se sabe, se houve multa por excesso de velocidade, ou por transposição de fronteiras.

Os cometas, pela quantidade e rastos de luz que expedem da cauda ou leme da elipse em volta do Sol, dão-nos a imagem do instantâneo maravilhoso no lado visível das estrelas, o que define ou indetermina o mistério que nos ataranta.

O intróito desta crónica, é pretensioso.

Insinua, sem fazer alarde, que o voo extra possível da matéria, se confronta com a instantaneidade da ideia. O primeiro, visível, constatável e dimensionado, o segundo, informe, ilimitado, etéreo.

O Humano, como vê a matéria e pretende poupar no trabalho - sua única fonte de cuidar da existência - deixa-se levar pela igualização com o pensamento. E regressa ao princípio da palavra auxiliar a matéria. Não repara na fuga traiçoeira do consórcio da ideia com a mesma palavra. Porque a palavra segue o rendimento rentável, em favor da parte física. A palavra é um profissional que quer ter regalias facilitadas e, por isso, tanto joga no clube azul dos céus, como busca o rendimento do adversário vermelho, tinto de sangue. Donde se acaba com a teimosia, de atribuir à matéria os mesmos condicionalismos da ideia.

Caro leitor, pondo fim a extravagâncias filosóficas, que nada adiantam à dominância da realidade, aproveitemos o tempo a recordar a nossa História e os grandes ensinamentos transmitidos a servir o presente. Constituirá uma tentativa de salvar a independência do território de 89.106 Km.2, decepado do que lhe aumentara a Empresa Náutica do Infante D. Henrique, arriscando bens e Heróis com o patriotismo de lhe alongar a vida pelos séculos fora.

Decepado… O nosso País é Duarte de Almeida, o Porta Bandeira na batalha de Toro, em 1476, depois de lhe serem «decepadas» as mãos, segurou o distintivo da Nação com os braços e os dentes, até ser derrubado do cavalo. O Herói, perdidos os meios de conseguir sustento para a família, pediu esmola...

Decepado… O decepado, fica com menos poder de resistência… e sujeito a padecimentos na incógnita dos dias de fazer contas. Os decepadores, vivem contentes, felizes e endinheirados, indiferentes aos genocídios ainda hoje a verter sangue e a ampliar mais miséria, a milhares de abandonados na Guiné, Angola e Moçambique… Obtiveram votos, pela facilitação utópica, de acabar com lutas.

As brigas não param, porque a actual doença do idealismo, resolveu, unilateralmente afirmar que acabaram, ou estão próximo de serem evaporadas da face do Globo Terrestre. Cada vez mais se alastram. O que vem actualizar o ditado latino: SI VIS PACEM… se queres a paz… PARA BELLUM… prepara a guerra. A supressão da Paz, destapa a Guerra.

Assim, se tira a máscara teatral, de querer Portugal na União Europeia para receber… receber dinheiro, mas não na camaradagem de sacrificar seja o que for, nos brados das aflições.

Na confraternização com a EU, há ideologias que gostam de saborear petiscos e copo de «tinto», deleitando-se, porém, na jactância de beber de graça. E Portugal que, à sua custa e sustentado pelo temperamento heróico da sua gente, « deu novas luzes ao Mundo», merecia ficar isento, ao menos, dos tributos guerreiros. Já pagou caro, o bem que fez à civilização mundial.

Mas, como Duarte de Almeida, em 1476, está enfraquecido e impossibilitado de cumprir sozinho, a sobrevivência no futuro.

Um escasso número de nascidos no território nacional, resolvera, sem perguntar ao povo, por referendo ou martelo da justiça, norma de proceder, quanto aos bens da Nação. O melhor é vender… E armaram-se em vendilhões.

Mas, como a consciência está aquém do palavreado, fizeram-se negociantes, à maneira cómica do teatro ou do cinema. Cumpriram o que nós sabemos ser «negócio da China». Entregaram « os objectos de compra e venda» e mais 6 milhões de contos. E, continuando «cómicos», ( e ainda o são), esfregaram as mãos de contentes.

Desta maneira leviana, só credível para quem ambiciona trabalho e paz, sem olhar à História e às incertezas das mudanças de «patrão», que o título desta crónica, poderá vir a ser realidade:

A MATÉRIA E A PALAVRA:… SÃO O PRINCÍPIO…

A IDEIA E A PAVRA, PODERÃO TORNAR REAL A TORRE DE BABEL…

Cá ficamos, na filosofia de Esopo. A língua é a melhor iguaria no elogio, na lisonja ou no convívio. A língua é a pior companheira no volteio da maldade e da destruição. Confunde o bom e o mau, não dá tréguas para pensar, desorienta o bem intencionado. Só no final separa o trigo do joio, ou reconhece o ludíbrio das promessas do falador, quando é perdida a ocasião de por o pé, na travagem para impedir a tragédia.

A crónica divergiu do iniciado, mas não perdeu o rumo, vindo das crónicas anteriores.. Vamos ao complemento.

O Dr. António de Oliveira Salazar, estudara História. Sabia das desditas do «decepado» e que no Governo das nações, eram as finanças, as MÃOS, que ganham o pão de cada dia do agregado que pretende continuar vivo e serviçal. Para a eficácia ser rentável, finanças deveriam ser controladas, por regulamentos unificados, desunidos da acção destruidora das «ideias e palavras» que podem eliminar o produto de todos pertença.

O Dr. Oliveira Salazar, também sabia que a paz restabelecida pelo General Gomes da Costa, não deveria sofrer interrupções e atrasar ou excluir a defesa dos valores públicos em favor de «partes» da população, malefício demonstrado no período experimental de 1910 a 1926. Seguisse o mesmo critério, seria acabar de afundar o barco que já estava a «meter água» por todos os lados.

O espaço acabou. Mas outro vai ser aberto para a semana.

Até próximo.