Nº 116 O MELHOR…. QUEM É… QUEM… MAIS MERECE?...
O merecimento, é pau de bandeira. Deixa-se hastear por quem ata o pano que tem à mão, para referência ao viandante necessitado de aviso na cautela de pisar o chão e seguir a via do destino.
O madeiro ergue-se aprumado, firme, qual estátua a premiar operário ilustre e mão-cheia de atributos. Parece importante, medido de baixo a cima. O drapejo no topo, atribui-lhe vida e importância.
Vénias e continências, reverenciam o seu posto da honra.
Por velhice , ou para conservação, desocupa o lugar das honrarias.
Deitado no chão duro, onde toma desiludido, a posição horizontal, perde todas as distinções para que fora seleccionado. É pau vulgar. Porventura servirá para se transformar em energia calorífica, fervendo o caldo na cozinha ou a aquecer o quarto de repouso. Na sua última função, contudo, quando chega a brasa, ainda causa temor, não vá incendiar a moradia. Descansa, de seguida, acomodando-se à suavidade de um calor ameno. Esvai-se o vigor. É cinza. Espalhada no quintal, mata insectos e fertiliza algumas culturas. Já não há Pau de Bandeira.
Retornemos à jornalista Maria Elisa, no Palácio de Queluz, ao organizar um encontro, de todos os níveis sociais, captado pela televisão, destinado a «sondar» o concurso «Qual o melhor Português».
Presentes, alguns representantes de diplomas conferidos pelas nossas universidades. Depois de alguns nomes para constar, veio à baila o Dr. António de Oliveira Salazar.
Senhores Doutores e Senhoras Doutoras, fizeram parte da maioria, que o recusava sequer, na inclusão nos nomes dos candidatos.
Alcandorando-se em «altruístas defensores do Povo», apresentavam o argumento justificativo de ter sido silenciada a minoria dos insubmissos que recheiam os aglomerados distribuídos no globo terrestre.
Possuir ideias próprias, é acção beneficente à convivência e ajudante do progresso. O marasmo atrofia o raciocínio e desatrela o carro da aprendizagem. Parar… é morrer, lentamente.
Mas nós já recordamos, em crónicas anteriores, que o período de 1910 a 1926, desarrumou a ordem, facilitou assassínios, destemperou atentados bombistas, amarfanhou critérios. E as inteligências propensas à rebeldia, deram vazão ao aproveitamento das oportunidades que as guindassem a postos de comando, sem medição de custos e consequências.
O Povo … a massa anónima das multidões preferentes ao sossego, tem ideias fixadas no «pão nosso de cada dia». A Família obriga a acertar o juízo mais depressa que os profissionais da oposição. E são estes que se apresentam como defensores daqueles, para que paguem e não discutam.
Na verdade, não existindo haveres que pesem na balança de quem deve, só resta o nada da promessa a implorar longínqua hipótese no adiamento, com o problemático fim do caloteiro.
Sendo a ideia da mesma contextura da promessa, isto é, ambas volatilizam no espaço do pensado poder vir a ser Natureza, haverá que matutar se isso se tornará concreto.
Neste baile de desejos ardentes no bem da humanidade, movem-se os idealismos dos Senhores Doutores e Senhoras Doutoras, mais os seus sequazes. Lógico. Humano.
Uma fenda, porém, abre-se na abnegação ao semelhante. Também rodopia na área do pensamento, que o produto Interno de cada Nação é suficiente para distribuir todo o preciso a cada Família, desde o individual ao colectivo, nos actuais moldes de BONDADE. O que não é realizável.
Resiste a pergunta: - O Povo, que paga e não assopra aborrecido, vai continuar a receber promessas dos idealismos sem fundos em moeda luzente?…dentro ou fora da Lei? Ou melhor dito: Quem protegerá o Povo de se deixar lograr na troca de alimentos por «balões de matéria não visível, nem comestível »? … Que são de excepcional poder de persuasão?.....
Os idealismos, de verbosidade para todas as ocasiões, encontram sempre onde buscar função rentável. O povo sente prazer em acreditar.
O nosso Povo, ingénuo, de boa fé, vivendo do que produz, quando tenha onde? Quem defende o Povo de cair no contraditório de obter graças, sem matéria circulante?
A «bondade» do Povo, fá-lo abonador do crédito de ser possível fazer vestidos, sem o tecido fabricado para o fim em vista…
Quando lhe chega a realidade, e o frio lhe entra no corpo, é que nota estar desagasalhado… A quem será atribuída a responsabilidade de evitar que tal desastre aconteça?
Em princípio, pertencerá a quem governa. O poder que lhe é dado na disputa dos votos, concede-lhe a faculdade de acertar o rumo pela bússola das faculdades intelectuais, sapientes, humanas e… sobretudo, administrativas. A política, não sendo casa da moeda, com fabrico e distribuição instantâneas, onde haja carências… ela terá a noção da arte de distribuir nas ocasiões, no tempo, nas deduções… antes das consequências?
O Engenheiro Guterres, não poderá ser acusado de «homem mau», nem os seus colegas de equipa. O derrame dos dinheiros públicos, como devolução às origens, à primeira vista, foi um acto de «boa alma». Correspondeu a um remoto «apanha moscas», mas que «deu certo», perante a ingenuidade popular. Essa ingenuidade que deve ser acautelada, se a Nação pretende continuar a opção da independência.
Aqui, repete-se a pergunta: - A quem pertencerá a obrigação de convencer o Povo da lógica subordinar a fantasia?
As Senhoras Doutoras, Senhores Doutores e demais assistentes no espectáculo da jornalista Maria Elisa, primeiro que serem críticos, deveriam perguntar-se, se o Povo está bem informado e em caso duvidoso - normal que existam dúvidas - a quem cumprirá tal arriscada missão. Ou, para mais fácil pergunta e resposta :- Que critério optou o Dr. Oliveira Salazar, no seu relacionamento para com o Povo? O que se pede a um «bom administrador», em especial o que mexe com o erário público ?
O Dr. Oliveira Salazar, para bem cumprir o encargo recebido por quem de direito, na altura, mandava observar os alunos universitários mais estudiosos e de comportamentos cívicos respeitadores do contribuinte anónimo, a quem dirigia convites para o acompanharem na aptidão e honestidade de governar.
O Povo, manteve-o no poder, porque sabia não se tratar de oportunismo de ocasião e cor clubista, a tratar os seus interesses.
Gente séria e com o tino no seu lugar, administraram os bens do Povo. Na política, amigo da verdade, afirmava que o que parece …é.
Dentro de casa, a paz regressou ao Povo, a acalmia permitiu a execução de melhoramentos em todos os territórios nacionais, as finanças normalizaram-se, retomando confiança a nacionais e estrangeiros. Tudo feito às claras, para todo o Mundo ver e todo o Mundo viu.
Foi pondo em prática este sábio critério, que o Dr. Oliveira Salazar, conseguiu o afastamento de Portugal da carnificina da sua juventude na última Grande Guerra. Não foi acaso da sorte, milagre feito à pressa ou condescendência dos beligerantes. Lutou contra o imaginário ( que quase esteve a tornar-se concreto) de Hitler, os sonhos do Japão, a autoridade de Churchill, o poderio de Roosevelt.
Roosevelt, exteriorizou que gostaria de cumprimentar o estadista que se comportou brilhante, durante o conflito. A morte repentina, impediu-o de cumprir a vontade. Mas consigo levou o reconhecimento.
Bastaria o talento de evitar a entrada de Portugal na Guerra para que aos portugueses, restasse o orgulho de o ter tido Chefe do Governo.
A crónica cresceu mais que o indispensável.



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