Nº 117 S I S… PORQUÊ…… PARA QUÊ…
A nossa última crónica, referiu-se à oportunidade ofertada à nossa mocidade, metodicamente dirigida, para Portugal não interferir nos azares da guerra que enlutou o Mundo, de 1939 a 1945.
Se sorte houve, foi na obra delineada por quem esteve no cerne das tomadas de decisão. A começar, no aprovisionamento dos valores do Povo para enfrentar as incertezas de um futuro temido por incerto e inquietante, no interregno das duas Grandes Guerras. A precaução de ter de repelir agressões à Nação e a todos os territórios que lhe pertenciam, mais o prestígio que fica bem ao patriotismo, à dignidade e à honra do cidadão cônscio dos direitos e deveres pertencentes à Família de uma só bandeira.
Ora, pela realidade dos factos, o Dr. Salazar, defendeu o Povo e não separou um cêntimo a seu favor. Morreu pobre, como sempre foi em Santa Comba Dão. Diplomatas estrangeiros, admiravam-se da sua intransigência no que dizia respeito ao Estado Português, ganhando um ordenado inferior à posição que ocupava.
Porquê, então a animosidade dos «Senhores e Senhoras das Ideias»? Permita-nos, caro leitor, dar resposta, meio séria, meio brincalhona, para não ferir quem merece compaixão:
Em primeiro lugar, por que haviam perdido a batalha de 1910 a 1926 para se superiorizarem na administração dos bens do Povo, uma tentação, seguida de outras mais. O consumo, ou a aplicação desses bens, como eram de todos, deveria obedecer, simplesmente, à necessidade de cada pessoa, ou à convicção de cada encarregado dador de ordens.
Seria desempenho, exclusivo do critério, brotado da «fonte luminosa» donde nascera o mandato. Aceitava-se a condescendência de manter as Leis gerais, pois que serviriam para casos onde surgissem dúvidas, antes de serem postas em prática. Porque depois de terem ou não prestado serviço, passariam ao monte, na prateleira do esquecimento.
O poder legislativo, pelo seu nome autoritário (poder), estava sentenciado à simplificação maior. Porque a vivência sem governo, não era como o descrito em pareceres pessimistas. Pelo contrário, representava a modernidade de simplificar a «bicha indiana » da entrega das pensões ser a constância a todo o carente. Nada de autorizações especializadas. Os cofres do Estado, nunca se fecham. Governos… para quê… se o alargamento de liberdades, tinha de ser posto em vigor?...
Em lugar imediato, mas não menos importante: - para poderem despejar nos lugares públicos, as rebeldias sufocadas pelas boas educação e tranquilidade, condições sociais ganhas por milhares de anos de conhecimentos adquiridos por entre a dor, a sensibilidade e a afeição, porém de controlo não «moderno», por tratar mal a desobediência…
E Pronto, leitor paciente. Voltemos a falar sério…
A forma simples e voluntaria de dar ao semelhante, paz e conforto, não se coaduna com o egoísmo e a ambição de encher ganhos, à custa da bagatela dos restantes…
O salto para o abuso, não dá tréguas à razão. A tranquilidade não terá hipótese de se implantar carregada com a disciplina, por espontâneo desejo individual . Algo terá de vir por meios exteriores, armado com a autoridade de regras e programas.
Competirá à Polícia dar exemplo e fazer respeitar a racionalidade e o Estado. O SIS, renasceu contra as reacções a sinais de trânsito e obediência colectiva. Mas foi uma retomada dos «direitos do Povo», inclusos na confiança ao coberto, ao visível e ao aplanamento dos baixios da sociedade.
Iguais responsabilidades atribuídas à PIDE. Impor a Lei, é a tomada de rumo à directriz civilizacional, na participação do carril dos «direitos» humanos, à justeza do senso comum, sendo, ao mesmo tempo, a negativa à liberdade circunscrita aos cidadãos vestidos de determinada cor política, libertando a acção para a utilidade pública, em harmonia com a justiça.
As excomunhões à disciplina, partem dos inadaptados ao trabalho normal do dia a dia, de tocaia às aberturas de oportunidades resultantes das barulheiras e revoltas, de iniciativa dos ingénuos, que acabam por ceder os melhores lugares, à astúcia desobrigada de pudor.
O temperamento nato do prevaricador, constantemente bate na inocência do idealismo, enquanto esconde o filamento activo que irá faiscar o curto circuito da infidelidade.
Descarregados os dois corpos de sinal contrário, o raio luminoso que se expande em todas as direcções, atingirá o fim comodista da falácia volúvel, mas que aumentará a importância social e a remuneração bancária.
O SIS – Serviço Internacional de Segurança, teve início sob determinados regulamentos destinados a «segurar ímpetos» pressupostos em diferentes áreas. Para quem conhece, mesmo de raspão, o temperamento humano, prevê que as obrigações iniciais, ir-se-ão degenerando, à medida da gravidade dos actos a por cobro na imensidade dos «furos» a esvaziar a Lei. Não será necessário subir os degraus de profecia.
A PIDE, também nasceu singela. Apesar dos ronrons de acalmia, as falhas aos deveres, aliciadas pela imagem vã da revolução russa e dos rublos correntes a tapar desorientações morais, fizeram detonar explosivos destruidores e seduzir, até ao risco de vida, portugueses, na luta para a entrega ao estrangeiro do território pertença de toda a Nação.
A Polícia Internacional e Defesa do Estado, cumpriu, se bem que ferindo, alguns, nem todos, os «Senhores das Ideias». Empurraram-na para o Museu da malquerença no passado, para legitimar atrevimentos e deslealdades, no embrulho das utopias do presente.
Tanta ilusão, a desabonar a coerência…
Até próximo.



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