Nº 123 LINGUAGEM E ESCRITA EDUCADAS, SERVEM PROGRESSO. SE MAL APRENDIDAS, DESLIZAM NO PLANO INCLINADO DA DESGARRADA LIBERTINA…E FAZEM A GUERRA
ESOPO, é uma órbita de pensamentos. Capta o positivo compensador, esboroa o fantástico lunático. Reúne o melhor e o pior, desdobra-os em bases arquitectónicas semelhantes, resseca –os na estufa da consciência, compara-os na prática comum e mede o tamanho da utilidade. Esopo, modera as regras da grandeza e desce-as à luz dos sentidos humanos. Desaprova o resvalo à pequenez, para fazer subir à tona, a barca real com leme e posto de comando.
Vale recordar Esopo, nas interrogações do melhor Português e na repulsa de bravata doutorada à pressa, para com o Dr. António de Oliveira Salazar.
O prato forte da «língua», apresentado ao nobre e ao vulgo, como uso comum, solto de amarras egocêntricas e aceite no desaforo consensual da liberdade maioritária na assembleia da convivência. Mas Esopo, destaca , sem o vincar, a presença da educação na arte da harmonia e o contraste, arrebatado no ferimento à sensibilidade.
O pensamento, acoberto de responsabilidades, estende os tentáculos com ventosas a todos os seres que lhe sirvam para digerir. Variável e inconstante, o pensamento, quando pretende acasalar, produz híbridos disformes e repetidos. Os casais do pensamento, não se acompanham dos genes perfeitos, pois já trazem consigo, descendência com supostas virgindades. No decorrer dos séculos, na mudança de usos e costumes, alteram-se, em simultâneo, os ângulos de apreciação das coisas e do conforto, por sugestão do imaginado. Pelo facto de «cada cabeça, cada sentença», se implantam as divergências e as lutas dos propósitos e descomedimentos.
A «língua» e, já agora, a escrita, tanto são meios de aproximação da fidelidade, como interferem no respectivo oposto, marcando os humanos para direcções divergentes no sentido e na acção.
Desculpe leitor amigo, por este arrazoado comprido, para resumir: «cuidado com a língua», podendo acrescentar-se : - «com a escrita, também».
A língua e a escrita, são duas consequências da instalação neurótica na caixa craniana no cimo da vertical. Estes dois agentes, pela sua localização e órgãos transmissores dos impulsos e sensações, acrescendo a ânsia de sobrevivência, na mortalidade inevitável, condicionam a humanização do animal servido de duas pernas para mudança de lugar e dois braços para o trabalho diversificado do alimento. A fragilidade da constituição física, aprumada na posição e tenra na mastigação dos famintos e poderosos, pernas e braços juntam-se na defesa e ataque nas relações na ordem dos animais.
É a palavra que se assume dirigente do valor real da matéria, a que se acamarada a escrita, a legislar actos, opiniões e sentenças. Sendo a matéria, a própria vida e a progenitora das substâncias a incorporar na fisiologia Natural, compreende-se haver exorbitância de atribuições, na sequência paleada de quem deve mandar e decidir.
Sem mais «aquelas», o palavreado em catadupas, tomou o comando das «operações», não querendo descer do «pedestal» auto situado na torre de comando. Não pretende ser contra, mas não corresponde à Natureza da existência. A matéria produtiva, submetida à rotação e translação do Planeta Terra, nunca deixará de ocupar o centro da vida e da sua continuidade.
A imaginação -o grande contributo da valorização da matéria – na saúde, na máquina, no reforço ao desgaste e à resistência, no transporte a encurtar a distância e diminuir o cansaço, é a extra matéria, a prolongar a actividade física e a contrariar a morte.
A faculdade de inventar, todavia, se peregrina ao acaso e à sorte, desviado da insistência no estudo ao conveniente universal, derrapa para o retrocesso a princípios, desmarcados pela prática da reprovação à esterilidade e à desamarra dos direitos e deveres, misturando-os à crueza das reacções fatalistas humanas.
Humanidade, é o bálsamo protector do homem tímido ou moderado, das paixões intempestivas extrapoladas pelo semelhante. O instinto, ou complexo de superioridade, nascidos em todo o ser sensível e de sangue quente, é inalienável no íntimo de qualquer animal. Nem a educação, a forma encontrada melhor convincente para dissipar imperfeições, consegue limpar esse estigma sobre terrestre. O Homem, não se safa do recheio da Nat00046495322ureza, a fornalha energética da responsabilidade, fabricante impopular da moral e da obediência.
Na orgânica dos agregados sociais, coexistem, a Lei coordenadora da ordem para o bem dos maiores concentrados, e a rebeldia das excepções, alapada à Natureza anárquica. Na nossa História, estão gravadas as duas forças. Uma a disciplinar convivências para a igualdade e outra a atrair o ego para a soberania.
Na essência dos princípios e das causas, se podem descobrir as razões das atitudes e métodos empregues no critério vigorante em determinadas circunstâncias. Nas sociedades, enquanto a matéria ( o bem individual ), se sobre eleva na comodidade, o passado subordina-se ao conforto do presente. Quando este conforto se esvai, por rosário de anomalias administrativas, fazendo sofrer a mesa e a vestimenta, rebuscam-se defeitos e virtudes, culpados e virtuosos, desregrados e poupadores. Ninguém assume culpa…A «língua» e a «escrita», não o permitem.
A Lei e a ordem, porém, exigem responsabilidades. Em defesa do Estado. Em respeito ao Povo, a palavra e a escrita, devem sujeitar-se à educação, para que esta cumpra a disciplina.
Até próximo.


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