Nº 44 O CUSTO DA PAZ
Como já vimos, e nem precisava realçar, a Paz tem preço.
A realidade, contudo, deixa ao desdém, calcular despesas por uma situação que se considera desnecessária, enquanto dela se desfruta.
Paz é paz e... não há rapazes maus. E mais garantido... quando se trata de dirigentes de Regiões ou Estados, como Homens de «tarelo assisado», no sentido de « darem que falar, mas discorrerem como gente crescida e responsável».
Paz... Cá para nós, nem gostaríamos que alguém nos lesse.
A Paz é mentirosa, fingidora e leviana, quer dizer, «leve, aérea de cuidados aguerridos». Não necessita esforço para compreender – diz a Paz - essa «coisa» de mortais se matarem e morrerem, antes do tempo, é para além dos mares e dos continentes, nada liga a acções próximas ... ou hipotéticas. Descanso e calma...
Assim, se descontrai a inquietação, se convence a tranquilidade, se adormece o comodismo... se limpa a ramela à negligência. Todas acreditam, sem tira-teimas, na ingenuidade e meiguice dos vizinhos e dos outros mais afastados. Nem se sabe como afirmam acreditar que os tempos são outros... Camas fofas, servem para sono reparador, com sonhos venturosos. Longe das camas, suspeitas e temores... são precisos sonhos de ventura... só fortuna, polvilhada de prosperidade.
A Paz, «entra na cabeça» dos pretendentes a administradores das nações, que discursam leituras da História resumida para a juventude, e apresentam cartazes de conhecimentos cívicos. Opta-se para o mais agradável a tirar ilações. Pronto. São desnecessárias «forças da ordem», pois que está à vista a serenidade da lengalenga responsável, acompanhada de atitudes dos «senhores do seu nariz», corteses e sorridentes. O sorriso é um grande artífice nas carências da vida.
Até aqui, destaca-se o intróito desta crónica. O que parece... não é. Dá para relembrar o poeta algarvio António Aleixo, sem malícia de plágio do «parecer e não ser»:
A Paz é um sinal da Fé.
Nunca será o que parece.
Chegam os «tratos do polé»...
Ai! Meu Deus...o que acontece...
Pensar-se-á, ter passado ao lado, a referência ao livro «O Estado Novo»», do Dr. Alberto Franco Nogueira, que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros de 1961 a 1969, por estudo, experiência e patriotismo, referenciado na nossa crónica nº 31. Nem o livro, nem o autor merecem ser extraviados do caminho da História. Um como o outro, têm ensinamentos preciosos para expor nas futuras audiências, em Tribunal, livre de panoramas enfadadiços, pintados com tinta delével e onde o bom senso, possa, também, falar à vontade.
Vamos compensar o livro, com a consideração ajustada ao seu valor, sem o ofender com panegíricos que não precisa.
O Exército Português foi, desde os primórdios, pequeno e sem fama de meter medo, fosse lá a quem fosse. Pelos séculos fora, todavia, cumpriu as missões impostas pelas circunstâncias do momento e assegurou a independência do nosso rectângulo e do que o pode valorizar, perante as outras nações, com quem podia entender-se de igual para igual.
Necessário fazer pensar que, do chefe máximo, depende o prestígio do exército. O que se vai seguir, mostra este nosso entendimento.
A Guerra 1939-1945, teve início em 1 de Setembro. A Alemanha, invadiu a Polónia.
Nesse mesmo dia, o Governo Português, convocou o representante da entidade agressora, o Ministro da Alemanha em Lisboa, para esclarecer atitudes. A resposta agradou, em princípio. Se a neutralidade for respeitada por Portugal, a Alemanha fará o mesmo.
O Embaixador Inglês, também é convocado. É- lhe dito, que a neutralidade Portuguesa e espanhola seria favorável à Inglaterra. O Embaixador reconhece e agradece o parecer.
O Primeiro Ministro Português, expõe na Assembleia Nacional, as referidas questões. Condena desentendimentos internos, neste período importante para o futuro do País.
A neutralidade, não satisfaz os que se guerreiam. Desconfianças e violações, aumentam as dúvidas.
Após um mês de guerra, Londres resolve dar ordens:
1) – Pede expulsão dos territórios Portugueses de nacionais
alemães.
2) – Autorização da travessia de Moçambique por tropas
inglesas, para a África Central.
3)- Cortada a propaganda anti britânica em Portugal.
4) – Vai ser instituído um bloqueio, que afectará o
comércio nacional.
São recusados estes pedidos britânicos, pois afectariam a «neutralidade portuguesa». Sobre o bloqueio, o Governo Português, mostra vontade de o discutir por pormenores, para salvaguardar o comércio português legítimo.
Macau é cercada por tropas japonesas. Lisboa reclama e o cerco é levantado.
Uma empresa japonesa interessa-se por Timor, para exploração de petróleo. O Governo local indefere. Australianos e holandeses, também pedem concessões. O Governador, deixa passar o tempo, a ver o andamento da beligerância.
Em Fevereiro de 1940, o Secretário de Estado Inglês Halifax, convocou o Embaixador Armindo Monteiro e, ao «acaso» pergunta se a situação em Portugal era calma e, também, «feliz».
O Embaixador Selby, desconfiado e inquieto, profere: Os Açores, são de importância capital, perante a luta no mar e a Alemanha não pode desconhecer a importância de Portugal e a deste para a Inglaterra.
Caro Leitor: Preferíamos ficar por aqui. As conclusões que se tirariam, contudo, não levariam a parte nenhuma. Temos de continuar. Por quanto tempo ainda? Não sabemos. Mas vale a pena por à tona, o que está envolto na embalagem da «droga» que pretende abater o ânimo nacional.
A realidade, contudo, deixa ao desdém, calcular despesas por uma situação que se considera desnecessária, enquanto dela se desfruta.
Paz é paz e... não há rapazes maus. E mais garantido... quando se trata de dirigentes de Regiões ou Estados, como Homens de «tarelo assisado», no sentido de « darem que falar, mas discorrerem como gente crescida e responsável».
Paz... Cá para nós, nem gostaríamos que alguém nos lesse.
A Paz é mentirosa, fingidora e leviana, quer dizer, «leve, aérea de cuidados aguerridos». Não necessita esforço para compreender – diz a Paz - essa «coisa» de mortais se matarem e morrerem, antes do tempo, é para além dos mares e dos continentes, nada liga a acções próximas ... ou hipotéticas. Descanso e calma...
Assim, se descontrai a inquietação, se convence a tranquilidade, se adormece o comodismo... se limpa a ramela à negligência. Todas acreditam, sem tira-teimas, na ingenuidade e meiguice dos vizinhos e dos outros mais afastados. Nem se sabe como afirmam acreditar que os tempos são outros... Camas fofas, servem para sono reparador, com sonhos venturosos. Longe das camas, suspeitas e temores... são precisos sonhos de ventura... só fortuna, polvilhada de prosperidade.
A Paz, «entra na cabeça» dos pretendentes a administradores das nações, que discursam leituras da História resumida para a juventude, e apresentam cartazes de conhecimentos cívicos. Opta-se para o mais agradável a tirar ilações. Pronto. São desnecessárias «forças da ordem», pois que está à vista a serenidade da lengalenga responsável, acompanhada de atitudes dos «senhores do seu nariz», corteses e sorridentes. O sorriso é um grande artífice nas carências da vida.
Até aqui, destaca-se o intróito desta crónica. O que parece... não é. Dá para relembrar o poeta algarvio António Aleixo, sem malícia de plágio do «parecer e não ser»:
A Paz é um sinal da Fé.
Nunca será o que parece.
Chegam os «tratos do polé»...
Ai! Meu Deus...o que acontece...
Pensar-se-á, ter passado ao lado, a referência ao livro «O Estado Novo»», do Dr. Alberto Franco Nogueira, que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros de 1961 a 1969, por estudo, experiência e patriotismo, referenciado na nossa crónica nº 31. Nem o livro, nem o autor merecem ser extraviados do caminho da História. Um como o outro, têm ensinamentos preciosos para expor nas futuras audiências, em Tribunal, livre de panoramas enfadadiços, pintados com tinta delével e onde o bom senso, possa, também, falar à vontade.
Vamos compensar o livro, com a consideração ajustada ao seu valor, sem o ofender com panegíricos que não precisa.
O Exército Português foi, desde os primórdios, pequeno e sem fama de meter medo, fosse lá a quem fosse. Pelos séculos fora, todavia, cumpriu as missões impostas pelas circunstâncias do momento e assegurou a independência do nosso rectângulo e do que o pode valorizar, perante as outras nações, com quem podia entender-se de igual para igual.
Necessário fazer pensar que, do chefe máximo, depende o prestígio do exército. O que se vai seguir, mostra este nosso entendimento.
A Guerra 1939-1945, teve início em 1 de Setembro. A Alemanha, invadiu a Polónia.
Nesse mesmo dia, o Governo Português, convocou o representante da entidade agressora, o Ministro da Alemanha em Lisboa, para esclarecer atitudes. A resposta agradou, em princípio. Se a neutralidade for respeitada por Portugal, a Alemanha fará o mesmo.
O Embaixador Inglês, também é convocado. É- lhe dito, que a neutralidade Portuguesa e espanhola seria favorável à Inglaterra. O Embaixador reconhece e agradece o parecer.
O Primeiro Ministro Português, expõe na Assembleia Nacional, as referidas questões. Condena desentendimentos internos, neste período importante para o futuro do País.
A neutralidade, não satisfaz os que se guerreiam. Desconfianças e violações, aumentam as dúvidas.
Após um mês de guerra, Londres resolve dar ordens:
1) – Pede expulsão dos territórios Portugueses de nacionais
alemães.
2) – Autorização da travessia de Moçambique por tropas
inglesas, para a África Central.
3)- Cortada a propaganda anti britânica em Portugal.
4) – Vai ser instituído um bloqueio, que afectará o
comércio nacional.
São recusados estes pedidos britânicos, pois afectariam a «neutralidade portuguesa». Sobre o bloqueio, o Governo Português, mostra vontade de o discutir por pormenores, para salvaguardar o comércio português legítimo.
Macau é cercada por tropas japonesas. Lisboa reclama e o cerco é levantado.
Uma empresa japonesa interessa-se por Timor, para exploração de petróleo. O Governo local indefere. Australianos e holandeses, também pedem concessões. O Governador, deixa passar o tempo, a ver o andamento da beligerância.
Em Fevereiro de 1940, o Secretário de Estado Inglês Halifax, convocou o Embaixador Armindo Monteiro e, ao «acaso» pergunta se a situação em Portugal era calma e, também, «feliz».
O Embaixador Selby, desconfiado e inquieto, profere: Os Açores, são de importância capital, perante a luta no mar e a Alemanha não pode desconhecer a importância de Portugal e a deste para a Inglaterra.
Caro Leitor: Preferíamos ficar por aqui. As conclusões que se tirariam, contudo, não levariam a parte nenhuma. Temos de continuar. Por quanto tempo ainda? Não sabemos. Mas vale a pena por à tona, o que está envolto na embalagem da «droga» que pretende abater o ânimo nacional.



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