América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

A minha foto
Nome:
Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

26 de dezembro de 2005

Nº 25 MAIS LIÇÕES DO CONTINENTE AMERICANO

Garatuja, é o primeiro sinal de liberdade facultado ao ser Humano. Garatuja... não segue linha específica, nem pretende finalidade útil. Rabisca alheia à conclusão...
Garatuja, porém, logo que chama a si o raciocínio, passa a ser o ensaio para o desenho e o vislumbre do primor. Da garatuja se retira ensino para delinear perfeição à rusticidade da Natureza, se marcha a paços largos para a realização do belo, se descobre a ciência e desenvolve a técnica. Tanta coisa começa na garatuja... É princípio que abrange tudo e todos, onde está uma cabeça pensante.
Este nosso critério de entrada na crónica de hoje, correndo o risco de «nicadas» aceitáveis dos leitores, pretende, tão somente, recordar o «motor de arranque» das civilizações do Mundo e, outrossim, adiantamos nós, a descoberta do moto- contínuo, que tanto tem dado que fazer aos actuais crânios científicos, que os fez arremeter para o progresso, conquanto em períodos embaraçosos para a História recordar épocas acertadas. Precisar datas, é um martírio ... histórico.
Cada civilização, de per si, começou pela bagatela de riscos sem nexo e dispôs-se a andar, depois do esmurraço permanente do aparelho digestivo, nos esquivos cinco sentidos para resolverem o magno problema do alimento.
O que quererá interpretar que os intelectos se desenvolveram pelo conteúdo dos respectivos cérebros, à revelia uns dos outros, para acudir às crescentes necessidades físicas e forçar a sobrevivência no meio cedido durante o desarranjo das coisas criadas sem causa aparente. É o moto contínuo que sustenta a providência do estômago.
Conversa fiada, estamos a repetir-nos.
Tentemos recompor o senso, com as informações da História ... ou dos livros de História...
O livro « HISTÓRIA DO HOMEM»- Edição de 1975, fala com ênfase: Alvorecer da Civilização Numa Terra de Dois Rios - 3.500 – 539 AC. Claro que se refere à Mesopotâmia e aos Rios Tigre e Eufrates. Segmento histórico, solenemente narrado nos compêndios europeus, asiáticos e africanos.
A página 30, acrescenta que o México e o Peru, cultivavam por essa mesma época, ( 5.000 anos AC.) duas espécies de abóboras, abacates e algumas variedades de feijão e o milho, cultivado na América Central, cerca do ano 5.000 AC. chegou ao Peru, em 1.400 AC. ...
Do livro ATLAS HISTÓRICO, edição 1992, respigamos: OS POVOS E CULTURAS DAS AMÉRICAS, ATÈ 900 DC. :
.... certos grupos de Índios da América Central e dos Andes, começaram a experimentar o seu cultivo até cerca de 1.500 AC. a plantação do milho se tornar a sua base alimentar..... o cultivo de tubérculos talvez seja igualmente antigo, mas faltam-nos as provas arqueológicas. Esses lavradores viviam em aldeias permanentes, algumas das quais se transformaram em grandes cidades , durante os «últimos milhares de anos que precederam a Era Cristã. Os artífices trabalhavam materiais de luxo importados de longas distâncias e há provas de distinções de classes entre ricos e pobres, governadores e governados....»
A nós não compete duvidar das duas exposições. Quem dá o que sabe, a mais não é obrigado e aprenda melhor quem quiser investigar. Permitimo-nos, contudo, inquirir da História, quantos anos se quererão referir «os últimos milhares de anos que precederam a era cristã?».
Compreendemos o silêncio da resposta.
Cidades….em grandes cidades se transformaram «aldeias permanentes».
Quantos anos se terão passado, para «aldeias» no «Neolítico» ou Pedra Polida, 5.000 a 2.000 anos AC., crescerem até impérios?!... Sem referir que nos últimos 10.000 anos começou « Vida Sedentária, com a descoberta da agricultura...
Pelo simples fundamento de ainda raciocinarmos, não por razão indiscutível, consentimos outras perguntas :
Terá sido, em realidade, a Mesopotâmia, o berço da civilização? Não coincidirá com a americana, ou ... mais jovem?!... Isto de História... é uma interminável narrativa de factos sociais, económicos, militares ...mas também, pegadas ... ruínas, resquícios, versões...
A inverosimilhança, é estado físico, enxertável na realidade, onde tudo pode ou não acontecer.
Se por volta de 8.000 anos AC. foi iniciada a idade dos metais, na Ásia Ocidental e 6.000 anos AC. se começou a divulgar na Turquia, só 4.000 ? anos .AC., no Irão apareceram os primeiros machados de cobre, florescendo a metalurgia cerca de 3.000 anos AC. na Mesopotâmia.
Caímos, outra vez, no imbróglio americano.
Do ATLAS DA HISTÓRIA MUNDIAL, repete-se o que acima diz: Os artífices trabalhavam materiais de luxo, importados de longas distâncias ...... durante os últimos milhares de anos que precederam a Era Cristã...
Nunca passámos de amador... amador de História.
Como gostaríamos, neste momento, de perceber História....
A organização INCA, só é concebível, por milhares de anos de constantes aperfeiçoamentos, como, aliás aconteceu com todas as conhecidas e menos completas. A europeia que a estraçalhou, apesar de lidar com a moeda a facilitar a comercialização, mais experimentada a fazer inimizades com vizinhos e aliados, com mercado amplo a permitir multiplicar as ambições, ainda estava alguns furos abaixo da educação de viver do produto do trabalho interno e equilibrar a Paz na restrição do seu Mundo.
Será que se aceita a pergunta, das civilizações americanas conhecidas, terem a mesma ou mais idade que a da Mesopotâmia?
O AMADOR de História, que escreve estas crónicas, não se escandaliza com... . resposta favorável.
Há, contudo, reparos a considerar.
No ATLAS ARQUEOLÓGICO, 1ª Edição 1988, por Times Brook Limited, revisto e impresso em 1991, escreve a página 5:
....em relação às Américas, parece ter havido desenvolvimentos independentes em diferentes partes do Mundo.......
.....Felizmente os vestígios arqueológicos de partes do Mundo, cujo passado era anteriormente pouco conhecido, estão a tornar-se mais conhecidos.
A página 7, o resumo da secção seis, refere-se ao NOVO MUNDO, menciona:
As Primeiras aldeias das Américas: 4.000- 1.000 AC.
As Primeiras civilizações: Os Andes :1.000 AC.- 650 DC.
As Primeiras Civilizações: América Central: 1.000-150 AC.
Estas três datas, vêm alterar o que temos deduzido na evolução das civilizações da América Central, contradizendo o que no princípio transcrevemos e repetimos: Esses lavradores viviam em aldeias permanentes, algumas das quais se transformaram em grandes cidades, durante OS ÚLTIMOS MILHARES DE ANOS QUE PRECEDERAM A ERA CRISTÃ.
Milhares de anos, podem chegar aos 3.000 AC., ou mais atrás, da Idade do BRONZE.
Qual a pergunta que se segue?