América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

22 de fevereiro de 2010

Nº 230 SALÁRIO… O SALVADOR ?… CULPADO …OU INOCENTE DAS DESAVENÇAS SOCIAIS ?...

A agitação HUMANA, actual, espicaçada por filosofias nascentes em quartos fechados, sem contacto directo com a Naturalidade, todavia, repositórios de concentrados remexidos e idealistas, tem muito a ver com a descontinuidade de princípios racionais, terminados por acabamentos, à força «decorados» na memória falaciosa.

No solo e subsolo, a Natureza Pôs a MESA, ao Humano, donde lhe é facultado buscar o alimento indispensável para permanecer «vivo».

Sem outra saída aberta, para domar a «fera» do aparelho digestivo, o humano sentiu gratidão pela generosidade franqueada, não obstante a azáfama obrigatória. Sobre e sob o solo…

Enquanto os frutos, os vegetais, a caça, o peixe e a água eram abundantes para saciar os amigos, os desconhecidos e todas as caras alegres, em volta, o espectáculo festivo, ao som do «pandeiro» foi inventado, para preencher os intervalos da inactividade do sono e da preguiça. O humano apreciou a soberania da esperteza, no abocanho da melhor presa.

Entretanto, a povoação a crescer com mais outros semelhantes, veio aumentar o consumo do ofertado pela Natureza, pródiga, mas não ilimitada. Fazem-se ouvir e sofrer, o rugido e a dor das dentadas do apetite a precisar do alimento. O embaraço, não durou muito para harmonizar a sobrevivência e a Natureza. O TRABALHO ajuizou a questão e tomou-a a seu cargo. O Humano não ficou muito satisfeito… mas antes a labuta do que aceitar o fim da existência, de braços cruzados, sem gestos de coragem e sentimento de pavor à fatalidade do inevitável .

Assentiu na grandeza do emprego da capacidade manual e intelectual de conseguir colher o seu próprio sustento, isolado ou em companhia…

Desde então, tentou a aventura, defendeu a vida e não parou de promover melhoras à repartição e auxílio ao que poderia ser comum. O companheirismo, adiantou garantes como solução ideal. A variabilidade de temperamentos, porém, não terminava em acordo por maioria. A visão do ganho, desvirtuava o real empenho na aplicação dos afazeres completos e no consequente granjeio, na contagem dos resultados.

Perante a entrelaçada prestação de contas da actividade profissional acamarada, difícil foi encontrar modelo proporcionado ao valor final e dos participantes interessados, nas fatias individuais. Depois de tentados argumentos incontáveis e discutidas conclusões hesitantes, a querela não desmotivou a sua presença nos meios filosóficos. Pelo contrário, subiu a tribuna da mestria legalizada em assembleias políticas, o que quer dizer, em assembleias de leis, acertadas algumas, descontínuas e inconclusivas…as que foram atiradas à valeta … drenagem das águas turvas interesseiras, acabando no pó dos resíduos.

Nesta indecisão, as pessoas, por si próprias, foram-se «amanhando», umas com as outras no valor do trabalho, a questão essencial na inconstância de viver. As mais aptas ou sortudas, ocupariam o herdado ou conseguido, no patamar superior e o «resto» dispersar-se-ia, na planície imensurável, não vazia de serviços e funções, onde todas as probabilidades poderiam acontecer, dando azo a oportunidades de inversão do rebaixo, batendo os degraus do esforço e da fortuna. Separaram-se os bens, raiz da continuidade, dos serviços, garantes das especializações. O pagamento, meteu-se de permeio e predominou, nas mudanças de valor. As compras e vendas, surgiram como solução do rendimento.

Mas para haver compra, é preciso existir algo de concreto e só é possível apresentar «vendas», depois de muitas intervenções de mãos obedientes ao estudo, à prática e à experimentação, desde a ciência esmerada e caprichosa, ao sacho, ou ao mais simples apetrecho de caça ou pesca.

Deste dilema, impôs-se a paga aos participativos. Teve princípio a remuneração aos serviços prestados, com porções de sal e que os tempos acrescentaram a identidade de SALÁRIO, dependente da eficiência individual e dos valores do proveito da actividade e das subsistências necessárias ao operário.

O SALÁRIO, alcançou privilégios de importância, na ascensão da indústria, filha DILECTA do CAPITAL, amigo inseparável da ciência e da técnica, se bem que esta amizade, termine, em muitas ocasiões, por reveses , em passagem de conjunturas. Porque nem sempre o que parece… é… Frase que nos faz lembrar o honesto «orientador» do «Estado Novo», que seguia convictamente: - Em política, o que parece … é… «É» o que estamos a assistir, no nosso conturbado País…

Qualquer ambiguidade que tal premissa represente, contudo, não deixa de ser direccionada ao senso. Penderá para o lado da verdade, se o portador acerta em critério são… Exposto ao engano da prudência administrativa e de cada um dos cinco sentidos… mudará de figura, se «calha» em partidarismos tornados mais importantes que o Povo - o «bom cidadão» - obediente e serviçal a todo o «bicho careta», sofredor das travessuras da petulância, que não do conhecimento complexo de angariar substâncias agradáveis e nutritivas,

Por tais motivos, CAPITAL, não é personalidade DE CONFIANÇA. Desprovido do poder de locomoção autónoma, porém, está em todas as partes, arrepelado por manipuladores de todas as «artes» …de consórcios, industrias, negócios de tons claros, ou transacções nocturnas, mal cotadas com a «claridade» …

Não se confunde com a «esfinge» austera, mecânica ou personalizada, de comportamento rígido e inflexível, sugerido pelo Senhor Karl Marx. Antecedente da maquinaria que transforma a morosidade, em rapidez e produção, inconcebíveis no período de indagação do seu tempo.

CAPITAL, ausenta-se dos «pareceres purificantes», para usufruir a liberdade de influência, onde domine a circulação cadenciada, mais ou menos veloz para que foi criada, sem permitir congelamentos danosos ao modo escolhido para difundir a faculdade da razão e poder chegar à matemática, a união da ideia com a realidade.

Dada a sua diversa maneira de actuar nas presenças, em que é colocado, CAPITAL, é difícil, se não, enigmático de comandar. E a vulgaridade em que é tido e usado, piora a atenção recebida, sobretudo de quem o deveria melhor compreender e dar o exemplo na convivência humana.

Todavia, é a acumulação de mercadorias ou outros valores comercializáveis, os componentes do CAPITAL, donde irradia o trivial, SALÁRIO, incorporado na culinária dos bens entrados nos casais, pelo músculo adestrado a funções reprodutivas das prendas acrescidas da Natureza. Mas, por qualquer espécie que o CAPITAL se represente, o valor real, não deve receber alterações, a coberto dos pareceres, ou conveniências que digam respeito às comodidades do animal portador de maior inteligência. São, porém, as modificações, operadas nos períodos evolutivos, as mistificadoras da rectidão ou do desacerto. O que seria fácil de resolver, na serenidade do exacto, transforma-se em busílis trapalhão, à roda do ponto de fermento do acordo mais próximo da paz, do que a intromissão de questões complicativas, extremadas pela falta de coerência recíproca.

O SALÁRIO, já percorreu longo caminho, à procura do justo, separado da cobiça e da avareza. Foi aplicado por tempo, tarefa e progressivo. O condutor do capital e o trabalhador, por norma, actuam desconsolados. Ambos pelo mesmo motivo: - a quantidade e qualidade transportadas para a linha do mercado . O Primeiro acha pouco e dispendioso, o produto para venda. O segundo, queixa-se da verba retributiva, minguada e insuficiente para as despesas privadas.

A razão, ampara-se num e noutro lado…

A «economia», no entanto… acomoda-se ao Salário normal integrado no produto final… mas não se ajusta ao estranho que lhe é introduzido, à força da Segurança Social, quase na totalidade, destinado ao indivíduo trabalhador, melhorado, por outras vias, da justiça, da saúde, da segurança, construções e asseio, pouco restando para descalabros sociais traiçoeiros ou meteorológicos, caídos dos céus em enxurradas arruinadoras. A boa administração, prevê o inesperado, nas grandezas do tamanho e do custo. A cautela, todavia, geralmente erra por defeito. Mas o esquecimento da precaução, piora os malefícios chegados de improviso.

A «realidade económica», argumenta a média do ganho, «harmonizado com o fabrico» do produto, devidamente pronto para entrar na competição de compra e venda, para alcançar o resultado intermediário para a mesma ou outras e diferentes ocupações, que é o dinheiro e toda a sua amálgama de virtuosidades e defeitos. Mas não substituível, até ao momento, na rapidez da troca de valores. Nesta era de viagens interplanetárias…

Saem, por excesso, fora do Produto Interno Bruto, os aumentos salariais, ao suplemento das necessidades pessoais do trabalhador, até porque representam uma riqueza individual e colectiva irreais. Foi tornar efectiva, uma entrega, sem retenção de documento ou «bem», compensadores. do vazio formado. As consequências, porém, são de arrasto inevitável – não únicas - às DEPRESSÕES ECONÓMICAS. Provocam dívida malquista, a ser liquidada, triste e sombriamente… pelos nossos descendentes que esperarão receber, melhor oferta da nossa geração.

Cremos ser este estado económico, descarrilado da normalidade, que leva aos economistas mais conceituados, alertarem dos portugueses viverem acima das suas possibilidades. Mas foi a alternativa encontrada, em todos os países do Mundo, incluindo a presunçosa América, que nós muito respeitamos, para resolver os problemas que estão a opor à guerra … a Paz requerida pela inteligência e bom senso. E, nem um nem outro – inteligência e bom senso – se estão a comportar, à altura de reparar a nocividade do individualismo actual.

Até próximo.

15 de fevereiro de 2010

Nº 229 INDEPENDÊNCIA, REQUER ECONOMIA ACERTADA COM O TRABALHO

A épocas afastadas, é costume denunciá-las «tempo dos afonsinos». A Primeira Dinastia, ou sequência de Reis, do mesmo tronco genealógico – D. Afonso Henriques - foi chamada «Afonsina», mas, sendo este filho do conde Henrique de Borgonha, bisneto do Rei D. Roberto II, de França, a História, fez o acrescento de «Dinastia de Borgonha».

Nesse tempo já havia moeda a circular, o morabitino, o marco de prata, o soldo.

Por consequência, a ECONOMIA, movimentava-se na produção, trocas e vendas, contendo, portanto, três apoios, como na actualidade : - 1) - Agricultura e pesca ( a base produtiva) – mais tarde, no Século XVII, pela nascente «Indústria», a maquinaria, a desobrigar o esforço Humano »; 2) - a Banca e 3) - o Comércio. Bem entendido, incomparáveis na orgânica, no intervalo do milénio, 1000 aos 2000 anos. Mas o princípio fundamental, já lá resultava.

Apontamento a vincar: - o raciocínio condutor de hoje, não muito discrepante do de 1140.

A diferença… a grande disparidade de que se não conhece o fim, azeda o fermento do patriotismo. Amesquinha o carácter e valentia dos primeiros Reis e dos súbditos ensanguentados, conscientes do ganho de uma Pátria, pequena, embora, lhes afiançaria a repulsa de jugo estranho e abusador.

Confrange ver Portugal, desacreditado, em deslize para a berma da dependência, desagradando a memória dos que tudo sacrificaram, para que vivesse e desse exemplos de grandeza física, emocional e do intelecto… E deu… a conhecer o Mundo, aproximando a civilização… energia para o iluminar… e o desenvolvimento da ciência…tacanha continuaria, sem as DESCOBERTAS.

Na crónica anterior, referenciámos o reinado do Primeiro Rei, repleto de lutas, a dizimar combatentes, numa Nação capaz de se manter congregada e auto abastecida com o trabalho próprio e de acordos verbais e escritos, com as entidades legais, de então, sem faltar o alimento apaziguador dos ânimos incultos da Idade Média.

Segundo a Enciclopédia Visum, tomo 8- página 292, a população portuguesa, no Século XII, acercava-se a 500.000 habitantes, número possível de ser posto em dúvida, se confrontado com o primeiro «recenseamento», ou Cômputo Geral da População, em 1527, que dava 1.100.000. incluindo os territórios até ao Algarve, que só foi conquistado em 1249 – Século XIII. Portanto, no Século XII, com menos superfície, menos habitantes, onde constavam os combatentes, regressados a camponeses nas folgas das pelejas, os idosos aptos a todos serviços de paz e de guerra e os agregados familiares, futuras sociedades organizadas. Em comum, todos necessitavam de alimento. O solo, fértil e trabalhado pelos homens quando disponíveis e das mulheres empenhadas no esforço para a criação da raça com sensibilidade patriótica, oferecia colheitas bastantes para aumentar a pertinácia de poderem escolher a posição vertical e rejeitar a subserviência. E adicionar têmpera, no afino da sonoridade e ritmo da língua, para a composição imortal do grande POEMA … A EPOPEIA de Camões… OS LUSÍADES.

A História, de certo com lacunas, ainda contém a narrativa credível, próxima dos acontecidos que se pretendem resguardar do esquecimento. Provam-no, a engrossada documentação, resistente aos séculos, trazida para a luz da ciência, por filólogos de idades recentes. Por isso, avancemos com mais alguns trechos da vida dos nossos valentes antepassados :-

O segundo Rei, D. Sancho I – O POVOADOR - 1154 – 26-03-1212), herdou matos, lezírias, baldios, terra arável, ávidas de população destemida e ansiosa de perpetuar a Família na descendência, por esforço no trabalho e expansão da alma que forma Povo.

Ser Senhor da responsabilidade de defesa, da área superior oferecida pelo Pai, sem a principal abastança granjeada dos terrenos cultivados pelo trabalho do camponês/soldado, com caminho feito para complemento da civilização, induziu o jovem monarca a preencher os extensos ermos, com gente corajosa e alfaias agrícolas capazes de, voluntária e interessadamente, arriscarem vir humedecer a semente e a terra com o suor da esperança no amor de uma Pátria protectora de usos, costumes e sentimentos unificados, garantias das Famílias e dos agregados reprodutores de fibra intrépida.

Não podendo desperdiçar tempo na amálgama de questões primordiais, pois todas tinham importância para PORTUCALE, tentou resolver as que se foram deparando no decorrer do seu reinado de 26 anos.

De início, pôs cobro a dissensões com a Corte do reino de Leão, consta, por estímulo da juventude, ter invadido a Galiza, em tentativa de alargar a área herdada. Valeu-se da passagem das frotas de Cruzados, para restabelecer ou conquistar cidades e superfícies ocupadas pelos árabes, como Silves e parte do Algarve. Foi obrigado a saldar a dívida contraída pelo Pai, para com o Papa. De má vontade o fez, pois era poupança destinada ao desenvolvimento do país ainda informe, porém, já em fase de estabilidade, embora a par de lutas com o clero.

A ECONOMIA, contudo, deu passos acertados na unidade dos direitos e deveres da população

Tomou o trono, o 3º Rei, D. Afonso II - O GORDO, 1185 a 25-03-1223, por falecimento de seu Pai, D. Sancho I.

Reuniu em Coimbra uma CURIA, constituída com membros do Clero e de Nobreza, resultando nas PRIMEIRAS CÔRTES PORTUGUESAS, Assembleia, onde o Rei discutiu e OUVIU as opiniões dos membros das duas classes. Este primeiro acto governativo, foi, largamente louvado.

Tenaz defensor do direito de propriedade do Reino.

Não hesitou combater a fúria dos irmãos e irmãs, por lhes negar o que por testamento lhes pertenceria, para não recortar parcelas do reino, como fizera o Avô e que o Pai muito lutara, para repor as fronteiras naturais ao País reunificado. Condescendeu, todavia, na usufruição, pelos irmãos e irmãs, dos respectivos rendimentos, obtendo a anuência do Papa, Inocêncio III, em 1214.

Fez parte, da sanguinolenta Batalha de Navas de Tolosa, em aliança com os restantes reinos cristãos da Península, no ano de 1212, contra inesperada e forte invasão, terminada em repetido desengano das pretensões árabes de fixação na Europa.

A memória do animal que a cativa, é demasiado curta, para merecer confiança a primeira gravação na «caixa craniana natural». E as sucessivas realizações, em consecutivos fracassos Humanos, caem desamparados de qualquer protecção à imparcialidade, porventura procurada e nunca mais sabida.

Do dedutivo, até agora, do contexto da nossa História, será a singeleza dos acontecimentos, seguirem a confiança no destino da Economia Pura, baseada na agricultura e pesca… dependentes do «trabalho manual, das intempéries e da sorte das armas.

Quase só, a agricultura sustentou o Portugal nascente, nos Séculos XII e XIII, conquanto enleado em lutas contra invasores, para segurar a independência e internas com a mesma finalidade, acrescida de razões enganosas da unificação em torno de uma única «bandeira». Sem faltar o alimento, à população intemerata à guerra, atraída para «mais pão» no anunciado novo Reino, a crescer com o viço lusitano.

Nesses distantes e desfocados dois Séculos, (XII e XIII), não havia, «engenharias financeiras», nem sequer era hipótese, a coabitação de álgebra diferente, no que não fosse o composto real «económico». Havia «apertos do cinto», por via das «perturbações atmosféricas» arrasarem telhados e culturas, mas não «depressões», como as «modernas», nos valores circulantes. As carestias existiram, paulatinamente sanadas, pela reposição das colheitas, da pesca e dos trabalhos intercalares a forçarem a busca de alimento, na caça ao animal que comia as ervas apressadas em ver a luz do Sol. Tudo dependia da Natureza, na sua lenta reanimação da vida, nas «novidades» saídas do solo fecundo, quando revolvido pelos braços do humano receoso da fome.

Na actualidade, há diferenças a rever, para tornar mais nítido o embaciado pela catadupa de «filosofias», após a arrogante ferocidade de 1789 e evitar a reformulação mais eficaz e rápida, da técnica «guilhotinada», ( Deus permita não se venha a repetir).

Aí, entrou de rompante e altiva, uma das artes do Humano, o discurso em «massa», a transformar a razão em termos industriais, a justiça ao preço do mercado, ainda hoje de grande produção e consumo garantido, deixando vácuos acessíveis à tagarelice interesseira de ganhar «maná» na profissão, ao abrigo da ingenuidade indolente, do semelhante mal preparado, confiante em feitiços de aprendizes.

E logo veio o pensamento, aparentado de «brilhante»: - Se a melhoria e continuidade da vida, depende do «salário», nada mais fácil do que aumentá-lo na proporção das necessidades do humano individual e associativo, carecido da evolução da ciência e da técnica, a crescer para todos, pois que representa o maior «bem» universal…

Foi o imane da implantação da SEGURANÇA SOCIAL, desbloqueada no Século XX e que nós, - o escrevinhador destas crónicas – está, felizmente, a usufruir. ( Se para um bem… parte mal imaginada…).

O que o «humano «pensa ou faz», porém, nunca chega a ser definitivo, por conter, na generalidade, um lado «roto», para onde escorrem as imperfeições das partes fracas da mente, aquém da realidade.

A base «económica», assenta na verdade «límpida», sem misturas. Os aumentos do SALÀRIO, destinados ao trabalho, são um factor desordenado na repartição do volume, portanto, não entram, por osmose, no produto final. Dependem, somente, do critério sensível do humano. É constituído por uma importância destinada ao «indivíduo trabalhador», pouco restando para a entidade empregadora justificar o volume de negócios, que paga impostos e tem de assistir à Saúde, à Justiça, à Defesa, ao Civismo Público, à Educação e Instrução, aos diversos problemas administrativos e legais.

À Paz interna e externa, para serem verdadeiras, escusam artifícios da susceptibilidade humana, embora seja para ela o factor inevitável do trabalho.

O SALÁRIO, actualmente, reflecte, o prestígio de cada indústria e sobe a cada País. A matéria-prima e a mão-de-obra, não se fixam num sítio isolado. Saltam de lugar em lugar, de técnica em técnica, de moda em moda, de gosto em gosto para a melhor ou necessária aplicação. O produto final, nem sempre é o mais valioso, mas é o que atrai mais atenção. Estas variantes, desnorteiam as contas económicas e industriais, a tal nível, que prevalece o conceito do SALÁRIO, resolver os amontoados problemas sociais.

Infelizmente, apesar de resolver alguns, tende a vir provocar, maiores «embrulhos» nas nações, nas sociedades, nos Continentes e no Mundo. Cada produto no mercado de consumo, é precedido de «diversos «salários» nos locais de aperfeiçoamento.

O exemplo mais simples… a Agricultura. Há o SALÁRIO do «amanho da terra», o SALÁRIO da sementeira, o SALÁRIO da, ou das sachas, o SALÁRIO das colheitas, o SALÁRIO (no singular ou no plural) da comercialização. Tem competido à ciência e técnica, o encolhimento dos valores SALARIAIS, mas permanecem no débito, os prejuízos das intempéries e… das incompletas e anárquicas deduções administrativas…

Até próximo.

8 de fevereiro de 2010

Nº 228 PORTUGAL INDEPENDENTE… A ECONOMIA HERÓICA … QUE FEZ UM REINO

Não saber como evitar as «areias «movediças» da economia no Século XXI, dispensa arauto para alarme público. Anda nas bocas do Mundo e nos canhenhos de quem as quer calar, repartindo a prenda, indolente ou preguiçosa do PIB, com futurismos compenetrados de esperanças, imperturbáveis à instável palavra em alto pregão ou da escrita, em textos, para estranhos perscrutarem.

O pensamento do Adulto, compraz-se na reafirmação de criança. Coração aberto ao bafejo optimista, depressa fechado, quando as circunstâncias não correm do modo a dar processo económico acrescido, ou surjam corrigendas a tapar a presunção de poder dispor do atraente ao alcance da mão. Renunciar a infantilidade, é momento de apreensão interior, de um «bem» querido na lembrança, enquanto as sensações, percepções e emoções, batem ao ritmo do órgão central sanguíneo. As negas causam dor e o sofrimento detesta o extravasado do desejo pessoal.

A idade da meninice, recorda a «beleza, a glória, a santidade e o carinho de Abel» no «Éden Bíblico». A gargalhada do inocente, repercute a expansão da ternura… Diferente do «Éden Terrestre». A temer…

Propriedades específicas das metamorfoses dos «seres», nos períodos indefinidos, ora sedentários, ora errantes da evolução… A liberdade no espaço e no tempo e o ar confiante no prazer, nas promessas mutantes e irrisórias, a oscilar no horizonte… Na azáfama do alimento, espirra suor no emprego da força, e faz «negaça» ao TRABALHO imorredouro… Ou a Vida… ou a morte…

Transparece, a rematar, a fecundação do oposto, na cobiça…de «Caim». Talvez, a variabilidade individual, encadeada nos conceitos mais excêntrico do Éden Bíblico.

Inconvicto da sua «celebridade», escreve e fala de si próprio. O autor CAIM, engendra romance, condenando o actor CAIM. Desconhecendo-se, admoestam a indiferença dos «milheiros» de anos passados. O Coração, nas batidas cadenciadas, ainda não distinguia pessoa… a sã ou a defunta… a lavada ou a banhada em sangue. Nem Caim…reparava a corrigir…?... no passeio matinal.

Caim,, sendo o que é, gaba o abstracto imensurável. Assoberba-se para eterno varejador da oportunidade… a cair ao toque do varejão comprido…

Destino sem princípio nem fim, na preservação do Bem e do mal, enquanto completos, os circuitos fechados, do órgão central nos animais e das raízes absorventes para a seiva, nas plantas.

Este diálogo interior, incomodou a incerteza na imagem do que vai pelo Mundo.

Fez-nos voltar atrás. Empurrou-nos a reverificar alguns passos da História de Portugal, na procura de provas ou mal entendidos, a convencer-nos da realidade, doce ou amarga, na condução do «Labor Público».

Rever épocas remotas, prestando-lhes atenção renovada, numa actualidade, ainda a pedir melhores condições de vida, leva a ponderar detalhes ou rudezas, nos ventos insinuadores das meias verdades e, quantas vezes, do abafo dos séculos, «hirsutos ou tidos de encanto, na nascença do Sol para o progresso.

A nossa predilecção pela «carga de trabalhos» arrostados, de frente, para abrir o caminho da independência, incita-nos a curvar a frouxidão desnacionalizada de hoje, deambulando na sombra de um Paraíso Perdido ou da morada do infortúnio, onde a presunção louva méritos encafuados e alcoviteiros, a quererem reconstruir outro, com acabamentos melhor aperfeiçoados e agentes económicos céleres a por as finanças em dia.

Experimentar, é sinal de boa vontade. Experimentemos:+

No Condado Portucalense, antes de D. Afonso Henriques, pela Lei do nascimento, nobre, com títulos de Grão Senhor e à força de espada, se promover a dignidade reinante, circulava o «marco de prata», o «morabitino» e o «soldo» nas permutas dos alívios da fome e, porventura, dos protectores às variantes atmosféricas e contributos de vassalagem e defesa das populações. Sinal evidente, da ECONOMIA já compenetrava a melhora no trato da terra, para gerar riqueza eficiente, na expulsão da subsistência, no Século XII, movimentando a troca de valores sob a orientação de um governo central, ponderador nas contratações.

Na Idade Média, em 1120/1121, o pequeno território, Condado Portucalense, sentiu-se abalado com a mancebia da SUA Condessa, D. Teresa, viúva do Conde D. Henrique, mãe de Afonso Henriques, com o rico – homem galego Fernão Peres de Trava. O filho, não sentiu afeição aos incómodos amores da Mamãe Condessa… e os subjugados ao Produto Interno Bruto, - os trabalhadores na agricultura e na pesca - fundamentos da riqueza, na época -, igualmente sentiram repulsa.

Temendo mandos caprichosos futuros, ao «cheiro» dos parcos recursos do hortelão, quase à justa para comer e vestir, e previsível deserdação do herdeiro legal, resolveu assumir consciência de se governar por estatutos, segundo costumes dos meios humanos e materiais circunscritos próprios. Adquiriu a libertação de domínios e opressões, depois de lutas desproporcionadas, muitos golpes desapiedados e planos para o progresso.

O Condado, lutou, sofreu, cresceu em tamanho e ganhou título independente em 1143, na cidade de Zamora. O libertador, foi seu primeiro Rei, D. Afonso Henriques, o combatente dos seus direitos, com os mesmos riscos de vida do peão, de lança em punho e «pernas para que te quero», se a tropa era pouca… Ou avanço destemido, se seria lucrativo arrostar o perigo para completar conquista e engalanar regozijos na soma de vitórias. Ambos, futuro Rei e Plebe, apoiados pelo Clero, de pleno conhecimento intuitivo, dos poderes legal e moral, reconheceram, livremente a autoridade e a submissão a um Reino, governado por estatutos próprios.

D. Afonso Henriques, abraçou o heroísmo, como modo de unir as duas forças, salvaguardando a astúcia e a inteligência para facultar a ordem e progressão nos objectivos da responsabilidade e da acção.

Aos 14 anos, a paixão amorosa da Mãe, levou-o a armar-se cavaleiro, por suas próprias mãos, na Catedral de Zamora. Em 1127, o Rei de Leão, invadiu o Condado, a exigir soberania , desistindo de o devassar, perante promessas de D. Teresa e do filho de acatarem a dependência, assumindo a garantia, o Aio de Afonso Henriques, o Honrado, Egas Moniz. Na Batalha de S. Mamede, em 1128, bateu os partidários de D. Teresa e, pouco depois expulsou-a do Reino, assim como o Conde Peres de Trava. Apossou-se do Governo, em 1129 e invadiu a Galiza em 1130. Neste mesmo ano faleceu a Mãe, e fundou a Ordem dos Hospitalários. Em 1135, invadiu, novamente a Galiza, construiu o Castelo de Celmes, pouco depois perdido, a favor do Rei de Leão. Sempre activo no alargamento do território, repetiu a invasão da Galiza, em 1137, fazendo alianças com inimigos de Afonso VII de Leão, vencendo na Batalha de Cerneja. Entretanto, os moiros, vendo oportunidade de sucesso, atacaram o Condado em Leiria, colocando as hostes de Afonso Henriques, entre dois atacantes. O Infante, consciente da delicada situação, encurralado entre dois exércitos fortes e implacáveis, não hesitou e foi a Tuy, pedir a paz ao primo, Afonso VII, de Leão. Nos dois anos seguintes,1139, preparou o exército para a Batalha de Ourique, derrotando os moiros e invadiu, pela 4ª vez a Galiza, sofrendo graves revezes no princípio, mas vencendo na Batalha de Arcos de Val-de-Vez, em 1140. Vitória que propiciou o Tratado de Zamora de 1143, reconhecendo D. Afonso VII, de Leão, seu igual a D. Afonso Henriques, como Rei de Portugal. Mas não parou. Em 1147, conquistou Santarém e com ajuda de cruzados, tomou Lisboa. Outra esquadra de cruzados, permitiu-lhe ocupar Alcácer do Sal, em 1158 e logo depois, Évora e Beja. Em 1161, nova insistência árabe, recuperou Évora e Beja, finalmente, retomadas, a primeira em 1162 e Beja em 1166, pelo intimorato, Geraldo Sem Pavor. Por iniciativa de alguns cavaleiros, foi fundada a « Ordem de S. Bento de Avis», em 1162. Demasiado crente na aventura, ordenou ao filho ( futuro Sancho I ), que destruísse a nova cidade fronteiriça espanhola Ciudad Rodrigo, recém construída por Fernando II. A audácia de D. Afonso Henriques, resultou em invasão espanhola, derrotando o nosso Rei, na Batalha de Arganal, em 1166. Clarifica-se, que D. Fernando II, casara com D. Urraca, em 1165, filha de D. Afonso Henriques…Apesar deste revés, voltou a invadir a Galiza e pôs cerco a Badajoz, em 1169. A reacção do Rei espanhol, foi mais severa e D. Afonso, ao fugir da batalha perdida, caiu do cavalo e partiu uma perna. Em 1170, armou cavaleiro, D. Sancho, para retirar ao genro, futuras pretensões sobre Portugal. Em 1171, os árabes tentaram nova investida contra Portugal, cabendo a Fernando II, dar o socorro indispensável ao sogro. Em 1177, a «Ordem de S. Tiago», instituída em Espanha, obteve sede no convento de Santos, Lisboa . Em 1178, o futuro Rei D. Sancho, internando-se pela Andaluzia, avançou até Sevilha, devastando a presença árabe. Em 1178, fundou Afonso Henriques o Mosteiro de Alcobaça, destinado aos Monges de Cister, e o de S. João Baptista de Tarouca, Santa Cruz, de Coimbra, S. Vicente de Fora e Outros. De 1179 a 1181, os árabes teimaram na recuperação de Portugal, mas todas as cidades resistiram. Por fim, em 1179, uma Bula do Papa, Alexandre III, concedeu a Afonso Henriques, o título e autoridade de REI. Em 1184, nova tentativa árabe, para a conquista de Portugal. Foi cercada Santarém. Portugal, venceu. Em 1185, o HOMEM que o preparou para o Triunfo, organizando exércitos dignos de se baterem com outros de valia igualha ou superior, que avançou, sem medo, arriscando a vida e fugir nas ocasiões insolúveis, que cumpria palavra a bem da nação que resolvera edificar, ou fingia não a ter pronunciado, se beliscava essa necessária intenção… tal envergadura de HOMEM, nada pôde, contra a « razão estapafúrdia» da morte. Finou-se em 6 de Dezembro, de 1185. Jaz, ao lado da Esposa D. Mafalda, em túmulos separados, no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra. Emocionado, tocámos na pedra dura e fria, onde repousam as suas cinzas, o PÓ – TERRA, a magia das parcas escarninhas dos Génios Superiores.

Leitor Amigo: Nestas crónicas, não está reservado cabimento para alongados trechos históricos. Esta excepcional referência a D. Afonso Henriques, não pretendeu exaltar conquistas, coragem, tino diplomático ou quaisquer outros atributos guerreiros ou intelectuais. Simples notas da audácia ateimada de um HOMEM, duro na acção e administrador convicto de saber cumprir, integralmente, as responsabilidades assumidas. Uma condenação, aos actuais destruidores da Nação, que tanto trabalho e sofrimento deu para a erigir independente.

O propósito intencional, era… e é, provar que a azáfama do REI CONQUISTADOR, só foi possível com um «PIB», razoavelmente organizado.

Exércitos armados e treinados para vencer; estratégias políticas e psicológicas, para contornar inimizades descontentes; combates de sangue à mostra e fúria, para suprir desvantagens em números, só actuam com o aparelho digestivo em funcionamento. A, hoje, chamada ECONOMIA, há muito funcionou nos agregados sociais, sem doutrinas especializadas… formou Portugal.

A falta, em Afonso Henriques, do saber pelo alfabeto… se existiu, foi só nas letras…

PARECE, que «doutrinários» actuais, diplomados em UNIVERSIDADES PRESTIGIADAS, «repartidos, por partidos», o irão levar «ao fumo negro» da incapacidade … de vir a pagar o que consome… acima das suas posses. E, então… as Letras? Permitem conhecimentos, mas não forçam a inspiração administrativa...

Até, próximo.

1 de fevereiro de 2010

Nº227 O ROMANTISMO IDEOLÓGICO… SONHA PAGAR… A NATUREZA INEXORÁVEL… OU PAGA… OU É C

A romântica «Aurora Boreal», é um resistente feixe da luz do Sol, a brilhar na efémera e enganadora suposição do «Éden» imorredouro. Encanta e amedronta… atrai e repele… Alevanta a hipótese da felicidade suprema na ideologia, sem achados concretos … mas, livre de embaraços para resolver e decidir. Arcos coloridos e brilhantes, enfeitiçam a crença nas qualidades benevolentes da Natureza.

O concreto, porém, desengana e reduz a fogo -fátuo o que parecia fora do tempo… sem princípio … nem fim… Os cinco sentidos, porém, existem na realidade do Planeta, nesta residência, por enquanto, solitária para os seres que a habitam, onde poderão escolher as dádivas do local… mas não solidificadas numa generalidade para uma só exigente e despreocupada opção.

É na presença inteligente, que se complementam as soluções para as crescentes, quantitativa e qualitativa, facilidades humanas

Os «estados da Natureza» - sólido, líquido e gasoso – representam a ideologia humana. O sólido. pode transformar-se em líquido e gasoso; o líquido, num instante, é sólido e gasoso e o gasoso, com propriedades físicas análogas às do ar, igualmente, ocupa todo o espaço onde se encontra, mas engraça-se na congelação e na liquefacção. Retratam as bizarras parcerias universais, no estabelecimento público da arte de governar.

São vastos os problemas que se distribuem na rusticidade do planeta, pouso da vida conhecida. Para convivência útil dos três reinos, surgiu o raciocínio no animal de corpo perpendicular ao chão, movendo-se apenas com dois pés, apresentando engenho inventivo para promoção a «patrão-mor», do vegetal e do mineral, transformando-os no artesanato «tapa buracos», para as despertas carências da humilde condição humana, porém, de bazófia insaciável.

Em tranquilidade, assim coabitaram durante largos milhões ou milhares de anos. O mineral, a fornecer cavernas e pedreiras para resguardo das intempéries e abrigo das ventanias, subiu de soberba, dirigindo, gradualmente, excepcionais construções, com efeitos sempre mais arrojados e tentadores. O vegetal, já senhor da vida, insistiu em ocupar o desempenho da actividade acessória à longevidade. Rebentou-lhe os frutos para o alimento, endureceu-lhe a madeira para a construção de alojamentos na defesa das «Estações do ano» e cresceu na altura para distanciar a ferocidade irracional, das vísceras alojadas nos desamparados alojamentos do organismo, torácico e abdominal.

A Natureza, misteriosa nos princípios a que o Homem imagina ter acesso, na constante mudança de tentadiços da animalidade, esconde surpresas de espantar. Por isso, a máquina do pensamento se desenvolveu em alto grau, retirando momentos de descanso, mas muitos mais de esforço dos membros superiores e inferiores. Em grande apreço, o fornecimento do produzido para o aparelho digestivo, utilizando trabalho lento e penoso.

Descontente, todavia, em ter de empregar a força em tudo onde lhe pouse o desejo de possuir, tanto concebeu que se lhe deparou a especialidade analítica, leve e encadeada da lógica para a ciência, se bem que tendendo descarrilar em hipóteses, esburacadas com labirintos complicados nas entradas e saídas.

A teimosia na análise de móveis, imóveis, do que existe e do imaginado, agradou em dedicação evidente do menor esforço, passando a contar ao lado das grandes virtudes da inteligência… Afortunadamente, muitos segredos descobre e a adorna de vanglória, continuadamente, o que, à primeira vista se não entende e descobre a direito ou do avesso.

Outros há, contudo, que nem chegando ao sigilo ou enigma, exibindo aparato, se ficam na penumbra dos conhecimentos incompletos. É a característica peculiar da «máquina de pensar». Por muita aparente lisonja à razão… as fraquezas intelectuais sucedem-se à mistura de resultados lisonjeiros e indícios de delírios ocasionais.

A seguir ao Caos, o aparelho digestivo, com quem se não pode escarnecer e tudo põe sem subterfúgios, destacou a condição essencial no resguardo da vida, Não consentir o esvaziamento da nutrição. Sem nome próprio, caminhou à caça ou captura, comer e guardar. Os gregos, - porque o assunto lhes estava a mexer na paz interna – juntaram duas palavras na sua língua: «oikos» (casa) e «nomos» (administração), resultando um só baptismo, OIKONOMIA, em português ECONOMIA, metediça nas limitações do PIB…na gerência do valimento disponível.

A ciência económica, passou a existir, servindo a Grécia, o crescimento da população e o obtido na faina do mar, na colheita das «novidades» da terra e dos animais com capacidade de reagir a refeições contadas e sóbrias…

O desfasamento do enceleirado, garantia do alimento ( de preço a par ao salário que não chegava, nem chega a todos ) e o «fascínio» do conforto, livre de expansão, na negaça do orgulho de superioridade, abateram as inclinações individuais, cultivadas em hábitos transformáveis em regras associadas , por sua vez aperfeiçoadoras dos ajuntamentos de muitas cabeças e, por consequência, de iguais foguetórios de « artifício» e pensamentos de conquista . O comércio, em viagens «Ulisseias», longínquas e aventurosas, amenizaram o fatalismo da península e arquipélagos ingratos.

Na embrulhada da produção, abaixo do consumo, os gregos, não se viram, nem se sentiram «gregos» na complicada, língua «grega». Talvez por esse esforço, o elevado grau intelectual do discernimento, não encontrou fronteiras para semear aberturas nos séculos seguintes. A civilização atingiu mais limpidez, o raciocínio soube explicar as condições de subsistência, agrestes na Natureza. Os partidos políticos formaram-se nesse conceito.

O partido da COSTA, dos comerciantes, que viviam a enfrentar o mar; o partido da SUPERFÍCIE, dos mais abastados, ocupando os terrenos férteis e planos, privilegiados pelas protectoras elevações em volta, onde residia o partido da MONTENHA, os destinados a viver dos interstícios dos penhascos alcantilados, nos abundantes ralos dos solos. Três partidos, três locais de trabalho, três rendimentos não iguais, três interpretações na variedade de alcançar o desejo de viver. Foi com estes três valores, desavindos na diferença, esforço e produto, que SOLON (640 – 560), AC. fundou a democracia.

Regras coerentes, colocaram cada partido em lugares definidos. A liberdade não andou « «à rédea solta», da ignorância a interpretações de ocasião, erráticas, ao acaso de caprichos milagreiros. Ressentiu-se nos três modos de actividade e aspirações, adoptando o interesse cultural, histórico e produtivo do que constituía o bem da comunidade.

O estatuto de SOLON, não se igualha à ameninada (e descortês) «democracia» em moda.

Não ocorreu a desvalorização de leis às apalpadelas e ao som de vozes ásperas e dissonantes.

A «ORDEM», o princípio fundamental do progresso, recobrou o seu lugar, assim como os «DEVERES», aumentaram em número, qualidade e rectidão.

As leis, porém, elaboradas para serviço do Homem, batem em escolhos construídos pelas próprias qualidades do aperfeiçoamento ao bem comum. A cidade de Esparta, guerreira e parca de mantimentos, aspirava à hegemonia da Grécia, enquanto a cidade de Atenas, mais cordata, com a Constituição de SOLON, não queria ceder a harmonia social. A rivalidade estalou na Guerra do Peloponeso – 431-404 A.C.

Atenas perdeu. A «democracia» de SOLON, também. E os reflexos, num vaivém assustador, ainda se mantêm nestes nossos tempos…

Após a hegemonia intelectual grega, do centro da Itália, da cheia de lendas e tradições cidade de Roma, um exército bem estruturado e aguerrido, tomou a dianteira para ocupar a vaga da decadente Alexandria e deter a retalhada Macedónia, absorvendo-a para mais uma província.

A moral, por muito que cuide do «asseio», não esconde perguntas legítimas, quer gota a gota, quer em inundações de virtudes. Em todas as categorias e normas de conduta sociais aconteceram correcções. Mas, nem por isso, o «brilho do ideal grego» deixou de atrair a atenção do aperfeiçoamento humano. O Século das luzes … o Século XX, amiúde consultou os séculos gregos, assim como está a acontecer ao sucessor, o XXI. Há pontos no retrocesso da melhoria da qualidade que estão a alargar-se em «desajustes» perenes...

A quantidade e a qualidade, são duas fontes naturais, raramente em equilíbrio de contas e consumo. Na «produção, a quantidade é a mais necessária ao «humano», apressado em fartura, para depois, também querer qualidade. O mal, contudo, nasce da aptidão de produzir o suficiente para agrado e enchimento, enquanto a solução remediável, estaria no equilíbrio, para melhor debelar quebra no peso da preferência. Suscitaria, então, poupança nos dois sentidos.

O que de excelente pensou a Grécia, foi a VERDADE. O PODER da OIKONOMIA. na QUASE IMORTAL ESSÊNCIA HUMANA, como poetizava Bocage.

É, reguladora da POLÍTIKA. Quando no começo da degradação do mercado e do consumo, pelo crescimento populacional, a curiosidade intelectual, interveio a interrogar a questão da responsabilidade e amansar as malquerenças.

Pela primeira vez, somente em 1615, o cientista ANTOINE DE MONTCHRESTIEN, levantou a questão. Passado século e meio, o médico de Madame Pompadour, QUESNAY, em 1758, mestre dos fisiocratas, publicou o QUADRO ECONÓMICO.

O Século de Luís XIV, incentivou a que a ciência se entusiasmasse com um assunto efeverscente na Europa e prometia espalhar-se pelo Mundo. Com naturalidade, se formou a «escola clássica», com nomes sonantes: Adam Smith, Ricardo, Malthus, Stuart Mill, Bastiat, Say.; a escola «Economia Nacionalista ; List e Carey ; a escola Internacionalista, Sismondi ; a escolá histórica, Boscher , Hildebrand, Knies, Wagner ; escola socialista, os franceses Saint Simon, Fourier, Proudhon ; os alemães, Karl Marx e Friederich Engels. A vida económica, esteve, está e estará em evolução permanente.

Até próximo.