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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

10 de novembro de 2009

Nº 223 POLÍTICAS DO PIB…. O PIB EXECRADO E O PIB C

A inteligência realça diferenças. O intelecto caído em marasmo, assiste aos valores sem dar por eles. Mas são nos valores e nos escalões que os separam, onde o Homem recolhe os principais meios de subsistência no aperfeiçoamento do grosso modo da Natureza e na produção de outros renovados, penhor da continuidade do utilizado para revigorar a esperança, na vida do animal e do incorpóreo, a rodar a esfera do pensamento.

Milénios e séculos, bolearam as pedras da praia, transformando-as em jogas de brinquedo. Essas mesmas medidas do tempo, arredondaram a animalidade na condenação do uso da força bruta. E, depois, no esfalfamento para obter os produtos acalentadores da existência… Assistir à Morte, foi espectáculo do agrado à miséria, dentro do «circo»… e ao «direito» do dedo polegar reprimir ou desactivar a dádiva de viver.

Mas raro atraiu o desejo normal humano de morrer, por «dá cá aquela palha».

O estado «sórdido», por muito baixo que desça, deixa sempre intervalo para limpeza do mais sujo. Um último alento, afasta a crosta e fortalece o que resta de saudável nas moléculas ainda vivas. É por momentos desgastantes de ilusões, que se ergue em plinto elevado, a esperança, não organismo, porém, alento no apego à terra, numa fatia dos «pães multiplicados» e num afago à saudade…

Os tira-dúvidas, que a inteligência não pode evitar, desempenham as funções de alvos a mestria, a bem das organizações criadas no ajuste do temperamento humano, enquanto desorganizado e sem peças de referência.

Numa fase aguerrida da evolução humana, todavia, o ordenamento das prioridades, tornou-se visível e necessário, na orgânica dos povoados. A hostilização a cada passo de mudança, impedia o ensejo de avanço, por curto que fosse.

Entraram em vigor leis, as mais diversas, na regulação, das atitudes, dos gestos, do vestuário, das permutas, início dos negócios e aperfeiçoamento da mão humana.

O SALÁRIO, tomou forma apropriada às circunstâncias, entrou a exercer influência nos valores do tráfego comercial, introduziu-se na intimidade familiar, crescendo de baixo para cima, da cozinha ao enfeite dos compartimentos, passou de transitório social e profissional, de menor importância, para maior valia que a moeda,

reguladora da confiança no PIB. Ascensão acreditada e promovida pelas «moções de censura» dos programadores da perseguição ao voto.

O discurso de Primeiro-Ministro, ou candidato presumível, deve ser entendido como facto executável e, se não foi já consumado, irá sê-lo não falta nada. Há vontade, a superar a carência no cofre do rendimento. E, se o dinheiro for escasso, tudo se arranja com acrescento de diploma ou lei, assinada por quem prometeu e quer cumprir... a pronto ou em futuro… futuro… que está para vir. Tudo para bens de consumo, ou soberanos, de plena satisfação da felicidade e da virtude. Afinal, antigo projecto do espírito humano, intencionado a acabar com diferenças de quem vive a contar com o esforço individual para «ter o direito» de reunir a satisfação das necessidades físicas.

Porque as mensagens de 1789, foram postas em «lista», na ânsia de seguir à risca a «sapiência» dos enciclopedistas, para mostrar, também erudição. Quanto aos primeiros, o sangue não estava à vista, para tentar aumentar-lhe a torrente, à custa de menos pecadores e mais inocentes, na «máquina de matar», (de Guillotin, falso inventor da guilhotina), para gáudio da multidão, de instinto incontrolável, obscurecido e… de temer.

Ainda na actualidade, os «direitos» só ocupam lugar, onde há valor material para lhos serem concedidos. O nascituro tem «direito» ao leite da Mãe. Na falta da Mãe…embora ainda não fale, o choro, é de mais um pedinte…

Quantos nascituros e quantidade maior de adultos, já se finaram, enquanto, pelo choro e brados de clemência, pediam alimento para lhes acalmar a dor da fome?... Quantos, no passado… que número indefinido no porvir?…

Os «direitos», tão pressionados foram no acto de os redigir em 1789, que sob a febrilidade de endireitar a consciência universal, não compareceram os «companheiros inseparáveis», os DEVERES. Sem deveres, os «direitos» ou passam a justiçar sozinhos, isolados do humanismo que os criou, ou escamoteiam a fruição da posse e não a atingem, por carência dos poderes legais e, sobretudo, das normas na lógica de legitimação…

O desejo de igualizar vivências humanas, entretanto a baixar os desacordos de fins nem sempre, em crescendo, fizeram optar por escalões no equilíbrio da economia.

Melhor explicando, haveria de encontrar-se um valor que servisse de medida, ou rasoira dos «picos» para os «planos». Da mão-de-obra aos materiais, era longo mostruário para «pesar» a validade de um padrão de distribuição aceitável, resistente à passagem do tempo e às investidas da inconstância mal satisfeita.

O SALÁRIO, à falta de concorrência, recebeu classificação…

Pelo acabado de expor, foi e continua a ser, uma solução económica, agregada ao trabalho, baseada no apaziguamento das medidas planeadas pelos humanos entre si.

O intrínseco do PIB, é o produto natural. A intromissão, em economia, dos «jeitos» entre pessoas, engrossa ou reduz-lhe o valor. É o antinatural, a corrigir ao seu belo prazer.

Fica o «Produto Real Bruto» - PRB – que não completa fusão, mas acata resultados naturais ou os forçados por leis e obrigações.

Exemplo prático:

Portugal, passou a viver acima das suas posses, na ampliação distributiva, em volume, e temporalidade, dos rendimentos do Tesouro Público, somados ao socorro da «irmandade» da União Europeia.



Foi mestre da obra, o Engº. Guterres, assessorado pelos amigos mais citados nas reuniões de troca de ideologias para voos altaneiros, pretendendo fazer vigorar facilitismos nas políticas e acabar com as debatidas desculpas da má administração, do período de 1926 a 1934. Encontrou, então, o dito Tesouro Público, GORDO, quase a ponto de lhe dar apoplexia, e, por isso, resolveu emagrecê-lo. Como não tinha máquina de fazer contas, não se deu ao trabalho –( nem os camaradas) de as substituir com álgebra manual. Aplicou doses a olho nú e sem cuidado de as interromper, caso a sorte estivesse do lado oposto ao tratamento. O mal, é que isto… o prognóstico…o falhanço… a aprendizagem… o baralho das ideias…a ilusão… o risco…aconteceu… ou aconteceram.

Portugal, nessa ocasião, aureolado por verbosidades «Babelinas» (da Torre de Babel), começou a deslizar no plano inclinado, humedecido pelas glândulas salivares, havendo quem anteveja, venha a trambolhar alegremente, recitando o fado das convicções desiludidas, dos discursos esperançosos do sobrenatural repentino.

No miradouro, donde se avista o concebível, viu-se irromper largo PÂNTANO, no Ministério das Finanças. Com pingos de vergonha, a destronada eficácia, dignamente, desceu os degraus do insucesso, molhou os pés na frieza do charco económico. Para não vir a sofrer asma, com o resfriado, o Engº. Guterres, recolheu ao lar com a Família. Boa ideia para retemperar forças e requerer novo emprego. Acabou por ganhar SALÁRIO mais GORDO… Bom proveito… Não venha a cair em esparrelas que dão notabilidade, mas não competência para honraria de gestão dos negócios públicos...

Este pequeno trecho sobre vicissitudes de Portugal, serve, também para as que se passam, ou poderão vir a passar-se, nos povos independentes, ainda a falar por iniciativa própria... enquanto não forem obrigados a mudar de bandeira…

Segundo o pensamento dos simplórios, a modalidade encontrada para nivelar a linhagem de importância das «pessoas», deveria enquadrar-se nas directrizes do espírito. A apreciação dos valores comparativos de indivíduo a indivíduo, seria proporcionado, quando na colectividade, harmonizassem os bens de consumo. O SALÁRIO, receberia a distinção de aproximar os valores financeiros à igualdade humana, propensa, a torná-la mais eficaz.

O ser pensador imaginaria e concretizaria, utilizando, as benesses da Natureza, a seu proveito. Esbarraria, todavia, com estranhas realidades, afins ao ilógico. Enganos sobre enganos, levariam a correcções imprevistas, porém, de obediência à emenda.

O SALÁRIO, por muitas voltas que se dê, é uma conveniência imaginada, gerida pelo Humano. O movimento económico natural, porém, tem ligação directa com o PIB, por prevalência do contrabalanço das forças e dos efeitos. À produção, distribuição e consumo, cumpre-lhes coordenar, num mesmo plano, a repartição do rendimento total.

Deste ponto se parte para contabilizar, independentemente, os PIBs dos diversos países e o SALÁRIO que lhes será permitido retribuir, a cada produto, contando o número de habitantes locais, hipótese de exportações e poder nos recursos da produtividade dos solos e subsolos, factor de importância mestra.

Porque, o rendimento de um país, não é BOLO, nem GORDO, nem firmeza de PROMESSAS, sem solos, subsolos e PIB, eficientes, servindo populações de poder consumidor. Somente leveza de política de baixo preço ou de ética oportuna, o poderia admitir. É, infelizmente o que Portugal sofre. O PIB português, é um engano propositado, a encobrir as heresias ideológicas, destrutivas da realidade.

O mês de Abril de 1974, fez surgir, como Ilha Sabrina, a antevisão de vários PIBs, de recursos suficientes para desenvolver pujança no Portugal, de 900 anos, se administrado pela superabundância e competência dos novos donos, couraçados de armas e munições, colhidas na sorte da deserção do «dever» a cumprir. Mas que, pelo menos dois, mereciam evidência. O PIB execrado e o PIB contente.

Até próximo.