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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

28 de setembro de 2009

Nº 219 GANHAR E PERDER… A GRANDE INCÓGNITA OS SÉCULOS NÃO A RESOLVERAM…

A civilização, evoluiu na têmpera. De início nos metais, no projecto de os moldar à sobrevivência da razão. No Homem, para atingir o pormenor e orientá-lo ao civismo.

A têmpera, na matéria inerte, exige pesos e medidas, e definição de qualidades e quantidades. O gelo, solidifica, o calor rebenta a «vidraça»… No Homem, oferece o medo e cobardia e faz ramalhete com a heroicidade e a ciência. A maldade incrimina… o bem, glorifica.

As objecções entre o bem e o mal, imiscuíram-se na disputa da vida e da resistência a um final ignorado. A ciência, aberta para o bem, entregou-se a quem a quisesse possuir. A têmpera do Homem, considerando-se de maior importância, deixou a ciência à vontade. A virtude de Caim, aproveitou o falhanço do pensamento e refastelou-se no manuseamento de objectos exteriores à consciência, com o «objectivo» de abundar na subtileza da dúvida

Assim, foi entregue à ilusão, o direito de apontar quem mais tem ganho com a ciência. A força do trabalho, ou a tendência à inactividade …

A têmpera, no significado de «rectidão de princípios», constou de elogio ao Homem durante séculos. O Homem, impou de orgulho. O tempo esvaiu a importância. A têmpera, tornou-se vagabunda, perdedora de energia e inspiração dominante.

Tirar ganho e ganhar sem proveito, será a subida da colina da vida, pela encosta do triunfo e, no cimo da vitória, o cansaço ou o tédio, obrigar à descida no revés, o lado indesejado do derrotismo.

O «Ideal», progride no êxito, o idealismo, é faccioso, encosta-se a UM partido…

Se se pretender «retemperar» a «têmpera» do Homem Social, haverá que aperfeiçoar a «Educação e a Instrução». E analisá-las à luz da coerência.

Espalhar ódio, dissimulado por biombos políticos, não promove hipotéticos entendimentos e convivências amistosas. O desconhecimento, em profundidade das circunstâncias, questões e princípios imutáveis, deve ser expurgado do pretendente a legislador.

Admiremos a juventude, mas olhemos para o fato de treino na escola da experiência. Se apresenta limpeza, ou manchas dos salpicos de criança …

Folheemos a HISTÓRIA. Uma , Duas e mais vezes. Em toda a Europa, veremos países não ricos, remediados, alguns, em épocas alternadas.

O PIB da Europa, não consta ter algum dia alcançado poder económico de superior craveira e duração folgada. Nenhuma Nação, quando independente , o conseguiu. E se chegava a amealhar algum pecúlio, calculava as fraquezas dos vizinhos para se apropriar das talhadas de maior produção. Na França, Luís XIV (l643 – 1715), chamado o Rei Sol, por sentimento de auto superior ostentação do báculo francês e vaidade pessoal, morreu, deixando os cofres públicos bastante «emagrecidos».

Os Kaisers da Alemanha, Guilherme I, ( 1797-1888) e Guilherme II (1859- 1941), desavieram-se com a França, vencendo o primeiro na Batalha de Metz em 1870 e perdendo o segundo em 1918, abandonando a coroa e os fundos nacionais, tão bem escondidos que os aliados não os descobriram. Foi encenada tal debilidade que atraiu a audácia de Adolfo Hitler para reafirmar a Alemanha unidimensional, se retirada a vergonha das cozinhas volantes nas ruas para matar a fome ao Povo e apetrechar uma «máquina», eficaz e intimorata, para a guerra de 1939-1945. Os tais « fundos nacionais», escondidos por Guilherme II, deram arranjo do preparo técnico e material.

De notar que as nações que se lhe opuseram – a França e a Inglaterra – não se tinham armado, nem sentiam predisposição para despesas guerreiras e delapidações do que fora reconstruído do desastre de 1914-1918.

A Rússia, «a remar contra a maré», azafamada em agradar a Karl Marx, pela voz de intervenção rápida e violenta do extremista inexorável, Lenine, abandonou a guerra de 1914-1918, para por cobro a excessos fratricidas, que outros países, incluindo Portugal, pretenderam imitar.

Espicaçando a ânsia de melhorar as dádivas de vida, era voz revolucionária, para que os governantes europeus avançassem com o lema do degredo aos colegas dos Kzares, ou dar-lhes fim semelhante. O fuzilamento não permite discursos de defesa…nem adiamentos do que «deve ser feito», já…sem contemplações…

O Século XX, recebeu agitações violentas climáticas. Os destroços de bens de altos custos aos europeus, diminuíram poupanças, guardadas com trabalho esforçado, prevenido para a saúde e futuro menos bom.

Abundaram tumultos emocionais, efervescentes do encoberto que se passava na Rússia. Uma «cortina de ferro», não revelava a experiência de dolorosas trasladações para acomodar os que teimavam em viver…

Temos estado, até agora. a recordar fraquezas europeias, entre elas as ainda não sanadas e as que o martelo e a foice não conseguiram consertar. Prever a vinda de outro Estaline que controlava a economia, em modulo livre, esculpindo orçamentos no modelo idealista, será esperança vã. Com a mão nua, para se ver normal, dava o pão e com a enluvada, não parecendo lobrigar força, aplicava o «pau». Também não conhecemos nenhuma Nação com todos os «parafusos» no seu lugar… O que corre em notícias a Alemanha, a França, a Itália e mesmo a Inglaterra, sofrem de emperro dos «glóbulos» industriais e financeiros na rede económica. Está ao dispor de quem diligencie apurar a vista… e tirar prova «real».

O que quererá afirmar, continuarem como dantes, as consequências de economias modestas, suficientes para garantir alimento e vivência temperada com as benesses da terra e do trabalho. Uns mais laboriosos, com o benefício do produto, outros menos capazes com lucros mais baixos. Mas não, infelizmente, do agrado completo.

Chegados a este ponto, que não a meta definitiva, a nosso favor não restam certezas. Nada ganhamos. E perdas? Encalhamos, de proa, no título desta crónica.

Ganhar e Perder… a grande incógnita, de braço dado connosco.

Assentemos os pés no chão, aplanado de saliências… Agradeçamos à sorte, a lisura por onde pensamos ter palmilhado as agruras da vida… Sejamos francos, com as nossas limitações…do músculo e dos neurónios. Reconheçamos à Natureza, a nossa existência e a faculdade de a defendermos com a colaboração dos meios que se dão a conhecer a cada instante…para cada dificuldade … adaptável a cada temperamento.

Resignemo-nos a concordar que os ideais voejantes na Europa, actual, ultrapassando todas as fronteiras dos continentes, não estão no perfeito uso da física, da matemática, das ciências da Natureza. A conclusão, não é de agora. Já as deslocações dos bárbaros nos princípios do último milénio, quando os terrenos esgotavam as produções e, posteriormente, as correrias de árabes e cristãos, a assaltar celeiros e arrecadações de armas, queriam avisar que o solo não era abundante para abusos do consumo. Embora a agricultura, rondasse os rudimentos da técnica.

O Império Romano, renovador de Leis e processos baseados em conhecimentos mais evoluídos, não obteve riqueza que o mantivesse nos territórios conquistados, ou que o acompanhasse no regresso a casa. O pouco amealhado nos campos de Batalha, foi-se entornando pelos caminhos e nos traumas das missões de força sobre a rudeza.

Desfeito o maior império de Mundo, em 1453, D.C. – Queda de Constantinopla, tomada, incendiada e saqueada - parte - pelos turcos, cercada durante 53 dias de lutas medonhas, a Itália que nunca alardeou imagem falaciosa, assou à vida normal das restantes nações europeias. Experimentou regimes com rótulos diversificados, de milagrosos a insatisfeitos, enquadrando um misto de salvação e distintivos honoríficos decadentes. No Século XX, conseguiu rompantes de «Grande Senhora». Conquistou a Abissínia, em 1936, a Albânea em 1939 e teria conquistado o Mundo, se no mar, em terra e no ar, a sorte… ou a competência, a tivessem favorecido nas renhidas batalhas que lhe destruíram a marinha, o exército,,,, a aviação e, com elas, a fama da «Antiga Roma»…

Neste resumo de jornal, evidente na conclusão, fácil é, proporcionar à Europa, a realidade do seu valor rentável e distribuível. O alcance de um mais perfeito que o anterior – a especialidade da ciência – convenceu a megalomania do ideal, que podia, em mais subido grau, obter prodígios no despique do trabalho e da produção, suprimindo dificuldades, ao sentenciado a conservar a vida, « com o suor do rosto ». Assim pensado… assim feito… Por esta convicção, se ouve e lê : Defender os ideais, custe o que custar, a bons ou maus modos, a sorrir ou a ofender, a dar a alma ou tirar a vida… Ideologias…

Do nosso ponto de vista, é – nos, admissível, confundir estes pareceres com a graça de bons sentimentos. Mas o infeliz e necessitado HUMANO, ao desvendar a promessa ilusória, não obtendo «pão», nem sítio onde arrumar o corpo faminto, não sentirá no rosto o suor predito ao abandonar o Paraíso, mas a lágrima dolorosa da descrença nas consciências e no poder legislativo… Daqui parte o augúrio do sinal de alarme, que poderá chegar… quando aos estômagos, lhes faltar os víveres …

Porque, se aliviada de emblemas politiqueiros, a coragem de escrever HISTÓRIA, encerra elevada grandeza de verdade, caberá a quem avança para governar, o aprofundamento de conhecimentos, para por termo à arteirice sonora, entrada em usança banal para beneficiar uns tantos «chefes» governantes. Quem atenderá ao Povo, cansado, desiludido, frio, por fora e por dentro ? Qual a reacção à fatalidade? …

EUROPA…. EUROPA NOSSA… Sê modesta. Confessa as tuas fraquezas NATURAIS, Aconselha à PAZ… Vence os teus complexos de superioridade e desce à realidade, das tuas «posses efectivas», antes de explosões maiores das sofridas até agora.

A História, é eloquente, tanto na Guerra, como na Paz… O Idealismo, no lugar de voga - avante, na barca de contentores de soluções inacabadas, conduz a porto mal desejado, o lado fraco do PIB Europeu… e…Mundial. Deixe-se de alimentar ilusões… Fala franca e verdadeira …

Até próximo.