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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

10 de março de 2008

Nº 158 PROMESSAS SÃO ETÉREAS, ENQUANTO INCERTEZAS… VATICÍNIOS SERÃO OU NÃO REALIDADE… O PIB ATRAI AS SENSAÇÕES DOS 5 SENTIDOS…

O aumento de população no Mundo, não só acrescenta o número de cidadãos com «direitos», de acordo com o «relatório de 1789», como alarga o livre arbítrio a dimensões extravasadas da educação e instrução.

A este ordenamento, retratado na constituição das sociedades, o IDEAL + ISMO = Idealismo, distinção honorífica no acto administrativo das nações, avança em conceder comodidades à hesitante opção humana.

As imperiosas privações de adaptação ao trabalho indispensável para manter activos o físico e a mente - na filantropia de lhe sossegar as condições e encarar o reforço às contrariedades de existência neste planeta de aparência sedutora mas de ferocidades desconformes - foram aproveitadas para atrair ao IDEAL + ISMO, a uniformidade sedentária e a regra à suplantação da alegria de viver, contendo promoções de hospedagens confortáveis a aguardar clientela voluntária ou menos esforçada.

A constante no reino animal, mantém juntas a surpresa e o trivial, pondo de parte, a admiração, quando, neste caso, o intento de igualar a humanidade, pessoa a pessoa, quer descanso do intelecto, na diligência, da obtenção dos elementos caros à vida. Os animais, sem excepções, aprendem, pelo instinto, a defender e evitar a perda de reacções à subsistência.

Desde os de crânio raquítico, os animais querem movimento, para explorarem a vitalidade que lhes vai na circulação orgânica e no raciocínio de maior ou menor aptidão ética. Força, é a base do nascimento, conservando o vigor, no acompanhamento do que lhe corre no aparelho digestivo.

A comodidade essencial para manter a vida, é, à primeira vista, um passaporte para a paz nos agregados de pessoas e haveres. Mas, como tudo o que o humano imagina, tem contras merecedoras de ponderação, há que procurá-las e fazer as emendas, respeitando a ascendente fase de cultura e a medida fiscalizada da justiça.

A base de apoio à propriedade, inscreve-se como paga aos ânimos que persistem no esforço e na canseira.

O Homem, para chegar à civilização «humana», tem aprendizagem ininterrupta no desenrolar dos usos e costumes. Mas só adquire solidez na satisfação da parte física, a mais impertinente e provocadora das dissidências nos conjuntos que querem ser autónomos.

No íntimo, a seguir à recepção de propostas para se governar por leis próprias, o humano recusa a tomada de responsabilidades, não o irão elas, colocar na incómoda posição de se «entalar» em inquéritos, nos agrupamentos que se recusam a receber ordens emanadas de rostos e costumes estranhos.

Ao mover-se em volta da mesa redonda das decisões, os vagos e ligeiros conhecimentos adquiridos, não indicam onde começam, nem acabam as ideias, para usar o livro das ciências completas, onde se cubram com coroas de louro as verdades inacabadas, por queda da astúcia de julgar.

Não obstante a tomada de responsabilidade na direcção de um País, constitua um modo de singrar no imprevisto, é atracção para cargo de honrarias acima da normal, conquanto os ordenados do sector político, possam vir a interromper-se por diferença de votos.

Mas… a política atrai. Na modalidade individual, é um risco. Em associados, talvez resulte melhor… Ajuntam-se em «partidos».

A « rosa dos ventos», porém, nunca está parada, roda para um lado, rodopia como pião e tomar rumo não se torna fácil. Formam-se equipas, como as do futebol: esquerda… centro...direita. As tácticas, contudo, não atingem resultados positivos. Cada qual joga para parceiros fora do campo, treinados por diferentes estratégias. A aconselhada por uma parte, não está em convergência com as outras. Mudam-se os treinadores, mantém-se as caras trombudas dos infortunados. Os adeptos, neste caso, os contribuintes, olham tristes e lastimosos, os gastos encaracolados dos mandantes. E assim por diante.

A parte neutra votante, contudo, não faz acordo com os critérios adoptados e, porque tem, também direitos nos cálculos que levam a desperdícios infelizes, pergunta em voz corrente onde estão os administradores brilhantes, aureolados de louros e excelsas sabedorias? A resposta não demora :- Porque é mais difícil encontrar um «administrador», de verdade, que uma dúzia ou múltiplos de outras especialidades, que acabam por corromper a adição de grupos, na complicada arte e ciência de receber património e saber distribuir os rendimentos.

Neste período semelhante a 1926, Portugal necessita de «Alguém» que fale a sério no ramo administrativo e saiba o caminho; que conheça os entraves e estude os contornos, assegurando confiança; que distinga a palavra «Pátria» e a respeite no seguimento, desde as origens e preveja as manigâncias que lhe podem interromper o futuro.

Alguém ou Alguéns, que, desassombradamente, possam discursar, como em 28 de Abril, de 1928: - «Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça, quando se chegar à altura de mandar». Excerto do discurso do Dr. Oliveira Salasar, transcrito na História de Portugal, Vol. VIII, Cap. XVI, pág.449, do Dr. Damião Peres. Para esclarecer a transcrição acima, o Dr. Damião Peres, prevenia: - «afirmações firmes, embora singelas, em que bem podia ver-se o enunciado da ditadura financeira que se propunha exercer como remédio dos já crónicos males das contas públicas e do erário nacional».

Foi, assim, usando o senso e a lógica, posta de parte, a intromissão do IDEAL + ISMO, na circulação das contas públicas, por ser contraproducente na tendência para estratégia futebolística, de esquerda, centro e direita, esquecendo a defesa. O Ministério das Finanças, empunhou o veto nas despesas de todo o País, para a distribuição ser, tanto quanto possível, equitativa e cautelosa. Os 16 anos decorridos, de 1910 a 1926, eram exemplo flagrante do esfacelamento dos bens do Povo, por incontáveis critérios a exercer funções nos gastos e… nos salários. E nas desordens e destruições do que fora construído pela mão honrada dos cidadãos.

«Administrador ponderado», não promete dividendos, sem «saber» o que rende a empresa de que tomou responsabilidade.

Igual discernimento, mesmo mal aprendido do que é o sistema de governar, se espera de quem «agarrou» posto superior, auxiliado por comparticipantes, mas desejando fazer «figura» de « mestre» e bom entendedor da «coisa pública».

Dar a aparência de saber, contudo, tem prolongamento limitado… O aventureiro, porém, não se importa de cair no atoleiro do prejuízo pátrio...

As promessas pré eleitorais, atiradas à ingenuidade da plebe, ou «vaticínios» optimistas a acalentar esperança, no momento servem aos votos, como única crença nas palavras, nas acções e na melhoria social. Pecam, entretanto, com gravidade, ao passarem ao estado etéreo, fora da abrangência dos 5 sentidos.

O que faz viver o homem, é a sagacidade de fazer aumentar o PIB, somatório dos labores da classe activa que diligencia seguir as leis da Natureza, donde, em busca incessante, retira os elementos robustos que substituem os envelhecidos ou desgastados.

Bem sabemos que na armadilha dos votos, é essencial a ligação da promessa, à fisga para os pescar. Nada há, porém, que não tenha fim…

Um dia, o votante vai descobrir que em lugar do prometido, existe o vácuo… A Profecia da Europa predispor de remédios para todas as

carências, vai ser escalpelada e descoberta a desagradável realidade, de não ser possível tal «éden» nestes séculos de exigências seguidas umas às outras, se bem que compreensíveis à bondade e desejadas na manutenção da paz.

O Povo, frustrado, desiludido de vaticínios e promessas, quando, desamparado, tiver de enfrentar o PIB, real, como único recurso e ter de se confrontar com a falta de géneros para exercer a arte culinária, como irá reagir às inverdades circulantes? … Se tarde não resolverá…porque não pensar já?

Até próximo.