América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

31 de março de 2008

Nº 160 A PRECAUÇÃO DE ARRISCAR AS DESCOBERTAS… A PUSILANIMIDADE DOS SÉCULOS XX E XXI…

O Portugal de D. Afonso Henriques, de lanças, escudos e cavalaria, como haveres principais, subjugado à escuridade e aos toscos da Idade Média, carecido de meios para enfrentar o futuro na tranquilidade de Povo Independente, sustentou uma « Armada», sob o comando de D. Fuas Roupinho – personagem ainda no cenário de sombras e esbatidos - capaz de defender os «direitos plantados» por lutas e derramamento do sangue das gentes que o habitavam, talvez, também lusitanos...

Desde então, os Reis que lhe sucederam - que não tinham nos seus palácios, as comodidades da classe oratória deste nosso Século - de letras soletradas, os primeiros, sempre mantiveram a responsabilidade de defesa da livre escolha de leis próprias, compreendidas nos usos e costumes, contra o jugo alheio, arredio da sensibilidade de relacionar o que a terra produz e comer da colheita suada pelo trabalho. Questão, ou argumento «mestre», de arriscar nas «Descobertas», fundos, sangrias, independência e o prestígio da jovem Nação, vigorosa para atravessar os séculos e dar mais «luzes ao Mundo».

Passados 900 anos, o risco de defesa e ataque, não sofreu grandes alterações. E o temperamento humano, patenteado em revoltas, guerras, correrias de rapaziadas, ensanguentando ruas e impedindo a circulação pacífica dos afazeres dos cidadãos, o arremesso de paus e pedras, presenciado todos os dias no Século XXI, permite a previsão do regresso ao mato, que o motor de propulsão a gasolina, a gás ou jacto, não fez esquecer. O melhor da civilização, porém, continua a dar bons frutos, consumidos, em parte no encosto ao senso. A restante, mau grado, envolve-se na sujidade da bazófia… empanzina-se nos excessos da gula e ganância… vocifera na malquista e depreciativa ira…ou se esconde no sem fundo da ardileza.

À maneira que o contacto com a vizinhança, evidenciava contentes ou desconcertantes mostras de simpatia ou desconfiança e o interesse nos negócios era repuxado sorrateiramente, para o lado de maior força, levantava-se a «pala» da frigidez, fazendo surgir a ameaça de outra autoridade, mais felina e dúbia do que a localizada no convívio ao lado da concórdia…

Estas confirmações de insegurança, que a fronteira comum não impedia de vir a ser rompida e assolada, elevaram a noção do perigo, à responsabilidade dos Reis Portugueses, se bem que a traição nascida à nossa ilharga, nunca tivesse deixado de se alimentar de boas fatias do Erário Público. O Bem-Parecido e o Mal, confundem-se na carapaça das intenções… em todos os tempos, usaram viseira para resguardo do rosto…

Como Hoje… em maior quantidade… ao capricho da anarquia, que tenta suprimir o valor da ordem…

Os reinantes do Portugal Rectângulo Ibérico, não obstante o crescimento lento da sua modesta tendência literária, tinham consciência do que era o Povo unido de um País responsável, a principal das cautelas de o tornar duradouro.

Foi o que o «gestor» da Ínclita Geração, ( D. João I, 1357-1433), estimulou, inclusive o desenvolvimento intelectual e os seguidores romperam, durante mais de um século. Sem a educação, cultura e responsabilidade dos Infantes, o Mundo do presente, ainda estaria a aguardar as benesses da ciência e da técnica, pois que não provieram de milagre de…ninguém…

Mas, com que sacrifícios foram levados a efeito… . Em bens nacionais…em coragens inauditas do desagasalhado e mal defendido corpo Humano… em crenças que contavam mais a finalidade que os ganhos para benefício das Famílias… em conceitos de valias nos deveres e indiferença nos direitos… em certezas em firmar a honra e o dever, que temer os perigos anunciados pela precariedade da ciência …pelo obscurantismo impediente da evolução…pelo Mar Tenebroso…pelo Cabo Bojador …pelo Cabo das Tormentas ou Adamastor…pela Mitologia dominante nas civilizações, progredindo paralelas em diferentes locais do Globo, em conformidade com as oferendas da Natureza, posto que desconhecidas umas das outras …

A cada tripulante das caravelas, uma prece, a cada Comandante desses desajeitados Transportes Marítimos, joelhos em terra, a curvatura de todos nós, nos séculos XX e XXI, afinal os aproveitadores da semelhança com lenda, de um pequeno Povo, de alma enorme, dar mais luzes ao Mundo.

O princípio… tudo tem um princípio… a coragem, a virtude, a afeição da livre soberania, por mérito próprio, dando como garante, trabalho e sangue, o valor uniforme Pátrio, a repor a menor força no pequeno território.

Para valer e durar, o Povo que quer ser Nação, não se pode alienar da fidelidade no sentimento e nos actos.

Egas Moniz em 1129, exemplificou. Pés no chão, baraço ao pescoço, a humildade de ser grande e valente. A superioridade não veste de gala. É prodígio natural, parecendo vir do inexplicável.

Teimoso em não desperdiçar o que na nossa mente resta de são, na última etapa da vida, temos recordado acontecimentos, os mais diversos, para que a memória dos Homens modernos, remoam factos importantes da História e os passem à descendência com a crueza do seguimento. Entendemos ser, actualmente necessário, ligar as fases da estrada percorrida para a civilização, onde a ciência e a técnica marcaram passos em frente e os velhos sentimentos humanos, a regredirem com outros à retaguarda. Respeito à verdade…

Os trabalhos do Dr. Manuel Luciano da Silva, Médico, Historiador, Investigador, Sábio e Patriota, com folha de «Serviços Humanos e Sociais – tanto na aspecto nacional, como INTERNACIONAL-, extraordinariamente longa, para qualquer cientista actual, não parando de crescer e Sua Esposa, Drª. Sílvia Jorge Silva, dedicada à função docente e complemento do Lar erudito, desde que lemos o seu livro OS PIONEIROS PORTUGUESES E A PEDRA DE DIGHTON, nunca mais deixamos de apreciar a sua carreira profissional e cultural.

Nestas crónicas, grão de cereal à espera da colheita, iniciadas em Novembro de 2004, já registamos o feito extraordinário de Miguel Corte Real no período áureo de quinhentos, datado e assinado numa PEDRA, de cerca de 40 toneladas, encontrada no Rio Taunton, perto da cidade de Dighton. Pessoa Amiga do Dr. Luciano da Silva, que lhe acabou de decifrar as letras gastas pelas águas e pelo tempo, contactou-nos a solicitar que o nosso modesto «artigo de jornal», passasse a constar do seu «site» na Internet. Honrou-nos, sobremaneira, a solicitação.

O que era, sem dúvida, uma distinção a nosso favor, representou o triste desconsolo, de vir a sabermos, que após 40 anos de salvação de um DOCUMENTO, indubitavelmente, de grande prestígio nacional, regional e, sobretudo, INTERNACIONAL, tenha merecido o esquecimento «altivo e … ousado», das entidades oficiais, do Portugal tão necessitado do agasalho das suas relíquias e condecorações…

QUARENTA ANOS, de orgulho na decadência e pobreza do sentir pátrio.

De soberba da verdasca do mando, perante o «documento escrito e assinado, na pedra virgem que veio tornar clara uma fase da História.…Do Portugal aventureiro e da América.

Nem a sedução de mostrar interesse pelo «bom nome» dos Povos a que se candidataram proteger em todas as suas fraquezas e vitórias…

No Funchal, já está uma réplica da Pedra de Dinghton, a aguardar o dia da inauguração. Para que o Povo da Madeira, aprecie a sua presença nos primórdios da América. Que as quatro Cruzes, gravadas na Bandeira da Madeira, são iguais às da Ordem de Cristo com as extremidades em 45 graus e os seus famosos vinhos correram nas taças dos assinantes da Declaração da Independência, no dia 4 de Julho de 1776.

Com o vagar do reconhecimento no sector cultural Português, já existem quatro réplicas da PEDRA DE DIGHTON:

Uma em Belém, na Praça de entrada do Museu da Marinha;

A segunda, no Museu de Oliveira de Azeméis, cidade onde o Dr. Luciano da Silva, frequentou e terminou o Liceu;

A terceira, no Pátio da Biblioteca-Museu, pertença do Dr. Luciano da Silva, em Cavião, sua aldeia Natal.

A quarta, a ser inaugurada na Promenade do Grande Hotel Pestana, no Funchal.

Nestes nossos escritos, sugerimos em 2005, que nos Açores, deveriam merecer honras de inauguração, 9 (nove) réplicas. Mas, nem a que deveria ser número UM, em Angra do Heroísmo, cidade onde nasceu, consta estar em hipótese…

Miguel Corte Real, repetimos, Herói e talvez Santo, ainda terá de aguardar o reconhecimento e da sua «companha», sacrificados para encontrar o irmão desaparecido, Gaspar Corte Real e companheiros de infortúnio, o primeiro europeu que transportou para a Europa os primeiros aborígenes americanos.. Por quanto tempo mais?... Os «Representantes actuais dos destinos da Região, apessoados nas funções que ocupam, antes ou depois dos discursos e banquetes, não lhes resta tempo dedicado à gratidão aos mártires de há quinhentos anos, os percursores da civilização dos nossos dias.

O Dr. Manuel Luciano da Silva e Esposa, Drª Sílvia Silva, nos seus tempos livres, dedicaram Corpo e Alma, para acabar de desvendar o «mistério contido na face de um monólito de 40 toneladas, encontrado no Rio Tauton. O obrigado Português, jaz mudo, em Belém, à entrada do Museu da Marinha nos Jerónimos, a aguardar a palavra de reconhecimento, em comemoração assinalada, da História de Portugal, sob a competência de quem se sentir obrigado a juntar-lhe mais proezas, até há 40 anos desconhecidas. O abraço dos Açores, ainda é mais sobranceiro. Quando visita a América passa ao largo onde, a cinco milhas da cidade de Taunton, a salvo do lodo do Rio, descansa a Pedra de Dighton… O Testamento vivo, datado e assinado pelo Mártir Açoriano, Miguel Corte Real, um valor histórico, entregue gratuitamente pelos cientistas, Drs. Luciano da Silva. Onde param os deveres, de quem tem o « dever » de exaltar a presença «açórica»?

Até próximo.

17 de março de 2008

Nº 159 A FICÇÂO, PERSUADE…E TRAPACEIA GOVERNAMENTOS… A VERDADE INVESTIGA…TREMULA O ÂNIMO… DESFAZ ILUSÔES

Nos dias que correm, o IDEAL+ISMO, tomou cátedra de curso, com dourados, vernizes e pingues lucros. Assim disfarçado o «diploma» de competência, para todas as engenharias, constrói aquedutos para «levar a água ao seu «moinho», que mói, cereal seco ou tenro para clientes de papa, leite e açúcar.

Com comida pronta a servir, dulcificada a contento, fácil é, ganhar clientela ainda sem conhecer os tachos da cozinha.

Ao afastar o cortinado da janela que dá para a rua, o «humano» só vê rapidez nos transportes e frenesim na resolução de questões pessoais ou de agrupamentos. Deduzindo estes princípios, atribui-se a faculdade de usar dos mesmos processos nas incumbências a que tiver de se sujeitar.

Pressa será, portanto, o seu lema de actuação para não perder competições, oportunidades, lugares presidenciais e, sobretudo, as notas validando moedas, livres de despesas, atractivas e brilhantes, resolúveis em compras e vendas.

A entrada na arena dos comestíveis, desportos, recreios e onde ganhar mesa e teto, o passo apressado, passa a ser uma distinção a acrescer ao diploma dourado, pincelado a verniz, dispensando tirocínios na franquia aos cabimentos de maior lustre. A aparência, será a reserva disfarçada ou o «trunfo de ouros», para vencer o jogo da vida.

O parecido, todavia, não é o real. E não há crenças demonstradas, sem a presença dos cinco sentidos. O «corte mal intencionado» no que existe, pode persuadir, em tempo incerto, mas não vence a dúvida na carência do exacto.

Injusto seria dar título qualificável ou no inverso, a quem siga os princípios activos das pessoas, pós fase estudantil, e conseguem ocupar posições de relativo destaque na compilação das sentenças ou ajustamentos administrativos. O «tira-dúvidas», sobressai no modo agradável, ambíguo ou repulsivo, no tratamento espontâneo de cada requisito, para cada responsabilidade, de cada assunto para cada solução, de cada aspecto para cada panorâmica. Nada é fixo… De tudo se pode esperar no domínio da «máquina» cerebral. Imensurável o tráfico de origem neurótica…

As reacções instantâneas, abrem e fecham a clareza do espírito e é deste, que emana a estabilidade do carácter, na ambiência do voejo imaginado, ou no produto concreto, principiado e concluído, pela mão calejada do Homem.

Se a força da gravidade, puxa os reinos da Natureza para o centro da Terra, o inexplicável maquinismo da ideia, eleva-os para o etéreo, moldando ambos, num mesmo fantástico cadinho.

No actual meio das obrigações públicas, não consta haver alguém crente em tamanha maravilha... ninguém o confessa. Envergonha, dar parte de fraco...

Por assistência milagrosa da contradição, bem paga nas assembleias onde se discutem leis, porém, é em tal princípio que parecem cimentadas as bases dos triunfos políticos vistos, ouvidos, falados, escritos e que estão a ser incutidos na massa anónima, a dar esperança de que algumas fagulhas das promessas lhe caiam à porta da residência. O «pobre» guarda, na sua infinita vontade de viver, o conforto espiritual de que migalhas, também se podem juntar ao prato raso de água, sem legumes ou hortaliça, para completar a sopa. A eterna indolência dos que por falta ou negação ao trabalho, nada ou pouco, conseguem melhorar o seu poder de adquirir o essencial, resignados com a fortuita aparição do milagre das rosas no regaço da santidade.

O pobre, imobiliza a virtude de ser útil, até à encruzilhada de expelir sentimentos revoltosos ou modorrar até à última colher do líquido ali perto, a que pode estender a mão. É chocante, o ócio dos desvalidos da ânsia de viver do trabalho corporal. E mais ainda, dos que optam pela auto-estima de se valerem a si próprios e não encontrarem mister para prestar serviço que lhe renda o sustento da família.

Entretanto… o ar, inodoro e insípido, ameno ou em corrente que, tal como orçamentos vulgares, tem de ser comprimido, assopra vida a plenos pulmões ou geme o último suspiro de alívio na modéstia do endividamento.

Neste curto intervalo, referimo-nos ao AR. Porque algumas opiniões vindas a público, em discursos e escritos, exteriorizam prontidões de arranjos nos sistemas económicos, como se fizessem parte da expansão livre, da mistura de gases que forma a « atmosfera terrestre».

Solitária ou agrupada, a obrigação de cumprir acções associativas, conduz o Homem à ponderação de actos, atitudes e propósitos. São condicionalismos que só os séculos se encarregam de normalizar, nem sempre com sucesso. Neste caso se pode incluir a colocação do leme governativo a nações, empresas, interesses pessoais. Todos usando meios diferentes, todos intencionados à precisão da uniformidade e ao afastamento do queixume. Mas alterando métodos e esgaravatando cobiças e magnificências.

A Revolução Francesa é, sem dúvida, um ponto de referência na imensidade das tentativas ao bom convívio humano. O sangue derramado, não desautoriza o intento, na explosão de paixões. A alternativa, pomposamente erguida para ser avistada dos quatro pontos cardeais, todavia, não conseguiu ainda remediar o que era considerado ineficiente para a maioria, reduzida à angariação dos bens mínimos, redutores do sofrimento.

Ao antever crescimento de desacordos, os grupos – ou partidos - bem intencionados, no seu modo interpretativo, aumentam o número de associados, no sentido de encontrar avenidas ou atalhos, confluentes à conciliação das leis com os indivíduos. A bola das diligências, rola, avoluma-se, em pessoas, fazendo aumentar as despesas para a assinatura que tarde ou nunca chega. Enquanto a esperança de triunfos se esvai na ginástica da mente, abre-se a torneira do erário público ao volume de pagamentos a inteligências a trabalhar em proveito da irrealidade no desconhecido.

Muitas versões, têm colorido o mal-humorado desabafo francês, com máscara de inalação de clorofórmio para esquecer o «terror», vermelho de ódios incitados à ira e à matança de mais inocentes que culpados.

Segundo a História, foram Homens de inteligências excepcionais e corações sensíveis, de dedicação enciclopedista, os instigadores à crise de sentimentos, em 1789. Em primeiro lugar, a cultura … em segundo, as consequências.

Daí para cá, as nações passaram a ser governadas pela mesma ordem de discernimento. Primeiro a ideia, depois…se verá… O que, todavia, se sabe em concreto, é que solitárias, tanto a cultura, como a previsão de consequências, não abrangem capacidade de solução aos problemas da vida humana.

E para que as «coisas» dessem certo, puxaram da cachimónia… pensaram, duramente…e criaram o esquema político, que poderia vir a ser o infalível… Já o divulgámos na anterior crónica número 153. Estamos a repeti-lo, pois merece não ficar esquecido. Damos a sequência mais ou menos estabelecida, conservando o PIB, ( o mais importante para manter a vida, que deveria ficar em número UM ), abaixo do meio da tabela:

1 – Ideal + ismo = ideia, superlativa à física .

2- Direitos = Prémio adiantado a cada nascituro

3 . Política = solução simultânea do real e do abstracto.

4- Partidos = transportes dos problemas.

5- Distribuição dos fundos = dar ao indivíduo, o possível e o imaginado.

6 - Contagem do Erário = dispensa da matemática.

7 - Discussão política dos fundos = indiferença do saber.

8 –PIB - soma dos fundos = obediência da física à ideia,

9- Correcção das disparidades = queixumes ao PIB

10-Rasura do passado = Raspar os efeitos nocivos e colocar o acaso a presidir às aprovações… ou emendas.

Como acima confessámos, não nos foi possível fixar a tabela inteira.

O exposto já é suficiente para mexer com o tino.

Até próximo.

10 de março de 2008

Nº 158 PROMESSAS SÃO ETÉREAS, ENQUANTO INCERTEZAS… VATICÍNIOS SERÃO OU NÃO REALIDADE… O PIB ATRAI AS SENSAÇÕES DOS 5 SENTIDOS…

O aumento de população no Mundo, não só acrescenta o número de cidadãos com «direitos», de acordo com o «relatório de 1789», como alarga o livre arbítrio a dimensões extravasadas da educação e instrução.

A este ordenamento, retratado na constituição das sociedades, o IDEAL + ISMO = Idealismo, distinção honorífica no acto administrativo das nações, avança em conceder comodidades à hesitante opção humana.

As imperiosas privações de adaptação ao trabalho indispensável para manter activos o físico e a mente - na filantropia de lhe sossegar as condições e encarar o reforço às contrariedades de existência neste planeta de aparência sedutora mas de ferocidades desconformes - foram aproveitadas para atrair ao IDEAL + ISMO, a uniformidade sedentária e a regra à suplantação da alegria de viver, contendo promoções de hospedagens confortáveis a aguardar clientela voluntária ou menos esforçada.

A constante no reino animal, mantém juntas a surpresa e o trivial, pondo de parte, a admiração, quando, neste caso, o intento de igualar a humanidade, pessoa a pessoa, quer descanso do intelecto, na diligência, da obtenção dos elementos caros à vida. Os animais, sem excepções, aprendem, pelo instinto, a defender e evitar a perda de reacções à subsistência.

Desde os de crânio raquítico, os animais querem movimento, para explorarem a vitalidade que lhes vai na circulação orgânica e no raciocínio de maior ou menor aptidão ética. Força, é a base do nascimento, conservando o vigor, no acompanhamento do que lhe corre no aparelho digestivo.

A comodidade essencial para manter a vida, é, à primeira vista, um passaporte para a paz nos agregados de pessoas e haveres. Mas, como tudo o que o humano imagina, tem contras merecedoras de ponderação, há que procurá-las e fazer as emendas, respeitando a ascendente fase de cultura e a medida fiscalizada da justiça.

A base de apoio à propriedade, inscreve-se como paga aos ânimos que persistem no esforço e na canseira.

O Homem, para chegar à civilização «humana», tem aprendizagem ininterrupta no desenrolar dos usos e costumes. Mas só adquire solidez na satisfação da parte física, a mais impertinente e provocadora das dissidências nos conjuntos que querem ser autónomos.

No íntimo, a seguir à recepção de propostas para se governar por leis próprias, o humano recusa a tomada de responsabilidades, não o irão elas, colocar na incómoda posição de se «entalar» em inquéritos, nos agrupamentos que se recusam a receber ordens emanadas de rostos e costumes estranhos.

Ao mover-se em volta da mesa redonda das decisões, os vagos e ligeiros conhecimentos adquiridos, não indicam onde começam, nem acabam as ideias, para usar o livro das ciências completas, onde se cubram com coroas de louro as verdades inacabadas, por queda da astúcia de julgar.

Não obstante a tomada de responsabilidade na direcção de um País, constitua um modo de singrar no imprevisto, é atracção para cargo de honrarias acima da normal, conquanto os ordenados do sector político, possam vir a interromper-se por diferença de votos.

Mas… a política atrai. Na modalidade individual, é um risco. Em associados, talvez resulte melhor… Ajuntam-se em «partidos».

A « rosa dos ventos», porém, nunca está parada, roda para um lado, rodopia como pião e tomar rumo não se torna fácil. Formam-se equipas, como as do futebol: esquerda… centro...direita. As tácticas, contudo, não atingem resultados positivos. Cada qual joga para parceiros fora do campo, treinados por diferentes estratégias. A aconselhada por uma parte, não está em convergência com as outras. Mudam-se os treinadores, mantém-se as caras trombudas dos infortunados. Os adeptos, neste caso, os contribuintes, olham tristes e lastimosos, os gastos encaracolados dos mandantes. E assim por diante.

A parte neutra votante, contudo, não faz acordo com os critérios adoptados e, porque tem, também direitos nos cálculos que levam a desperdícios infelizes, pergunta em voz corrente onde estão os administradores brilhantes, aureolados de louros e excelsas sabedorias? A resposta não demora :- Porque é mais difícil encontrar um «administrador», de verdade, que uma dúzia ou múltiplos de outras especialidades, que acabam por corromper a adição de grupos, na complicada arte e ciência de receber património e saber distribuir os rendimentos.

Neste período semelhante a 1926, Portugal necessita de «Alguém» que fale a sério no ramo administrativo e saiba o caminho; que conheça os entraves e estude os contornos, assegurando confiança; que distinga a palavra «Pátria» e a respeite no seguimento, desde as origens e preveja as manigâncias que lhe podem interromper o futuro.

Alguém ou Alguéns, que, desassombradamente, possam discursar, como em 28 de Abril, de 1928: - «Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça, quando se chegar à altura de mandar». Excerto do discurso do Dr. Oliveira Salasar, transcrito na História de Portugal, Vol. VIII, Cap. XVI, pág.449, do Dr. Damião Peres. Para esclarecer a transcrição acima, o Dr. Damião Peres, prevenia: - «afirmações firmes, embora singelas, em que bem podia ver-se o enunciado da ditadura financeira que se propunha exercer como remédio dos já crónicos males das contas públicas e do erário nacional».

Foi, assim, usando o senso e a lógica, posta de parte, a intromissão do IDEAL + ISMO, na circulação das contas públicas, por ser contraproducente na tendência para estratégia futebolística, de esquerda, centro e direita, esquecendo a defesa. O Ministério das Finanças, empunhou o veto nas despesas de todo o País, para a distribuição ser, tanto quanto possível, equitativa e cautelosa. Os 16 anos decorridos, de 1910 a 1926, eram exemplo flagrante do esfacelamento dos bens do Povo, por incontáveis critérios a exercer funções nos gastos e… nos salários. E nas desordens e destruições do que fora construído pela mão honrada dos cidadãos.

«Administrador ponderado», não promete dividendos, sem «saber» o que rende a empresa de que tomou responsabilidade.

Igual discernimento, mesmo mal aprendido do que é o sistema de governar, se espera de quem «agarrou» posto superior, auxiliado por comparticipantes, mas desejando fazer «figura» de « mestre» e bom entendedor da «coisa pública».

Dar a aparência de saber, contudo, tem prolongamento limitado… O aventureiro, porém, não se importa de cair no atoleiro do prejuízo pátrio...

As promessas pré eleitorais, atiradas à ingenuidade da plebe, ou «vaticínios» optimistas a acalentar esperança, no momento servem aos votos, como única crença nas palavras, nas acções e na melhoria social. Pecam, entretanto, com gravidade, ao passarem ao estado etéreo, fora da abrangência dos 5 sentidos.

O que faz viver o homem, é a sagacidade de fazer aumentar o PIB, somatório dos labores da classe activa que diligencia seguir as leis da Natureza, donde, em busca incessante, retira os elementos robustos que substituem os envelhecidos ou desgastados.

Bem sabemos que na armadilha dos votos, é essencial a ligação da promessa, à fisga para os pescar. Nada há, porém, que não tenha fim…

Um dia, o votante vai descobrir que em lugar do prometido, existe o vácuo… A Profecia da Europa predispor de remédios para todas as

carências, vai ser escalpelada e descoberta a desagradável realidade, de não ser possível tal «éden» nestes séculos de exigências seguidas umas às outras, se bem que compreensíveis à bondade e desejadas na manutenção da paz.

O Povo, frustrado, desiludido de vaticínios e promessas, quando, desamparado, tiver de enfrentar o PIB, real, como único recurso e ter de se confrontar com a falta de géneros para exercer a arte culinária, como irá reagir às inverdades circulantes? … Se tarde não resolverá…porque não pensar já?

Até próximo.