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Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

4 de fevereiro de 2008

Nº 155 O ABSTRACTO IDEOLÓGICO VALERÀ POR HIPÓTESES… O PIB… É A SOMA DE ELEMENTOS CONSTRUTORES DA VIDA

A bússola tem, como alvo, um ponto cardeal, mas dele se podem desenhar todos os restantes, sem sequer falhar um. A física, é visível.
A ideologia sai das moléculas neurónicas e desprende-se para o etéreo ilimitado e impalpável. A ideia não tem formato preciso, nem consciência segura.
Do abstracto ponto da ciência das ideias, não se podem materializar planeamentos, sem matéria prima, lápis, papel e desenhador. O animal pensante, para sobreviver no planeta criador de belezas e alimentos em mistura com ferocidades e temores, para passar a ser Humano, viu-se obrigado a desbravar a física e desenvolver a ideia e da junção, conseguir organizar protecções ao corpo desprovido de defesas resistentes aos ataques dos que lhe apeteciam a carne tenra, por menor esforço na luta para o sustento. A física e a ideia, movimentam-se em ambientes diversos, alguns opostos, mas valem-se pela unidade entre ambos.
E as maneiras de actuar completam-se em tão estreita colaboração, que a mente mediana, as baralha ao extremo de não distinguir serem os modos diferentes das missões, as origens da continuidade, aperfeiçoamento e diatribes humanas. Da circulação do sangue, normal ou agitada, dependem as emoções individuais que, em ondas de serenidade ou ira, atingem vizinhos e desconhecidos.
Para a evolução humana se processar em cadência atendível aos bens que a Natureza dispõe, necessário foi a aliança da física e da ideia, nos termos coincidentes do aumento populacional. As bocas para comer, aguçam a subtileza de lograr a melhor acomodação da ruralidade agreste, não só para chegar aos agrupados que trabalham para viver, como fazendo transportar os alimentos e temperar-lhes o sabor.
Nestes entremeios decorre a História. As truculências que interrompem as sucessivas fases, complementos para perpetuar usos e costumes, fazem parte do recheio que enche as páginas escritas pelo profissional Historiador.
Mas como não o somos, temos de recuar o salto, para simples artigo de jornal, focando, sem exagero, pontos de relativa importância, em todos os momentos do humano, por muitas vezes deixar de o ser.
Nestas nossas crónicas, temos tido a cautela de, com frequência consultarmos a História, suas datas e acontecimentos, para dar a quem as lê, a precisão do intento de quem as escreve.
Estamos, por isso, neste momento, a retirar os dados das Idades Históricas, demarcadas por datas.
A Idade Antiga, abrange os impérios Asiáticos, até à queda do Império Romano do Ocidente, por aproximadamente 395; a Idade Média, desde este ano, até à tomada de Constantinopla pelos Turcos, em 1453; a Idade Moderna, estala nesta data e termina em 1789, desarrolho da Revolução Francesa; a Idade Contemporânea, tem a Revolução Francesa, como marco inicial e ainda vai engatinhando a aprender o que lhe terá dito 1789 e aguarda os mistérios de datas vindouras.
Nas três primeiras Idades – Antiga, Média e Moderna - as questões resolviam-se pela presença directa dos músculos do Homem, em especial os membros locomotores para os transportes e braçais para do arrebanho da terra cultivar as produções para os alimentos. A importância de viver pontificou, até os sinos tocarem para o ajuntamento das populações. O pensamento circunscrevia-se à ambiência dos cinco sentidos – ver, ouvir, falar, sentir e manusear o garantido para satisfazer o aparelho digestivo.
A Idade Média, ao aprovar o Feudalismo, terá obedecido à preferência dos «Senhores» dividirem grandes propriedades, em pequenos territórios e entregar os poderes de governo, a vassalos responsabilizados a retribuir favores e serviços. Desta distribuição se obteve maior número de braços para a rudimentar e transpirada lavra da terra, produzir mais grão, cereais e legumes para o tentador e constante crescimento da população. Ao mesmo tempo que se organizavam pequenos exércitos que se juntavam para quando necessária a defesa dos feudos e dos reinos, nos breves cortes de paz para as lutas do alimento para a sobrevivência. Não se pode afastar desta herança dos bárbaros, a crueldade imposta aos de inferiores estratos sociais.
Mas, com toda a sua crueza e violência, foi uma reacção aos vis mercados de escravos, entre os Romanos. Bastante piores…
Nesse momento histórico, a «crise da sensibilidade» a querer travar a civilização, clamava por um SOBREHUMANO, a ensinar os deveres a cumprir pelo ANIMAL que queria possuir HUMANIDADE. Foi nesta altura que Cristo se ergueu, para impedir a descida do sentimento ao mais baixo nível, abriu os braços e, Imponente e Sábio, pregou o Sermão da Montanha.
A mensagem, serve para todos os tempos, mas a lei da Natureza determina a morte. Quando a vida se perde, leva consigo a consciência experiente, para logo a seguir o nascimento da ignorância vem propor a indiferença... Mas ampliou o raciocínio, às dores físicas e morais … ao bem a distribuir em igualdade… ao refúgio para o trabalho…e a santificação para as atitudes
Se bem que a «Idade Moderna», conste na História Mundial, tenha começado no ano de 1453, da tomada de Constantinopla pelos turcos, foram as DESCOBERTAS, dos PORTUGUESES, que facilitaram as invenções e progressos da civilização, tanto europeia, como mundial, que deram fama à época e desobstruíram as qualidades mentais, ao «ideal» humano
No esvair do remorso actual, apátridas portugueses juntam-se aos apostadores estrangeiros, para denegrirem, os feitos das naus Henriquinas, escondendo, assim, o ódio ao falhanço do «ocaso» no estudo, perante a obrigação de tagarelar a desfazer a desmistificação de malícia no salário mensal.
O marco 1789, separa duas Idades -fim da Idade Média e início da Moderna. Para enfatuar qualidades e enobrecer merecimentos, transformou, por completo, o critério administrativo das Nações e o modo de flanquear as fraquezas dos PIB, desiguais em valores activos e variáveis nos rendimentos das espécies naturais.
Ao IDEAL, colocado na «pena» dos enciclopedistas, foi acrescentado o ISMO, com o cunho de «endireita» imperfeições. Desde então, o que pertencia ao PIB, substância, passou ao quadro IDEALISMO, dependente da ideia. Tal metamorfose, de compreensão embaralhada, tem custado os «olhos da cara» aos que se metem nos Erários Públicos a canalizar as verbas para as devidas servidões que pagam impostos e aguardam regalias.
Tem sido esta a causa dos dirigentes máximos, europeus, mundiais e… como não podiam ficar atrás, os portugueses, gerirem por votos idealísticos, os valores que se propuseram distribuir por equivalência de direitos. O socorro a políticas nascidas na Grécia intelectual, deturpadas por intervenientes verbosos, atraídos pela completa satisfação pessoal, - alguns abstrusos da realidade da Natureza e do que ela permite encerrar – estendem o idealismo de «mãos largas» como conquista da eleição que os mantenha no cargo atractivo e honroso .
Nos melhores pensamentos, contudo, se a substância, por um lado e a ideia por outro fazem leis privadas, os cutelos das básculas que pesam os preceitos decisivos, não merecem confiança por desnível nas aferições… Deu-se, então, uma extraordinária mudança de critério, a favor da ideia dominar a substância. Desta sentença, resultou a política tomar o encargo de normalizar acontecimentos, pacificar povos e…fazer as pesagens, tirando de um prato da balança, o que vier a faltar no outro. Coisa de «matar o tempo»… para candidatos a trabalhos «leves»…
Até próximo.