América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

31 de dezembro de 2007

Nº 151 A UNIÃO FAZ A FORÇA… A CULTURA É A FUNDIÇÂO DAS FORÇAS MESTRAS CEDIDAS AO HOMEM PELA PRODIGALIDADE DA NATUREZA…

Na noite de 8 de Dezembro de 2007, a Igreja de S. José, mais uma vez abriu as suas portas para juntar a arte terrena dos sons, às preces benditas da boa vontade dos Homens, à «Ciência Maior» nas «alturas». A Majestade do templo, acolhe santos e pecadores, recebe todas as escalas do espírito, ilumina os escuros de quem pede mais luz…

Tem sempre algo para dar, suplicando em troca… a boa harmonia das consciências. Nessa noite, esbanjou a bela arte da consonância, dádiva da Natureza e o esforço do Homem para a aperfeiçoar. A nossa cidade de Ponta Delgada, exteriorizou o bem que está ao seu alcance e alimentou a certeza que pode subir, em liberdade, os degraus do Mundo evoluído. No meio do Atlântico, não se ficou a aguardar imaginários de asas cansadas, de lamentos e penúrias, dos auxílios estranhos, muitas vezes prometidos e avaramente chegados. Ponta Delgada, tem sabido desenvolver o que possui e aceitar o que lhe é enviado de fora e melhorá-lo por mérito próprio. Não será o que deseja, mas avança de acordo com os meios que manuseia, amassando-os com os que lhe chegam por ofertas ou obrigações.

No lugar de contemplação que é o Templo de S. José, reuniram-se duas corporações, partes integrantes, da cultura na Ilha de S. Miguel: Banda Militar dos Açores, e seu competente Maestro, Tenente Alexandre Coelho, Director do concerto. Grupo Coral de S. José, filho vigoroso dos grupos de cantores, devotados à mesa religiosa semanal. Estas entidades, distintas uma da outra e que, separadamente preenchem posições de destaque educativo onde se apresentam, deram exemplo que a unidade faz a força.

A Banda Militar, constituída por profissionais submetidos a regras e exames de competência, tem cumprido com aprumo, as missões para que é chamada desde o seu nascimento no Século XIX – em 1831 - até certo ponto, para legitimar a Guerra Liberal nos Açores, dignificando o Exército e premiando os combatentes que daqui saíram e as batalhas que mancharam de sangue os nossos mares. Durante dezenas de anos acrescentou, sem dúvida, o posto de Conservatório Musical na abrangência das nove Ilhas. Da Banda Militar, saem os regentes das filarmónicas, que não existiriam sem o estudo profissionalizado na complexa «Harmonia» dos instrumentos.

O piano solitário, posto que recheado de sons, impôs-se nos salões dos mais abastados, mas não poderia descer às classes de menos recursos. Realidade esta, alargada ao Continente Português e à Europa que sempre se tem colocado na vanguarda do progresso. Por tal motivo, o entusiasmo pela música tem crescido afoitamente, tornando indispensáveis, tanto as Bandas Militares que profissionalizam os seus elementos, como os «Conservatórios de Ensino Público» e as «Escolas privadas » que recebem as vocações dispersas nas classes sociais.

O Grupo Coral de S. José, para nós sempre existiu. Relembramos a «Capela», dirigida por amorosa doação à Igreja e à arte de Manuel António de Vasconcelos, pelos anos mil novecentos e trinta, lavava a alma dos devotos e do alentado Padre Manuel Pereira, sobretudo nas festas solenes. A mão do meu Pai abraçava a minha, na infalível assistência à missa, todos os domingos. A «Oração», envolvida nos sons encantadores das vozes que também rezavam, ensinou-me a querer bem à família e aos Amigos, em semelhança com as pessoas que nos rodeiam. Amar ao Próximo… A evolução, todavia, não renuncia à companhia do mais completo. É a via escolhida para evidenciar os conhecimentos natos no intuitivo da mente Humana, ansioso de explodir o pouco que vai desbravando. A «Capela» que eu conheci, cresceu… E em 19 de Março de 1967, rebaptizou-se com o nome de « Grupo Coral de S. José». E tem dado boa conta dos seus méritos ganhos com a voluntariedade de dedicações com temperamentos artísticos.

A batuta do Maestro José Leite, deu-lhe impulso durante vários anos. O Grupo Coral, tem-se apresentado na Região, no Continente Português e já voou até aos Estados Unidos da América. Por onde têm ecoado as suas vozes bem preparadas, marcou a camaradagem da arte sem fronteiras da qualidade. E assim continuará, com a batuta do novo Maestro, Senhor Luís Filipe Carreiro. Os Maestros de fama internacional, Walter Kobéra – austríaco e Adriano Martinolli D´Arcy- italiano, mantiveram o seu prestígio, dirigindo concertos com o Grupo Coral de S. José. Nesta altura da crónica, que já vai adiantada, perguntará o leitor, quais os comentários sobre a parte essencial do «Concerto» e conceitos emocionais nele encontrados.

Caro Amigo, não possuímos conhecimentos suficientes na ciência dos sons para referir o que não está na nossa área. Cada um dá o que pode. A ignorância, se é atrevida, ao criticar os valores que desconhece, no mesmo instante que destoa a frase a martelo, amachuca o direito à capacidade, por vocação e estudo de atingir patamar acima da média. O que sabemos, é que os assistentes aplaudiram sensibilizados pelas composições executadas sob a batuta precisa e competente do Maestro, Tenente Alexandre Coelho. Vimos e ouvimos a espiritualidade saltar nos dedos hábeis e profissionalizados do talentosa pianista Violetta L’Dokova. Ouvimos os sopranos Andreia Colaço, Cármen Subica, Anastácia Sokovocova, Maria Paula Fernandes.

Os altos Maria Lurdes Cabral, Sónia Cordeiro Borgas; tenores Rui Paiva, Vítor Tavares, Feliciano Betencourt, João Paulo Costa; baixos, Hernâni Cabral, Luis Carreiro. Ouvimos e apreciamos os profissionais executantes da «Banda Militar», os solistas cantores, o Orfeão uníssono e portentoso. Admirámos a regência segura de toda aquela unificação da arte a distribuir sentimentos. A crítica acertada e positiva, porém, pertence a quem sabe. O nosso julgamento, seria ofender o que de belo ressoou na Igreja de S. José, à conta do zeloso Pastor, Senhor Padre José Garcia. Rejeitamos esse pecado.

O que nos levou ao entusiasmo de escrever esta crónica, tem a chancela do amor à Terra onde nascemos e vivemos. Pretende dar relevo às entidades que estiveram unidas, na noite de 8 de Dezembro de 2007 – Igreja, Banda Militar, Coral de S. José – e reafirmar que são posse muito querida da nossa cultura, a comprovar a Esperança que o presente será respeitado no futuro. Estamos confiantes que idealismos descoordenados, não conseguirão desunir o que o trabalho, o sacrifício, a necessidade intelectual de ajuntar o bem comum, «UNIRAM» nestas nove Ilhas a boiar no nosso « Mar Oceano». Assim seja.

Até próximo.

24 de dezembro de 2007

Nº 150 O VERDADEIRO, ENCOBERTO PELA DESCULPA… A PROMESSA É TROPÊÇO OU PRINCÍPIO DO FRACASSO

Não há novas, onde se diz que a vaidade é má conselheira.
Constrói trampolins para dar saltos em altura e comprimento nas diversões privadas ou públicas, chamando a atenção aos presentes. Quando, porém, quer altear a fasquia no salto e aumentar na passada, para poder competir com a concorrência, sujeita-se a perder o fôlego na corrida, vai ao chão de pedreira e lodo e fica desfeado no semblante.
A vergonha, encabulada, cobre-se com o manto multiuso da promessa e torna-se biombo da boa fé.
O retalho em nações, no Mundo administrativo, criou modalidade de paz, nos Continentes e na nossa Europa, que nos diz respeito, separou forças, de temperamentos belicosos, de maneira a colocar cada qual no seu canto e não acirrar desgostos pelo bem alheio. As parcelas assim individualizadas, parecia irem acalmar a humanidade, por igual e reporem em guarda, os espíritos mais azougados, não pensassem buscar «bezerros gordos» nas outras independências e trazerem maiores privações e pesados esqueletos, para enterrar, de volta.
Os Homens, enquadrados nas circunstâncias, e nas ambições, todavia, ctuam
de forma privada, em redor da coisa pública. A Europa, continente «fura vidas», abre caminho à ciência e à técnica; desenvolve trabalho e atrasa a preguiça; dá largas à aventura e à ilusão; predispõe-se a tudo quanto vale esperança, se bem que venha a custar desespero. Tem passado por todas as resistência no trânsfuga custo de vida, da dureza ao fácil, da expectativa à lágrima desiludida. . Mas, nem assim, perde a ingenuidade de sentir-se com maior musculatura de quem quer que seja, para jogar ao sopapo ou, se perder no número de socos, lamuriar auxílio da esmurraça sofrida.
Nos últimos anos, perdeu o equilíbrio e o rumo. Atrapalha-se a decidir, e pretende regressar ao princípio, desejando voltar a ser paisagem de países senhores do seu futuro, quezilento ou pacífico com os vizinhos, ou, ultimamente, como amortecedor das carências dos referenciados mais fracos.

Os mandatários europeus, conservam a pecha, propositada ou distraída, de não guardarem a boa memória para as muitas ocasiões de necessidades de apertos dos cordões à bolsa de libras, francos, marcos, rublos, pesetas, escudos, etc. todos, tendo já sofrido as fases da Lua, no crescendo, no minguante e no nublado que a verbosidade mal deixa lobrigar. O que mais desgosta, contudo, é a obstrução de portugueses aos feitos heróicos e sumiços humanos, nas profundezas dos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. A verbo, mania de reclamar «direitos», depois de publicados os de 1789, tinha a obrigação de atribuir aos nossos antepassados, em primeiro lugar, o merecimento de serem contemplados, com respeito e dignidade.
« Finórios actuais», mal aprendidos na instrução e na moral, completados (ou não) – por mérito próprio ou cumplicidade partidária em cursos universitários - agarram-se à liberdade de poderem denegrir os esforçados que eternizaram o Portugal dos séculos XIII ao XX. O terem atirado, porta fora, as Províncias Ultramarinas, acrescentando o anedótico pagamento de 6 milhões de contos, espoliados do erário público, sem licença oficial da Justiça e do Povo, colando o aviso de que para o ano seguinte, não havia mais dinheiro, ( e acabou por haver ) é uma triste realidade a pagar no «amanhã», que já pertence a este ano de 2007. A hora de pagamento chega depressa.
Portugal sabe, desde que se esforçou por consolidar a independência, pelos valores moral, financeiro e intelectual, consequentemente por experiência adquirida, no «direito de subsistir», que para repor autoridade e sanear os seus sectores de solos menos férteis, confiou e pôs em risco a sua sobrevivência, na bravura e portuguesismo dos seus navegadores na descoberta, por Gil Eanes, em 1434, do Cabo Bojador, para chegar à África e, depois à América, descoberta pelos portugueses, o habitante da nossa Ilha Terceira, João Vaz Corte Real, em 1472 e o alentejano nascido da Vila de Cuba, Salvador Fernandes Zarco, em 1492, propositadamente auto abafado pelo nome de Cristóvão Colombo.
A Índia, logo a seguir, em 1498, assistiu à primeira recepção oficial do Samorim, em Calcutá, com a Europa , personalizada por Vasco da Gama. Os países europeus, logo se apressaram a expandir o encontro de povos desconhecidos, até então e a desenvolver o comércio, veículo do conhecimento e progresso universais.
Portugal foi o iniciador e o finalizador desta junção aos outros quatro
continentes. Fê-lo solitário. Teve sempre, à ré das suas caravelas, a perseguição ao lucro do empreendimento, navegado à sua custa, ou mais claro, aos magros recursos dos seus habitantes. Sofreu toda a série de perfídias de nacionais de fraca visão dos entendimentos entre nações e do exacto esforço para uma sobrevivência firme na dignidade de ser independente. Os anos e os exemplos que a idade clareia nos efeitos positivos e negativos, não têm aberto a luz da verdade, aos espíritos voltados para idealismos de direcção fixa nos desejos recalcados, inamovíveis no subconsciente ansioso na decifração de promessas, impedimentos e privações. O Ser Humano, quer liberdade. Luta, arduamente por ela. Mas não a exerce. Tantas energias gastas na obsessão da justa causa, que se esquece das componentes que a devem acompanhar: - educação, instrução e perseverança. Por tão grande falência, deixa escapar o sucesso das suas louváveis intenções.
Excessivamente teimoso, pretende fazer-se crer, aceitante da razão e a
concórdia, da Lei e da Paz, da mistura de opiniões e consequentes exames prévios ou posteriores. O Homem expõe-se ser um velador de asas brancas, entre anjos pecadores. O Homem, perante si próprio, em chega a ser… inconveniente. Se mal existe…se mal existe… está nos semelhantes divergentes. Porque o concordante…concorda com o semelhante… que com ele concorde…
Tão verdade é isto, que para prova irrefutável, se formam «partidos», que se afirmam vazados em moldes únicos e libertos de contraditas, aos grupos pedintes de votos para assegurarem empregos do Estado, catapultas para projectar os amigos, circunscritos nos proveitos. Por isso, se diz que os extremos se tocam, provocando faísca.
Os imensuráveis benefícios que a mente ambiciona ao ser humano, terminam como começam. Nunca foi notada a presença de matéria realizável, porque só deambulou nas optimistas instalações neurónicas. O idealismo não cria, nem molda matéria…
Impossibilitado o encontro amigável da cobiça, com o produzido e consumível, interpõe-se a promessa. O sim e o não, repelem-se. A promessa, remetida ao «talvez», poupa tempo ao não fazer moças. Os extremos tocam-se, não há dúvida… O bem ideado…( um extremo ) fica-se pela conversa conspiradora inicial e termina (o outro extremo ), no discurso a projecto de solução, por aprendizes ou amadores administrativos. A incerteza prossegue adiante…
Há um misto de dúvida, crença, imbróglio ou desconfiança, no tratado da consciência europeia. Todos amigos?... O PIB, normalmente variável nos valores, passa a ser considerado imperturbável ano após ano, de cofre sempre aberto, franqueado a poupanças e esbanjamentos, a honestidades e defraudações, a subjugos imparáveis no idealismo partidário.
O pretendido «tratado da União Europeia», fará parte da promessa ao desejado «amor próprio» europeu? Não se vê selo de garantia na Paz…
Os povos de África, do Oriente, da América do Sul, rumam à Europa, em ânsia de segurança e emprego. A Europa, que sempre pediu trabalho aos restantes continentes, vai poder retribuir com a mesma galhardia e vantagens, os benefícios já recebidos?

Até próximo.

17 de dezembro de 2007

Nº 149 A TRADIÇÃO EUROPEIA…SENSÍVEL AO MITO… O PIB… VALOR CONTADO… OU PONTO DE MIRA

As Histórias da Europa, da Antiga, abrangendo os Povos do Oriente, dos Gregos e dos romanos, até 476, depois de Cristo; a Idade Média, terminada em 1453, com a conquista de Constantinopla, pelos Turcos; a Idade Moderna que alcança a Revolução Francesa em 1789 e a Idade Contemporânea, que se interrompe nos nossos dias, misturaram raros momentos a bendizer a Paz, a muitos mais a malquerer a guerra.
Em todos os tempos, a guerra nunca foi bem-vinda. Aplicar a força, só nos casos da caça, não corresponder à fome. Não somos nós, agora, no Século XXI. a empertigarmo-nos como altos pensadores de consciências limpas e filtradas, rodeados de armas mais eficientes das de pau, pedra ou arpão, como juízes acertados, defensores da humanidade, condenando os desmandos do passado, contabilizados nas eras antes e depois de Cristo. A morte, nunca
agradou ao pobre, ao rico, nem ao bruto saído da Floresta, sem noção de quem era o semelhante na valia como companheiro na sobrevivência.
O cortejo de acontecimentos, narrados no período Histórico, a partir de neófito e de entrado na civilização, o Homem e em particular o europeu, actuou, segundo o instinto de manter a vida, arrostando todas as contrariedades, até ao limite de expor o corpo para a perder. O motivo, foi sempre o mesmo. Garantia de sossegar o aparelho digestivo, na moagem da
produtividade bastar em qualidade e quantidade, o acto supremo do dia a dia.
Se bem que o Homem, ainda nem sonhasse que iria descobrir a escrita a acautelar quantidades, ele começara por juntar na gruta, debaixo de arbusto ou em cima de árvore, os excessos de alimento na ocasião, para os utilizar nas crispações das paredes do estômago dos dias seguintes. A esta modalidade de conservação do que lhe era mais valioso, poderemos, hoje, baptizar, forçando ou não o significado, de seguro do Produto Interno Bruto.
Esta nossa conjectura, com visos de acertada, não se opõe a contraditas normais, de épocas de velhice desconhecida, à espreita do progresso, firmado no desenvolvimento intelectual, separando a primeira forma do «mito», para explicar o fantástico esvoaçando nas nuvens do céu e a tomar consciência do admissível para chegar ao avisado, de compreensão moldada no siso prudente a circunstâncias inesperadas.
Por consequência da faculdade de discernir, se aceita a existência do PIB, anterior e depois da Pré História, no fenómeno luminoso que incendiou o entendimento. A imposição de viver, criou os sonhos alargados do ideal, de suplantar a realidade, malquerida de Rousseau.
Na meta volante de 1789, por influência dos enciclopedistas, intencionados a melhorar as comodidades de existência dos que se olhavam pouco bafejados pela sorte, foi implantada a ambição da igualdade e fraternidade generalizadas, do alimento à vestimenta, da moradia ao trabalho. Justeza nas regalias e nos direitos. Condescendência…ou menores obrigações nos
deveres e responsabilidades… Dúplice estratagema, para medir equiparações e dissipar animosidades.
Quebrou-se a balança. O idealismo, persistente e convicto, enviou-a à forja das emendas férreas em promessas e moldagens ao gosto do pensamento. A maquineta de pesos, em tão ilustre oficina, nas bolandas dos pareceres, contudo, permanece na prateleira dos objectivos a consertar.
Enquanto se aguarda a pesagem dos direitos, dos deveres, dos idealismos, da sensatez, das glórias e fatalidades acrescidas à guerra, continuemos nós, a rebuscar o que temos à mão, acessível ao que até hoje, está no nosso limitado jogo neurónio.
Sabemos, de certeza, que o nosso independente da idade, PIB – matéria – é o «ponto de mira», na manutenção da vida. E que, da «ideia», pode receber conselhos de moldagem e seguir o princípio de Lavoisier: - «Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma». Não há, por consequência, poder de aumentar moléculas a qualquer estado sólido do PIB, quando demarcado por prazo certo – um ano, nos nossos costumes. Solidifica-se, todavia, no valor do prazo final. Animais e plantas, na contabilidade dos gastos indispensáveis, averbam-se nos extremos, do primeiro ao 365º dias.
Os «enciclopedistas», entusiasmados com as mensagens escritas, não muito vezeiros com a matemática, admitiam, para toda a gente, o bem estar que possuíam, por seu modo de conselho, ligado ao pensamento. E espalharam vanglórias, aos resultados das lutas circunscritas à «massa cinzenta», Destas lutas, porém, a Natureza ficou fora das competições no aspecto quantitativo, embora não pudesse sair de dentro da qualidade.
A explosão de 1789, foi faiscada por carências em algumas regiões da França. Os espreitadores de atalaia, na «mira» de fáceis ascensões na escadaria do poder – valendo-se dos nomes prestigiosos dos enciclopedistas – amontoaram motivos para extravasar os instintos retraídos pela ordem.
O sangue francês correu, logo no princípio, sem benefícios ao País e só parou, na elevação e queda do Imperador. Polémicas nas chancelarias e batalhas a empapar os campos das nações possuidoras de alimentos enceleirados para utilização interna, foram acontecimentos resultantes do fracasso da ideologia francesa, estendida a todo o Mundo, entusiasmado às
coisas fáceis. Enquanto a mão de obra se entretinha a receber ordens de quem só tinha conhecimentos no cérebro e pouco entendia do impedimento de multiplicação do PIB, os terrenos franceses, sedentos de doar às populações o húmus do seu poder produtivo, permaneciam áridos e abandonados por administrações de aprendizes, levianos a dirigir propriedades não adquiridas com o suor do rosto ou legados no tabelião.
No íntimo de cada pessoa, se esconde o orgulho, ao receber por pobreza de rendimentos, mas reaparece atrevido e ofensivo, no momento da dispensa de favores. Em realidade, o donativo é ofensa a quem tem forças para se bastar a si e à Família. Se bem que o oportunismo, se inclua na alergia ao suor…
A Europa, presenteada com louvores internos e emigrações de povos e porque as trocas, compras e vendas foram cobrindo as despesas, conservou o mito do seu potencial produtivo resistir ao sustento de quem a optasse por visita ou permanência. As chinfrineiras, amiúde engalfinhando governos e exércitos, nas talhadas das fronteiras dos solos férteis e subsolos guardas de minerais lucrativos, foi, aos poucos desfazendo a ficção. Duelos, escaramuças, guerrilhas e guerras de todos os tamanhos, evidenciaram o desengano do facilitismo ainda hoje prevalecente.
Custa afirmá-lo, mas a Europa não possui o PIB, do seu ponto de mira, de valor suficiente, para doar a quem nela vive, as benesses apregoadas, com a melhor das intenções, pelos administradores responsáveis, filiados em partidos de saberes milagrosos. O mal vem de longe. Os revolucionários, provenientes das famílias dos tendenciosos a encaixar o volume
incomensurável e elástico do idealismo, na grandeza solidificada do PIB, têm tido a sorte de serem ouvidos em detrimento dos critérios sãos e precavidos.
Um «para quê», interrompe a tese. A resposta não demora, optimizando a parte interessada – o Povo.
O PIB, - realizado por matéria, isento da multiplicação sobrenatural – com ou sem verbosidade, não altera o valor. Se sucede aumentar pouco ou muito, nunca acompanha o número de cidadãos prontos a concorrer à saúde, à reforma e às restantes benfeitorias.
Entretanto a disparidade não pára de crescer. Os candidatos e os que chegam a ministros, prometem … mais e melhor. Para encobrir a fraqueza, - porque na verdade, não há para cumprir – rodeiam assuntos e saltitam o existente para dispersos objectivos. As promessas continuam… O que acontecerá, quando o Povo… o inchado de riquezas verbais, «inverdadeiras» e reconhecer que vai… com a pele do nascimento e tem de comer pão duro. sem conduto?...

Até próximo.

10 de dezembro de 2007

Nº 148 ATRACTIVOS DA REVOLUÇÃO FRANCESA… IMITAÇÕES AVULSAS… O PIB NO CENTRO…

O Senhor E. J. Hobsbawm, no seu livro IV do «Universos da História», no capítulo « A Era das Revoluções», a página 62, escreve:
1 - A Revolução de 1789, ocorreu no segundo país mais poderoso da Europa, ano em que em cada cinco europeus, um era francês.
2 - De todas as revoluções que a precederam e lhe sucederam, foi a única revolução social de massas, infinitamente mais radical do que qualquer sublevação que se lhe possa comparar. Não surpreende que os revolucionários americanos e os «jacobinos ingleses» que emigraram para a França, devido às suas simpatias políticas, fossem considerados moderados em França. …
3 - De todas as revoluções contemporâneas, a francesa, foi a
única revolução «ecuménica». Os seus exércitos marcharam para revolucionar o Mundo; as suas ideias conseguiram esse objectivo…

Tem-se afirmado e com razão, que ela foi « o primeiro grande movimento ideológico da Cristandade Ocidental com efeito real e quase simultâneo no mundo do Islão…….
As suas origens têm, portanto, de ir buscar-se, não só às condições gerais na Europa, como à situação especifica da França, O Senhor E.J. Hobsbawm, dixit. Nós já afirmamos, mais de uma vez, sem modéstia descabida, que não somos historiadores, nem por curso, nem por farfância volátil.
Como teimoso em não esquecer o aprendido, na leitura para aperfeiçoar o conhecimento, permitimo-nos transmitir nestas crónicas, a absorção dos factos que importam ao que foi real. Tudo ao dispor de quem pretender avançar em estudos que optem mais pela verdade que por idealismos improdutivos.

Retomemos a nossa narrativa.
O Senhor Hobsbawm, no ponto um, de 1789, informa ser a França de então, o segundo Pais mais poderoso da Europa. O «poder» de uma Nação, está no seu povo, no trabalho, no PIB e na ordem. O TERROR, quando surge, destina-se a «tapar os buracos» provocados pelos incitadores, assalariados ou pretendentes a lugares rendosos, mesmo que isolados. Pagaram com a vida, os que aterrorizaram a França e o Mundo.
No ponto dois, diz que a Revolução Francesa, foi a única destinada a questões «sociais de massa».
Os países sempre viveram a solucionar os problemas sociais. Parte da França, não aderiu à revolução.
No ponto três, vem a afirmação de 1789, ser o ano do ecumenismo revolucionário. E segue, com a invasão dos exércitos franceses a espalhar a «nova» aos restantes (horrorizados, dizemos nós) países. Em Portugal, por exemplo, Junot, Soult e Massena, não conseguiram conter a maldade desses «extra-ordinários» representantes da Revolução Francesa. Falhas contrárias às leis comuns, nos campos, nas Igrejas, nos conventos, nos museus, nas casas particulares, dos ouros e pratas de maior valor, levados nas mochilas e malas, nos «vapores» contratados pelo povo vítima. E quantos aldeãos portugueses, serviram de tiro ao alvo, ao defenderem os parcos haveres do seu suor e honradez?... Os exércitos franceses, invadiram. Mas não para ofertas de amores ideológicos. Foram obrigados a ir buscar o «pão» que faltava em França, na proporção dos que percebiam de agricultura iam perdendo a cabeça na máquina de matar, aperfeiçoada por Luís XVI. Quando se mata quem sabe de uma especialidade, indústria, agricultura, comércio, as
consequências nocivas são previsíveis pela coerência, exceptuando o revolucionário, geralmente insensível à razão. Napoleão, quando invadiu a Itália, foi buscar as colheitas do Povo trabalhador italiano.
O propósito de misturar religiões com revoltas, é panaceia às injustiças de ocasião e das malfeitorias levianas. Chamar o Cristianismo e o Islão, como guias das rebeliões e matanças de 1789, quando foram, barbaramente perseguidas, confirma a necessidade de arranjar desculpas à desumanidade de gente europeia, ser capaz de vandalismo para com o seu semelhante a viver na
mesma aldeia ou cidade, na mesma rua ou habitação.
A meio da Revolução de 1789, desaparecidas as poucas inteligências capazes de manterem, de pé, o prestígio nacional e soubessem reimprimir o comando e a dignidade, Napoleão fez-se ouvir para travar a irreflexão. De forma peremptória. Em 8-XII-1804, coroou-se a si próprio Imperador dos Franceses, se bem que dispensasse outrem para o fazer. Mostrava, assim, demarcar-se de outras mãos, nem as do Papa Pio VII, ali presente, nem da decadência
francesa. Os franceses, - surpresa da idealidade - repudiando o absolutismo, com ministros de várias áreas sociais, orgulharam-se do Imperialismo de um só homem.
Opina mais, o Senhor Hobsbawm, que para serem encontradas, as origens da Revolução Francesa, tem de se descer às condições gerais da Europa e à situação específica da França.
Sobre a Europa, cremos as condições serem semelhantes em 2007, a antes de 1789, com a diferença de hoje, a escrita e o verbo se exprimirem no plano horizontal da boa e da má educação. Indiferente. A educação, depois de séculos a aperfeiçoar, até abaixar o incorrecto para "debaixo do tapete", não fosse destemperar o convívio civilizável, deixou-se encurralar pelo igual+ismo e modificou usos e costumes.
No aspecto de riqueza, a ciência e a técnica, têm contribuído para a facilitação no trabalho, aumento de empregos, movimentação fiduciária, rapidez nos transportes, telegrafia com e sem fios, telefone e televisão, maior aproximação individual e colectiva, alargamento da instrução, mais e melhores habitações construídas, pontes, estradas e carreiras aéreas, progressos no saneamento básico, mais comodidades nos lares e locais de trabalho, lazeres melhor preenchidos e …livre trânsito do futebol… da Inglaterra para todo o Mundo seguir com entusiasmo a bola tocada pelos pés mais habilidosos. Não esquecer o aperfeiçoamento das máquinas de calcular,
a preterir a memória consciente, na aprendizagem da tabuada, mas que uma troca de tecla mantém o ditado latino «Errare humanum est». como facto inevitável. Neste apanhado da posição europeia no progresso da humanidade, nenhum ISMO, provou estar presente em qualquer degrau da civilização e nos efeitos bem vindos da junção do espírito inventivo, com o trabalho, o esforço, e a abnegação.

De 1789 a 2007, muitos êxitos e fatalidades aconteceram. As Guerras de maior poder destruidor, vieram parar ao Século XX, mas no Mundo, a sanha de mal fazer, cresce na forma incontrolável de «guerrinhas localizadas» que, na soma e na desgraça, vão desmascarando o «pacifismo» altifalante das «lições» preparadas na Revolução Francesa. Exagero?... Talvez…Deus nos perdoe.
A Europa, na sua ascensão civilizacional, tem exemplificado, em ondas de chinfrins, de aparência acidentais, a dureza do esforço humano, para equilibrar o PIB, à exigência do consumo. O solo –o elemento chave do sucesso alimentar – não é uniforme, nem, na totalidade admite média que a
todos os habitantes, possa oferecer colheitas suficientes para satisfazer mercados e preferências, no tratado de compensações. A trilogia, «Liberdade, Igualdade, Fraternidade», idealisticamente, «Super Estrela» do bem estar social, tomba para dúvidas mantidas até aos nossos dias.
Desde então, tem prevalecido o pensamento, que o PIB, - matéria - acompanha os repentes e caprichos da ideia – volátil e etérea. A ciência afirma ser tudo o que existe, composto de 92 elementos, juntando-se de miríades de compostos, resultando água, pedra, animais, vegetais, minerais.
Assim se conclui desculpável às competências administradoras dos bens terrenos, terem as mesmas condições de vivência feliz, as populações de 10, 20, 50 ou 100 milhões de habitantes. Uma distorção, que demora a ser banida.

Caro Leitor, mais uma vez, desculpe.
Até próximo!