Nº 54 CHUTOS ... E LÓGICA
Acontece. Em passeio ameno, ou na azáfama do trabalho, amiúde, os pés tocam, à revelia do acaso, um objecto diferente, como a querer impedir a passada que o hábito não prevê, a merecer a tentação de o desviar para longe da via pública, com valente biqueirada, a mostrar a destreza dos verdes anos. E, lá se levanta a perna para um simples exercício de ginástica e, zás, quem bate é a parte inferior mais adiantada, se calçada pode rebentar a bota ou sapato, se descalça, sangram as unhas que virão a ser substituídas, com tratamentos demorados e doridos . O embrulho de aparência sossegada e amortecida, escondia pedra rija e já fazia parte do pavimento.
No vulgar da existência, por entre atropelos, ajustamentos, indecisões e riscos, também surgem pretextos à tentação de disfarçar actos correctos, utilizando os pés, em vez das conveniências sociais e a urbanidade acostumada. Se a cabeça destrava, ou não domina as acções, os membros superiores e inferiores resolvem rápido, utilizando gestos fora das regras ponderadas.
O polimento dos hábitos sociáveis, se atrasado em produzir efeito prático, no convívio dos problemas que a Família todos os dias enfrenta,- pois é nesse meio, que se começa a entender as dificuldades na experiência- à saída para a labuta do sustento , a idealística do facilitado, ou «pronto na mesa e na fatiota», recebe as baforadas dos amigos ou agrupamentos, a divulgar doutrinas contraditas ao sentimento doméstico, ao exemplo do passado e à ocupação no presente. Retorcedura a atrofiar as inteligências, passando a contrapor juízos, a levar à cedência, à nega a promessas, e a acreditar na doutrina do trabalho não ser a « esfera social» para obter salário, ou fundo de maneio familiar.
A firmeza nas responsabilidades - seja lógico convencer – esvai-se no associativismo de mentes enfermiças, autocratas prepotentes. Instala-se à grande, com uma imitação de espada da magistratura bem afiada, para cortar a bel – prazer, antes que apareça a da justiça.
As noções de respeito à sociedade no seu todo, à lei protectora em vigor e ao semelhante nos direitos que se distribuem por igual, sem queixumes ou louvores, caem no olvido, por não interessar ao ideológico .
O que se nos assemelha - o próximo - contudo, não é só o amigo de ideais paralelos. Abrange os desconhecidos, que se protegem sob as mesmas causas: - bandeira, costumes e leis. Para abarcar este desiderato, contudo, têm de se encontrar aperfeiçoadas ou em melhoramento adiantado, as faculdades físicas, intelectuais e morais. E tendência incansável, no saber o exacto e diferençar a inverdade.
À criatura humana, desde o nascimento, é atribuída uma classificação, por escala de anos. Principia na de menino bebé, até serem retiradas a fralda e a chupeta, seguindo-se a de menino criança, que ultrapassa a entrada na escola de instrução primária. Na fase alargada de «menino», o crescimento adere ao instinto no sentido biológico, adaptando-se à harmonia das funções. O sentido social e moral, desponta no período sem data, ao findar a criança rebelde ou imitadora e passar ao entendimento da coexistência do lucrativo agradável e do obrigatório contrafeito, por mor da educação e da instrução. Estas últimas, fazem muitos desbastes na rudeza natural, mas, por outro lado, descerram ao cérebro, as delícias da percepção, da réplica, da sagacidade, do cumular saber.
A saída da primária e engrenagem na profissão, ou entrada e percurso no Liceu, engloba esse esforço admirável da transição para a juventude sadia e passagem a adulto evoluído. Os bilhetes de identidade, indicam « brio independente» e a Lei, confere liberdade de assinar compromissos.
Nem todos os possuidores, todavia, desse «título oficial», indispensável nas presenças de assinaturas responsáveis, na idade estipulada, alcançam a profundidade de medir os resultados de cada acto e as consequências de galardão ou ferimento, para com os que têm direitos iguais aos seus. As fases de menino bebé, menino criança, prosseguindo na mocidade ou juventude, deixam vestígios, que emperram durante o currículo do que virá a ser adulto.
A maturidade, neste atribulado trilho, com escolhos das réstias infantis, sofre demasiadas lutas emocionais, que se manifestam desde o berço e quando chega ao B.I. ( bilhete de identidade), não mostra privilégio magnânimo, semeado às mãos cheias. Os temperamentos inconstantes – e, de relance, são mais do que os contáveis - pouca atenção prestam à experiência, essa mais valia dos anos. O B.I. dá direitos, até a boa colheita de benesses, mas não preenche extravagâncias da criancice, que se não despegam do lado fácil de obter ganhos líquidos, sem despesa ou dificuldade.
A idealística e o termo da responsabilidade, aparentam ter tratos comuns e amistosos. Não só dão a entender pleno acordo, como se supõem a dar vigor ao progresso razoado na balança dos ideados, dos bens reais e dos amovíveis, colocando o «fiel» no equilíbrio do trabalho empenhado.
Para tal acontecer, venha a Natureza decidir. A alma humana teria de avançar em paralelo com as determinações da Lei. Os anos que dão direito à liberdade de acção, deveriam condizer com a fasquia do modo de pensar, acareando, em igualdade com a inconstância.
Não há, porém, instrumento que avalie a volubilidade do pensamento, seu peso de comparação, ou tamanho métrico e a pacata sisudez dos preceitos legais. A regra graduada é irrealizável aos dois juntos. A legislação é lenta, embaraçosa e restringente; ao passo que a ideia é instantânea, extravasa até ao ilimitado. Este desacerto, que se entretém a vida inteira a desfazer concórdia, separando e unindo, sem vínculo correlativo, descontrola a relação da vontade, perante o legal e o digno. Natureza e mente civilizada, ou em vias disso, em confronto. O ajuste, ou conserto, suspende-se no mito errante do desejo, de vigia à possibilidade.
Razoável e compreensível. O cordão umbilical, bombeia o alimento ao sucessor da espécie, líquido onde a «voz do sangue», se vai infiltrando de mistura com as características essenciais, incluindo os ensinamentos que os anos amontoam, acrescentando ao instinto, a sobrevivência protegida por remendos, adequadamente brunidos. . A sucessão de gerações, tende para acalmar impulsos e extremos, mas ainda não conseguiu o encaixe de nenhum deles nas normas da educação. E da lealdade...
Pronto, por hoje. O nosso paciente leitor, talvez se pergunte porquê esta crónica, quase « ao Deus dará». Como sempre, tem motivo do remoque. Com toda a franqueza que nos liga, temos de confessar o nosso embaraço, em descobrir o real motivo de tanto arrazoado, para pequenos acrescentos.
A próxima crónica fará o possível, para explicar, sem acrimónia nem aleive. Se tiver espaço...
No vulgar da existência, por entre atropelos, ajustamentos, indecisões e riscos, também surgem pretextos à tentação de disfarçar actos correctos, utilizando os pés, em vez das conveniências sociais e a urbanidade acostumada. Se a cabeça destrava, ou não domina as acções, os membros superiores e inferiores resolvem rápido, utilizando gestos fora das regras ponderadas.
O polimento dos hábitos sociáveis, se atrasado em produzir efeito prático, no convívio dos problemas que a Família todos os dias enfrenta,- pois é nesse meio, que se começa a entender as dificuldades na experiência- à saída para a labuta do sustento , a idealística do facilitado, ou «pronto na mesa e na fatiota», recebe as baforadas dos amigos ou agrupamentos, a divulgar doutrinas contraditas ao sentimento doméstico, ao exemplo do passado e à ocupação no presente. Retorcedura a atrofiar as inteligências, passando a contrapor juízos, a levar à cedência, à nega a promessas, e a acreditar na doutrina do trabalho não ser a « esfera social» para obter salário, ou fundo de maneio familiar.
A firmeza nas responsabilidades - seja lógico convencer – esvai-se no associativismo de mentes enfermiças, autocratas prepotentes. Instala-se à grande, com uma imitação de espada da magistratura bem afiada, para cortar a bel – prazer, antes que apareça a da justiça.
As noções de respeito à sociedade no seu todo, à lei protectora em vigor e ao semelhante nos direitos que se distribuem por igual, sem queixumes ou louvores, caem no olvido, por não interessar ao ideológico .
O que se nos assemelha - o próximo - contudo, não é só o amigo de ideais paralelos. Abrange os desconhecidos, que se protegem sob as mesmas causas: - bandeira, costumes e leis. Para abarcar este desiderato, contudo, têm de se encontrar aperfeiçoadas ou em melhoramento adiantado, as faculdades físicas, intelectuais e morais. E tendência incansável, no saber o exacto e diferençar a inverdade.
À criatura humana, desde o nascimento, é atribuída uma classificação, por escala de anos. Principia na de menino bebé, até serem retiradas a fralda e a chupeta, seguindo-se a de menino criança, que ultrapassa a entrada na escola de instrução primária. Na fase alargada de «menino», o crescimento adere ao instinto no sentido biológico, adaptando-se à harmonia das funções. O sentido social e moral, desponta no período sem data, ao findar a criança rebelde ou imitadora e passar ao entendimento da coexistência do lucrativo agradável e do obrigatório contrafeito, por mor da educação e da instrução. Estas últimas, fazem muitos desbastes na rudeza natural, mas, por outro lado, descerram ao cérebro, as delícias da percepção, da réplica, da sagacidade, do cumular saber.
A saída da primária e engrenagem na profissão, ou entrada e percurso no Liceu, engloba esse esforço admirável da transição para a juventude sadia e passagem a adulto evoluído. Os bilhetes de identidade, indicam « brio independente» e a Lei, confere liberdade de assinar compromissos.
Nem todos os possuidores, todavia, desse «título oficial», indispensável nas presenças de assinaturas responsáveis, na idade estipulada, alcançam a profundidade de medir os resultados de cada acto e as consequências de galardão ou ferimento, para com os que têm direitos iguais aos seus. As fases de menino bebé, menino criança, prosseguindo na mocidade ou juventude, deixam vestígios, que emperram durante o currículo do que virá a ser adulto.
A maturidade, neste atribulado trilho, com escolhos das réstias infantis, sofre demasiadas lutas emocionais, que se manifestam desde o berço e quando chega ao B.I. ( bilhete de identidade), não mostra privilégio magnânimo, semeado às mãos cheias. Os temperamentos inconstantes – e, de relance, são mais do que os contáveis - pouca atenção prestam à experiência, essa mais valia dos anos. O B.I. dá direitos, até a boa colheita de benesses, mas não preenche extravagâncias da criancice, que se não despegam do lado fácil de obter ganhos líquidos, sem despesa ou dificuldade.
A idealística e o termo da responsabilidade, aparentam ter tratos comuns e amistosos. Não só dão a entender pleno acordo, como se supõem a dar vigor ao progresso razoado na balança dos ideados, dos bens reais e dos amovíveis, colocando o «fiel» no equilíbrio do trabalho empenhado.
Para tal acontecer, venha a Natureza decidir. A alma humana teria de avançar em paralelo com as determinações da Lei. Os anos que dão direito à liberdade de acção, deveriam condizer com a fasquia do modo de pensar, acareando, em igualdade com a inconstância.
Não há, porém, instrumento que avalie a volubilidade do pensamento, seu peso de comparação, ou tamanho métrico e a pacata sisudez dos preceitos legais. A regra graduada é irrealizável aos dois juntos. A legislação é lenta, embaraçosa e restringente; ao passo que a ideia é instantânea, extravasa até ao ilimitado. Este desacerto, que se entretém a vida inteira a desfazer concórdia, separando e unindo, sem vínculo correlativo, descontrola a relação da vontade, perante o legal e o digno. Natureza e mente civilizada, ou em vias disso, em confronto. O ajuste, ou conserto, suspende-se no mito errante do desejo, de vigia à possibilidade.
Razoável e compreensível. O cordão umbilical, bombeia o alimento ao sucessor da espécie, líquido onde a «voz do sangue», se vai infiltrando de mistura com as características essenciais, incluindo os ensinamentos que os anos amontoam, acrescentando ao instinto, a sobrevivência protegida por remendos, adequadamente brunidos. . A sucessão de gerações, tende para acalmar impulsos e extremos, mas ainda não conseguiu o encaixe de nenhum deles nas normas da educação. E da lealdade...
Pronto, por hoje. O nosso paciente leitor, talvez se pergunte porquê esta crónica, quase « ao Deus dará». Como sempre, tem motivo do remoque. Com toda a franqueza que nos liga, temos de confessar o nosso embaraço, em descobrir o real motivo de tanto arrazoado, para pequenos acrescentos.
A próxima crónica fará o possível, para explicar, sem acrimónia nem aleive. Se tiver espaço...



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