América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

A minha foto
Nome:
Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

19 de abril de 2010

Nº231 BOM SENSO ESTANCA A GABAROLICE DAS PROMESSAS? A REVOLUÇÃO ATINGIU COMPENSAÇÕES AO GERMEN IDEALISTA?

Pois é… Caro Leitor,
o aviso, por mais de uma vez mencionado nestas crónicas, da urgência da chamada do bom senso aos ambientes sociais e políticos, para, ao menos, retardar a «enfiada» de leis, engalfinhadas em discussões, sem dar tempo de as reflectir.
A competência economista, previne graves dificuldades ao Portugal dos encarquilhados 10 milhões de habitantes, na retoma de tranquilidade da moderação das despesas, nos próximos anos. Quanto a nós, limitamo-nos a ouvir e ler, opiniões, as mais afins aos malabarismos «repartidos em partidos», a justificar os palpites revolucionários de uma data, que teve a sua áurea na cor vermelha dos cravos. No meu tempo, era a flor usada na lapela dos casacos, pelos rapazes, na idade da olfacção ao «belo sexo». Também o usámos. A «moda» altera-se no inconstante amadurecimento humano, mas não extingue o instinto da conservação da espécie.
O ano de 1974, atraído aos preconceitos desgarrados das verduras tenras da mocidade, serviu de ramalhete a grupo de rapazes, para lhes serem aumentados os ganhos no fim do mês. Não recusados, aos CAPITÃES, os SALÁRIOS melhorados, mas sujeitos a adiamento. A interferência da loquacidade política por profissionais adestrados, à coca de oportunidades, apressaram a revolta de 25 de Abril. Quase transformada em «guerra civil» por ser uma imitação turbulenta e despropositada do 28 de Maio de 1926, então a por termo a período de descalabro terrorista e administrativo.
Alvoreceu, contudo, graças à falácia de mestres politizados, como iniciativa altruísta de liberdade de fusão do «bem e do mal», para chegar à calda do requinte da beleza, da bondade e da excelência…
Mas o tempo, o malvado tempo…, tem vindo a decompor-lhe hipotéticas qualidades, ao abrir o livro da experiência. Os resíduos de promessas a rodos, só têm obtido resultados à beira da falência vergonhosa, do Portugal de tradições honrosas. Assiste-se ao esmigalho de falhadas ideologias milagrosas e, sobretudo, ao descrédito dos pseudoprofectas e pseudossapientes, apologistas da mutilação das Províncias Ultramarinas, ainda não preparadas para atingir a independência.
Os cravos vermelhos, enfeitaram os desenhados cenários de propaganda, mas, curto, à escâncara, caiu a máscara da intenção e nas ruas, desfilaram as mais infantis e abusadoras liberdades de expressão… e… ameaças da paz interna… A proposta do senhor Marx, a «luta de classes». Na Avenida da Liberdade, gritos roucos e alcoolizados, ecoaram, destacando-se: - abaixo a disciplina militar… em 06-10-1975… Promessas de Paz, a fomentar «guerra» … A técnica de Lenine a enganar o Povo Sacrificado…
Por pouco, não surgiu o caos…
Socorreu o «Cofre do Estado», conter, centavo a centavo, o que o Povo ali tinha depositado, de preparo para medidas, devidamente pensadas, empurrarem a evolução a que tinha direito pelos sacrifícios até então concretizados.
Assim teria sido…. Mas a influência do deposto «ANTIGO REGIME», permaneceu, enraizado por verdadeiras medidas económicas, dinheiro em «caixa» e 800 toneladas de ouro de reserva, persistiu durante anos. Evitou a carnificina de «Guerra Civil», provocada pelo substituto ACTUAL.
Do ULTRAMAR, para onde tinham procurado melhorar as suas vidas familiares, «RECRESSARAM, precipitadamente, a Portugal mais de 800.000 imigrados, segundo o livro HISTÓRIA – 12º ANO DE ESCOLARIDADE, de Rosário Lobato de Faria e Olinda Dagge – página 172.
O Dr. Mário Soares, em entrevista a uma jornalista, meses atrás, e em 2008 ou 2009, a contar as suas aventuras para a posteridade, referiu o regresso dos RETORNADOS, lhes tinha sido favorável, visto terem recebido compensações suficientes, na retoma de postos de trabalho.
Com tais afirmações dadas, por estes beneficiados do reviralho, fácil de deduzir ter sido «dinheiro ou CAPITAL existente», que RESOLVEU, A BEM, o emprego de MAIS DE 800.000 retornados. As inverdades, têm prazos desatilados…
No último mês de 2009, o «COFRE NACIONAL, está LIMPO e os responsáveis pela LIMPEZA, há anos consecutivos a prometerem garantias de estabilidade social, perfilam-se a pedir mais empréstimos, a engrossar a dívida pública, na explicação fortuita de MAIS DE 600.000 desempregados, inevitavelmente a aumentar.
O nosso Diário dos Açores de 7 de Dezembro, já refere, a conjectura de um GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL…
A penúria, ao levantar a saia da pudicícia, antevê o interrogatório ao Coronel Vasco Lourenço, onde mora o heroísmo do 25 de Abril, por ele imaginado, na entrevista de fins de Novembro princípios de Dezembro, de 2009, na Televisão, quando a realidade desvenda o «aperto» do País, perante a agressividade da falência, nos planos NACIONAL e INTERNACIONAL. Podendo acrescentar-se, o desvio da verdade, do motivo dessa revolta. Não foi a intenção política (agora a dar mais jeito à desculpa ou… perdão), mas o pedido dos Capitães, de aumento do ordenado. Isso foi publicado nos jornais de 197? (antes de 25 de Abril), inclusive nos da nossa praça. Não é segredo de ninguém… nem permite esconder por artes mágicas hábeis e subtis.
Os Capitães apresentaram as suas razões ao Ministro da Defesa, se não nos falha a memória, o General Viana Rebelo e ao General Costa Gomes, como Chefe do Estado Maior, a incumbência de influenciar o deferimento ao pedido. Desde então, o rumo da revolução ficou determinado. O admissível indeferimento, resultaria na revolta premeditada.
O ofício, escrito e assinado pelo almirante Rosa Coutinho, em 22 de Dezembro de 1974 quando se deslocou a Angola, como representante do movimento sedicioso de 1974, é um documento «oficial», com «assinatura reconhecida» chegado ao nosso conhecimento, elucidativo da rebeldia dos cravos. Publicado na íntegra, nas nossas crónicas nºs. 57 e 172.
Apresenta-se e ao amigo A. Cunhal, como orientadores confessos, dos rapazes envolvidos no empreendimento, assaz perigoso, no afrontamento com a Polícia Internacional de Defesa do Estado, conhecida sigla PIDE. Os mais eminentes responsáveis da pressa na descolonização, alinham na mesma amizade apátrida. E estão incluídos na transcrição,
No livro «4 ISMOS», de WILLIAM EBENSTEIN, podem-se tirar «conselhos» de Lenine. A pág. 42: Definição de «revolucionários profissionais… A Pág. 43: … Aconselhava, especialmente os revolucionários profissionais, a infiltrarem-se e formar células em todos os corpos existentes na sociedade, sociais, políticos, educacionais e económicos, fossem eles escolas, igrejas, sindicatos ou partidos políticos. … acima de tudo a infiltração das forças armadas, da polícia e do governo… que … se deviam dedicar a actividades ilegais, mesmo onde são permitidos os partidos comunistas…… as oportunidades legais deviam ser aproveitadas ao máximo, mas aconselhava, especialmente os militantes comunistas a trabalhar através de ORGANIZAÇÕES DE FACHADA, mudando constantemente de nomes e de funcionários dos grupos, tendo sempre em vista o objectivo final: apoderarem-se do poder por meio de revolução armada …… o núcleo secreto dos revolucionários profissionais, é responsável, em particular, pelo recrutamento e treinamento de espiões, sabotadores, e agentes para todas as outras actividades, destinadas a colher informações, tanto dentro do próprio país como no estrangeiro. A Pág. 44 : Declarações feitas por ex-comunistas é evidente que uma das primeiras coisas, que um recruta dos círculos mais secretos dos líderes comunistas tem que fazer, é cortar todas as conexões com o partido comunista conhecido do público ou organizações de fachada, deixar de ler as publicações do partido e levar a vida de um burguês íntegro e responsável. Há pontes entre os partidos comunistas legais e os líderes de espiões, e agentes dos revolucionários profissionais, uma vez que a necessidade obriga muitas vezes a escolher esses agentes entre os filiados no partido; o ideal, no entanto, é conservar separados os dois tipos de organização. Portanto, os que aparecem como direcção pública de qualquer partido comunista são apenas os testas de ferro dos patrões reais, homens que são desconhecidos do público e até dos líderes comunistas declarados e que estão em comunicação directa com Moscovo
Tornar ilegal o partido comunista não é portanto a solução do problema de como lidar com os comunistas; o núcleo da chefia e actividade comunista é sempre secreto, mesmo quando a lei permite que o partido comunista opere às claras… há sempre uns elos de ligação entre o partido legal e o núcleo secreto dos revolucionários profissionais.
Terminamos, aqui, a CÓPIA de frases importantes do livro do Professor Ebnestein. Mas tem muitas mais para dar voltas às conjecturas.
E ficamos a pensar, maduramente: - 1) – SE o Coronel Vasco Lourenço, esclarece terem os revoltosos do 25 de Abril, como única finalidade, depor o antigo «regime», o pedido de aumento de ordenado, foi simples procura de justificação, pois sabiam, de antemão, serem os aumentos salariais, obrigados a estudo prévio de toda uma corporação. 2) – SE a solicitação do aumento do ordenado pelos capitães, é que induziu à luta insurrecta, a carta, redigida e assinada, do almirante Rosa Coutinho, do Gabinete do Governo Geral de Angola, ao Camarada Agostinho Neto, tira dúvidas, quanto ao Comando, da partida e da chegada, sob a ÉGIDE do glorioso PC da URSS, estender o comunismo de Tânger ao Cabo e de Lisboa a Washington, contrariando os nossos acordos secretos de Praga, que o camarada Cunhal assinou em nome do PCP. 3) – SE …
Há mais SES, mas não cabem na crónica.

12 de abril de 2010

Nº 232 O SECRETISMO É CASO SÉRIO … ROSTO ENCOBERTO…ACUSA MIRA DE CAÇA, CAÇADOR, OU ALVO DESCONFIADO…

O acto humano, tem relação imediata com a espreita lucrativa, a igual distância da justiça de bom conceito, como da pouca sorte mal estimada. Nasce do desejo de não ceder ao tempo, por força própria de conseguir alimento ao pedido do aparelho digestivo, fiança e garantia da vida e do ânimo de impedir o recuo da civilização.
O Humano defende a sobrevivência, a qualquer contrapartida, desde que pense vencer a luta interminável do modo de continuar a existir. De todos os meios se serve…
Da cara descoberta, leal e franca, em oposição ao ultraje injusto, desce ao refúgio escuro, desconfiado e oculto, até à ferida inoportuna, infiel e repreensiva.
Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade, só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA, para aterrorizarem por todos os meios, os brancos, matando, pilhando, incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis, sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos, para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à Terra esses cães exploradores brancos, que só o terror os fará fugir. O FNLA e a UNITA deixarão, assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e de sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reestruturação daquela.
Saudações revolucionárias - A Vitória é certa - Termina com a assinatura. Rosa Coutinho.
A transcrição deste confessado co-orientador da revolução dos cravos,
~ afastados os «capitães para simples receptores de ordens - descobrindo a vermelhidão por fora, da que se encontrava dentro dos propósitos, não pressupõe índole pacífica da razão, em toda a sequência dos factos desenrolados nestes últimos 35 anos.
Ou se desvendam desilusões à reacção e à sensibilidade do que de melhor ao humano foi entregue – o pensamento? Vislumbram-se, no presente, altivas esperanças de uma equivalência mais confiável, dos Povos no Planeta Terra?
Não se encontra resposta fácil. Em particular, porque o ódio aconselhado pelo pretendido «profeta» K. Marx, ao incutir a luta de classes, pode ser motivo de «fogo-de-artifício», quanto mais nela se falar, dando luz verdadeira, mesmo que instantânea e logo apagada por desproporção e falta de consistência da matéria inflamável. Porque, afinal, foi o que mais se fez sentir na cabeça das pessoas. É o aproveitamento, em pleno, de armas de fogo, desde as caseiras às sofisticadas…
A Natureza é mais previdente do que o «humano», em tudo o que se refere aos seres vivos. A inteligência tem falhas para com as plantas, na botânica, nos animais, na zoologia e quando desenterra a mineralogia, classifica-a ao critério de trocas e vendas. Circula… quem havia de prever…o CAPITAL, execrando no idealismo, proposto mentor da Paz…
Mas é do imperfeito, donde partem os canais por onde corre célere, o «apetite», ao melhorado e se separa o «secretismo» acéfalo, tímido dos perigos reais e aparentes. Ao de cima, flutua a verdade, mesmo que o engano tussa engasgado,
Nestas crónicas, expostas a clarificar dúvidas de afirmações públicas, desfalcadas de respeito ao cidadão comum, desviando-o à escorrega, brinquedo de criança, da seriedade, em que se devem enquadrar os dados da experiência.
O transcrito na crónica anterior – nº 231 – do livro 4 ISMOS, do Professor W. Ebenstein, dos conselhos de Lenine, absorve-nos o carregamento de hipóteses, que nos atemorizam o futuro. A quase omissão de frontalidade, - a prevalência do segredo sub-reptício - mais parece uma estratégia «de quem se encontra fora da lei do que de gente, para a gente semelhante...A civilização, foi o ponto convergente do humano educado e instruído com o «leal conselheiro». Afastada a lealdade… o que resta? Não será a desconfiança?
Lenine, foi ou é útil ao conceito da amizade? … De concretizar Paz, partindo de «luras» de coelhos, resguardos dos imaginários triunfos da legalidade, fabricada em tertúlias especializadas e à lareira do desconfiado de riqueza, chovida» em tempo de seca?
O que a História nos aponta, toma como alvo o Século XX, servil experimentador do Século XIX. A doutrina do secretismo, permaneceu «sã e salva», mau grado os reprovados efeitos que desfearam os tempos seguintes, até ao XXI, que não prevê bonança. Ei-lo aí, no ofício do senhor Rosa Coutinho. Reunião «secreta», ordens «secretas», acordos – ACORDOS- de amputação do País, desligamento a favor de outra nação, de senhores mais duros que os nossos …tudo secreto…
Exteriorização de «rapaz», na brincadeira inofensiva com os companheiros de folguedo. O senhor Rosa Coutinho, brincou…com o Povo Português… que lhe pagou os estudos e a profissão.
Mussolini e a seguir Hitler, também seguiram as pesadas do segredo, ao assistirem ao tormento dos seus povos. A demora não foi muita…depressa levantaram o orgulho das suas nacionalidades.
O senhor Rosa Coutinho, de índole facciosa, não queria «brio» do trabalhador português. Teimou e conseguiu matar muitos portugueses. Não permita Deus, que tenha sentenciado, em uníssono com o camarada, a independência de Portugal…
O momento actual… interroga…
Até próximo.