Nº 110 O MELHOR… OS PORQUÊS SUBESTIMADOS… - Continuação (IV)
Esta é a nossa quarta crónica consecutiva, a descrever a entrada e os passos dados na política, do Dr. António de Oliveira Salazar.
Sendo figura de destaque na História de Portugal e Mundial, é da nacional, que temos retirado os acontecimentos que o fizeram distinguir e reentregá-los aos nossos leitores, para que possam ajuizar se ele merece continuar nas páginas que ocupa, como símbolo de nacionalista íntegro e administrador com a mão na consciência, ou se perdeu as qualidades reconhecidas pelos contemporâneos que viveram e sofreram as vicissitudes políticas, internas e externas, dos anos de 1910 a 1930. E já antes.
Os Homens, no seu conjunto, têm a qualidade congénita dos ascendentes, de pouco mudarem em relação aos tempos, o que faz retirar trabalho para concluir que as mentes pouco se alteram, face às crenças abicadas no presente, esquecidas das amofinações do passado.
Continuemos a tirar proveito, do que narra a História de Portugal, do Dr. Damião Peres. Façamos mais alguns registos de afirmações do Dr. Salazar, em 1930: Na nossa ordem política, a primeira realidade é a existência independente da Nação Portuguesa, com o direito de possuir fora do continente europeu, acrescendo à sua herança peninsular, por um imperativo categórico da História, pela sua acção ultramarina em descobertas e conquistas e pela conjugação e harmonia dos esforços civilizadores, o património marítimo, territorial, político e espiritual, abrangido na esfera do seu domínio ou influência. Desta forte realidade, e desta primeira afirmação, outras derivam imediatamente: a primeira é que estão subordinadas aos supremos objectivos da Nação, com seus interesses próprios, todas as pessoas singulares e colectivas que são elementos constitutivos do seu organismo: em contraposição e garantia da eficácia superior deste sacrifício afirma-se também que a Nação não se confunde com um partido, um partido não se identifica com o Estado, o Estado, não é na vida internacional um súbdito, mas um colaborador associado.
Mais acrescentava o Dr. Salazar, para unir o povo português:
A União Nacional não pode abandonar o campo meramente nacional e patriótico para se imbuir do espírito de partido, porque seria criminoso e, além de criminoso, ridículo, acrescentar aos que existem o partido… dos que não querem partido. Não! Convidados pelo Governo a apoiar a Ditadura, para que esta acabe de lançar as grandes bases de reorganização nacional e prepare o futuro exercício normal dos Poderes do Estado, os portugueses que se aprestem a oferecer o seu concurso sabem que cumprem um dever, mas não adquirem um direito.
Transcrevemos os princípios do Dr. Salazar. Ao leitor paciente, confiamos a interpretação de transparência desses propósitos, baseados no interesse directo da Pátria, extensivo ao respeito ao português valente no ânimo e pródigo nos sacrifícios monetários e humanos, para dar «novas luzes ao mundo». Trair estes princípios, nunca foi norma do Dr. Salazar. Até porque o Mundo, tem dívida nunca paga, de hoje ser o que é, sem os «Descobrimentos Portugueses».
E, nessa ocasião, portugueses assalariados, para ganhar «uns cobres», organizavam distúrbios e armavam revoluções para transformar Portugal em «satélite» da União Soviética, então o «Sol» para muitos deles.
Caro leitor: - Permitamo-nos breves comentários a estes nossos escritos. Em anteriores crónicas, temo-nos referido, benevolentemente ao Dr. Salazar, por palavras nossas. Já nesta crónica e em outras que tratemos do mesmo critério administrativo, optamos por transcrições de pareceres de entidades conhecedoras ou, pelo menos que transmitiram pareceres mais próximas do período de 1926 a 1974.
Para condescender às opiniões do Dr. Salazar, retrocedamos no tempo, aproveitando o que consta na História de Portugal, do Professor Caetano Beirão, de 1940, baseada, segundo o Prefácio do autor, em Alfredo Pimenta, João Ameal, Fortunato de Almeida, Luz Soriano, Alexandre Herculano, Rebelo da Silva e outras mais. Vamos, pois, transcrever alguns períodos:
A pág. 135, lê-se, a referenciar o pós 2 de Fevereiro de 1908- o regicídio:
O trágico acontecimento põe o dilema perante a nação: ou governar com a maior energia ou abdicar perante os criminosos. O Paço e os políticos, optam pela segunda solução. …..Assiste-se ao espectáculo vergonhoso duma manifestação à campa dos regicidas.
…….Nos partidos monárquicos, ninguém se entende e a maré alta do republicanismo avança…….. Sucedem-se os Ministérios que não conseguem governar. O parlamento é um soalheiro de disputas. Apenas a figura do Rei sobressai da barafunda, imácula……..
A pág. 140, descreve o «depois» 5 de Outubro de 1910:
A Assembleia Constituinte, elabora e aprova a Constituição de 1911, moldada no figurino mais radical. É eleito Presidente da República Manuel de Arriaga e forma-se o Primeiro Ministério constitucional, chefiado por João Chagas. A proclamação do novo regime, o seu ateísmo perseguidor e a truculência dos seus processos, trazem muita desilusão……….. Segue-se uma fase de perseguição ao clero e aos monárquicos, dentro de Portugal. As greves alastram. A força armada vê-se obrigada a espingardear o povo. Os operários respondem com bombas fabricadas em laboratórios clandestinos.
A pág. 141, começa com o título:
A DITADURA DEMOCRÁTICA
A incompatibilidade entre os partidos da República, é cada vez mais funda. Só um homem manifesta qualidades e está em condições de governar: Afonso Costa (1913), mas fá-lo contradizendo os princípios que antes apregoara. É um perfeito ditador, contra o qual os republicanos idealistas e conservadores , com António José de Almeida e Brito Camacho à frente, movem guerra sem quartel. Os ataques são violentos e logo em Abril de 1913, se regista uma revolução gorada, movida pelo próprio fundador da República, Machado Santos.
No ano seguinte, estala a guerra europeia e Portugal afirma a sua fidelidade à aliança inglesa. Afonso Costa já fora obrigado a deixar o Poder……. Segue-se Bernardino Machado e Victor Hugo de Azevedo Coutinho……. É uma ditadura tímida………. A República está cada vez mais em contradição consigo própria……Conspira-se. A Maçonaria e a Carbonária mobilizam todas as forças para restituir o regime à sua instável feição demagógica.
A 14 de Maio de 1915, os barcos de guerra surtos no Tejo dão o sinal de revolta e bombardeiam a cidade. Rende-se-lhes o Arsenal. Combate-se violentamente nas ruas. O Governo é obrigado a ceder. O General Pimenta de Castro é preso e o major Sá Cardoso proclama das janelas do Município o restabelecimento da constituição de 11. Assim, a menos de 5 anos do 5 de Outubro, foi reimplantada a República , que é como quem diz a gerência do Partido Democrático.
Por agora, já basta de transcrições.
Continua.
Até próximo.
Sendo figura de destaque na História de Portugal e Mundial, é da nacional, que temos retirado os acontecimentos que o fizeram distinguir e reentregá-los aos nossos leitores, para que possam ajuizar se ele merece continuar nas páginas que ocupa, como símbolo de nacionalista íntegro e administrador com a mão na consciência, ou se perdeu as qualidades reconhecidas pelos contemporâneos que viveram e sofreram as vicissitudes políticas, internas e externas, dos anos de 1910 a 1930. E já antes.
Os Homens, no seu conjunto, têm a qualidade congénita dos ascendentes, de pouco mudarem em relação aos tempos, o que faz retirar trabalho para concluir que as mentes pouco se alteram, face às crenças abicadas no presente, esquecidas das amofinações do passado.
Continuemos a tirar proveito, do que narra a História de Portugal, do Dr. Damião Peres. Façamos mais alguns registos de afirmações do Dr. Salazar, em 1930: Na nossa ordem política, a primeira realidade é a existência independente da Nação Portuguesa, com o direito de possuir fora do continente europeu, acrescendo à sua herança peninsular, por um imperativo categórico da História, pela sua acção ultramarina em descobertas e conquistas e pela conjugação e harmonia dos esforços civilizadores, o património marítimo, territorial, político e espiritual, abrangido na esfera do seu domínio ou influência. Desta forte realidade, e desta primeira afirmação, outras derivam imediatamente: a primeira é que estão subordinadas aos supremos objectivos da Nação, com seus interesses próprios, todas as pessoas singulares e colectivas que são elementos constitutivos do seu organismo: em contraposição e garantia da eficácia superior deste sacrifício afirma-se também que a Nação não se confunde com um partido, um partido não se identifica com o Estado, o Estado, não é na vida internacional um súbdito, mas um colaborador associado.
Mais acrescentava o Dr. Salazar, para unir o povo português:
A União Nacional não pode abandonar o campo meramente nacional e patriótico para se imbuir do espírito de partido, porque seria criminoso e, além de criminoso, ridículo, acrescentar aos que existem o partido… dos que não querem partido. Não! Convidados pelo Governo a apoiar a Ditadura, para que esta acabe de lançar as grandes bases de reorganização nacional e prepare o futuro exercício normal dos Poderes do Estado, os portugueses que se aprestem a oferecer o seu concurso sabem que cumprem um dever, mas não adquirem um direito.
Transcrevemos os princípios do Dr. Salazar. Ao leitor paciente, confiamos a interpretação de transparência desses propósitos, baseados no interesse directo da Pátria, extensivo ao respeito ao português valente no ânimo e pródigo nos sacrifícios monetários e humanos, para dar «novas luzes ao mundo». Trair estes princípios, nunca foi norma do Dr. Salazar. Até porque o Mundo, tem dívida nunca paga, de hoje ser o que é, sem os «Descobrimentos Portugueses».
E, nessa ocasião, portugueses assalariados, para ganhar «uns cobres», organizavam distúrbios e armavam revoluções para transformar Portugal em «satélite» da União Soviética, então o «Sol» para muitos deles.
Caro leitor: - Permitamo-nos breves comentários a estes nossos escritos. Em anteriores crónicas, temo-nos referido, benevolentemente ao Dr. Salazar, por palavras nossas. Já nesta crónica e em outras que tratemos do mesmo critério administrativo, optamos por transcrições de pareceres de entidades conhecedoras ou, pelo menos que transmitiram pareceres mais próximas do período de 1926 a 1974.
Para condescender às opiniões do Dr. Salazar, retrocedamos no tempo, aproveitando o que consta na História de Portugal, do Professor Caetano Beirão, de 1940, baseada, segundo o Prefácio do autor, em Alfredo Pimenta, João Ameal, Fortunato de Almeida, Luz Soriano, Alexandre Herculano, Rebelo da Silva e outras mais. Vamos, pois, transcrever alguns períodos:
A pág. 135, lê-se, a referenciar o pós 2 de Fevereiro de 1908- o regicídio:
O trágico acontecimento põe o dilema perante a nação: ou governar com a maior energia ou abdicar perante os criminosos. O Paço e os políticos, optam pela segunda solução. …..Assiste-se ao espectáculo vergonhoso duma manifestação à campa dos regicidas.
…….Nos partidos monárquicos, ninguém se entende e a maré alta do republicanismo avança…….. Sucedem-se os Ministérios que não conseguem governar. O parlamento é um soalheiro de disputas. Apenas a figura do Rei sobressai da barafunda, imácula……..
A pág. 140, descreve o «depois» 5 de Outubro de 1910:
A Assembleia Constituinte, elabora e aprova a Constituição de 1911, moldada no figurino mais radical. É eleito Presidente da República Manuel de Arriaga e forma-se o Primeiro Ministério constitucional, chefiado por João Chagas. A proclamação do novo regime, o seu ateísmo perseguidor e a truculência dos seus processos, trazem muita desilusão……….. Segue-se uma fase de perseguição ao clero e aos monárquicos, dentro de Portugal. As greves alastram. A força armada vê-se obrigada a espingardear o povo. Os operários respondem com bombas fabricadas em laboratórios clandestinos.
A pág. 141, começa com o título:
A DITADURA DEMOCRÁTICA
A incompatibilidade entre os partidos da República, é cada vez mais funda. Só um homem manifesta qualidades e está em condições de governar: Afonso Costa (1913), mas fá-lo contradizendo os princípios que antes apregoara. É um perfeito ditador, contra o qual os republicanos idealistas e conservadores , com António José de Almeida e Brito Camacho à frente, movem guerra sem quartel. Os ataques são violentos e logo em Abril de 1913, se regista uma revolução gorada, movida pelo próprio fundador da República, Machado Santos.
No ano seguinte, estala a guerra europeia e Portugal afirma a sua fidelidade à aliança inglesa. Afonso Costa já fora obrigado a deixar o Poder……. Segue-se Bernardino Machado e Victor Hugo de Azevedo Coutinho……. É uma ditadura tímida………. A República está cada vez mais em contradição consigo própria……Conspira-se. A Maçonaria e a Carbonária mobilizam todas as forças para restituir o regime à sua instável feição demagógica.
A 14 de Maio de 1915, os barcos de guerra surtos no Tejo dão o sinal de revolta e bombardeiam a cidade. Rende-se-lhes o Arsenal. Combate-se violentamente nas ruas. O Governo é obrigado a ceder. O General Pimenta de Castro é preso e o major Sá Cardoso proclama das janelas do Município o restabelecimento da constituição de 11. Assim, a menos de 5 anos do 5 de Outubro, foi reimplantada a República , que é como quem diz a gerência do Partido Democrático.
Por agora, já basta de transcrições.
Continua.
Até próximo.



