América América

Blog das crónicas de Basílio José Dias, publicadas semanalmente no jornal Atlântico Expresso.

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Localização: Ponta Delgada, Açores, Portugal

Tem o Curso Complementar dos Liceus, tendo frequentado o Liceu Nacional Antero de Quental. Serviço Militar de 1940 a 1945. Entrou para a Fábrica de Tabaco Estrela em 1946. Gerente de 1957 a 1989.

19 de janeiro de 2011

“O meu avô”

O meu avô tem 91 anos
Anos de alegria
Alegria como também coragem
Coragem para fazer muita coisa.



Escreveu um livro
Livro com centenas de páginas
Páginas de sabedoria
Sabedoria que me inspira.








António Luís Ferreira Sousa
Setembro de 2010
Ponta Delgada

14 de janeiro de 2011

A vida é preciosa e saber vivê-la é coisa rara.

Basílio José Dias foi um homem que tanto fez e tão longe chegou. À sua maneira, soube apreciar a vida: alimentou-se do que quis, foi activo até ao fim dos seus dias, fazendo a sua ginástica diária e escrevendo grande parte do seu tempo. Tinha um computador portátil, um blogue e, até, uma conta no Facebook – ainda modernices para muitos com menos de metade da sua idade. Era, portanto, um homem admirável.

Dizem as filhas que nunca teve jeito para elas enquanto crianças, mas a nós, netos, sempre nos mimou imenso, fazendo-nos sentir vaidosos com os presentes que nos dava, poderosos com os conhecimentos que nos transmitia e capazes de tudo. Aos bisnetos, transmitiu uma amizade imensa, bonita de se ver e de sentir.

Foi sempre um homem sério, mas nunca lhe faltou o humor. As suas graças, muitas vezes ditas em rima, diziam grandes verdades e, prestando-se a devida atenção, davam respostas a muitos dos nossos problemas. Imensos foram os momentos em que fez rir a família e são esses que vão ficar na memória.

O seu grande amor era a família. Era enorme a sua alegria quando estava reunida e esforçava-se continuamente para que assim estivesse. A sua boa-disposição era contagiante e os seus olhos brilhavam de contentamento nos almoços familiares, que lhe davam grande prazer. Será, certamente, um ritual a manter.

Teve muitas histórias para contar: dos sítios por onde passou, dos trabalhos que teve, das pessoas que conheceu. Mas à sua maior história atribuo o título “Eu sou o homem mais feliz do Mundo” – porque viveu 91 anos de plena saúde, foi activo física e intelectualmente até aos últimos dias, era informado e dotado e uma grande inteligência, estava sempre pronto a ajudar quem precisava, teve o privilégio de ter casado com a mulher com o maior coração e a maior bondade que já se conheceu, teve três filhas imensamente dedicadas, cinco netos e dois bisnetos muito diferentes, mas, tal como ele, imensamente unidos e chegados à família. Tudo coisas que nem a mais avolumada soma de dinheiro consegue comprar.

O dom da escrita ficou comigo. Prometo-lhe seguir os seus passos, pois também a mim a escrita me faz sentir viva. E, se isso me permitir chegar à sua idade, olhar para trás e ver uma vida plena, então também eu serei a mulher mais feliz do Mundo!

Obrigada por toda a amizade!

Beijinho enorme da “[sua] neta mais nova”,
Márcia


Janeiro de 2011

13 de janeiro de 2011

1919 - 2011